E vamos de cap novo?
Olha, eu imagino que a leitura da primeira parte do capítulo vá ser mais pesada e um pouco mais difícil de entender considerando que eu levo mto tempo pra postar os caps e as informações vão se perdendo.
Por isso, se quiserem indo perguntando coisas que vcs não entenderem, eu vou responder, tá bem??? Até pq eu considero essa parte beem importante hihi
Espero que gostem e não esqueçam de votar e comentar rsrs amo vcs
***
É, eu poderia esperar qualquer coisa da minha mãe, mas isso aqui na minha frente... essa mulher conseguiu me surpreender.
— O-o quê é isso? — gaguejo ao abrir a porta da frente de minha casa. — Por isso tu foi atrás de mim? — digo tentando não soar hostil. — A Sônia por acaso te pediu pra levar o Shawn ou foi mentira? — eu a olho e ela torce o nariz, sem negar, mas dando a entender qual era a resposta. — O que eles estão fazendo aqui?
— É a nossa única oportunidade de conversarmos sem o seu pai desconfiar. — ela pendura o casaco e a bolsa e sai em minha frente, em direção a sala de janta, onde quase todas as cadeiras estavam sendo ocupadas.
— Nós temos vizinhos! As pessoas falam. Eles não podem vir aqui!
— Nós entramos e sairemos pelos fundos, Sarah. — Bradley diz e eu o finto com os olhos.
Eu não posso dizer que eu confio nesse cara e eu definitivamente não quero ele perto da minha mãe sabendo que ela pode acabar sendo levada junto com o meu pai caso ele seja acusado dos crimes que cometeu.
— Tu não me falou nada! — me aproximo de Clary e ela baixa a cabeça, apertando os olhos.
— Desculpa, eu... — ela olha para os pais e então para mim. — Eu não podia.
— Seria melhor se tu não soubesse, Sarah. — sua mãe diz enquanto a minha se acomodava na ponta da pesa. — Mais seguro.
— Mais seguro? Vocês estão na minha casa! — digo e me viro para minha mãe. — Tu tá de acordo com isso? — eu estava claramente revoltada.
— Filha, te acalma. — ela pede. — Senta e conversa com a gente, o seu pai da alta na terça e nós temos que decidir o que vamos fazer.
— A gente poderia conversar sobre isso a sós, não acha? Por que eles estão aqui? Eu achei que tu...
Foi ela que me pediu para eu não me envolver nisso porque ela mesma iria tentar fazer meu pai desistir de suas loucuras, mas... ela nem teve tempo para falar com ele.
— Eu não consigo fazer isso sozinha. — minha mãe diz baixo. — Ele nos colocou em perigo agora.
— Então se a polícia disse que foi um assalto, estamos todos de acordo em não acreditar nela? — todos assentes e murmuram confirmações, como se fosse óbvio. — Então vocês estão aqui porque já sabem o que fazer? — pergunto, receosa.
— Não, nós ainda não temos todas as respostas, mas temos muitos indícios e bom... — a mãe de Clary começou a falar.
— A Clarissa nos contou que... — seu pai começa e eu lhe encaro.
— Eu comentei sobre as mensagens com eles, Sarah. — eu arregalo os meus olhos.
Isso não podia estar acontecendo. Na tarde de sábado, quando eu não sabia para onde ir depois de fugir da casa de Santana, por culpa de Shawn, e acabei ficando um tempo com Clary em sua casa dançando Just Dance, eu acabei contando tudo.
Contei sobre a floresta, contei sobre as mensagens, sobre as ameaças, sobre os meus pesadelos e o medo que eu vinha enfrentando e ela como a melhor amiga que eu poderia ter, me acolheu em seus braços e me fez ficar confortável em confiar nela, mas agora...
— Eu sei, ta? Eu sei que eu não devia ter dito nada sem ter falado contigo antes, mas foi sem querer e eu realmente acho que isso é maior do que tu, muito maior.
— Mensagens? Que mensagens? — minha mãe me olhou e meu coração vai a boca.
— Nós queríamos ter acesso a essas mensagens, Sarah. — Bradley pede, mas eu estava completamente travada.
— Clarissa... — eu a olho, sem saber como reagir. — Como tu pôde? Isso era pra ser íntimo, isso era... — eu penso um pouco. Eu não posso mais esconder da minha mãe. — Mãe, eu... preciso conversar contigo. Tipo, agora. — ela junta as sobrancelhas, mas assente.
— Precisamos de cinco minutinhos. — ela direciona o aviso à sala de janta.
— Dez. — corrijo. — Eu quero que tu saiba antes de eu falar sobre isso com eles... — eu a puxo até o escritório do meu pai e espio aquele grupo de pessoas pela fresta da porta antes de voltar a minha visão para a minha mãe.
— O que foi? — ela estava confusa.
— Eu... — a olho, nervosa demais para conseguir desembuchar. — Senta aqui. — puxo a poltrona e me sento ao seu lado, segurando meus dedos para que eles parassem de tremer. — Olha, eu to bem agora, tá? Eu venho superando, mas... agora eu to bem! — digo e acho que não foi a melhor das ideias tentar conforta-la antes de contar tudo, porque isso a assustou bastante.
— Bem, filha? O que aconteceu? — ela puxa minha mão para o seu colo e eu respiro fundo.
— Não tem jeito certo de contar isso, então eu... vou direto ao ponto. — eu a olho e engulo em seco uma última vez. — Eu fui... tentaram... — penso melhor minhas palavras. — Na noite da festa na fogueira, que vocês estavam na convenção, eu acabei me perdendo na floresta e... — ela arregala os olhos.
— O que aconteceu? — ela já estava prestes a chorar e eu não me segurei, as lágrimas caíram de meus olhos.
— Dois caras me atacaram, mãe. — ela apertou a minha mão e os seus olhos, enquanto seu rosto tornava mais pálido do que eu jamais havia visto. — Eles me atacaram e eles tentaram... tu sabe.
— Como assim, Sarah? O que eles fizeram? Eles te tocaram? — ela já estava desesperada. — Quem foi? Quem fez isso? Como tu não me falou antes? — eu fecho as pálpebras e seco meu rosto.
— Desculpa, eu... — fungo e seco minhas lágrimas mais uma vez. Elas não paravam de cair. — Não aconteceu nada além de uma tentativa, quer dizer... eu ainda não estava com o Shawn naquela época, mas ele apareceu e... ele me tirou de lá. — ela cobre o meu rosto.
— Quem? — eu baixo o meu rosto.
— Eu não sei. Um se chamava Kevin, mas... é tudo o que eu tenho, tava escuro e... eu não tento ficar me lembrando dos detalhes. — digo e ela assente, me puxando para o seu colo e me apertando contra seus braços.
Eu a abracei o mais forte que o meu choro permitiu que eu abraçasse.
— Eu sabia que tinha alguma coisa errada. — ela diz me apertando contra si. — Eu não devia ter viajado, nós nunca ficamos tanto tempo longe, eu... — ela estava tentando arranjar algum erro seu nessa história, mas não tem nada que ela pudesse ter feito para evitar. — Eu odeio que tu tenha passado por isso, filha. Que tu não tenha confiado em mim o suficiente para contar de uma vez... — ela segura o meu rosto. — Eu te amo mais do que eu amo a mim mesma, meu amor. Te amo com todos os centímetro do meu corpo, tu e a tua irmã são a única coisa que importam, eu... — ela ainda estava chorando. — nós vamos achá-los! — sua expressão fechou-se e eu me afastei.
— Não! Não é por isso que eu contei, eu... — volto a minha poltrona, um pouco bamba. — Eu não quero passar muito tempo pensando sobre isso, mãe. Os pesadelos estão diminuindo e eu realmente só queria esquecer...
— Pesadelos? — eu desvio o olhar. — Filha, talvez a gente deva conversar sobre isso...
— Não! Eu já conversei sobre isso... com o Shawn e a Clary. — eu a olho e ela pareceu suspirar, talvez por eu, ao mínimo, ter confiado em alguém. — Eu não tenho exames de corpo delito, eu não tenho nada contra eles a não ser a minha palavra e isso se nós os achássemos, mas eu só tenho um nome, dois rostos que eu não faço ideia de onde encontrar e algumas mensagens que eu nem tenho certeza se são deles.
— São essas as mensagens que a Clary comentou? — eu assinto e respiro fundo pela septuagésima vez hoje.
— Na noite do baile eu recebi uma mensagens de alguma pessoa que parecia saber que o meu pai se tornaria prefeito antes de qualquer um... a princípio eu achei que fossem os caras da floresta porque... naquela noite eles fizeram comentários sobre o meu pai. — vou diminuindo a minha voz. — Mas as vezes eu desconfio do Bradley, eu não sei. — minha mãe junta as sobrancelhas.
— Que comentários?
— Sobre ele passar mais tempo destruindo outras famílias sem poder cuidar da dele... — forma-se um nó na minha garganta. — E na madrugada que invadiram aqui... eu recebi outra sobre eles terem dito que seria melhor eu ficar do lado deles, quer dizer... eu não sei nem que lado é! Eu não tomei lado nenhum e alguém me mandou mensagens insinuando que era culpa minha terem atacado o meu pai por eu não ter escolhido um lado? — eu me irrito. — E eu confio na Clary quando ela diz que eles não tiveram envolvimento algum, mas eu vou manter os meus dois pés atrás com o Bradley.
— Tudo bem, filha. — ela acaricia o meu rosto, secando as minhas lágrimas. — Eu concordo contigo, tem muita coisa em jogo. — eu a observo um pouco.
— Eles sabem das tuas assinaturas? — pergunto e minha mãe aperta os olhos, assentindo, e isso realmente me assustou. — É por isso que eles marcaram essa reunião?
— Na verdade, é sim. Mas nós podemos pedir para eles irem embora se tu precisar conversar comigo. — ela diz, mas eu nego.
— Vamos resolver isso. — me levanto e estendo a minha mão. — Eu já disse que estou bem. — reforço e ela acaba cedendo, levantando-se em seguida. — Certo... — saio até a sala de janta.
— Podemos começar a reunião? — Bradley pergunta e eu olho para a minha mãe antes de assentir e me direcionar a mesa. — Ótimo, sobre as mensagens...
— Primeiro, vamos situar Ângela. — a mãe de Clary pede e a minha agradeceu para ela com os olhos. — Filha?
— Certo. — Clary diz e se reacomoda. — Já faz mais de um mês que a Sarah vem recebendo mensagens de alguém que tenta amedronta-la, insinuando que ela tinha um lado para escolher e que se não fosse o dele, algo ruim aconteceria, correto? — ela me olha e eu assinto.
— E como o lado que eu deveria escolher era contra o meu pai, eu supus que poderiam ser... bom, vocês. — digo olhando para o restante do grupo. — Até porque pouco antes de vocês me chamarem para conversar, eu recebi uma mensagens que dizia "em poucos dias te tiraremos do escuro.". Então, ou foi uma completa coincidência, ou estavam querendo que eu achasse que fossem vocês.
— Faz sentido tu achar que éramos nós, sim, porém vários dos nossos documentos foram roubados mês passado. Nossos planos e um pouco das nossas provas. — o pai de Clary conta, demonstrando um ar de frustração.
— Foram? — a minha amiga assente.
— Nós ficamos preocupados, mas a área não é bem localizada e como o meu notebook também foi levado, nós estávamos torcendo para ter sido um furto aleatório, mas quando a Clary nos contou da possibilidade de ter algum grupo trabalhando no nosso propósito com princípios diferentes... — Bradley diz.
— Nós queremos que vocês saibam que nós apenas buscamos por justiça e nunca faríamos coisas como te ameaçar por mensagens, Sarah. Nós não queremos crimes manchando a nossa história, não queremos manchando o que nós pretendemos fazer pela cidade. — a mãe de Clary diz olhando para mim e para a minha mãe.
— Então vocês querem achar eles? Impedir a vingança deles? — Bradley assente.
— E também queremos os nossos documentos de volta e agora temos uma chance de achá-los. — eu junto as sobrancelhas. — Com as mensagens, Sarah. São uma pista. — eu engulo em seco.
— Certo, então... — eu me levanto. — O meu namorado excluiu algumas delas, porque eu... — balanço a cabeça, tentando reformular a minha frase, pensando um pouco. — Eu tenho todas anotadas! Elas estão lá em cima, preciso de um minuto. — digo e todos concordam em me esperar.
Subi rapidamente e pego aquele diário que eu comecei a escrever durante a viagem para Nova Iorque. O meu tédio me permitiu escrever sobre os meus últimos três meses, entre cada detalhe das noites com o Shawn até tudo o que eu sabia sobre o meu pai. Das coisas que Bradley também está ciente àquelas como o fato de ter sido Vincent que mandou agredirem Liam — mas essa informação eu ainda não estou preparada para dar.
Então, eu definitivamente não levaria o diário lá para baixo. Peguei o meu celular e tirei uma foto da página em que todas as mensagens estavam anotadas e desci de dois em dois degraus para voltar a sala de janta.
— Aqui estão. — digo e Clary me entrega um bloco de notas para que eu as reescrevesse. — São seis delas, com o número sempre diferente. A primeira que eu recebi foi no baile, quando Brian e Liam foram atacados. — olho para Hank, dizendo o nome de seu filho mais baixo. — Mas... eu não acho que o ataque tenha a ver com eles. — deslizo o papel pela mesa para Bradley.
E ali estava cada uma delas.
"Tu é um alvo fácil, Sarah. Não vai ser um guarda-costas do teu lado que fará com que tu se livre de nós."
"Não precisa ter medo, Sarah. É só colaborar."
"Nós não te faremos mal se tu estiver do nosso lado."
"Em poucos dias te tiraremos do escuro."
"Bom jogo, Sarah. Faça bem as suas escolhas."
"Nós dissemos que era melhor ficar do nosso lado"
— Números diferentes? — ele analisa cada uma das frases e as repassa para o restante do grupos. — Isso não pode ser só uma brincadeira. Tu estava certa, Clary. — ele a olha. — Nós estamos lidando com uma vingança.
— Mas porque exatamente isso é ruim para vocês? — a minha mãe pergunta. — E não tentem achar que me convencem com essa conversinha sobre não quererem manchar a história da cidade. — ela diz com o bom tom autoritário que só ela tem.
Eles se entreolham um pouco e Bradley suspira antes de falar.
— Nós queremos te proteger, Angela. — ele diz e ela junta as sobrancelhas. — Nenhum de nós aqui acredita que tu merece o destino que ele vai ter se nós o entregarmos para as autoridades.
— Está bem. Eu agradeço, mas... — ela não aprecia convencida, e com razão.
— Se eles entregarem o Vincent, nós não teremos controle nenhum das informações e a probabilidade de ti cair com ele é alta demais.
— Isso não pode acontecer! — digo.
— Sim, e é por isso que nós mudamos o nosso plano A. Agora, ao invés de entrega-lo, nós pretendemos ameaçá-lo. Fazer com que ele saiba que a gente pode por Vincent atrás das grades e com sorte, ele será inteligente o suficiente para se afastar do cargo e de seus novos... investimentos. — Bradley continua.
— Novos investimentos? Que novos investimentos?
— Bom, o que acontece é que... — o pai de Clary começa, mas Bradley o interrompe.
— Nós não temos certeza de nada ainda, acho melhor concluirmos cada uma das investigações antes de informá-las a vocês, principalmente porque vocês convivem com ele e não devemos arriscar que vocês façam as investigações por si mesmas e acabarem atraindo uma desconfiança.
— Não esperem confiança de nós quando vocês não oferecem as de vocês. — minha mãe diz, muito mais calma do que eu soaria.
— Nós só pedimos um pouquinho de paciência, Ângela. — Hank diz e o pai de Clary põe sobre a mesa uma pasta gordinha, cheia de papéis.
— Isso é o que nós temos até agora e pode parecer bastante, mas não acreditamos que seja o suficiente para montar um caso. — a mãe de Clary diz. — Estávamos esperando que o olhar de uma advogada pudesse responder essa pergunta. — ela arrasta a papelada em direção a minha mãe.
— E aqui não tem nada sobre esse investimento que vocês comentaram? — diz, irônica, enquanto olhava as primeiras páginas, o que me fez rir baixinho.
— Não, Angie. — Hank diz. — Os investimentos são especulações sobre onde ele está pondo o dinheiro desviado de cada uma das pequenas movimentações do dinheiro público. — ela assente, mesmo contrariada.
— Vocês acham que foi culpa dele que a escola pegou fogo? — ela pergunta e eu torço o nariz.
— Aí tu vai ver que a manutenção era necessária. — a mãe de Clary aponta para a pasta. — E que foi do número do assistente de Vincent que a ligação em nome da Secretaria foi feita para cancelar o serviço, porém não há documento oficial que cancele a transferência do pagamento. — ela diz e minha mãe cobre o rosto com as mãos.
Ela estava frustrada e não havia como não estar. Minha mãe se casou nova, mas acho que mesmo assim, depois de mais de vinte anos de casamento, ela nunca se sentiu tão arrependida.
Quer dizer, eu duvido que ela tenha deixado de amar o meu pai, mas a decepção em seu rosto é inegável.
— Eu vou analisar tudo sim, mas eu vou precisar de tempo. — ela diz.
— Nós já estávamos considerando isso, então amanhã depois da escola eu venho para cá, buscar os documentos. — Clary diz e eu assinto. — E... nós vamos precisar de todas as informações que tu tem sobre eles, S. — eu puxo o ar.
— Eu posso dizer tudo pra ti? — peço e ela olha para Bradley.
— Não terá problema. — ele diz. — Quando Clary vier buscar a pasta, vocês conversam e ela me leva as informações escritas. — eu assinto, nervosa. — Bom, acho que nós não devemos tirar mais o tempo de vocês por aqui. — ele diz já se levantando e quase instantaneamente todos o acompanham.
As despedidas foram breves e eles sabiam o caminho que deveriam tomar pelos fundos, então eu e minha mãe os seguimos e apenas abanamos antes de os perdermos de vista atrás do celeiro.
— Então... nós estamos nos alinhando contra o meu pai agora, definitivamente? — pergunto e minha mãe suspira, enquanto eu fechava a porta janela assim que ela ligou a irrigação do gramado.
— Não é como se nós tivéssemos escolha. — diz voltando à mesa.
— Eles não te obrigaram a fazer isso, mãe. — eu aponto para a papelada.
— Filha, se alguém algum dia tiver alguma coisa contra ti, lembre-se que o melhor controle é o de dentro. — ela diz e eu me senti a sua frente. — E eu não quero que tu te engane, o Bradley não é meu inimigo, mas o seu pai também não é. Eu quero ele longe do cargo porque eu sei que é o melhor pra cidade e para ele. — ela enfatiza, deixando claro que sua intenção também será proteger meu pai.
— Então ameaçar ele a sair é realmente a melhor opção? — ela assente.
— Talvez esteja na hora de nós nos mudarmos. — ela suspira. — Talladega foi o lugar certo para nós por muito tempo, mas... — ela me olha. — Logo tu estará na faculdade, Ellen será mãe em Nova Iorque e a cidade está sofrendo com nós aqui, com sorte ele desiste do cargo e eu o convenço a ir embora.
— Tu quer... deixar Talladega? Essa casa? — eu acabo sendo pega de surpresa, mas tento me recompor e acabo assentindo. — Eu vou estar no teu lado em cada decisão. E nós vamos ter que ter todo o cuidado para ele não descobrir que nós estamos ajudando Bradley. — levo a minha mão a sua e os olhos de minha mãe chegam a marejar ao me olhar.
— Eu te amo, minha pequena. — ela beija o nós de meus dedos. — Nós vamos sair dessa juntas. Nós duas, tá bem? — eu assinto e ela resolve voltar a abrir a pasta. — Vai ser um longo dia. — diz e eu me levanto.
— Não se preocupa que eu cozinho e organizo tudo para visitarmos o pai mais tarde. — digo e ela sorri.
E foi isso que eu fiz. Dei o meu melhor na cozinha para preparar o almoço e reservei minha tarde para auxiliar a minha mãe em todas as pesquisas que ela fazia com seus livros antigos durante o processo de tentar montar um caso contra o meu pai.
Isso parecia irreal, mas estava acontecendo. A esposa e a filha se virando contra o marido, o pai, o pastor, o prefeito... Eu tentava racionalizar a magnitude da reunião de algumas horas atrás, mas nunca parecia chegar perto de uma realidade palpável.
A poucos meses minha vida girava em torno de um namorado de longa data, organização de eventos escolares, um carro sendo montado na minha garagem e peças de teatro e hoje... bom, eu faço parte de um grupo rebelde que planeja dar um golpe no golpe que o meu pai deu na cidade.
Parecia quase cômico, e foi entre risadas que eu contei tudo para Shawn.
— E tu tá rindo disso tudo porque? Meu Deus, Sarah! — sua voz na ligação era baixa.
Ele recém havia chego em sua casa e já era noite lá enquanto o dia ainda estava escurecendo aqui.
— Tu prefere que eu chore? — pergunto me reacomodando não cama e ele ri.
— Não, definitivamente não. Eu não saberia te confortar de longe. — diz e sua risada vai diminuindo. É... de longe.
— E... como foi rever o teu pai? — tento mudar de assunto logo.
— Ele tá tranquilo, mas acho que ele ainda não superou aquele pequeno escândalo que eu fiz na janta aqui. — eu torço o nariz. — E talvez ele ainda vá querer falar sobre isso comigo, mas eu não me esqueci que ele tentou te fazer ir embora, então eu não vou cair na dele. — diz e eu sei que eu devo ficar do seu lado, mas eu não pretendo pôr lenha na fogueira.
— Meu amor, só tenta evitar conflitos, tá bem? — peço. — Vai ser só um mês e se tu conseguir se desviar de brigas, vai passar bem mais rápido. — tento aconselha-lo, mas ele resmunga.
— Eu vou tentar, juro que vou. — eu comemoro baixinho. — Eu tenho que jantar com ele e a Gigi agora, mas assim que eu subir, eu te mando mensagem e a gente pode ficar conversando até tu te entediar de mim, tá bem? — eu rio.
— Tá bem, meu amor. Eu tenho que tomar banho agora também...
— Outro banho? — ele ri.
— É que o dia foi meio puxado, acho que eu mereço um sem ter alguém me atrapalhando... — brinco. — Eu te amo, boa janta.
— Eu que te amo, meu bem. Bom banho e até mais tarde. — diz e desliga.
E então a semana começou a passar...
Na segunda feira eu passei mais tempo preocupada com o meu calendário de provas do que com qualquer outra coisa. Shawn estava ocupado começando seu serviço comunitário, minha mãe passaria a manhã no hospital, meu pai mal fala comigo quando eu o ligo e minha melhor amiga estaria em algumas horas na minha casa escrevendo todo o meu depoimento sobre o meu caso de assédio.
É, eu definitivamente tinha bastante pra me preocupar, mas eu preferi fingir que o meu único problema era a prova de Física e Literatura serem no mesmo dia.
E a noite chegou, chorei feito um bebê como em todas as vezes que eu me lembro do que aconteceu comigo na noite da fogueira, ao tentar contextualizar cada uma das mensagens para Clary e ela até tentou remarcar para quando eu me sentisse melhor pra falar sobre isso, mas qualquer um sabe que não haveria a opção "me sentir melhor sobre isso", então eu fui até o fim para me livrar logo.
Quando o fim do dia de Shawn chegou, nós conversamos mais sobre o inferno que foi ter que catar lixo com vários deliquentes como ele, mas que ainda o taxavam como "o riquinho". Eu tive que rir, porque... bom, o problema de Shawn no momento era ser apelidado por ser rico.
Mas era bom rir. Ele me fazia rir.
A terça feira chegou, assim como o meu pai e o meu período. Mandei mensagem na hora pra Shawn avisando que ia começar na pílula e ele mandou muitos emojis comemorativos, mas eu tive que bloquear o celular rápido e desfazer o meu sorriso ao ver meu pai me observando do outro lado da mesa.
— Vocês terminaram, não é? — ele pergunta e eu junto as sobrancelhas. — Já que ele se mudou...
— O quê? Quem? Como assim? — eu estava confusa e nervosa.
— Tu e o delinquente. — e bom... desde que Shawn socou o seu rosto e ele ficou sabendo que meu namorado havia sido condenado ao serviço comunitário, essa era a única forma a qual meu pai se referia a ele.
— O nome dele é Shawn, pai. Nós não terminamos e nem vamos, porque ele vai voltar. Ele é meu namorado e o quanto antes tu aceitar isso, melhor. — digo pegando o meu copo de suco ao vê-lo abrir a boca. — E não! — o interrompo. — Não é porque tu acha que ele não é suficiente pra mim que eu vou terminar com ele. Eu tenho plena capacidade de saber quem me merece e o Shawn é um ótimo namorado. — na maior parte do tempo.
Saio rápido da sala de janta antes de arranjar mais brigas. Ao mínimo, enquanto ele achar que eu evito conversas por conta do meu namorado, eu ainda estarei no lucro. Até porque eu não realmente me importo se ele gosta de Shawn ou não, eu não preciso de sua aprovação.
O que me afasta de meu pai é a culpa de estar armando contra ele pelas suas costas. Essa culpa me impede de fazer qualquer contato visual longo e eu nem podia falar com a minha mãe sobre isso, porque ele sempre estava por perto.
E fomos seguindo até o final de semana. Eu e a minha mãe estávamos cada vez mais próximas, eu podia conversar sobre a escola e Shawn com ela, eu passei a estudar na sala enquanto ela cozinhava e meu pai se trancava em seu escritório e fazíamos cada vez mais FaceTimings com a minha irmã e o marido, acompanhando cada comprinha que eles faziam para o meu sobrinho ou sobrinha.
No sábado à tarde, Clary veio a minha casa, como de costume e desde Shawn, como eu estava reservando meus dias pra ele, fazia semanas que nós não simplesmente nos atirávamos em minha cama e ficávamos comento chocolate enquanto fofocávamos.
— Como ele tá? — Clary pergunta se reacomodando ao meu lado.
É... faz uma semana que eu não passo o dia inteiro com o meu namorado. E olha pra mim, eu to viva!
— Aquele Jason continua tentando descobrir porque ele foi parar no serviço... — ele era um dos outros três menores de idade. — Eu tenho medo do Shawn perder a paciência com ele. — me reacomodo e pego outro bombom da caixa que Clary havia ganhado de Lea. — Porque sabe... agressões podem gerar aumento de sentença e eu falo todas as noites que ele tem que se controlar, mas eles já discutiram algumas vezes...
— Deve ser foda. Ele trabalha sábado também? — eu assinto e olho as horas em meu celular.
— É, mas não são muitas horas, até porque ele tem que estudar.
— E fazer as receitas da tua mãe. — eu rio.
— Sim! — respondo indignada. — Eu mandei mais fotos ontem e a minha mãe tá muito feliz. Eu não sei se eu tenho mais medo deles virarem melhores amigos ou dele voltar com 10 quilos a mais depois dessa prisão. — eu rio junto a Clary. — Mentira, ir à academia é uma das quatro únicas coisas que ele faz durante o dia todinho.
— Quatro coisas?
— Serviço comunitário, aulas, cozinhar e academia. É essa a vida dele. — digo e ela se aproxima.
— E... sobre aquilo? — ela pergunta e eu torço o nariz. — Vocês conversaram ontem?
— Não... — ela cobre o rosto. — Não deu! É que, ele tá sempre cansado e eu não vou pressionar esse tipo de coisa. — eu faço careta. — Eu cheguei a insinuar algumas vezes, mas... — me calo. — Eu não to desesperada. — ela ri, porque eu acho que não soei muito convincente.
— Tu devia poder falar pro teu namorado quando tu tá com tesão, mesmo quando ele estiver a estados de distância. — ela diz, certa de suas palavras. — Se eu já conversei sobre isso com a Lea, meses antes dela se mudar, me admiro de vocês nem terem tocado no assunto.
— Eu sei! Eu sei, tá bem? E a gente costuma falar sobre tudo, na verdade a nossa última conversa séria foi sobre intimidade, mas... sei lá.
— Ele não diz nada, sobre nada...? — eu nego. — Não te faz achar que ele tá com alguma saudade ou qualquer vontadezinha?
Ela estava impressionada e eu admito que sentia o mesmo, porque pensar em uma versão de Shawn que não fazia insinuações a cada final de frase me parecia um absurdo. E alguns dias eu não me preocuparia, mas uma semana?
— Eu to te dizendo, ele tá deprimido. A gente conversa sobre o dia e ele as vezes nem reclama pra mim sobre o que aconteceu, ele só prefere me ouvir e ele diz que tá com saudade minha, mas zero segundas intenções. — me deito de costas na cama e encaro o teto.
— Será que ele não tem algum receio de insinuar alguma coisa por telefone e achar que tu vai te ofender, sei lá? — eu rio e eu a olho.
— É do Shawn que nós estamos falando. — ela acaba tendo que concordar.
— Tá, Sarah. Acho que tá na hora de ti intervir.
— Mas não sou eu que sabe fazer essas coisas! É ele! — defendo, mas ela nega com a cabeça.
— E daí? Tu aprende, garota! Vai ser divertido, eu juro. — eu resmungo.
E eu acabo aceitando o desafio. Se eu quero algo, devo ir atrás, certo? Mas... a coragem não veio até quarta feira à noite. Porque naquele momento dum eu admito que um "eu não estou desesperada" já não cabia mais em mim.
Eu: oi, acordado?
Shawn: sempre aqui pra ti
Suspirei de alívio.
Eu: já passou da meia noite aí
Shawn: voltei a jogar videogame, é um caminho sem volta
Eu: eu não consigo dormir
Shawn: por que? Tá tudo bem?
Eu demoro para responder. Completamente nervosa.
Shawn: o que tá acontecendo?
Eu estava pensando nele a algum tempo, nós já tínhamos conversando antes e nos despedimos para jantar, mas agora... deitada em minha cama... não tinha como ser diferente, meu corpo formigava de desejo e tudo o que eu queria era as suas mãos em minha pele.
Eu tinha que ser criativa, mas eu não tinha certeza como... me levantei e remexi em minhas gavetas, procurando por alguma ideia e felizmente ela surgiu.
Peguei um lenço de seda de um tom champagne que eu não costumo usar mas felizmente o mantenho em uma das minhas gavetas e o segurei aberto em meu pescoço, puxando as alças de meu sutiã para baixo para tirá-lo de cena e deixando o tecido cair sobre meus seios, então eu seguro o meu celular a frente do meu tronco e tiro uma foto, revelando o quão eriçados estão os meus mamilos.
Analiso a foto alguns instantes antes de tomar coragem a mandar para Shawn.
Eu: isso tá acontecendo
Shawn: O QUE É ISSO??!!!!
Shawn: isso é o teu corpo?
Shawn: é óbvio que é, estupidez a minha
Shawn: desculpa eu to nervoso, eu nunca tive uma namorada me mandando a porra de uma foto sexy dessas caralho garota, isso é melhor que qualquer foto nua
Eu: então tu não quer nenhuma foto nua?
Shawn: eu não disse isso não, a liberdade criativa é toda tua
Respirei fundo e abri meu sutiã, me livrando dele e do meu short de pijama, então eu me reacomodo na cama, me ajoelhando sobre ela e apoiando o meu celular na cabeceira.
Me pus um pouquinho de lado contra a luz e coloquei no temporizador para tirar uma foto de meu pescoço para baixo, mostrando somente a silhueta do meu corpo, pouco iluminada, mas que mesmo assim mostrava bastante.
Acabei tendo que mandar a foto o mais rápido possível para ele, antes que eu pudesse desistir.
Shawn: tu tá afim de me matar, não é?
Shawn: nossa eu to com tanta saudade tua, falar contigo é bom, mas te tocar é incrível sabia?
Eu: eu também to com saudades, Shawn
Eu: acho que deixei isso claro...
Eu: mas eu posso deixar mais claro, quer?
Shawn: tu sabe a resposta
Peguei o celular em mãos e me deitei na cama, completamente nervosa, mas sabendo que se eu quero que ele se anime com isso, eu deveria ser um pouquinho mais ousada.
Afastei as minhas pernas e enfiei meus dedos na minha calcinha, alcançando a minha umidade e respirando fundo antes de tirar meus dedos e apoia-los em meu joelho para tirar uma foto deles úmidos com minhas pernas afastadas.
Shawn: SARAH
Em instantes eu recebo um vídeo seu. Ele puxa sua coberta para baixo e leva suas mãos pela sua bermuda, marcando seu membro duro. Puta que pariu.
Nesse momento eu já estava imaginando uma noite com ele, das formas mais detalhadas possíveis e tentando ao máximo puxar na minha memória a sensação de ser preenchida por ele, o que dificultou bastante a minha tentativa de ignorar o formigamento entre as minhas pernas.
Eu: me diz o que a gente vai fazer
Shawn: eu vou te ligar e tu vai seguir todas as minhas instruções
E em instantes seu rosto aparece em minha tela, em uma ligação.
— Oi... — sussurrei.
— Oi, meu bem. A tua porta tá trancada? — ele pergunta e a sua voz era baixa e rouca.
— Ta, sim. — digo baixinho.
— Então te deita bem no centro da cama. — ele pede e eu o faço.
Minha respiração era pesada e meu coração batia rapidamente. Eu estava definitivamente nervosa, mas era um nervosismo bom. Era o nervosismo que ele costuma me causar.
E eu faço o que ele pede. Me acomodo timidamente sobre o edredom enquanto eu ouvia a sua respiração em meu ouvido.
— Molha os teus dedos na boca e eu quero que tu acaricie os teus seios. — ele pede e com um pouco de hesito, segui suas ordens. — Bem devagar, meu bem. — ele diz baixo. — Bem... devagar...
Eu largo o meu celular ao lado da minha cabeça e ponho no viva voz, baixo, mas assim eu teria como liberar a minha outra mão.
Fechei meus olhos e fui ouvindo sua voz guiar cada movimento, ele me pedia para descer os dedos pelo meu abdômen e subir novamente e eu tentava reproduzir o seu toque leve, molhando a ponta dos meus dedos em minha boca sempre que pedia para eu voltar aos meus seios.
— Vai afastando as pernas, meu bem. — ele pede e eu ouvia a sua voz ficar cada vez mais pesada, o que me faça a certeza que ele estava fazendo o mesmo. — Eu quero que tu passe teus dedos devagarinho por ti, por cima da tua calcinha. Várias vezes no mesmo vai e vem. — ele pede.
— Isso é bom. — sussurro. — Muito bom. — digo baixo, com os meus olhos fechados.
— Tu tá bem molhada, meu bem? — ele pergunta e eu murmuro uma afirmação. — Tanto quanto tu fica quando são os meus dedos fazendo isso? — ah, os seus dedos...
Eu estava em um estado tão entorpecido pela sua voz e pelas pontas de meus dedos que eu nem consegui desenvolver uma respostas, mas os meus sons foram respondidos com uma risada abafada sua, o que me deu a entender que ele sabia qual era a minha resposta.
— Eu quero que tu desça teu dedo sob a calcinha agora. — eu o faço. — E só com um dedo, eu quero que tu te toque bem levinho, em movimentos circulares e vai aumentando a pressão até onde tu aguentar. — e eu acho que não passou dois minutos e meu corpo já estava prendendo em fogo e Shawn conseguia acompanhar cada uma dessas mudanças, mesmo que pelo telefone. — Pode descer mais. — ele diz. — Flexiona os joelhos agora e... te penetre com dois dedos... eu quero que tu vá bem fundo. — eu vou o acompanhando. — Mas agora eu não quero que tu seja lenta, pode fazer o teu ritmo meu bem, de preferência... bem mais rápido.
E sem nem pestanejar eu apertei mais os meus olhos e iniciei um movimento que eu cheguei a ter medo de acabar soando alto demais, ainda mais quando eu ouvia suas reações no meu ouvido enquanto eu dizia seu nome.
— Tu gosta disso, não é? — sua voz era rouca. — Eu queria tanto as tuas mãos em mim agora. A minha língua em ti... — puta merda. — Eu estaria te chupando todinha, Sarah. O teu pescoço, os teus seios, entre as tuas pernas... Nossa, como eu queria estar te chupando entre as pernas. — caralho. — Eu sei que tu também queria.
— Eu queria, sim... Queria estar fazendo o mesmo contigo, Shawn. Eu queria estar agarrando a tua pele, gemendo contigo dentro de mim... — minha voz travava e falhava, mas eu sei que ele estava entendendo cada palavra minha.
Sua respiração pesada ia me estimulando e eu intercalei a atenção entre o meu clitóris e a penetração até voltar a tocar somente no meu ponto mais sensível e a pedido seu, eu avisei que estava quase encontrando o meu auge e eu pude ouvir através do celular seu orgasmo chegando e nós dois nos desfazemos em gemidos e murmúrios incompreendiveis até que as nossas respirações pesadas fossem a única coisa que um ouvia do outro.
— Continua te tocando. — ele pede e eu mordi meus lábios, sentindo meu corpo ainda eletrizado.
— Calma, eu... — fechei minhas pernas e grunhi ao não conseguir mais me tocar, pondo-me de lado sobre a cama.
A ligação terminou no mesmo segundo e eu estranhei, juntando as sobrancelhas, mas logo uma chamada de vídeo iniciou e eu atendi, podendo ver seu rosto com as bochechas avermelhadas, o que me fez sorrir.
— Eu vou sonhar contigo essa noite. — ele se deita na cama e apoia o rosto em sua mão, sobre seu cotovelo. — Talvez nas próximas, também... — diz baixinho.
Seu cabelo caía sobre seu rosto e eu conseguia ver seu peito subir e descer rapidamente através da tela. Cobri meus seios com meu braço e afastei um pouco a câmera, para que ele tivesse uma visão melhor minha.
— Meu Deus, Sarah. — ele se aproxima da câmera. — Tem como tu estar mais gostosa? Tu acha que é possível? Isso é só porque eu fui embora? — eu sorrio e acabo rindo. — Não sorri assim pra mim, não.
— Eu to igual, tá bem? Tu que não me vê a muito tempo, cuidado pra não te esquecer como eu sou, hein. — o provoco, subindo a câmera e ele cerra os olhos pra mim.
— Eu já te decorei, não te preocupa. — diz e eu deito a cabeça sobre o meu braço. — Eu senti a tua falta... — é... eu falei com Shawn todo o santo dia por horas desde que ele foi pra Nova Iorque, então eu não tinha dúvidas do sentido que essa frase tinha.
— Então... — eu suspiro, tomando coragem. — Por que tu andou me evitando? — pergunto, receosa e ele junta as sobrancelhas, o que já fez com que eu me arrependesse de perguntar. — Desculpa, eu não... — me reacomodo na cama, ficando de bruços e ele também ajeita a coluna.
— Não! Eu não vou me fazer de idiota, eu sei do que tu tá falando. Eu que tenho que pedir desculpas, porque... — eu rio, o interrompendo.
— Shawn, esse não é o tipo de coisa pela qual se pede desculpas. Se tu não tinha vontade, não é um problema, tá bem? — tento deixar claro. — Quer dizer, semana retrasada a gente mais transou do que trocou de roupa, então eu estranhei um pouco, sim, mas...
— Eu te deixei confusa... — murmura, mais pra si do que pra mim. — Eu queria ter te dado mais atenção, a atenção que tu merecia...
— Ei, tu deu, sim! Faz alguns minutos, não lembra? — brinco.
— Eu lembro sim, perfeitamente. — ele ri pra mim. — Mas tu que teve que ter a iniciativa. — diz isso como se fosse um problema.
— E eu não posso ter as iniciativas? — pergunto e ele nega rápido, confuso.
— Não! É claro que tu pode, tu deve. Por favor, Sarah, tenha todas as iniciativas do mundo, a qualquer hora, em qualquer lugar, quanto menos conveniente melhor. — diz em seu tom de deboche.
— Para! — eu rio, me movendo na cama. — Tu não pode falar isso, porque eu posso acabar sendo incentivada...
— O que tu tá fazendo? — ele me interrompe.
— Vou me tapar, ficou frio. — digo e pego o meu celular, me reacomodando sob as cobertas ainda geladas, mas que logo logo ficarão quentinhas.
— Tu não vai te vestir? — eu nego. — Tu vai dormir nua? Tu tá na tua cama nua... eu nunca tinha te deixado nua na tua cama antes. — diz e eu rio novamente.
— Não foi exatamente tu que me deixou nua, mas a gente pode considerar, se tu quiser. — digo, irônica.
— Não! Não quero, eu quero te deixar nua na tua cama com as minhas próprias mãos. A gente já fez muita coisa nela, mas sexo não foi uma delas, me promete que tu vai me deixar te deixar nua ai. — ele pede, em seu tom de carência.
— Eu prometo te deixar tirar toda a minha roupa, sim, mas sexo aqui é outra história. — reacomodo o meu travesseiro, sentada, e puxo bem o edredom até meu peito, apoiando o celular em meus joelhos.
— Tudo bem, eu fico satisfeito só com a parte de tirar a tua roupa, pelo resto eu posso lutar mais um pouquinho. — ele brinca, me fazendo rir.
— Idiota. — eu sorrio para ele e suspiro ao observa-lo sorrir pra mim. — Cara, como é que tu me diz que tu não pensou em nada disso esse tempo todo e faz esse tipo de conversa comigo agora?
— Ah, sabe... eu acho que eu só tava tenso demais, mas tu me destravou. — ele morde os lábios, tão rosados quanto suas bochechas.
— De nada? — ele volta a se deitar, então eu faço o mesmo. — Eu te queria aqui.
— Eu queria estar aí, tu pode ter certeza disso. Ainda mais sabendo que tu tá nua aí em baixo. — ele cobre o rosto, me fazendo rir e me espia de canto de olho, para ter certeza que eu estava me divertindo com seus comentários.
— É, muito nua. — o provoco. — Só eu e os lençóis. — continuo.
— Tu é muito má. — ele diz e eu sigo rindo.
— Eu só estou tentando te dar incentivos pra ti se lembrar de mim de vez em quando... — ele sorri fraquinho.
— Eu vou te dar mais atenção, eu te prometo. — diz mais baixo.
— Eu to brincando, Shawn. Eu não quero que tu force nada, eu só quero o teu bem. E... se os teus dias estão tão pesados e estressantes assim, deixa que eu me encarrego de te chamar... dessa forma que eu chamei hoje. — rio baixinho, um tanto envergonhada.
— Tu é incrível, sabia? — eu suspiro, sentindo uma dor no meu peito, causada pela distância, aumentar. — Eu queria muito poder te beijar agora, todinha. Ficar te beijando até tu dormir. Era só o que eu queria...
— Uma semana e meia já foi. — digo, tentando soar confiante. — Logo logo nós vamos estar juntinhos de novo.
— E eu vou pensar só em ti e dar toda a atenção do mundo. — seu sorriso volta a aparecer. — É uma promessa. Eu vou te levar pra jantar, vou preparar uma banheira super quente pra nós dois e te fazer gemer o meu nome por muito tempo antes de dormir agarradinho em ti.
— Ai, tu fica me pondo essas imagens na cabeça... — murmuro.
— Essa vai ser só a primeira noite, tá bem? — eu assinto sorrindo e já sentindo meus olhos pesarem. — Eu acho que é melhor tu dormir, meu bem.
— Não... a gente pode conversar mais...
— A gente conversa amanhã. Dorme bem e sonha comigo, tá? — eu rio. — Eu te amo demais, viu?
— Eu também te amo, muito. — ele sorri e suspira.
É, é frustrante pra mim também tê-lo tão longe se mim. É inegável que a nossa relação vem muito do toque e não só do que envolve sexo, eu me sinto bem sendo envolvida em seus braços. Só de sentir seus dedos nos meus eu costumo relaxar, e por isso vem sendo bem difícil segurar o meu emocional em cada FaceTime antes de dormir, mas eu seguro. Por ele.
Se eu me emocionar agora, as coisas realmente ficariam mais difíceis, então quando eu preciso chorar de saudade, eu faço isso no banho, sem deixá-lo saber.
— Boa noite, meu bem. — diz e eu mando um beijo antes de desligar.
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