Never thought that something
Something so tragic could ever happen to
Our peaceful little perfect family
Nunca pensei que algo
Algo tão trágico poderia acontecer com
A nossa pequena família perfeita e pacífica
- Bombs On Monday - Melanie Martinez
Ao chegar na escola já passam das duas da tarde, eu enrolei um pouco para me arrumar e só de pirraça decidi usar meu cabelo ao natural o que demora ainda mais para eu arrumar, e é claro que meu primo ficou puto, minha tia porem adorou que eu tirasse a chapinha do cabelo - ela gosta de tudo ao natural, menos quando é o dela!
Aparentemente eu já poderia ter começado hoje na escola - colégio sei lá - só precisavam de alguns poucos documentos para eu estar devidamente matriculada. Quem mandou ter uma tia com amigos em todo lugar, faz menos de uma semana que meu pai tinha combinado com ela de eu vir para cá e já esta assim? S-O-C-O-R-R-O.
A diretora me aconselhou a dar uma volta pela escola, e eu fui companhada pelo meu primo por um tempo mas logo ele acabou me abandonando porque acabou encontrando alguns amigos. Ele faltou hoje porque teria que me acompanhar.
Passo em frente ao refeitório e o cheiro forte de comida acaba me deixa um pouco tonta, me encosto em uma parede para tentar me recompor - o pior é que eu não lembro de ter passado por algum banheiro.
(...)
Isso é de longe uma das piores sensações que eu já senti, meu corpo todo dói. Minha cabeça parece que vai estourar e parece que tem um ser desconhecido morando na minha barriga que me faz ter vontade de me contorcer.
Quando tenho forças suficientes para abrir os olhos percebo que não estou mais na escola e sim em um Hospital, quem me encontrou eu não faço a minima ideia, mas deve ter sido bem estranho.
Pela janela do quarto percebo que já esta noite, não vejo minha tia em nenhum lugar do quarto, mas meu primo esta deitado no sofá que tem por aqui. Acho que me doparam o suficiente para não conseguir ter muitas forças para formular frases, tudo sai como ruídos. Acabo desistindo de tentar falar algo para acordar o Victor e fico quieta esperando que a dor passe. Antes que que ela passe sinto uma enorme ânsia e só tenho tempo de virar para o lado e colocar tudo para fora.
Meu primo acorda assustado e vem segurar o meu cabelo e ele deve ter apertado o botão que chama a enfermeira por que logo não só ela entra como minha tia e um medido. A enfermeira injeta algo no soro, não tenho vontade de saber também o que é. Quando parece que não sobrou nada no meu estomago volto a me deitar, encaro o teto por um tempo.
- Eduarda - minha tia me chama suavemente - Você não esta curiosa para saber o por que do seu desmaio?
Respiro fundo algumas vezes para não lhe responder com grosseria, ela não merece
- Não tia, não tenho a minima vontade de saber o porque, ate porque sei que vocês iram tentar me convencer a fazer o tratamento então - respiro fundo mais algumas vezes - Não quero saber
Ela parece decepciona sai da sala rapidamente, mas antes de fechar a porta atras de si me olha novamente e vejo as lagrimas em seus olhos.