Dinah Hansen's Point of View.
Depois de uma hora e meia, eu finalmente havia chegado a meu destino. Neste exato instante, eu estava parada em frente a casa de Milika. Fiquei ali parada, olhando com certa atenção a todo aquele ambiente onde vivi por tantos anos. Tudo me parecia diferente, estranho demais. Minha antiga casa se enquadrava em classe media, não era muito grande e tampouco pequena. As paredes de cor marfim agora estavam mais maltratadas desde a ultima vez que vi. Mas nada que uma bela forma não desse jeito. Fechei os olhos, pensando que a qualquer momento aquele patrimônio poderia ser tomado enchia meu coração de raiva. Abri os olhos, e respirei fundo. Hoje, aquele não era o maior dos meus problemas, olhar para Milika sim era a tarefa mais difícil. Caminhei em passos lentos até a varanda da casa, olhando pela janela em busca de Gina, mas nem sinal. A pequena provavelmente estaria dormindo, ainda era cedo demais. Eu tinha receio de entrar, aquela já não era mais minha casa, apesar de eu sustentá-la.
Já iria fazer dois anos que eu não as via, depois de muitas discussões com minha mãe, eu decidi manter distancia. O que me fez bem eu poderia dizer, eu não sei se aguentaria ser julgada por ela por tanto tempo. Mas aqui estava eu, com certo nervosismo e ansiedade me atormentando. Eu já não era mais a Dinah de antes, mas ainda sentia medo de ouvir tudo aquilo outra vez. As palavras de Milika nunca saíram da minha cabeça, eu poderia odiá-la se não soubesse tudo que ela passou para nos manter.
"Você ainda pode ir embora, Dinah!''
Meu subconsciente gritava em um alerta, mas eu não daria ouvidos. Aquela era uma situação que hora ou outra teria que ser enfrentada. Com o passar dos anos me tornei uma mulher madura, capaz de lidar com os problemas que a vida nos trás. Eu faria meu papel de filha, e Milika teria que fazer seu papel de mãe. Puxei o ar com força, enquanto caminhava em direção a porta. Parei em frente a mesma, dando três leves batidas, que rapidamente foram ouvidas. A porta se abriu, e para meu alivio, a primeira pessoa que vi diante de mim foi Gina. A pequena me olhou estática, como quem visse um fantasma. Mas aquilo não durou, logo minha irmã expandiu os lábios em um sorriso lindo.
- DJ!
A baixinha praticamente pulou em meus braços, apertando-me com força em um abraço carregado de saudade. Eu juro, eu sentia vontade de chorar, derramar todas as lagrimas de saudade daquela menina. Ela já estava bem diferente desde a ultima vez que a vi. Seus cabelos estavam mais longos, provavelmente seriam bem parecidos com os meus, ela estava bem mais alta, já passava de minha cintura. E com toda certeza já sabia falar perfeitamente bem.
- Eu não acredito que você voltou! Senti tanta a sua falta.
Seu tom de voz era feliz e empolgado. Eu apenas chorei, chorei toda a falta que ela me fez, chorei por vê-la tão grande e tão diferente. Chorei por não ter acompanhado tudo isso.
- Eu também senti sua falta, Gina, muita.
Ela soltou os braços do meu corpo e me fitou sorrindo.
- Onde esta, Milika? - Perguntei rapidamente.
- Ela não está, saiu a pouco tempo. Entre aqui, Dj!
Senti um certo alivio por saber da ausência de minha mãe naquele momento. Gina segurou em minha mão, puxando-me para dentro daquela casa. Parece que nada havia mudado, tudo estava quase no mesmo estado de quando havia saído. A não ser por alguns novos objetos decorativos, e a nova cor das paredes da sala.
- Pensei que nunca mais iria ver você, Dada.
- Eu prometi pra você que voltaria, lembra? E eu voltei.
Soltei um sorriso para a pequena que me puxou para sentar no sofá.
- Você vai voltar a morar com a gente? Mamãe colocou varias coisas em seu quarto, mas você pode ficar no meu.
- Não, Gina, eu só vim fazer uma visita. Eu já tenho a minha casa.
- Pensei que voltaria, Dada.
- Não posso, meu amor! Mas olha, prometo que venho lhe visitar mais vezes, ok? E ainda levo você para conhecer meu apartamento.
- Mesmo? Você promete?
- Eu prometo! Você vai adorar Ally e Camila, são como minhas irmãs também.
- Ouvi mama dizer que Camila não é uma boa pessoa, Dada.
- Pois garanto que ela esta completamente enganada, Gina. Camila é uma pessoa maravilhosa.
- Se você está dizendo eu acredito! Mas quando vamos ao seu apartamento?
A pequena perguntou ansiosa me fazendo rir. Toquei em seu rosto, fazendo um carinho de leve sobre a maçã de seu rosto.
- Em breve, eu prometo!
Ela sorriu e me abraçou forte. Ficamos conversando por um bom tempo, enquanto a menor me contava tudo que havia acontecido nos últimos tempos. Regina Hansen tinha apenas oito anos de idade, era uma garota calma e muito inteligente. Sabia conversar como um adulto experiente. A menor com inocência me contou que nossa mãe andava estranha nos últimos dias. Contou também que Gordon havia voltado, e que frequentava a casa com muita freqüência. Eu não pude evitar a raiva que me consumia, eu não podia acreditar que mesmo depois de tudo que aquele homem havia feito, Milika ainda o deixava voltar para dentro daquela casa.
- Você tem certeza do que está me falando, Gina?
- Tenho, papa vem aqui pegar dinheiro com ela. Ele brinca comigo as vezes, e ate me leva para tomar sorvete.
- Você não devia ficar perto dele.
- Ele não é mau, Dj, não mais.
- Você não entende, Gina, ele não é uma pessoa boa.
"Posso saber o que você está fazendo aqui?"
Ouvi a voz de Milika ecoar dentro daquela sala, provocando um forte arrepio por todo meu corpo. A ultima vez que ouvi aquela voz, não foram coisas boas. Levantei-me do sofá fitando a mulher em minha frente, ela estava diferente da ultima vez, seus cabelos estavam curtos e mais claros.
- Eu precisava falar com você.
- Eu não tenho nada a falar com você, Jane.
- Você tem sim, eu preciso de respostas.
Falei seria, eu já não era mais a filhinha dela. Depois da briga que tivemos eu amadureci muito, já era uma mulher idéias formadas.
- Vá para o seu quarto, Regina, vou falar com a Dinah.
Gina resmungou por alguns minutos, para logo em seguida sair em direção ao seu quarto. Milika andou ate sua poltrona e se sentou, jogando um olhar frio sobre mim.
- Vejo que está muito bem de vida. Sua roupas me parecem caras. Seu trabalho da um bom dinheiro não é mesmo? Ou seus clientes lhe dão presentes?
Eu engoli em seco ao ouvir suas palavras. Depois que Milika descobriu meu trabalho, tratou de colocar a ideia fixa na cabeça de que era uma garota de programa, mesmo depois de eu ter tentado explicar muitas vezes que não se tratava daquilo.
- Compro tudo com meu próprio dinheiro, não que isso seja de sua conta.
Ela sorriu sarcasticamente, ainda com os olhos fixos em mim.
- O que quer?
- Quero saber para onde vai o dinheiro que estou mandando para vocês.
A mulher franziu o cenho, com uma expressão surpresa, e ao mesmo tempo assustada.
- Para o pagamento da casa, ora essa! - disse ao se levantar da poltrona rapidamente.
- Ah! por favor, não minta! Eu recebi uma carta de despejo de vocês! Para onde está indo esse dinheiro? Por que aqui dentro ele não está!
- Não te interessa! - Ela gritou.
- Obvio que me interessa! O dinheiro é meu!
Milika cruzou a sala, e virou em minha direção. Seus olhos tinham um brilho, que transpiravam raiva. Eu respirei fundo, e me mantive firme.
- Pois fique com essa droga de dinheiro sujo que você ganha, eu não o quero.
- E quer morar na rua? Por que garanto que não consegue sustentar essa casa com o que ganha naquela lojinha da esquina.
- Prefiro morar na rua do que ter dinheiro de uma vagabunda. - Eu nada falei. Eu não queria entrar em uma discussão onde apenas sairíamos machucadas. - Isso, fica calada.
- Eu não penso em você, eu penso em Gina! Eu não quero que ela sofra por seu orgulho idiota.
- Não se meta, você nem sequer deveria aparecer por aqui. Não vá contaminar sua irmã com seu caráter sujo.
- Meu caráter sujo? Eu me esforço para lhes dar o melhor durante todos esses anos! - Meu tom de voz estava alto, com uma raiva fora do comum.
- Se esforça? Transando na cama de qualquer um?
- Eu não sou uma prostituta! Eu tenho meu emprego.
- Você é. Eu vi com os meus próprios olhos.
- Você não viu nada, e mesmo que visse algo, a vida é minha. Eu sei o que sou, Milika.
- E ainda se orgulha? - Desdenhou ela.
- Sim, de tudo que eu tenho hoje.
- Você não tem nada! - Exclamou.
- Tenho muito mais do que você! Soube que você esta falando com Gordon de novo, está deixando se levar pelo que ele diz?
- E se eu estiver?
- Você esta louca, mãe?! Já esqueceu que a culpa da desgraça dessa família foi dele?
- A culpa é sua!
Eu senti as palavras dela pesarem sobre minhas costas. Aquele maldito nó na garganta se fez presente, eu tinha vontade de chorar, e gritar toda a magoa que carregava dentro de mim. Mesmo depois de tudo. Mesmo depois de Gordon ter a maltratado, ter nos deixado na mais pura miséria. Ela o defendia, e me julgava sem dó ou piedade.
- Minha? Você já esqueceu o quanto ele bateu em você? Que ele nos deixou na miséria?
Milika desviou o olhar, e nada falou.
- É para ele que esta dando o dinheiro, não é? Ele esta lhe forçando a algo?
Eu tentei me aproximar, toquei no braço da mulher que parecia estar chorando. Sim, ela estava chorando, e mesmo com todas aquelas ofensas jogadas sobre mim, eu sentia dó. Eu não queria vê-la sofrer, pois eu a amava.
- Não toque em mim! Ele não esta me forçando a nada. Gordon esta me ajudando.
- Está falando serio? Você acredita mesmo nisso, mãe? Ele é um maluco, viciado em jogo! Você sabe disso! - Esbravejei com raiva.
- E você uma vadia! Não pode julga-lo.
Fechei os olhos tentando me manter forte o suficiente para continuar ali. Você consegue imaginar o que é ouvir essas coisas de sua própria mãe? É doloroso, as palavras vão lhe corroendo gradativamente até você não aguentar mais.
- Chega! Chega! – eu gritei em sua frente – Eu não vou permitir que fale assim comigo! Não vou permitir que de o meu dinheiro aquele homem! Se você quer morar na rua, vá! Mas vá sozinha, Regina Hansen fica comigo, nem que eu entre na justiça para tomá-la de vocês. E pode ter a absoluta certeza que eu ganharei! Porque nenhum juiz vai deixar ela com uma família desequilibrada como essa! Eu estou farta de suas ofensas, eu já não me importo. Se quer pensar que sou uma puta, pense. Eu sei exatamente o que eu sou, Milika! Agora preste muita atenção... – eu me aproximei mais, fitando seus olhos com toda a raiva e magoa que sentia. – Eu posso muito bem pagar tudo que esta atrasado aqui, mas não vou sustentar essa ideia de que ele a ajuda. Porque quem mais te ajuda aqui sou eu.
Ela não falou se quer uma palavra, ficou calada me fitando como quem estivesse assustada com minha reação.
- Eu virei aqui todo mês ver minha irmã e pagar a parcela da casa. E você não pode e nem vai me impedir disso. Cansei de ser maltratada quando eu só queria lhe dar a mão. Eu já não sou a menina boba no qual você pode falar o que quiser.
- Quem você pensa que é garota?
- Sou alguém muito melhor do que você esta sendo agora.
Ali era um ponto crucial de todos esses anos. Eu jamais em toda minha vida falaria assim com ela, eu não era daquele jeito. Mas a situação me obrigava a ser assim.
"Milika? Onde esta você?"
Aquilo só podia ser obra do destino. O homem cujo qual eu realmente não queria ver, havia entrado naquela sala. E ao me fitar, seu corpo parou rapidamente. O clima ali pesou feito uma tonelada. Fazendo mil flashes de memória aparecerem para mim. Todos os momentos de agonia, suas bebedeiras, e seus palavrões e sua violência se faziam presente em memórias que eu já pensava ter esquecido.
- Agora o circo esta completo, não é? Que bela família - Falei com desdém. - Não tem vergonha de aparecer aqui?
- Vergonha do que? Você que deveria ter não é? Soube que a prostituta aqui é você.
Olhei para Milika que permanecia calada.
- Você não sabe de nada, você é só um verme asqueroso que habitou nessa terra. Um maldito viciado em jogatina suja, eu tenho nojo de ser sua filha. E sua também! - gritei para os dois.
- Vá embora daqui! – Milika gritou.
- Quando ele levar tudo que você tem outra vez, não venha me pedir desculpas. Eu estou avisando para você sair dessa mãe!
- Você não sabe de nada!
- Você está cega! Quer ser espancada de novo? Que morrer de fome? Você pode muito bem passar por isso, mas minha irmã você não vai levar junto. Eu não vou deixar ela ser uma pessoa amargurada como vocês me fizeram ser!
Peguei minha mochila, dando uma ultima olhada para os dois. Eles eram o exemplo de tudo que eu não queria ser. Olhei para garotinha que chorava ao me ver pela escada.
- Eu volto, Gina, eu prometo.
A menina assentiu, e assim eu me retirei daquele lugar.
Como se estivesse carregando toneladas sobre as costas, eu sai daquele lugar. Me sentido fraca, triste. Ver aquelas duas pessoas na minha frente foi o suficiente para acabar completamente com o meu dia. Como Milika poderia ficar do lado dele depois de tudo que ele fez? Aquilo só aumentou minha preocupação com Gina, a menina era pequena demais, não havia presenciado os atos de violência, mas eu sim. E estava tudo gravado na minha memória. Eu andei por alguns quarteirões até chegar ao metrô, eu voltaria para casa e passaria o final de semana inteiro trancada. Eu não tinha humor e nem paciência para nada, em poucas horas a minha cota de bondade tinha ido para o inferno.
Depois de um tempo desci próximo ao parque central, caminhei um pouco tentando clarear meus pensamentos, até avistar o Le Café. Lugar qual Normani havia me apresentado há uns dias atrás. Lembro exatamente de suas palavras:
"Gosto de vir aqui para pensar, e devido a isso, sempre tive a vontade de conhecer."
Atravessei a rua, entrando naquele ambiente aconchegante mais uma vez. O lugar não estava lotado, havia algumas pessoas em varias mesas conversando animadamente. Ao chegar no balcão o senhor de barriga avantajada limpava alguns quadros com fotos em preto e branco de Paris. O homem distraído nem sequer havia notado minha presença.
- Bom Dia.
Ele rapidamente se virou.
- Bom dia, senhorita. Deseja alguma coisa?
- Um chocolate quente, por favor.
Ele sorriu, e assentiu.
"Rita, querida, um chocolate quente caprichado para a moça aqui." – gritou ele.
- Você não me parece estranha. - Ele falou me fitando. - Ah! Conheço você! Esteve aqui com a menina Normani!
Eu sorri para o senhor que parecia feliz em me ver.
- Exatamente, eu amei seu chocolate quente e por isso vim outra vez!
- Que ótimo! Quer um croissant também? Foram feitos ainda pouco, e estão quentinhos. Com a sua carinha de triste, eles vão lhe animar.
Ele poderia mesmo perceber que eu estava triste sem eu ao menos ter falado nada?
- Acho que vai animar sim.
- Claro que vai, vou trazer um para você, e tire essa cara tristinha, está brigada com Normani? Porque se for, não se preocupe, todo casal tem suas brigas!
Falou o senhor enquanto se afastava. Casal.
Ele achava mesmo que Normani e eu éramos um casal?
- Aqui está senhorita!
Uma senhora de cabelos loiros falou, servindo-me do chocolate quente e do croissant.
- Espero que goste, com licença.
Realmente a comida daquele lugar era divina, de se estar no céu. Gerald ficou conversando comigo por um bom tempo, mostrou algumas fotos de Normani quando era pequena ao lado de seu pai. A garota era simplesmente linda desde pequena.
- Tenho ela como uma filha.
- Imagino, Gerald.
"Srta. Hansen?"
Ouvi aquela voz mais do que familiar soar próximo a mim. Coincidência ou de destino? Me virei rapidamente, me deparando com aquele par de olhos castanhos, que agora estavam surpresos em me ver ali. Normani estava linda, como sempre. Vestia uma roupa social, saia longa, e uma blusa de botão que caia perfeitamente bem para ela.
- Sra. Hamilton.
- Bom, vou deixar as duas sozinhas. Menina Normani, resolva isso, seja lá o que aconteceu, Dinah não está nada bem!
Corei violentamente ao ouvi-lo. Gerald falava como se Normani fosse responsável por meu péssimo humor aquele dia. A mulher apenas riu, e se aproximou mais, sentando ao meu lado. Ela respirou fundo, e me fitou atentamente, agora assumindo uma expressão preocupada.
- Aconteceu alguma coisa?
- Não senhora, não precisa se preocupar.
- Dinah, podemos fazer um trato?
- Claro.
- Enquanto estivermos fora da empresa, ou melhor. Fora do nosso horário de trabalho, eu quero que me chame de Normani. As vezes eu preciso sair um pouco do meu papel de durona, entende?
Eu sorri calmamente e assenti.
- Vou tentar.
- Me conte, o que houve? Você não ia ver sua família hoje?
- Eu já fui senhora, quer dizer. Normani.
- E por isso está triste assim? Teve algum problema?
Ela estava realmente preocupada comigo?
- Exatamente, digamos que não me dou muito bem com meus pais. Na verdade, eu mal falo com eles, mas vi minha irmãzinha . E estou feliz por isso.
- Problemas de família, sei bem como é. Hoje mesmo eu vou ter que ir para casa da minha família em Los Angeles, na verdade eu estou sendo obrigada a ir.
- Tem problemas com eles?
- Não exatamente com eles... – Normani suspirou – É complicado.
- Imagino, família nunca é fácil.
- Não mesmo, e eu não quero ir. Não quero ficar sozinha com eles.
Era tão estranho vê-la sensível daquela maneira. Nem parecia a Normani de todos os dias, mas como ela havia dito, as vezes ela precisava sair da pose de durona.
- Se tiver como lhe ajudar, estou aqui para isso.
Normani nada falou, me fitou por alguns minutos. E depois fez uma cara de quem havia tido uma ótima ideia.
- Você pode me ajudar sim, Srta. Hansen!
- Posso?
- Claro! Você poderia ir para L.A comigo.
- Que? - Perguntei surpresa.
- Eu sei, parece loucura. Mas veja, vai ser mais fácil se você for comigo. Direi que tenho uma reunião com algum fornecedor no domingo. E que você foi comigo, por isso vamos ficar em um hotel. Vai ajudar a não ter que dormir lá, e ficar menos tempo com eles!
Será que a casa dos pais de Normani era tão horrível assim? A ponto da mesma querer me levar junto e dar a desculpa para não ficar?
- Eu não sei senhora. Eu fico sem jeito, é sua família.
- Por favor, Dinah. Eu sei, abuso da sua boa vontade. Mas você pode salvar meu final de semana. E eu salvarei o seu, creio que ficar em casa comendo rosquinhas sozinha não é a melhor solução.
Soltei uma risada divertida.
- Como sabe que eu faria isso?
- Você tem cara que faz isso. – ela falou com um sorriso enorme. – Estou certa?
- Talvez sim, talvez não.
Normani riu, provocando uma risada em mim também.
- Você vem comigo? Posso pedir a Camila se quiser.
Sorri para ela, Normani poderia ser tão divertida.
- Sim, eu irei com você. Mas preciso passar em casa antes, arrumar algumas roupas.
- Certo, eu levo você lá agora. Você pega suas roupas e vamos.
- Perfeito! Vou pagar a conta e vamos.
- Tudo bem!
Me levantei da cadeira seguindo para o balcão. Enquanto Normani havia ficado a mesa, Gerald se aproximou da mulher sorrindo.
- Fez um bom trabalho, ela esta mais feliz agora – ouvi o senhor falar para a mesma. Senti os olhos de Normani sobre mim, e fingir não ver. Aceitar sair com ela esse final de semana era um loucura, mas eu precisava daquilo, precisava esquecer dos meus problemas, e Normani Hamilton era a solução perfeita para isso.
Sai do Le café e a vi encostada em seu carro. Como ela poderia ser tão linda? Caminhei lentamente analisando cada detalhe daquele corpo, que eu realmente conhecia.
- Preparada para o nosso final de semana, Srta. Hansen?
- Sim, eu estou preparada!