Narrado por Rowena Buchudinha.
Acordei cedo, apressada para ir logo ver como Sam estava. Fiz minha higiene matinal às pressas e fui direto para o quarto de Dean. Não bati, nem chamei, nem avisei minha entrada. Só escancarei a porta, o que rendeu uma pancada forte da porta na parede e sem querer acordei Dean, que estava todo torto em uma cadeira ao lado da cama.
- Rowena! - Exclamou me olhando com repreensão.
- Desculpa. - Murmurei, desviando meu olhar para cama e vendo Sam deitado na mesma.
Exatamente do mesmo jeito que estava mais cedo. Ele sussurrava palavras que não conseguia entender e se mexia como se estivesse tendo um pesadelo. Dei um pulo e me sentei na beirada da cama ao seu lado. Dei uma longa analisada em seu rosto, mesmo estando quase todo cheio de sangue seco, ainda era a visão do paraíso. E sorri despercebidamente.
- Ele está bem? - Perguntei estranhando seu estado de dormencia.
- Não sei, ele ficou a noite toda assim. - Respondeu Dean se despreguiçando na cadeira.
Doeu meu coração vê-lo daquele jeito, parecia está sofrendo. Segurei sua mão delicadamente, analisando a mesma e me lembrando do que Lúcifer fizera com elas. Preferi ignorar os pensamentos ruins e subi a mão até seu braço. Só então percebi que ela parara de se mexer e parecia mais calmo.
- Sam?!... - O chamei ferforosa.
- Não! - Repreendeu-me Dean. - Ele tem que descansar.
- Ele já descansou o suficiente! - Retruquei.
- Ta! - Revirou os olhos. - Você é muito teimosa!
- Obrigada. - Sorri presunçosa.
- Só não deixa ele fazer esforço okay?! Eu vou fazer o café. - Veio até mim e me deu um beijo motivacional na testa e se retirou.
- Rowena?! - Ouvi Sam murmurar e o olhei rápido.
- Sam?! Amor?! - Aproximei meu rosto para tentar ouvi-lo melhor.
- Você... - Falhou.
- Eu tô aqui amor! - Disse com a voz mais trêmula do que eu esperava.
- Você tava me... Me esperando? - Perguntou forçando a voz sair e a abrir os olhos.
- Tava Sam, eu tava aqui tão preoculpada e... E agora você tá aqui comigo. - Disse sorrindo.
- Senti saudade do seu sorriso. - Murmurou tentando devolver o sorriso.
- Eu também tava com saudade do seu sorriso, do seu rosto, do seu... - Hesitei olhando para sua mão.
- Não. - Murmurou ele notando meu olhar hesitante e fechando sua mão. - Me desculpa Rowena. - Sua voz tinha mais força, mas a culpa abarfou ela.
- Sam não foi sua culpa. - Hesitei mesmo assim, meus olhos se enxeram d'água.
- Eu tentei lutar contra ele, mas eu fui fraco. - Fechou os olhos deixando cair um pequena lágrima de seus olhos.
- Não amor, você foi forte! Você me salvou dele! - Como se fosse automático eu segurei sua mão.
Só percebi meu movimento quando ele apertou sua mão na minha e foi como se o chão caísse pra mim. Era tão bom sentir seu toque de novo, meu corpo arrepiou com o sentimento. Ergui sua mão e coloquei no meu rosto delicadamente. Ele observou meu movimento cuidadosamente e afagou minha bochecha com seus dedos. Senti a pontada na minha barriga de novo, dessa vez foi mais forte do o de costume, o que me fez dar um pulo. Sam recucou sua mão, arregalando os olhos preoculpados.
- Rowena, ta tudo bem? - Perguntou preoculpado, sua voz estava tão forte e viva, como se já estive carregado de novo.
- Estou... É só... - Fui interrompida com outra pontada. - Aii! - Meu corpo estremeceu.
- Rowena o que está acontecendo? - Se forçou a levantar, mas seu corpo negou o esforço e ele se encolheu de novo.
- Não faz esforço Sam! - Soltei minha barriga e sentei na beirada da cama de novo, empurrando Sam delicamente para se deitar.
Senti sua mão tocar minha perna e dessa vez mais duas pontadas, uma de cada lado da minha barriga. Estremeci quando percebi o que eram as pontadas e olhei curiosamente para minha barriga.
- Row, o que foi? - Perguntou olhando minha barriga também, totalmente desentendido.
- Ai meu deus! - Soltei um grito incrédula, uma lágrima caiu do meu olho e um sorriso tomou meu rosto.
- Rowena?! - Sam me chamou novamente extremamente preoculpado.
- Rowena ta tudo bem? - Dean veio correndo quando me ouviu gritar. Olhou para Sam acordado e perdido e para mim estranhamente animada. - Sammy? Rowena?
- Eu acho que... - Segurei a mão de Sam novamente e a levei para minha barriga.
- O que você ta... - Sam foi interrompido com mais duas pontadas o que o fez se assustar. - O que foi isso? - Perguntou sem desviar os olhos.
- Pera, os bebês estão... - Dean me olhava surpreso e abrindo um sorriso de animação.
- Eles estão mexendo! Os bebês estão mexendo! - Exclamei sorriso emocionada.
- Bebês? - Sam olhava como que perguntando "do que esses dois estão falando" e depois recuou sua mão novamente, seu rosto expressava desentendimento e raiva ao mesmo tempo.
- Tudo bem Sammy? - Dean estranhou sua atitude.
- Não... Jack disse que vocês... - Sam desviou os olhos raivosos para Dean. - Que vocês estavam juntos.
Não acredito que ele disse isso.
- O quê? Do que você... - Dean se intemrropeu com um pensamento. - Era disso que o garoto estava falando. Ele estava se desculpando porque mentiu para o Sam. - Dean me explicou.
- Você acreditou naquilo? - Perguntei o olhando incrédula e um pouco decepcionada.
- Jack disse... - Ele não conseguiu formular o resto da frase.
Eu não conseguia acreditar que Sam falava daquilo. Depois de tudo o que passamos, as palavras de amor eterno que dizemos um para o outro. Ele ainda acreditou em uma mentira obviamente falsa.
- Eu... - Hesitei, ainda decepcionada. - Nós não... - Senti mais uma lágrima escorrer meu rosto, dessa vez de tristeza. - Não posso fazer isso agora. - Corri para fora do quarto secando as lágrimas.
Dean tentou me impedir, mas eu ja estava longe. Corri para a biblioteca e tentei acalmar minha respiração ofegante. Segurei minha barriga novamente e os bebês chutaram em resposta. Que a coisa mais maravilhosa que eu já senti. Isso conseguiu atenuar minha excitação.