Um Romance Nos Anos 80

By HannaBradley

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A ousadia é só para quem pode.|| Bevelly Brige vive em uma pacata cidade, na qual a moral e os velhos costume... More

Um Romance Nos Anos 80
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Agradecimentos

Capítulo 34

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By HannaBradley

Quando acordei, pela manhã, estava sozinha no quarto. Jackson não estava. Não fazia a mínima ideia para onde teria ido, mas achei melhor nem procurá-lo. A noite de ontem foi ao mesmo tempo que inebriante também foi decepcionante. Afugentei esses pensamentos inúteis e me dirigi até o banheiro. Abri a minha mochila e procurei pela minha escova de dente, que se encontrava em um pequeno bolso. Lavei o rosto após ter escovados os dentes e então, me vesti. As roupas que Griselda escolheram só me lembrava mais uma vez da vontade quase louca que eu tinha de matá-la. Uma saia jeans, curta ainda por cima e uma blusa branca com listras vermelhas, cuja as mangas tinham um detalhe de caimento pelo ombro. A blusa era justa, extremamente justa.

De volta ao quarto, fiquei parada de frente para o espelho grande, o qual podia me ver de corpo inteiro. A roupa até que valorizava bem, isso tinha que admitir. Meu olhar caiu sobre a minha cama e assim, a minha cabeça se perdeu na memória de ontem. Gostei de ter sido tocada daquela maneira por Jackson, gostei da forma calorosa que me beijou, do seu corpo exigindo o meu e caramba... se não tivesse um pouco nervosa com aquela aproximação, teria gostado que ele tocasse em cada lugar que cogitou tocar. Esquivei o olhar e suspirei. Não podia desejar aquilo, não podia desejar Jackson Miller. Não dessa maneira. Meu corpo estava arrepiado só de lembrar.

JACKSON

Pela manhã, quando acordei, lutei a todo instante para não me virar, mas os meus instintos foram mais agressivos. Então, me virei. Lá estava ela, dormindo tranquilamente. Geralmente as pessoas não costumam ficar tão belas enquanto dormem, mas Bevelly fazia tudo com perfeição, até dormir parecendo uma princesa. Só consegui pensar na noite de ontem, embora eu quisesse mostrá-la como era com as outras, acabei me entregando, acabei desejando-a ainda mais. Ela não se acanhou, talvez se surpreendeu um pouco no início, mas não demorou para que se entregasse e fizesse aquilo acontecer. Seu corpo dava sinais tão claros de que se excitava com o meu toque e isso me deixava louco. Bevelly me deixava louco. Esse sentimento que nutria por ela, estava começando a me assustar e me deixar apavorado.

Embora tentasse disfarçar, ainda estava excitado por ontem e cada parte do meu corpo desejava se encontrar com a pele macia e quente dela. Me levantei rapidamente e fui para o banheiro, onde fiz uma coisa que não fazia há muito tempo, desde que era bem mais novo: usar as mãos para ter prazer. Mas era necessário, naquele momento era urgente. A minha cabeça fantasiava Bevelly de mil maneiras enquanto me tocava, bastava fechar os olhos. Depois de terminar a minha festinha, lavei as mãos e me troquei, vestindo uma calça jeans e uma blusa cinza com listras azuis. Pensei que pudéssemos descer e tomar um café, mas se queríamos aproveitar ao menos um pouco do domingo, teríamos que ir mais cedo. Ontem, quando voltei a recepção para ligar para os meus pais, a recepcionista disse que eles serviam um delicioso café da manhã, então decidi pegar um pouco para a viagem e assim, chegaríamos mais rápido.

Com o nosso café da manhã dentro de um saquinho de papel e as bebidas em um suporte de papel também, abri a porta do quarto. Fiquei paralisado no mesmo instante. Aquilo só poderia ser uma miragem. Bevelly estava com uma roupa completamente... nossa! Só podia estar querendo me provocar. Com o cabelo solto, usava uma blusinha que valoriza tanto os seus seios que eram ainda maiores do que as suas roupas normalmente deixavam visíveis e aquela saia curta, minha nossa, deixavam as suas pernas em evidência... Bevelly estava perfeita.

— Bom dia... — senti uma certa indiferença na sua fala. Talvez fosse coisa da minha cabeça, mas conhecia a ruiva o suficiente para saber quando tem algo de errado.

— Bom dia... — fechei a porta e coloquei o nosso lanche em cima do criado mudo que ficava ao lado da cama em que havia dormido. — Trouxe o café da manhã. Achei melhor que comêssemos no caminho, tudo bem para você?

— Tudo. — concordou e em seguida, colocou a mochila nas costas. — Vamos?

— Vamos.

O dia estava com um sol bem radiante logo cedo. A estrada estava bem tranquila, o que era bom, assim não iria demorar para chegar até Massburgys. Havia comido um pouco dos brownies e tomado um pouco do café, estava satisfeito, assim como Bevelly que havia comido bastante. Já fazia um bom tempo que havíamos pegado a estrada. Não dissemos uma palavra sobre o que aconteceu ontem à noite e sinceramente, não sabia como chegar nesse assunto. Com qualquer garota eu saberia tocar em qualquer assunto, mas tudo se complicava quando se tratava de Bevelly.

A ruiva observava a paisagem pela janela do carro. O vento bagunçava o seu cabelo, deixando-o em uma perfeita desordem. Mas nada disso importava, ela continua linda. Seus dedos brincavam entre si, talvez fosse uma maneira de canalizar todo aquele silêncio, não sei. O destino é mesmo uma droga. Passei tantos anos enxergando Bevelly como uma garota militante, certinha (extremista) e mandona (o que não deixa de ser um pouco verdade), mas nunca havia notado em como era bela, em como era inteligente e misteriosa. Na minha cabeça, ela era a pessoa ideal para estar em um convento, para ser casta, ou seja lá o que uma pessoa intocada fosse, mas a verdade é que ela não é nada disso. Ela é quente, ousada, provocante e até sedutora (mesmo que não perceba).

Meus olhos, obedecendo aos meus instintos traidores, olharam para o seu corpo. As pernas dela eram de tamanho proporcional, definida e um lugar onde gostaria de estar com as minhas mãos. Ao voltar o meu olhar para o seu rosto, me esquivei quando notei que a mesma me pegara no flagra. Isso estava começando a sair do meu controle. Se fosse apenas uma atração sexual, seria mais fácil, mas não é só isso. Não sei o que é, mas sinto algo muito complexo por Bevelly e é exatamente isso que me faz querer o bem dela e sei que estou longe de ser isso. Olhei de relance e vi que ela deu um sorrisinho nada decente no canto dos lábios... Ah, sim. Os lábios. Aqueles deliciosos lábios, os quais devorei ontem à noite e gostaria de provar de novo. Tinha que me concentrar na estrada e esquecer dela, mas isso era praticamente impossível. Meu corpo voltou a ficar aceso, péssimo sinal de conduta.

Depois de algum tempo na estrada, parei para abastecer em um posto qualquer. Desci no carro e fui até a bomba. Meu pai me ensinara como abastecer o carro quando tinha oito anos de idade em uma viagem que fizemos juntos. Então, sabia fazer isso com muita facilidade. A ruiva esperava tranquilamente no carro e embora quisesse evitar falar com ela, tinha que perguntar se queria alguma coisa. Após ter abastecido, caminhei até o lado do carro onde Bevelly estava.

— Hã... Estou indo pagar, quer alguma coisa? — tentei fazer com que a minha voz não falhasse. Estava sendo um idiota. Nunca gaguejei para falar com uma garota e agora parece que simplesmente as palavras sumiram.

— Não, estou bem. — deu um sorriso educado e ensaiado que todas as garotas parecem nascer com ele.

— Certeza? — quis me certificar. Bevelly era recatada demais e provavelmente não pediria nada, mesmo que quisesse.

— Tenho sim. — voltou a sorrir da mesma maneira.


Paguei pela gasolina e prossegui viagem. O silêncio parecia ter sido um muro criado entre mim e Bevelly. O usamos com muita frequência durante toda a viagem. Normalmente, creio que teríamos feito várias piadas, ela não teria descido sozinha para a casa da dona Filomena e encarado aquele imbecil ambulante sozinha, iríamos rir da recepcionista ter pensado que éramos um casal e da cara engraçada de Bevelly ao pedir duas camas ao invés de uma. Essa viagem poderia ter sido de dois bons amigos, mas a minha amiga ruiva não facilitou o processo. Ela tinha que mexer com a minha cabeça desse jeito, tinha que ser linda, engraçada e divertida... Tudo nela é apaixonável.

Ficamos mais do que horas calados e seguindo viagem nesse ritmo. Quando olhei para o relógio de pulso que eu normalmente deixava no carro só para ficar informado das horas, vi que já se passava das treze horas. Estava procurando algum restaurante para que pudéssemos parar.

— Sabe, eu não concordo com você... — a ruiva simplesmente quebrou o silêncio todo armado que estávamos, com essa frase que soava um pouco indignada e contrariada com alguma atitude minha. Porém, acho que ela desistiu de falar.

— Não pode começar uma frase e não terminá-la. — a repreendi. Algo dentro de mim, queria mais do que tudo saber o que ela tinha a dizer.

— Deixa... — deu de ombros e continuou fitando a paisagem que se podia ver enquanto o carro caminhava.

Eu poderia ter deixado o assunto morrer ali, mas não. Um sentimento que não conseguia identificar, simplesmente explodia dentro de mim, querendo a todo custo saber como terminaria aquela frase.

— Fale. — insisti, talvez com uma euforia contida, mas que se continuasse curiosa, explodiria. — Você não começa uma coisa que não pode terminar, tá legal?

— Você acha que eu iria querer um cara que fosse como? — perguntou de forma bem direta e ainda me encarou. Essa pergunta me pegou de surpresa, não estava preparado para uma coisa assim.

— Não sei. Para começar que quisesse um relacionamento sério, não é? — fiz uma boa observação. Esperava isso.

— Eu não sei. Mas sei que não iria querer um cara que fosse uma água rasa. Gosto de caras que tenham pegada, que sabem o que querem e sobre ontem... — sua incapacidade de terminar frases voltou de repente.

— Fale. — voltei a pedir, queria realmente saber.

— Eu... Bom, você... não fez nada que eu não quisesse. — concluiu com certa dificuldade, que eu considerava entendível. Essa conclusão já bastou para me deixar louco. Ela gostava de ser tocada por mim, ela gostava... Ah, céus!

— Você gostou... Gostaria que tivesse...? — não consegui formular a pergunta, meu coração estava saltitante e o meu corpo estava completamente desregulado de... vontade.

— Jackson, eu nunca tive nenhuma aproximação assim com nenhum garoto, nenhuma. — começou a explicar — Por isso recuei um pouco, mas... — ela mordeu o canto dos lábios, talvez se perguntando se existia uma forma de se expressar melhor. — Eu queria, eu...

— Você está com vontade agora? — minhas mãos apertaram o volante só de imaginar a resposta que me daria. O meu jeans estava começando a ficar apertado. Droga. Quando era mais novo e usava as mãos para ter um alívio, costumava funcionar por um tempo maior. — Diga... — insisti perante a sua hesitação.

— Sim... — suas mãos brincavam uma com a outra, transparecendo o seu nervosismo. Ah... ela queria... Droga... A minha cabeça consegue pensar em tantas perversões agora que me sinto como se tivesse em um filme pornô.

Eu queria tocá-la, como queria. A torturaria com toques pretensiosos e pecaminosos. Provaria o seu sabor e me deliciaria com os sons de prazer. Isso era demais até para mim... Nunca pensei com tanta intensidade em satisfazer uma mulher como penso com ela.

Não dava mais. A minha salvação foi quando paramos em um restaurante que avistei do outro lado da estrada. Talvez o almoço tirasse aquela tensão sexual. Por mais que a quisesse, não poderia me render a minha vontade. Nossa amizade estaria destruída para sempre.

— Espero que esteja com fome. — comentei em um tom descontraído. Se não podia ter ela do jeito que a minha mente indecente propunha, salvaria a nossa amizade ou pelo menos tentaria.

— Estou. — disse ao deixar o carro. O tranquei e seguimos os dois para dentro do restaurante. Talvez estar em um lugar com várias pessoas faça com que fique mais relaxado e menos tenso. Meu corpo parecia estar até um pouco bambo.

Bevelly escolheu uma mesa perto da janela. Igual da outra vez. Era bom, era arejado. O restaurante se chamava Jingle's. O lugar era bem agradável e a julgar pela comida que vi no prato de alguns, parece ótima. A ruiva analisava o cardápio com bastante atenção. Será que ela não percebe o quanto fica sexy assim? Não. Tenho que parar com isso. Tenho.

— Já sabe o que vai pedir? — perguntou depois de fechar o cardápio e colocá-lo sobre a mesa. O meu ainda nem tinha sido aberto.

— Hã... Não. Eu estava distraído. — dei um sorriso sem graça a abri o tal cardápio. — O que você escolheu?

— O mesmo de ontem. Porção de fritas, só que dessa vez acompanhadas de frango. — apoiou o rosto em uma das mãos.

— Bom, vou pedir o mesmo. — também coloquei o cardápio sobre a mesa. Tinha que concordar que a ruiva além de possuir uma beleza indescritível, também possuía um ótimo gosto para comida.

O atendente era um garoto bem jovem, parecia ter a nossa idade. Ele anotou os pedidos e recolheu os cardápios, apesar de parecer o típico garoto doce, percebi que admirou bastante a Bevelly. Isso me incomodou. Incomodou bastante.

— Os pedidos não demorarão a ficar prontos. — nos informou, bem sorridente.

— Não se preocupe. — Bevelly sorriu para ele, era um sorriso decente e sem nenhuma maldade, mas não gostei disso.

— Vão querer mais alguma coisa? — ele perguntou a nós dois, mas o seu olhar estava em Bevelly. Não era nada malicioso, mas estava olhando e parecia estar encantado com ela. Quem esse garoto pensa que é?

— Estamos bem. — garantiu Bevelly, voltando a sorrir como antes, de uma forma bem meiga, mas cativante.

O atendente assentiu e nos deixou sozinhos. Não gostei dele. Doce demais e irritante. Mas Bevelly parecia ter se simpatizado com ele, o que conseguia me deixar nervoso. Sei como é estar com ela e sei os efeitos que ela é capaz de causar. Não consigo imaginar outro cara experimentando o encanto que é Bevelly Brige. Experimentando os lábios dela, sentindo o seu perfume doce e ainda mais a fazendo sorrir. Eu era bom nisso e nenhum outro cara tinha que ser.

— Gostou dele? — minha língua não se manteve presa. Acabei falando o que minha cabeça bloqueava.

— Parece ser um garoto adorável. O achei bem simpático. — sua meiguice estava presente, o que não sei se encaro como um bom sinal ou não.

— Ele parece ter gostado bastante de você. — tentei não demonstrar a minha inquietação, mas não conseguia. Minha cabeça parecia errar os comandos.

— Você acha? — sua testa se franziu e ela deu um sorriso desacreditado. — Não tenho tanta certeza disso.

— Sou homem, sei bem como observar uma mulher sem ser tão direto. — expliquei á ela. Bevelly não tinha certas maldade, apenas notava algo que estivesse escancarado.

— Então você quase não usa essa tática, não é? — zombou. Ela sabia como ser implicante e sarcástica. Essa era uma das partes que mais gostava dela, por mais louco que seja.

— Você deveria tentar. Também não disfarça nada bem. — provoquei com pretensiosidade. Ela sabia bem do que estava falando. Bevelly me olhava e as vezes não disfarçava tão bem. Suas bochechas coraram, mas ela não deixaria ninguém ter a última palavra que não fosse ela.

— Você também não. Na verdade — fez uma cara pensante — , você não é tão viril como as garotas costumam dizer. — mordeu o canto dos lábios.

O quê?

— Como é? — indaguei, ofendido. — Explique-se.

— Isso mesmo que ouviu. Você me atiça com perguntas dentro do carro, com olhares indiscretos e depois... Nada. — provocou. Tinha que admitir que a tática dela era ótima. Estava começando a entender aonde queria chegar com isso. Não contive em sorrir com maldade. Era fascinante vê-la se arriscando na arte de sedução.

— Ah, é? — umedeci os lábios, tentando não escancarar o meu sarcasmo. A ruiva era ainda mais interessante do que poderia imaginar. — As coisas que gostaria de fazer com você são ousadas demais, se não aguentou seguir com o que estávamos fazendo ontem, não aguentaria as outras perversões que tenho em mente.

Bevelly me olhou de uma maneira bem intensa. Ela sorriu de lado. Sorriu.de.lado. Ah, essa garota ainda vai me levar a loucura! A maneira como fez isso foi quase como um desafio. A ruiva estava brincando com o fogo e o pior de tudo: sabia disso.

O nosso almoço chegou. Não falamos mais sobre nada. Na verdade, apesar de ter certeza de que Bevelly era recatada demais para tentar uma brincadeira mais ousada, já era o suficiente para perder as estribeiras. Manter as rédeas com ela não seria tão fácil assim.

O almoço não foi demorado, muito pelo contrário, foi mais rápido do que o de ontem. Paguei a conta e começamos a caminhar até a saída do restaurante, o dia estava começando a ficar nublado. O sol havia ido embora. Bevelly seguia andando na frente. Aquela saia ficava ótima nela. O estacionamento não estava tão cheio, uma quantidade normal, eu diria. Tentava não colocar a minha atenção na ruiva, pensando em qualquer coisa que me viesse na cabeça, mas não era fácil. Sei bem como as próximas horas iriam prosseguir. Vou estar dirigindo e sendo torturado pela vontade maluca de tocá-la.

Ao nos aproximarmos do carro, ouvi a ruiva praguejar. O que teria acontecido?

— O que houve? — fiquei parado ao lado dela.

— Esqueci a minha mochila no restaurante. — bufou. — Vou voltar para pegar.

— Vai lá. Eu te espero no carro. — caminhei até a porta do motorista.

— Tá legal. — deu as costas e retornava ao restaurante.

Fiquei sentado no banco, olhando para o lado que logo seria preenchido por ela. Por aquela beleza rara e inebriante. Não podia simplesmente ficar sendo torturado, não podia. Saí do carro e fiquei esperando por ela do lado de fora. Não demorou muito para que a avistasse. Seus passos se tornaram mais ágeis e logo ela chegou até o carro.

— O garoto que nos atendeu havia guardado ela para mim. — contou, sorrindo pela atitude.

— É claro que guardou. — me segurei para não revirar os olhos. Aquele garoto tinha ficado a fim dela e Bevelly nem se dava conta.

Pela minha sorte, ela não percebeu a minha insatisfação. Abriu a porta do passageiro e colocou a mochila no chão, quando estava prestes a entrar, eu a impedi, fechando a porta com a minha mão.

— O que foi? — seus olhos me fitavam e o seu rosto mostrava que estranhava a minha atitude.

— Sente-se no banco de trás. — pedi. Tentei expressar seriedade e parece que estava dando certo.

— Mas por quê? O que houve? — se afastou um pouco, ainda com a testa franzida e as sobrancelhas juntas.

— Apenas sente-se no banco de trás. — repeti. Precisava que ela obedecesse, precisava que cedesse.

Ainda relutante, caminhou até a porta de trás e entrou conforme havia pedido. Corri o olho por toda parte, me certificando de que não tinha ninguém por perto. Também caminhei até a porta de trás e a abri. O que iria fazer provavelmente destruiria qualquer chance de voltar a ter a antiga amizade que tinha com Bevelly, estava mais que ciente disso. Se antes sua expressão era de incompreensão, agora se mostrava confusa.

— Jacks... — antes que dissesse alguma palavra por completo, a beijei. A ruiva se surpreendeu, mas não se afastou. Apenas me beijou de volta. Suas mãos delicadas e tiranas tocavam o meu rosto. Fiz com que se deitasse e como havia feito na noite anterior, me encaixei entre as suas pernas. Seus lábios eram viciantes e eloquentes. Sua língua se movia perfeitamente com a minha. Eu a desejava. A desejava de todas as formas impuras que se podia imaginar. Era a primeira vez que me sentia assim, que apesar de toda a atração física, o foco principal não era apenas... sexo. Era muito mais do que isso. Não sabia explicar, mas apenas queria senti-la, queria vê-la, tocá-la, chegar ao seu íntimo. Nunca mexi com nenhum tipo de droga, mas acredito que o vício e a abstinência constante deva se parecer com o que estava sentindo naquele carro, enquanto a olhava, enquanto a ouvia dizer que estava com vontade de... Ela se sentia atraída por mim e isso já me deixava louco, mas não era o suficiente. Não queria apenas atração, por mais estranho que possa ser. Seu corpo quente exigia por um passo à mais e eu gostaria muito de dar. Afastei a minha boca da dela e ainda com a respiração ofegante, passei a minha mão levemente por debaixo de sua saia e segurei na barra fina de tecido e a desci, bem devagar, sempre lhe dando oportunidade de pedir que parasse, mas ela não fez. Abandonei o tecido quando ele chegou ao meio da coxa. Agora, a única coisa que me impedia de vê-la por completo era a saia, mas não poderia ir tão rápido. Voltei a deslizar a minha mão pela parte inferior de sua coxa e estava cada vez mais próximo de senti-la, mas antes, olhei para ela, pedindo sua permissão e então, Bevelly consentiu e eu a toquei. Senti o seu corpo ficar um pouco tenso, mas a ruiva parecia estar gostando. Então, voltei a ficar por cima dela e a beijar a sua boca, sem deixar de explorar a sua feminilidade. Meus dedos passaram por sua abertura e tocaram o seu íntimo. Ela estava molhada e quente. A acariciei e a excitei mais um pouco. Meus lábios desceram até o seu pescoço e nesse mesmo instante, os movimentos lentos que arrancavam alguns gemidos daquela linda boquinha, ficaram mais rápidos e mais estratégicos. As mãos dela se agarraram em meus ombros e seus gemidos ficaram mais constantes. A faria mergulhar no puro êxtase, lhe daria prazer ou pelo menos uma pequena amostra dele.

Seu quadril ficava inquieto, empolgado e exigente. Suas mãos apertavam os meus ombros com força e seu corpo não conseguia manter nenhuma postura naquele momento.

— Jackson... — gemeu o meu nome baixinho e com os olhos fechados. — Jackson...

— Você gosta? — a olhei e a provoquei. Ver as suas expressões de prazer me enlouqueciam. Me deixava ainda mais aceso. — Diz para mim...

— Gosto. — se deliciava com o meu toque e mordia o lábio inferior ao fazer isso.

O meu jeans ficou apertado. Ainda mais do que pensei que pudesse ficar. Na verdade, gostava de estar com a minha mão dentro dela, de ser o primeiro a lhe dar essa experiência. Fiz com que ela chegasse ao seu máximo, que suas pernas fraquejassem e que o seu último gemido fosse ainda o mais alto de todos. Seu semblante, completamente relaxado e extasiado, a deixava ainda mais sensual e a minha cabeça ficava bem-pensante em inúmeras coisas que poderia fazer essa expressão ficar ainda mais extasiada, porém, me contive.

— Isso foi... — Bevelly se encontrava com dificuldades para falar devido a ofegaria. — Incrível.

— É só uma pequena amostra da minha virilidade. — sorri para ela, que entendeu bem a referência da nossa conversa dentro do restaurante. Ela riu do meu comentário. Voltei a beijá-la mais um pouco. Não tinha vício melhor do que esse.

Não faltava muito para chegar a Massburgys. Dirigia tranquilo e o silêncio entre nós dois era confortável. Olhei para o lado e vi como estava pensativa. Ela ficava linda assim. O único problema entres nós era que não existia a possibilidade de uma amizade como a que tínhamos, não depois disso. Eu ainda era Jackson, o garoto descompromissado e ela ainda era Bevelly, a garota moralmente correta e certinha. Nada tinha mudado. Exceto que provamos de um sentimento desconhecido, mas irresistível. Não estava pronto para me afastar, não queria que ela se afastasse, mas ainda não era o cara certo.

Comecei a ter dúvidas se ela iria querer continuar com isso. Quer dizer, será que vai topar manter esse lance em segredo? Não sei e também não sei como perguntar. Também não sei se não se arrependeu. Tomara que não, porque eu não me arrependo nem por um minuto.

Enquanto mantinha na estrada que estava com dois carros apenas em minha visão a tranquilidade, ousei em colocar a mão em sua perna, mais precisamente na sua coxa. A ruiva gostou, pelo menos foi o que o seu sorrisinho malicioso me revelou.

Não demorou muito para que já estivéssemos de volta a Massburgys. A cidade pacata e ativamente curiosa. Para ser sincero, preferia continuar na estrada, dirigindo e olhando para a garota mais encantadora de todas. A cidade se encontrava na sua ligeira rotina de domingo, a praça com algumas pessoas e crianças brincando. Nada de novo.

A casa de Bevelly era a próxima parada e eu não queria ir tão rápido. Queria ir devagar, mas mesmo assim, Massburgys parecia mais com um vilarejo do que uma cidade, as casas estavam mais próximas das outras do que parecia. Embora a de Bevelly ainda fosse uma das mais afastadas. Estacionei o carro em frente a sua casa, que por sorte, não havia ninguém do lado de fora. Nós dois nos olhamos e sabíamos que havia muitas perguntas e incertezas.

— Bevelly... — comecei. Talvez fosse melhor se falássemos disso agora. Talvez com os sentimentos ainda tão desajustados ela não se esquecesse ou apelasse pelo lado moral da consciência. — Você sabe como sou, eu sei como você é. Na nossa personalidade, nada mudou. O que nós... criamos nessa viagem, essas lembranças, essa proximidade... Eu não quero perder, mas também não quero que faça algo que não quer. Você quer seguir com isso?

Bevelly me ouviu atentamente e seu olhar que se encontrava tão fixamente em mim, se abaixou. Fiquei com medo de que fosse um sinal negativo, um sinal de que não fosse mais querer que isso se repetisse. Meu coração falhou por alguns instantes.

— Jackson... — hesitou um pouco em falar, talvez procurando as palavras certas. — Eu não sei o que quero. — me olhou enfim. Fiquei com medo de que ela terminasse aquela frase de uma maneira bem precipitada. — Entretanto... não quero perder isso. — seus lábios foram ousados e astutos, invadindo os meus, saciando a sua vontade de beijá-los. Ela tinha aprendido a fazer isso muito bem. A maneira como suas mãos tocavam o meu rosto e seguia até a minha nuca. A maneira como se entregava era delirante. Qualquer um podia nos ver dentro do carro, mas ela nem ligou para isso. Porém, se afastou e abriu a porta do carro, mas antes de sair, me olhou. — Tchau.

— Tchau. — sorri, feito um bobo apaixonado. Mas ela me deixava assim.

A observei andar até a varanda e em pouco tempo, entrar para dentro de casa. Me sentia bem, contente e com um frio na barriga que nunca havia sentido. Meu corpo se arrepiava dos pés a cabeça só de pensar nela. Foi o melhor final de semana da minha vida.

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