Depois que saí da casa da Lili, passei na fraternidade pra pegar umas coisas que eu tinha esquecido lá e que ia precisar para usar no treino de hoje, depois segui para o vestiário masculino da NYU. Como de costume, quase todos os jogadores já estavam lá se equipando. Passei retribuindo os cumprimentos dos outros jogadores e fui até meu armário.
— Tá sumido, Sprouse, dormiu com qual das gatas esse final de semana? -
– Charles perguntou com um sorriso presunçoso.
— Ahn... – Engasguei pra falar, eu realmente tinha só dormido com Lili Reinhart, mas na cabeça de Charles isso nunca poderia acontecer, se você dorme com alguém do sexo oposto tem que, com toda certeza, transar com essa pessoa. E na minha cabeça também funcionava assim, até Lili começar a fazer parte da história. — Na casa da Lili. – Confesso.
— Então quer dizer que você realmente pegou de jeito a loirinha? – Normalmente, esse é o tipo de conversa que sempre tenho com Charles, sendo que dessa vez a forma como ele se refere a Lili me dá repulsa.
— Não. – Digo firme e sério. — A gente está se conhecendo e eu só dormi lá, não fizemos nada.
— Depois o marica que levou chave de buceta sou eu. – Charles ri e eu dou um soco no seu ombro, de brincadeira.
— Não é nada disso, ela só é...diferente. – Ele arqueia as sobrancelhas e continua rindo.
— Não estou te reconhecendo, irmão.
— Nem eu... – digo baixo, mais para mim mesmo do que pra Charles e ele balança a cabeça negativamente dando uma risadinha.
— Quero todo mundo no campo em um minuto. – Treinador Butter chega no vestiário gritando. — Sprouse e Melton, deixem pra namorar na casa de vocês, aqui é treino, bora! – Ele continua gritando e eu faço uma careta, terminando de me equipar, antes que o treinador me pegue pelas orelhas.
•••
O segundo jogo da temporada, primeiro da semana, a adrenalina está tomando conta do meu corpo, as pontas dos meus dedos estão formigando e sinto a mão que dei o soco na parede doer. Puta que pariu.
Assim que entramos no campo para tomar nossas posições, a multidão na arquibancada, de quase todos os alunos, funcionários, professores e coordenadores da NYU, gritam animados e meu corpo entra em êxtase, essa sensação é boa pra caralho. Passo meus olhos pela multidão, estranhamente a procura de cabelos loiros e um par de olhos verdes, mas é quase impossível encontrar alguém no meio de tanta gente.
Me posiciono no meu lugar em campo e quando o tempo começa a contar, a bola entra em jogo e tudo passa rápido demais, corro pelo campo com uma velocidade que nem sabia que existia. Precisava dar tudo de mim, não conhecia esse time de Massachusetts, não sabia se eles eram realmente bons, então, não podia vacilar. Quando Charles arremessou a bola para mim, peguei com maestria, mas a dor da minha mão se tornou quase insuportável, segurei a bola o máximo que eu conseguia, até chegar na linha de fundo e fazer o ponto. Fiz uma careta, tentando me encher mais de adrenalina para esquecer a dor, ela não podia existir de jeito nenhum ou eu estava fodido. Outro arremesso, agora de Travis, e mais forte, tentei pegar mas a dor ficou realmente insuportável, então deixei a bola cair no chão. Todos do time me olharam sem entender, o arremesso de Travis tinha sido perfeito, exatamente na minha mão. Fiz uma careta para ele e balancei a cabeça negativamente, xingando todo tipo de palavrão que podia lembrar no momento. Treinador Butter veio em minha direção.
— QUE PORRA É ESSA, SPROUSE? – Gritou transtornado.
— Machuquei feio minha mão, não está dando. – Digo puto da vida.
— Como você me vem com a porra de uma mão machucada NO MEIO DE UMA TEMPORADA? Já basta o jogo importante com olheiros que você chegou atrasado, aí agora me vem com essa?
— Foi mal, treinador, não está dando.
— SOME DAQUI, VAI PRA MERDA DO BANCO PRA APRENDER A SE CUIDAR! Espero que no próximo jogo você já esteja melhor, Sprouse, ou eu vou te decapitar. – Ele aponta para o banco e vou caminhando duro até lá com muito ódio.
Então, meu corpo ferve mais ainda de raiva quando ele chama Jacob para me substituir. Não acredito que o filho da puta ainda vai ficar no meu lugar. Acabo passando os olhos novamente nas arquibancadas e vejo Lili me olhando preocupada, ela está aqui, ela realmente veio. Antes que eu possa falar qualquer coisa com ela, um paramédico chega me perguntando o que tinha acontecido, eu explico sobre a mão e ele dá uma olhada.
— Vamos colocar esse gelo para desinchar e depois eu vou imobilizar. – Quando faço uma cara de desespero, ele complementa. — Só até amanhã, tiramos um tempinho antes do jogo pra ver como está. – Balanço a cabeça assentindo a contra-gosto. Volto a assistir o jogo, enquanto coloco o gelo e eu nos deixei na vantagem, mas o time começa a desandar, Jacob é um verdadeiro bosta, mesmo pegando as bolas que mandam para ele, não consegue correr rápido o bastante pra chegar na linha de fundo. Então, quando dá o intervalo entre um jogo e outro, treinador Butter está tão furioso que parece que vai explodir, ele junta todo o time e começa a gritar, ainda bem que não estou lá tendo que escutar esses gritos.
O segundo tempo começa e eu estou frenético no banco, louco pra arrancar a bola da mão daqueles infelizes e levar pra porra da linha de fundo. Passo a mão pelos cabelos impaciente e puto da vida quando o tempo está quase acabando e vejo que o outro time está quase virando, mas por sorte, Charles consegue sair da formação inicial e fazer ponto, então o tempo acaba e nós ganhamos.
Me levanto comemorando e todo o time vem pra cima de mim, nós começamos a bater peito, fazer umas dancinhas estranhas, a torcida está animada e gritam nossos nomes, gritam pelo time, enquanto as líderes de torcida dançam. Olho para Lili na arquibancada e ela está vibrando, com um sorriso perfeito no rosto, junto com as amigas dela, toda a torcida se apaga e só vejo Lili. Ela sorri diretamente pra mim e mexe a boca dizendo "Você é o melhor" e aquilo é suficiente para eu querer tirar sua roupa ali mesmo e foder com ela.
— Pega, porra! – Kj grita, vindo me dar um abraço de irmão. — Filho da puta, achei que a gente não ganharia sem você.
— Eu sei que eu sou foda, mas vocês também dão pro gasto. – Digo em tom de brincadeira.
— Bora comemorar, caralho! – Charles chega dando um toque comigo e com Kj de comemoração. E nós vamos até o vestiário, onde todos os jogadores estão frenéticos, as risadas e conversas altas enchem o ambiente. Subo num banco e todos os olhares se viram na minha direção.
— FESTA NA FRATERNIDADE HOJE, CARALHO! – Grito levantando uma mão pra cima em sinal de comemoração e todos os jogadores também dão gritos graves com as mãos pra cima.
Encontro Lili do lado de fora do vestiário, ao lado de Camila que devia estar esperando Kj, fico surpreso por ela estar ali. Ela me olha sem jeito e dá um sorrisinho.
— Você é muito bom. – Lili diz envergonhada, encarando o chão. — O que aconteceu que você teve que sair no meio do jogo?
— Eu meio que soquei a parede ontem e machuquei a mão. – Ela me olha um pouco perplexa e murmura um "ah".
— Vai pra festa, Lili? – Kj pergunta abraçado com Camila.
— Não, vou ficar em casa mesmo.
— Por quê? – Franzo o cenho.
— Não estou muito a fim de ir pra festa e meu pai vai me visitar daqui a pouco, eu disse pra ele vir depois do jogo. – Dito isso, ela se despede e vai embora.
— Lili pode até ter ido, mas eu vou ficar de olho em você, Sprouse. – Camila diz fazendo um gesto com os dedos indo dos olhos dela para os meus, indicando exatamente o que ela disse, dou uma risadinha com seu jeito exagerado, mas balanço a cabeça afirmativamente concordando.
— Relaxa, Cami. – Digo arrastando as palavras, ela resmunga um "rum" e sai, Kj me olha rindo e eu os acompanho até o estacionamento. Subo na minha moto e vou até a fraternidade.
A música alta invade meus ouvidos assim que chego em frente ao casarão que eu moro com os outros jogadores, pessoas estão espalhadas por todo lugar que eu olho, nos muros, nos arbustos mijando ou até transando, no gramado enorme em frente a casa e quando entro na sala, o calor humano me aquece, o aglomerado de gente dançando e se esfregando pelo cômodo, alguns jogam ping-pongue de cerveja e vejo Charles sentado no sofá com uma morena rebolando no seu colo enquanto eles estão praticamente se comendo. Kj está no outro sofá com Camila conversando e trocando carícias de namorados, por um momento desejo que Lili estivesse aqui, mas abandono a ideia assim que sinto uma mão passando pelo meu corpo.
— Senti saudades. – Melissa sussurra no meu ouvido com o ar quente do seu hálito me atingindo. Dou um sorrisinho presunçoso me virando para ela. — Você sabe que eu não gosto de ficar muito tempo sem te ver, fico no maior tesão, Cole. – Ela diz passando os braços pelo meu pescoço. Olho na direção de Camila, mas ela está entretida com Kj.
— Estava ocupado por esses dias. – Digo casualmente, ela pega minhas mãos e coloca em volta da cintura dela, não tiro.
— Então você vai ter que me compensar. – Ela fala se aproximando bem do meu rosto, quase me deixo levar pela sedução, mas um instinto me faz virar o rosto e tiro minhas mãos da sua cintura, tirando também seus braços de volta do meu pescoço.
— Eu preciso falar com o Charles. – digo rapidamente saindo de perto dela, que fica imóvel e perplexa. — Charles! – Chamo me aproximando do sofá que ele ainda está com a morena. Ele rosna e olha para mim a contra-gosto.
— Não está vendo que eu estou ocupado, Sprouse? Vai ver se eu tô na esquina, porra. – Esbraveja, mas já estou acostumado com esse tratamento, a gente fala assim um com o outro desde sempre e nunca foi um problema.
— Foda-se, estava precisando da sua ajuda. – Digo me sentando do lado dele. Ele continua beijando a garota. — É uma merda não poder beber. Tem um cigarro aí? – Charles bufa me encarando novamente com a cara fechada.
— Pega essa merda. – Diz puto da vida me dando um cigarro, depois me ignora e volta a beijar.
— E um isqueiro, você tem? – Ele nem faz o esforço de se virar na minha direção de novo, só pega o isqueiro do bolso e me entrega, sem quebrar o beijo. Reviro o olhos e saio da casa pra fumar. Fazia tempo que eu não fumava, mas uma vez não faria mal.
— Sprouse! – Diz uma loira, acho que o nome dela é Rebeca, ou algo do tipo. Transamos no réveillon, porém de vez em quando a gente se esbarrava e sempre transava.
— Fala. – Respondo grosseiramente, me limitando a cumprimenta-la com um gesto de cabeça.
— Estava pensando da gente relembrar uns momentos bons que tivemos. – Disse passando a língua pelos lábios.
— Deixa eu só fumar meu cigarro lá fora que te procuro. – minto, eu não ia procurá-la, estava com tédio de todas aquelas garotas da festa, não tinha nada novo. Ela dá um sorrisinho, e tento não rir da sua cara esperançosa.
— Nos encontramos mais tarde. – Diz por fim, passando a mão pelo meu pau discretamente. Quando ela passa faço uma cara de nojo e sigo pro meu destino principal, gramado da fraternidade. Finalmente me sento na grama encostando numa pedra, mas quando estou prestes a acender o cigarro, meu celular toca.
— Mas que porra que eu não tenho um minuto de sossego. – Olho a tela do celular e é Lili, então retiro tudo que eu disse e atendo prontamente, surpreso por ela estar me ligando. — Lili?
— Cole...é... – Ela gagueja, respirando pesadamente, sua voz está um pouco embargada. Ela estava chorando? — Você pode vir me buscar aqui no alojamento? – Pergunta receosa, com a voz baixa. — Quer dizer, se não for muito incômodo, se for, pode deixar eu...
— Posso sim. – Interrompo. — Chego em 10 minutos. – Finalizo a ligação e guardo o cigarro e o isqueiro no bolso, me levantando e indo até minha moto.
Assim que chego próximo ao alojamento da Lili, ela está me esperando na entrada, abraçando os próprios braços e encarando o chão, distraída, mas quando me aproximo, ela escuta o barulho da moto e parece me notar, seus olhos por mais que estejam escondidos por trás da maquiagem, ainda dá pra notar que ela estava chorando. O que será que aconteceu? Estiro meu segundo capacete para ela, que sem dizer nada, só sobe na moto e eu volto para a fraternidade. O caminho inteiro ficamos em completo silêncio e ela continua calada quando eu desço da moto e a ajudo a descer, sendo que quando segue para a fraternidade, seguro seu braço, puxando-a para mim. Ela me olha assustada com a puxada repentina.
— Aconteceu alguma coisa? – Pergunto receoso, será que eu havia feito alguma outra merda que não sabia?
— Está tudo bem, Cole. – Diz com a voz baixa.
— E por que você estava chorando? – Franzo o cenho.
— Está realmente tudo bem, já passou. Podemos entrar agora? – Ela responde calmamente e eu solto seu braço, então adentramos a fraternidade. Lili já pega um copo vermelho e eu acompanho ela virar o líquido com vontade, mas puxo da sua mão antes que termine de beber.
— Vai devagar, está querendo ficar podre de bêbada? – Ela puxa o copo de volta da minha mão.
— Me lembre de não vomitar nos pés de ninguém. – E volta a virar todo líquido, quando termina faz uma careta, mas já pega outro copo. Acho estranho sua atitude, ela nunca foi de festas ou de beber demais e minha vontade é de fazê-la falar o que porra estava acontecendo. Vamos em direção a Camila que abre um sorriso assim que vê Lili.
— Amiga, você veio! – Ela grita indo abraçar Lili como se não tivesse com ela quase 24hrs por dia. Lili sussurra alguma coisa no ouvido de Camila que fecha a cara e responde alguma coisa que não dá pra escutar pela música alta.
— Sprouse, estão chamando a gente lá em cima. – Mike diz me cutucando e eu o encaro com cenho franzido.
— Quem?
— Uns outros jogadores, estão com umas meninas lá em cima e estavam nos chamando. Você sabe o que é. – Ele dá um sorriso malicioso.
— Eu não vou.
— Vai apelar, caralho? Virou marica agora? – Reviro os olhos.
— Não bebe tanto, volto já. – Sussurro no ouvido de Lili, nem ouço sua resposta e subo as escadas atrás de Mike.
Chegamos num dos quartos, o de Casey, e os jogadores e algumas meninas estão organizados em um círculo no chão.
— Estamos brincando de passa ou beija. – Charles anuncia com um sorriso. Eu sempre gostei dessa brincadeira e em todas as festas era o primeiro a entrar na roda, dessa vez não seria diferente, ou seria? Balanço a cabeça negativamente rindo e me sento na roda. Casey me passa um baseado comprido e eu trago profundamente, sentindo o efeito da maconha me deixar mais leve e entregando para uma das meninas. Sento entre duas morenas, uma de olhos escuros e a outra com os olhos bem azuis.
Jogamos umas três rodadas e eu me esforçava para não deixar o papel cair, por mais que o desejo das garotas sejam o contrário disso. Na quarta rodada, o papel cai, indicando que eu teria que beijar a morena de cabelos cacheados e olho azul, então me aproximo dela, entrelaçando minha mão pelos seus cabelos. Porém, a porta se abre abruptamente.
— Gente, vocês precisam ver isso. A mulher do Sprouse está dançando em cima da mesa quase tirando a roupa. – O quarto parece girar ao meu redor e levo alguns segundos pra raciocinar quem seria a "mulher do Sprouse".
Todo mundo se levantando correndo escada abaixo e eu vou junto, vendo no andar de cima, Lili em cima da mesa de sinuca, já tirando a blusa, mordendo os lábios provocativa, enquanto vários celular são apontados para ela e quase a festa inteira está ao redor rindo e gritando para que ela continuasse.
Sinto meu sangue ferver e fico cego de ódio, empurro a pequena multidão que se forma ao redor da sinuca puto da vida, Camila está no pé da mesa mandando Lili sair dali, mas ela apenas ignora e continua virando alguns copos e ameaçando tirar a roupa. Quando sua blusa vai ao chão, eu a pego pela pernas puxando para o canto da mesa e a tiro de lá, jogando seu corpo por cima do meu ombro.
— Me solta, Cole! – Lili grita enquanto se sacode.
— Fica quieta, porra! – Grito de volta, mas ela não fica, continua protestando e lutando pra sair de lá, mas está quase imóvel por causa da posição e seus socos nas minhas costas são quase nada comparado ao que já levei jogando futebol. Ao longo do caminho ouço vaias e piadinhas para mim.
— Poxa, cara, estragou a diversão da noite. – Um babacão fala e se eu não tivesse com Lili no colo o punho que estava bom seria usado para arrebentar a cara dele.
— Só porque eu queria ver a loirinha peladinha. – Outro cara disse e eu fuzilei ele com o olhar.
— Vai procurar a loira peladinha nos filmes pornô, seu filho da puta punheteiro. – Vociferei e ele levantou os braços em sinal de rendição.
— Vou pegar seu carro emprestado. – Avisei a Charles, que tinha um olhar de puro divertimento, ele nem teve tempo de contestar, peguei as chaves do carro da sua mão e saio da fraternidade, com Lili ainda gritando comigo nesse meio tempo.
Enfio ela dentro do carro e ela cruza os braços emburrada, quando tomo meu lugar no motorista e jogo a blusa dela em cima dela. Lili grita na minha direção:
— Eu estava me divertindo! Você não tem o direito de me tirar de lá assim. – Fala embolado, mas mesmo assim com raiva.
— Cala a boca, Reinhart, você ia se arrepender disso quando não estivesse mais bêbada pra caralho. – Digo grosseiramente e vejo de relance ela revirar os olhos mas fica quieta.
Quando chego no seu alojamento novamente, tiro Lili de dentro do carro, e ajudo ela a subir as escadas e chegar até em casa, pois a garota está cambaleando para todo lado, ela resmunga algumas coisas que não dá pra entender ao longo do caminho.
— Pronto, você está em casa, agora se vira. – Digo puto da vida e faço menção de sair, mas ela joga os braços em volta do meu pescoço. Seus olhos estão vermelhos e baixos e o sorriso bobo em seu rosto é muito incomum, mas mesmo assim ela continua linda pra caralho.
— Tem certeza que você quer ir embora, Sprouse? – Fala com o hálito de álcool invadindo meu rosto e passando a língua pelos dentes superior.
— Sim, você está bêbada e não sou filho da puta a esse ponto. – Digo virando o rosto quando ela avança tentando me beijar.
— Você quer tanto, eu sei que quer. – Ela diz enfiando o rosto no meu pescoço e depositando beijos molhados e desajeitados, meu corpo reage imediatamente e me condeno mentalmente por isso, não consigo evitar Lili Reinhart. Puxo ela para dentro do apartamento e vejo seu sorriso vitorioso, mas não vou fazer nada com ela, não desse jeito.
— Vem, vou te dar banho e te colocar na cama. – Digo puxando ela até o banheiro.
— Conta outra, você só quer me ver pelada. – Ela cantarola falando tudo embolado. Não é mentira, eu realmente gosto de vê-la pelada, sendo que não bêbada lixo.
Tiro sua roupa, deixando-a só de calcinha e sutiã e empurro ela pra debaixo de chuveiro, que tenta lutar contra, mas não consegue.
— Está muito frio, Cole. – Ela choraminga com a água fria caindo por cima dela.
— Lembre-se disso quando for virar não sei quantos copos de vodca outra vez. – Respondo ríspido e ela começa a chorar. Puta merda, agora tenho que aguentar choro de bêbado. Isso com certeza é uma vingança por eu ter vomitado bêbado nos tênis favoritos dela, sabia que o karma chegaria.
– Você não gosta de mim! – Ela grita em meio ao choro e eu reviro os olhos.
— Lógico que gosto. – Digo casualmente. Lili para de chorar imediatamente e morde os lábios, voltando a ter aquele olhar felino. Essas mudanças de humor repentinas estão me deixando bem assustado.
— E quer foder comigo? – Pergunta com um sorriso malicioso usando um linguajar que a Lili que eu conheço nunca usaria. Será que ela morreu e foi substituída enquanto eu jogava "passa ou beija"?
— Quero, quero pra caralho. – Seu sorriso aumenta.
— Fode comigo, Cole. – Tento ignorar os efeitos que aquelas palavras têm sobre mim.
— Quando você não estiver bêbada eu vou ter o maior prazer de fazer isso.
— Fode comigo agora, Cole. – Ela repete mandona.
— Que porra você bebeu, Reinhart? Nem estou te reconhecendo.
— Um pouco de coragem. – Lili dá uma risadinha. Desligo o chuveiro e começo a enxuga-la.
— Não sei o que vai ser pior amanhã pra você, a ressaca física ou moral. – Digo balançando a cabeça negativamente e rindo. Puxo ela de volta para o quarto e pego uma calcinha preta e um pijama de moletom no armário. Lili está tremendo por causa da água fria e dos cabelos molhados.
— Amanhã vai ser pior se não transar comigo agora. – Ela continua a dizer e a tentar me agarrar, mas eu desvio de todas as tentativas, me abaixando para vestir a calcinha nela e depois vestindo o pijama de moletom.
— Vem, deita logo. – Eu digo levando ela até a cama e Lili fica dando trabalho para deitar, mas eu acabo pegando-a no colo e jogando na cama, ela dá uma risada alta, achando tudo divertido demais. Deito ao seu lado e até que ela pegue no sono, fico tirando seus braços de cima de mim e empurrando-a quando tenta passar a perna por cima do meu corpo e montar em mim. — Vai dormir, Lili. – Puxo ela para perto e coloco sua cabeça apoiada no meu peito, passando os dedos pelo seu cabelo molhado, então, enfim, escuto a respiração dela pesar e suspiro profundamente. Se eu não reconheço essa Lili bêbada, eu também não me reconheço.