// - - // - - // - - // - - //
Não havia o menor cabimento, era o que ele pensava.... Era o que ele queria acreditar na verdade, mas na realidade, a situação era totalmente diferente.
Passou a maldita noite acordando, nervoso por não conseguir se desligar do perfume daquela porcaria de lenço.
Porque o devolveu para Shivani? Tinha que ter queimado, sumido com aquela porcaria para que nunca mais um dia se quer, pensasse... no seu perfume tão marcante, tão delicioso...!
Mas ele já sabia que a culpa não era do lenço, mas sim da própria Shivani!
Ela deveria ter usado um sabão novo sei lá, não conhecia os produtos de limpeza comprados pelo departamento de compras.
Só que tinha um detalhezinho nessa conclusão : se a esquisitinha lá usou mesmo um sabão novo para lavar o lenço, porque então DIABOS havia pensando logo nela não de um jeito normal, do jeito que costumava pensar, mas como se... algo na sua cabeça lhe dissesse através de recordações soltas, que aquele perfume tão maravilhoso e que fazia de fato seu coração bater forte... pertencia - a - Shivani!
Hahahahahhahahahahahahahhaah
A lunática destrambelhada, sério?
Não.
Só poderia estar louco.
Era uma loucura.
Quando que ela um dia na vidinha dela iria fazê-lo ficar assim, com o coração acelerado igual a um cara doido.
Ou até mesmo... Daquelas pessoas que se apaixonavam por esse tipo de detalhe besta como: o perfume... os olhos... a maneira que ela o olhava...
Tão intenso...
Tão triste...
Quando chegou na empresa com Ylonta.
Quando ela cortou a mão na sua sala...
Quando... Lhe falava palavras rudes... Ou até mesmo não a tratava do jeito que devia.
Seus olhos lhe transmitiam tantas coisas, mas ao mesmo tempo, um vazio triste e solitário. Era bonito... Realmente bonito.
OK. Não somente os olhos dela eram bonitos... O cabelo também.
Ele havia notado sim e por falar nisso, lembrava-se de tê-la visto trabalhando de cabelos soltos por todos esses dias!!!!
Merda!!! Era por isso que no chão da empresa havia um monte de cabelo mais do que o costume.
Era sério... ? Francamente, será que teria que lhe ensinar tudo???
Pois muito bem, no dia seguinte iria fazer uma lista das coisas que tinha que mudar, começando por prender o seu cabelo!!!
Onde já se viu, trabalhar na limpeza com aqueles cabelos lisos e soltos... Que deveriam talvez cheirar ao perfume do lenço...
Se cheirassem assim... Seria até bom para ELA, porque pelo menos isso a salvaria de ser uma completa esquisita!
F*da-se.
O lance é que tinha que descobrir de qualquer forma, da onde era a origem daquele cheiro tão delicioso! Se fosse de um sabão, iria mandar Shivani lavar a empresa inteira com aquele cheiro tão bom!
Ih caramba, pera um pouco.
Não poderia simplesmente chegar nela e perguntar da onde era o perfume. Vai que ela viesse com um papinho torto dizendo: Aaah senhor May é o meu perfume! Gostou?
ATA. Imagina. Perfume de farmácia só podia ser.
Ok, ok. Isso não era problema. Ele já tinha armado um plano infalível para averiguar o mistério sozinho.
Tratou de chegar um pouco mais cedo na empresa para ir checar no armário da limpeza os produtos químicos.
Foi isso que fez, como A GRANDE besta quadrada e orgulhosa que era.
Espreitou-se indo pelos corredores feito um gato que buscava alimento num dos becos de Paris, até chegar finalmente ao quartinho da empregada.
Deu um sorriso triunfante quando abriu a porta de ferro indo direto cheirar os desinfetantes, os sprays que haviam ali.
- Que p*rra fedida! É essa merda que ela tacou em mim naquela hora... Droga! - runhiu sozinho abaixado perante aos galões com os produtos.
Já estava começando a se irritar, de verdade. Nada daquilo chegava perto do cheiro que havia em seu lenço, era um bando de coisa fedida que não fazia sentido!
Levantou-se bravo pela sua condição, até olhar para o lado e ver o macacão cinza pendurado num gancho.
Por um momento, mirou a peça de roupa com uma expressão séria, tendo que rir depois por não acreditar no que iria fazer.
Bom, já que se encontrava por ali, o jeito era cheirar aquela roupa que com certeza estaria fedendo!
- Eu não acredito que tô fazendo isso... - sussurrou rindo baixinho ao se aproximar do macacão.
Porém, sua expressão logo mudou quando seu oufato foi invadido pelo cheiro que tanto procurava, e com um movimento involuntário, abraçou a peça de roupa franzindo a testa ao esfregar o nariz na gola.
Era como se estivesse abraçando uma pessoa, sentindo aquela mesma pessoa em seus braços...
Tao delicioso, tão apaixonado... nunca havia sentido algo parecido que o fazia ter orgasmos só pela sensação do perfume invadir seu ser...
Em imaginar a pele quente de uma mulher, contendo aquela fragrância... Na qual pudesse beijar, se deliciar... Fazer amor... Um amor gostoso, rápido, e suado.
- Aahh p*rra... Eu tô... louco por esse perfume....!!
De olhos fechados, ele continuava acariciando o uniforme no corpo sem se lembrar que estava no armário da limpeza e que a qualquer momento, a responsável do departamento poderia chegar.
Tipo, a qualquer momento.
Tipo, agora.
// -- // -- // -- // -- //