Taehyung
2020
Algumas dores e perdas são inevitáveis e acabamos passando por elas mesmo que não queiramos.
Quando meu pai foi embora, eu tinha apenas 6 anos e não entendi seus motivos, eu não entendia o porquê um pai era capaz de ir embora de casa e largar um filho, uma mãe, uma esposa, uma família.
Por muito tempo eu não quis saber seus motivos, não quis entender e apenas guardei a dor, a tristeza dentro de uma caixa esquecida no fundo do meu coração.
Até que ele reapareceu ano passado, explicando seus irrisórios motivos a minha mãe. Ele disse que não aguentou a pressão de uma família e por isso foi embora, então por que raios casou?Minha mãe, que a essa altura já havia encontrado um novo amor, o que eu comemorei bastante afinal, não gostava de vê-la sozinha, escutou suas ridículas explicações e apenas disse um sinto muito a ele e pediu que se retirasse da sua casa. Era tarde para qualquer arrependimento.
Quanto a mim, minha mãe me ligou pois ele queria marcar um encontro comigo mas não quis vê-lo, apesar dos protestos dos meus companheiros que eu devia ao menos escutá-lo mas era meu direito não querer vê-lo certo? Sobrevivi esses anos todos sem um pingo da sua ajuda, me tornei o homem que sou com a ajuda única e exclusiva daquela que não mediu esforços para me criar então, nesse momento, ele não era mais ninguém importante na minha vida.
Mas a perda que eu nunca poderia imaginar começou a acontecer naquela noite que Jungkook me procurou, choroso, desesperado dizendo que iria embora para os EUA. Ali eu me vi sem chão e acabamos fazendo uma das nossas maiores travessuras juntos mas que não adiantou muito e eu tive que aprender a sobreviver a mais uma perda sem que eu sequer houvesse sido preparado.
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Seul, outubro de 2007
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Era tarde da noite quando escutei as pedrinhas batendo na minha janela, levantei rápido e quando olhei, Jungkook estava lá embaixo com uma aparência de que estava chorando muito, eu imediatamente abri a janela e ele escalou a floreira que havia ao lado da casa.
Jungkook subiu rapidamente e quando conseguiu chegar ao topo, me abraçou fortemente e chorou mais ainda.
- O que houve Kookie? Foi algo com seu pai? - Perguntei preocupado afinal apesar de todos os esforços da tia Jihae, o tio Jongsu não progrediu muito e continuava na sua cadeira de rodas
- Tae, eu vou embora e não quero ir
- Embora para aonde? Como assim?
- Minha mãe descobriu um tratamento para o meu pai num lugar chamado Estados Unidos e nós vamos embora para lá, eu vi que é muito longe daqui, Tae deixa eu ficar com você, não quero ir embora - Ele falava aos prantos
Eu o olhava sem acreditar. Como assim Jungkook ia embora para os Estados Unidos? Eu nem sabia onde ficava esse lugar.
- Kookie você não pode ir embora, não pode - falei agarrando ele e o abraçando de encontro a mim
- Eu vou fugir Tae, eu não quero ir
- Como assim fugir?
- Fugindo ué, já vi um filme assim, eu pego um pouco de roupa, um pouco de comida e fujo de noite quando eles dormirem
- Mas não é perigoso? Minha mãe sempre diz que a rua de noite é perigosa e que criança não pode andar sozinha
Jungkook deu de ombros como se não se importasse com o que eu havia acabado de falar.
- Você pode vir comigo, a gente foge junto
- Eu? Mas a minha mãe vai brigar comigo, me por de castigo
- Então você é medroso e além disso não é meu melhor amigo, se fosse, você fugiria comigo - ele falou com raiva se levantando e se dirigindo a janela para ir embora, Jungkook era meio esquentado
- Kookie não vai embora, tá, tá bom eu fujo com você - E eu sempre cedia a ele
- Amanhã, na escola a gente começar a fazer o plano, ele tem que ser perfeito
E eu apenas assenti, vendo-o ir embora e assim que deitei, fiquei pensando se era certo o que íamos fazer mas eu jurei ficar ao lado de Jungkook em tudo então, mesmo que fosse errado eu ia ajudá-lo pois não podia ficar sem meu melhor amigo.
[...]
Na hora do recreio, eu e Jungkook nos encontramos para começar a falar do plano dele de fugir, ainda não achava boa idéia, se nossas mães descobrissem elas iam comer nosso fígado mais uma vez mas eu ia ajudá-lo.
- Kookie tem certeza que isso vai dar certo? - perguntei receoso a ele
- Se você me ajudar e não for medroso vai - ele falou com deboche - Eu vou dizer a minha mãe que vou na praça no fim da rua brincar com você e você diz a mesma coisa a sua mãe só que nós vamos a praça do outro lado da ponte
- A gente vai atravessar a ponte? - Perguntei espantado pois eu nunca tinha ido lá
- Tá com medo?
- Eu nunca fui lá Kookie, você já foi?
- Fui uma vez com minha mãe numa loja que tem do outro lado ai vi essa praça, tem uma casinha lá que podemos nos esconder
- Ai Kookie você acha que isso vai ser uma boa idéia?
- Se você não quiser ir tudo bem, eu vou sozinho
E o esquentadinho mais uma vez levantou pegando o restante do seu lanche pra ir embora.
- Kookie espera - falei correndo atrás dele
- Não precisa Tae, eu vou sozinho
- Não, eu vou com você, sou mais velho e vou te proteger - Mais uma vez cedendo a ele
- Você vai me proteger?
- Vou Kookie - e então o abracei pelo ombro, seguindo assim em direção as nossas salas para o segundo tempo de aula
[...]
Combinamos de fazer a nossa fuga no final de semana que era quando nossas mães deixavam a gente brincar, durante a semana era difícil por causa da escola.
Mas traçamos todo o plano nos nossos recreios. O plano nem era tão complicado, Jungkook ia pedir a sua mãe primeiro para andar de bicicleta na praça perto de casa e ele ia ficar me esperando lá. Eu ia ficar observando da janela e quando ele fosse, eu ia contar até 20 para pedir a minha mãe e assim sair também.
De lá seguiríamos para a ponte que liga os dois lados do nosso bairro, íamos atravessar e seguir para a outra praça onde ficaríamos escondidos na tal casinha que tem lá segundo ele. Combinamos de pegar frutas, biscoitos e suco pra por na mochila.
O sábado chegou e eu estava nervoso, toda hora indo na janela, o que já levantava um pouco de suspeita da minha mãe.
- Garoto, o que você toda hora faz na janela? Perdeu alguma coisa na rua? - Ela esbravejou pela milésima vez
- Não mãe, perdi nada não, tô só olhando a rua
- Vai procurar algo para fazer vai, vai estudar anda
E então sem questionar, subi para o meu quarto. Fingi que estudei um pouco, abrindo uns livros e cadernos em cima da minha escrivaninha até que olhei pela minha janela e vi Kook saindo com sua bicicleta e uma mochila nas costas.
Desci as escadas rapidamente já contando até 20, peguei minha mochila e pus nas costas e caminhei até a porta esquecendo que ainda tinha que falar com minha mãe.
- Hey mocinho onde pensa que vai? - Parei com o susto que tomei, ferrou tudo
- Ah mãe, Jungkook me chamou para andar de bicicleta na praça, posso ir? - Diz que sim diz que sim vai
- Hum, você estudou um pouco?
- Estudei sim mãe - Menti claro
- Tá bom, pode ir mas não demore viu, quero o senhor aqui para o jantar
Eu apenas concordei com a cabeça, saindo em disparada logo em seguida, pegando minha bicicleta e indo bem rápido ao encontro de Jungkook.
- Nossa você demorou - ele disse assim que cheguei
- Tive que despistar minha mãe na hora que estava saindo, vamos logo que daqui a pouco fica escuro e eu não quero atravessar a ponte de noite
E assim, atravessamos a ponte e eu jurava que comecei a sentir uma dor de barriga, seguimos rumo a outra praça, havíamos deixado as bicicletas estacionadas na primeira praça e seguimos a pé para o nosso destino final.
Até que o trajeto foi rápido, sem grandes sustos e assim que chegamos, fomos direto para o interior da tal casinha que era de madeira e parecia uma casinha de cachorro grande.
- E agora? - Perguntei a Jungkook
- Agora é só ficar aqui e esperar
- Mas vamos esperar quanto tempo? A gente não pode ficar aqui para sempre
- Não sei Tae, vamos ficar até minha mãe desistir
- E se ela não desistir? O que a gente faz?
- Eu não sei, aí acho que vou ter que ir embora
E por um momento ficamos tristes, nos olhando e observei que Jungkook até que era engraçadinho. Tinha os olhos bem pretinhos, os dentinhos meio grandes que lembravam um coelho e cabelo bem preto. Se eu fosse uma menina talvez fosse querer Jungkook como meu namoradinho.
Ah, eu tinha uma namoradinha, a Sora que foi no meu aniversário, afinal eu já tinha 11 anos e ia fazer 12 em breve então já sou bem dizer um adolescente e adolescente tem namorada pois os adolescentes da minha escola tinham mas a gente só dá uns beijinhos bem rápidos, chamavam de selinho. Eu gosto dela mas Jungkook não gostava e eu, até hoje, não sabia o motivo.
- Kook por que você não gosta da Sora? - resolvi perguntar e ele me olhou espantado
- Ah, porque vocês ficam fazendo aquelas coisas - ele me respondeu
- Que coisas?
- Ah aquelas coisas que vocês chamam de beijo
- Ué ela é minha namorada então eu tenho que dar beijo nela ué, namorados fazem isso, só por isso que você não gosta dela? - perguntei, vendo ele bufar - Fica triste não, daqui a pouco você arranja uma também, você já tem 10 anos e é quase um adolescente
- Eu não quero arrumar uma namorada
- Ué e por que não?
- Porque não ué, não gosto das meninas, elas são chatas
- Ah eu achava isso também, hoje em dia não acho tanto, elas são bonitas
- Eu não acho, eu acho você mais bonito que elas
Fiquei um pouco sem entender e olhando ele confuso, quando me distrai vi que Jungkook se aproximou de mim e quase me deu um beijinho na boca, eu pulei assustado.
- Jungkook você não pode fazer isso comigo
- Por que não?
- Nós somos meninos Jungkook e minha mãe disse que meninos não se beijam
- Quem inventou isso?
- Não sei, minha mãe só me disse que é errado então se é errado não devemos fazer
- Fugir também não é errado?
- Jungkook deixa de ser bobo, eu não vou dar um beijo em você
E assim, acabamos ficando em silêncio, Jungkook estava ficando estranho, não sei de onde ele tirou a idéia que podia me dar um beijo. Que estranho.
[...]
Acordei com uns barulhos estranhos vindo do lado de fora, olhei Jungkook e ele ainda dormia encostado no meu ombro, não sei que horas eram mas devia ser bem tarde pois estava tudo bem escuro lá fora e eu senti medo e quis ir para casa.
- Jungkook acorda - falei enquanto sacudia ele
- O que foi Tae? - Ele me perguntou sonolento
- Vamos embora, tá tudo escuro lá fora e eu tô com medo, tem uns barulhos estranhos, quero ir para casa
Os barulhos ficavam cada vez mais altos e pertos, Jungkook se abraçou a mim, agora com medo também. Demos um grito bem alto quando de repente a portinha da casinha se abriu e apareceu um moço com uma roupa parecida com a de polícia e com uma lanterna no nosso rosto.
- Crianças o que vocês fazem ai? Já está tarde, seus pais sabem onde estão? - Ele nos perguntou e a gente só negou com a cabeça - Vem anda, vou levar vocês para a base e vou ligar para os pais de vocês
Obedecemos o policial, pegamos nossas mochilas e seguimos ele.
- Será que vamos ser presos? - Jungkook me perguntou num sussurro
- Nao sei Kook
Chegamos com o policial numa espécie de casa mas que não era uma casa exatamente. Ele nos pôs sentados em duas cadeiras, ele perguntou nossos nomes, o nome de nossos pais e onde morávamos o que prontamente dissemos e então ele se encaminhou para o computador, digitou algumas coisas pegando o telefone logo em seguida e ligando então para nossas mães.
- Estamos fritos - Foi só o que consegui falar a Jungkook
Um pouco tempo depois, nossas mães apareceram e elas estavam chorando muito. Elas correram e nos abraçaram.
- Meu filho, eu achei que tinha acontecido algo grave com você, você não voltava pra jantar aí fui na casa da Jihae ver se você estava lá com Jungkook mas vimos que ambos estavam sumidos, decidimos procurar vocês na praça mas só vimos as bicicletas. Não sabíamos onde mais procurar vocês. Por que vocês fizeram isso?
- Desculpa mãe - Foi só o que consegui falar
Então olhei para Jungkook que também olhou para mim enquanto sua mãe brigava com ele também e ai ele chorando muito começou a gritar.
- EU FIZ PORQUE NÃO QUERO IR EMBORA, NÃO QUERO MÃE, NÃO QUERO LARGAR O TAE AQUI SOZINHO
- Jungkook em casa nós conversamos, agora vamos, já perturbamos demais a ordem aqui - A mãe de Jungkook falou já pegando ele pelo braço
- Nós também vamos conversar viu mocinho - Dessa vez foi minha mãe que falou, é eu estava frito
E em silêncio fomos embora, nossas mães agradeceram mais uma vez o guarda por ter nos achado. Não ousamos dizer mais nada durante todo o trajeto para casa para não piorar a nossa situação.
E quando chegamos, não pudemos nos despedir direito, somente demos um aceno um para o outro e somente adentramos, cada um na sua respectiva casa, aguardando o que nos esperava assim que as portas se fechassem.
[...]
Castigo.
Ficamos de castigo por uma semana, sem podermos brincar ou se falar que não fosse na escola.
Costumávamos ir e voltar sozinhos da escola mas depois do que fizemos, nossas mães foram nos levar e nos buscar nessa semana para ter certeza que não aprontaríamos mais nada, apesar das nossas promessas de não fazermos mais.
Jungkook estava mais irritado que o normal, ele ia de fato embora assim que as aulas terminassem e eu ficava triste só de pensar quando esse dia chegasse. Pela primeira vez não ia tê-lo no natal, nem no ano novo, nem nas férias e nem no meu aniversário.
Eu não queria ficar sem meu amigo, não queria e eu às vezes tinha raiva dos adultos por querer controlar a nossa vida. Não entendia por que Jungkook tinha que ir embora quando ele não queria. Se a mãe dele quer ir, ela vai ué e ele fica.
Então eu só pensava que queria crescer logo, ser adulto para eu decidir as coisas da minha vida, deve ser muito legal ser adulto pois adulto faz o que quer e eu queria muito isso.
Assim que a semana de castigo terminou, pudemos voltar a brincar mas só dentro de casa onde nossas mães podiam ficar de olho na gente, não podíamos sair ou se fôssemos na rua, uma delas ia com a gente. Elas realmente ficaram com medo de aprontarmos de novo.
Estávamos em seu quarto, arrumando os brinquedos de Jungkook na caixa que a mãe dele deixou aqui e a cada brinquedo que ele botava dentro, uma lágrima descia em seu rosto, o que me fazia chorar também.
- Kookie vamos pedir a nossas mães para a gente se falar pelo telefone - Falei tentando confortar ele um pouco
- Mas não vai ser igual Tae
- Mas pelo menos a gente escuta a voz um do outro e eu vou pedir a minha mãe para assim que puder eu ir te ver
- Você iria me ver?
- Eu vou Kookie, te prometo que vou te ver
- Eu vou para outra escola Tae e eu não quero, eu não vou ter você lá, eu não sei falar o tal inglês que minha mãe disse que eles falam, eu não vou entender nada, eles vão rir de mim Tae
- Não vão e se rirem, você dá um chute na canela deles
E assim nós rimos e desistimos de arrumar os brinquedos, brincando mais um pouco, tentando não ficarmos triste com a partida dele.
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Seul, dezembro de 2007
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As aulas estavam acabando, era nosso último dia de aula e eu estava triste demais. Jungkook iria embora em poucos dias. As suas coisas assim como a de seus pais já estavam todas encaixotadas e algumas caixas e móveis já até tinham ido embora.
A mãe de Jungkook tinha ido várias vezes nesse Estados Unidos para aprontar o apartamento e nas vezes que ela foi, Jungkook ficou aqui em casa. Então aproveitamos nossos últimos momentos das melhores maneiras.
Andamos de bicicleta, jogamos bolinha de gude, brincamos com nossos legos, jogamos vídeo game, maratonamos os nossos animes preferidos, tomamos banho de piscina, soltamos pipa, dormimos várias noites juntos, eu fui o Capitão América e ele o Homem de Ferro, fizemos cabana, piquenique, pegamos várias minhocas e formigas, contamos as estrelas, demos nomes as formas da nuvens, tomamos vários sorvetes, comemos vários bolos e muita pipoca.
Criamos nossas memórias e tiramos várias fotos para eternizar todos esses momentos.
No dia da partida de Jungkook, meu coração estava muito triste. Vi da janela as últimas caixas deles irem embora e um desespero se apossou de mim, desci as escadas correndo e sai porta afora até a sua casa. Quando cheguei lá, Jungkook estava abraçado ao Sr. Park, o astronauta Lego que eu havia dado no seu primeiro aniversário que passamos juntos.
- Tae, quero que você cuide do Sr. Park, cuida dele para mim - Jungkook falou me entregando o boneco e eu não conseguia mais segurar as lágrimas
- Eu vou cuidar dele e prometo que o dia que eu te encontrar de novo, eu vou te devolver. A gente vai se encontrar de novo né Kookie?
- Não sei Tae mas eu prometo que quando eu ficar grande, eu vou voltar e vou vir atrás de você. Você não vai me esquecer né
- Nunca, nunca vou esquecer você
E nos abraçamos depois disso, eu apertava o Sr. Park na minha mão com muita força pensando no que eu prometi, eu ia cumprir de qualquer maneira.
Nos separamos e eu olhei para Jungkook que tinha o rosto vermelho de tanto chorar, ele me encarou também e devagar ele se aproximou e me deu um selinho na boca mas dessa vez eu não pulei ou fugi dele, eu não fiz nada, só senti a sua boca encostar na minha e senti algo diferente mas não sei o que era.
Nos afastamos rápido quando nossas mães chegaram e a mãe de Jungkook avisou que o táxi havia chegado. Havia chegado a hora e meu coração doeu muito.
Nos levantamos de cabeça baixa e chorando muito, minha mãe me acolheu em seus braços dizendo que tudo ia ficar bem mas eu sentia algo ruim, não conseguia sentir que íamos ficar bem.
Minha mãe se despediu dos pais de Jungkook desejando boa sorte no tratamento, era chegada a hora e eu não queria me despedir, não queria.
Eu e Jungkook nos abraçamos chorando muito e nossas mães precisaram nos separar pois nós não queríamos nos largar. Foi uma despedida triste, Jungkook teve que ser carregado pela tia Jihae e eu segurado por minha mãe. A gente gritava muito e chorava também.
E assim que o táxi deu partida, eu consegui me desvencilhar da minha mãe e sai correndo atrás do carro, gritando seu nome e vendo Jungkook com as mãos no vidro traseiro, chorando muito e eu sem conseguir alcançar o carro, desabei ali no meio da rua, sentindo a maior dor que eu jamais pude sentir no meu coração.
Meu amigo havia ido embora e para sempre.
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Oi pessoal,
Mais uma atualização essa semana e foi um capítulo bem triste mas que eu gostei muito de escrever.
Qual criança não já pensou em fugir de casa quando algo ruim aconteceu? Ou quando algo não saiu da sua vontade? Eu mesma pensei várias vezes quando era uma. E com o nosso Jungkook não foi diferente.
Jungkook foi embora e deixou Tae triste. Será que eles vão superar a distância, a saudade?
Próximo capítulo já teremos a chegada da nossa outra ponta do triângulo, Park Jimin chega para movimentar mais a história.
Espero que estejam gostando.
Comentem, votem!
Ah e não esqueçam de dar stream em Dynamite, o MV tá maravilhoso e os meninos merecem todos os recordes que o single bateu.
Até o próximo!