- Okay sua vez - disse Taehyung depois de tomar um gole de seu café gelado
- Pode mandar, tô pronta
- Lua - o garoto andava ao meu lado com sua pose de superioridade que até mesmo surpreendia quem estava a nossa volta. Ah se eles soubessem que estávamos fazendo poesia com acrósticos que nem duas crianças...
- L ogo que te vi
U m sentimento me aflorou
A cho que... - pausei dramaticamente fazendo o garoto me olhar - era caganeira
E assim desatamos a rir novamente. Sério quem via Taehyung de longe não sabia que ele era nada mais do que uma criança grande.
- Eu aqui todo emocionado achando que você ia abrir seu coração pra mim e se declarar e tu me fala que tava com caganeira - Eu apenas ria sem parar, não dava pra evitar nós apenas estávamos nos divertindo.
- Me da um pouco de seu café? - ele me estendeu o copo e eu tomei pelo seu canudo
- Estamos praticamente nos beijando - Eu ri mais ainda quase me afogando com a bebida
- Você parece um adolescente que nunca beijou falando esse tipo de coisa
- E quem disse que eu não sou um?
- Ah tá bom, e eu sou o Peter Pan
- Sempre suspeitei que você tava tentando me levar pra terra do nunca - seu tom era risonho
- Oh não ele me descobriu e agora? - o garoto riu mais um pouco e então seu semblante se tornou mais sério
- Chegamos - Eu olhei para o prédio a minha frente. E lá estávamos nós novamente, em frente ao prédio aonde Taehyung enfrentava seus maiores medos, aonde ficava o consultório da Dra. Lee.
Subimos em silêncio pelo elevador e ao chegar na recepção esperamos alguns minutos até Taehyung ser chamado e então lá fiquei eu novamente, sentada divagando sobre a vida em meio ao silêncio do local.
Faziam duas semanas desde o acontecimento com o Taehyung em sua cozinha. Nos primeiros momentos que nos vimos em seguida eu realmente me sentia envergonhada por pensar nos lábios do garoto tocando minha pele novamente, me trazendo conforto e embora eu lutasse contra a minha vontade ele não parecia diminuir, então eu apenas me adequei. A quase todo o momento em que estou com ele eu sinto vontade de chegar mais e mais perto, mas coisas desse tipo podem ser desagradáveis, então quando a vontade bate com muita força eu apenas me lembro de seus três beijos em meu pescoço e mesmo que meu coração não se acalme eu me sinto um pouco melhor.
Falando desse jeito eu pareço uma louca e eu acredito que de fato eu esteja ficando. A cada momento que estou sozinha quero estar com ele e quando estou com ele quero que o momento nunca acabe. Por algum motivo estar com ele era tudo que me movia e que me fazia ficar bem, mas isso também me assustava porque em algum momento nós nos separaríamos.
Ficar divagando ali pela primeira vez não estava me fazendo bem então perguntei a recepcionista se havia algum lugar em que eu pudesse me distrair ali por perto. Ele me disse que no outro lado da rua havia um fliperama então foi pra lá que eu fui.
Joguei basquete, jogos de tiros, Just dance, jogos de corrida, peguei um ursinho em uma máquina e agora eu estava jogando tiro ao alvo.
- Aish que desgraça! - resmunguei por não conseguir acertar quase nada com as bolinhas. - vamos de novo - disse colocando mais uma ficha na máquina e iniciando um novo jogo. Assim que a primeira bola saiu eu senti alguém me abraçar por trás.
Aquele calor, aquele cheirinho doce, eu reconheceria de qualquer lugar. Um arrepio percorreu meu corpo e meu coração novamente acelerou, era tão bom o ter por perto de novo.
- Como foi com a Dra. Lee? - perguntei jogando a primeira bola e errando o alvo. A única resposta que obtive foi um fungado choroso. Ah não, ele estava chorando
Larguei a bolinha na máquina e me virei para o homem que me abraçava. Seus olhos assim como o seu nariz estavam vermelhos, as lágrimas escorriam aos poucos por seus olhos, não pude me conter e o abracei novamente sentindo seus braços agarrarem minha cintura.
- Tá tudo bem, já passou - deixei um carinho na nuca dele que enterrava seu rosto em meu pescoço
- Eu fiquei com medo, hoje foi muito difícil, mais difícil do que todos os outros dias e assim que eu saí de lá você não estava. Você não estava lá, fiquei com medo de algo ter acontecido ou de você ter me deixando - ele soluçava como uma criança chorona em meu pescoço e eu apenas o ouvia. Ele agarrou minha cintura com mais força, nos grudando ainda mais.
- Me desculpe eu apenas quis jogar alguma coisa, não queria te deixar preocupado - ele se afastou um pouco e com os olhos ainda molhados deu um leve sorriso fechado me olhando
- Pare de se desculpar, você é simplesmente perfeita! - me agarrou novamente chorando baixinho e assim ficamos por alguns minutos até eu ouvir um suspirar do maior - Acho melhor pegarmos um táxi para a minha casa, não quero andar mais
- Tudo bem, vamos - peguei meio incerta em sua mão e o guiei para fora do local, chamamos um táxi e entramos no mesmo, ainda com as mãos entrelaçadas. Taehyung não tardou em deitar sua cabeça em meu ombro e fechar seus olhos, acho que depois de um tempo ele dormiu, era até fácil de se entender o dia dele foi bem cansativo e o final dele não foi muito bom, eu apenas o deixei descansar.
- vocês parecem ter tido um dia duro - o taxista disse para mim
- Mais ele do que eu...
- Sei como é, já fui um jovem muito atarefado, ainda bem que eu tenho uma esposa como você que sempre cuidou de mim nesses momentos complicados
- Eu apenas tento ajudar um pouco - disse um pouco envergonhada para o taxista que riu feliz
- Vocês são um bom casal, poucos se importam tanto assim hoje em dia - Eu apenas sorri de leve para o motorista, estava muito cansada e preocupada para discordar então apenas mantive meu silêncio.
Chegamos na casa do Tae e ele acordou facilmente, embora eu insistisse em pagar ele se pôs a frente e pagou no meu lugar. Adentramos sua casa em silêncio e tiramos nossos sapatos.
- Como...
- Me... - Falamos ao mesmo tempo e eu soltei um riso soprado - pode falar
- Fale você primeiro - me sentei no sofá e o olhei
- Me desculpe pela cena de hoje, eu simplesmente não me controlei, apenas estava preocupado e solitário... Desculpa
- Tudo bem, sabe que eu entendo isso melhor do que ninguém, não precisa ficar se desculpando por essas coisas... Um sábio uma vez me disse que chorar faz bem - sorri fraco e o garoto me olhou
- Esse homem é realmente sábio - brincou e eu sorri
- Foi muito difícil hoje não é?
- Demais, achei que meu peito ia explodir de tanto chorar, mas agora com você eu me sinto um pouco melhor
- Fico feliz por isso... O que acha de assistir a algum filme e comer algum doce hm?
- Gosto da idéia, podemos assistir o seu filme favorito
- Ah qual é você odeia ele
- Realmente...
- Que tal um musical? Um romance bobinho com música e dança? Algo bem leve
- Por mim... Acho que pode ser legal
- Ótimo, vamos assistir Grease!
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NOTAS:
AUTORA: Eae oq estão achando? Me falem aí 🌻
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