OUTONO (CONCLUÍDA)

By jobkarol

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Faye Sarkar conhece Taylor Hanson por conta do trabalho de sua mãe, os dois se apaixonam mas nada é tão simp... More

Cap I
Cap II
Cap III
Cap IV
Cap V
Cap VI
Cap VII
Cap IX
Cap X
Cap XI
Cap XII
Cap XIII
Cap XIV

Cap VIII

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By jobkarol

Tentar esquecê-lo doía tanto quanto lembrar, e esquecer requeria coragem, e amar também!

Não falava e nem via Taylor há mais de duas semana e naquela sexta era dia de show.

Eu sempre sabia, Rebeca me ligava e sempre me atualizava de sua agenda/agenda dos meninos.

Eu com certeza não iria. Taylor não me procurou, não me mandou mensagem desde a última vez que ficamos juntos.

Ele realmente pareceu chateado quando mais um vez não o deixei ficar.

Não deixar ele dormir comigo era muito mais do que uma "birra", era uma proteção.

Eu sabia que dormir com ele faria eu me apaixonar mais e mais se é que isso era possível.

E eu tinha medo. Já achava esse sentimento pesado demais.

A tarde encontrei com Zac perto do mercado, totalmente por acaso.

⁃ Você vai hoje né?

⁃ Olha Zac, acho que hoje não vai dar.

⁃ Não Faye, faz tanto tempo que não tocamos no Cain's, velhos tempos...Vamos...

Eu queria ir. Essa é a verdade!

⁃ Que hora vocês vão tocar?

⁃ 22h30.

⁃ Tá, eu dou uma passada!



Chego quase no final. Eles estão empolgados.

Eles amam fazer show na cidade.

Taylor como sempre dando tudo de si. Pulando, seduzindo, a voz estava perfeita como sempre, a música que ele cantava na hora me fez arrepiar os pelos dos braços.

Respirei fundo e tentei localizar Rebeca.

⁃ Oi.

⁃ Oi filha. Que bom que veio. Pena que já está no final.

⁃ Pois é... eu só dei uma passada.

Troco mais algumas palavras só para ter o que fazer e quando o show finalmente acaba, circulo por entre rostos conhecidos.

Não demora muito eles estão ali, misturados entre as pessoas, bebendo e curtindo.

Sinto a mão em minhas costas, descendo para a cintura. Eu sei que é ele.

⁃ Oi Faye. Me beija no rosto.

⁃ Oi Taylor.

Ele está seco.

"Deve estar emburrado ainda".

Zac chega em seguida e conversamos os três sobre amenidades.

Depois de alguns minutos Taylor se despede e sai. Me deixando completamente à deriva.

⁃ Onde ele foi Zac?

⁃ Ele vai para uma festa. Com alguns amigos...

Zac fala sem dar muitos detalhes, achando que perguntei por perguntar.

Tento seguir a noite. Converso, dou risada, mas o pensamento nele sempre bate forte em mim.

Me segurei, mas no final perdi.

⁃ Zac, eu to precisando falar com o Taylor urgente, preciso que ele me faça um favor...

⁃ Eu posso te ajudar, o que é?

⁃ Não... tem que ser ele... É sobre um amigo dele que eu estou saindo.

Minto descaradamente .

⁃ Ah... Vocês e esses segredos. Ele está nesse endereço aqui.

É um endereço no centro. Anoto na mão e saio.

Chego no endereço, é um bar, mas está fechado, é uma festa fechada.

Na porta o rapaz me reconhece como "a garota do Hanson" e me deixa entrar.

Está escuro. A música está alta. As pessoas estão bem "animadas".

Percorro o local e nada. Ele não pode estar ali.

Ando mais um pouco e "tcharam"...

Ele esta em um sofá, meio escondido, se agarrando com duas meninas ao mesmo tempo.

"Como ele pode fazer tanta merda".

Penso indignada.

Fico atordoada com a cena e acabo ficando alguns segundos paralisada assistindo.

Uma das garotas está com a mão dentro de sua camisa. A outra com a língua dentro de sua boca. Quando arranjo forças e estou preparada para dar as costas para a cena repugnante, ouço meu nome.

⁃ Faye!

"Merda. Merda. Merda"

Eu não tinha sequer reparado, mas haviam outras pessoas no sofá, e muito menos que uma delas era Isaac. Ele que me viu primeiro.

Quando entendi quem me chamava era tarde demais. Taylor já havia me visto.

Taylor não parecia assustado e sim surpreso.

Tirou a mão da menina que lhe acariciava por dentro da camisa prontamente, assim que me viu embasbacada assistindo a cena.

Ele se levanta e vem em minha direção.

⁃ O que você está fazendo aqui Faye?

- Não é da sua conta...

⁃ Não seja criança, Faye...

⁃ Sai de perto de mim Taylor. Volta para tua orgia. Eu não quero conversar...

⁃ Eu não falei para você vir. Não era minha intenção que você visse isso! Eu...

⁃ Muito obrigada pelo cuidado! Nunca te surgiu que eu pudesse querer te procurar... Como tantas vezes você fez, batendo na minha porta de madrugada. Mas eu não quero falar sobre isso agora... e muito menos aqui...

Viro as costas e pego o copo de uísque na mão de um desconhecido engolindo numa vez só. Vejo que ele está vindo atrás de mim.

"Agora ele me tirou do sério".

Subo no balcão e começo a dançar a música que toca estourando alto na caixa de som (Caught Out There) para fugir da conversa. Eu poderia ter simplesmente ido embora, mas ele me tirou do sério.

Rapidamente um bando de marmanjos se reúne no balcão vibrando comigo lá em cima. Vejo a cara dele enraivecido, me pedindo para descer.

⁃ Eu não tô ouvindo!

Falo para irritá-lo. Danço, rebolo, olho no fundo dos olhos e admito que até acho graça em ver ele babar.

Com certeza ele estava pagando pela raiva que me fez passar.

A música termina e eu me agacho para descer do balcão mas ele não se controla e me puxa pelo braço.

⁃ Que isso Faye? O que você tá fazendo?

⁃ Me divertindo... Me solta Taylor...

Falo olhando para sua mão que aperta e machuca meu braço.

⁃ Me solta Taylor. Agora!

Puxo o braço com força. Ele amolece.

⁃ Eu vou te levar embora agora!

⁃ Não, você não vai. Você vai voltar pra foda que tava iniciando no sofá. Eu não quero te atrapalhar.

⁃ O que tá acontecendo com vocês?

Somos interrompidos por Isaac, que obviamente não estava entendendo nada, mas ao mesmo tempo tudo.

⁃ Falem...Expliquem...Isso foi uma crise de ciúme?

Eu era uma idiota. Eu não conseguia acreditar no que havia acabado de fazer.

Era pra ser um ato de protesto, de rebeldia e não uma cena de ciúme

⁃ Ike... é... isso mesmo...

Taylor fala. Eu suspiro dando uma risada de desaprovação pela falta de "palavras" e dou as costas aos dois.

Chego no carro e não acho a maldita chave. Isso dá tempo de Taylor chegar.

⁃ Faye, o que foi tudo isso?

⁃ Eu não quero falar. Será que você pode respeitar isso??

⁃ Não, eu não posso! Eu preciso entender. Eu não quero ver você assim. Mas eu não tenho culpa de você chegar aqui e ver ... aquilo...

⁃ Só um minuto, Taylor! É isso que eu preciso ouvir? Escuta... Essa cena meio que "machucou meus sentimentos" pra valer, e depois disso já era... eu não pensei...Agi sem pensar. Agora volta lá pra dentro.

Acho a maldita chave e abro a porta. Ele fecha.
Seguro as lágrimas que lutam para escorrer com toda minha força.

"Eu não vou chorar... Eu não vou chorar".

⁃ Que inferno, Taylor! Me deixa ir embora!

⁃ Faye. Para!

Ele me segura pelos ombros e me força a encará-lo. Segura meu rosto com aquelas mãos grandes e quentinhas, que eu amo mais que tudo, mas nesse momento elas me queimam como fogo.

⁃ Não faz isso Faye! Você sabe que eu me importo muito com você. Mas não tem como... A gente só pode ter o que temos...nada além...

⁃ Não faz isso você, Taylor! Não me diz que se importa. Porque não, você não se importa. Você me encheu de palavras de amor, mas do nada foi embora, sumiu e não teve coragem de sequer dizer o porquê.

⁃ Você acha que porque eu pego outras garotas eu gosto menos de você? Não... Você está errada. Você não sabe de nada do que eu sinto, Faye!

- Eu não devo mesmo saber...Se amar significa causar e sentir dor, você com certeza foi o grande amor da minha vida. Porque é só o que você sabe fazer, Taylor! Não me procura mais, eu vou fazer o mesmo.

Forço a porta e ele amolece vendo que perdeu, e por fim me deixa ir.

Arranco o carro cantando pneu enquanto o vejo pelo retrovisor.

"Que merda você fez, Faye". Pergunto a mim mesma.

No rádio tocava uma música triste, e as lágrimas que segurei finalmente escorrem pesadas pelo rosto enquanto ouço a letra:

Something told me it was over

When I saw you and her talking

Something deep down in my soul said

Cry Girl

When I saw you and that girl

Walking around

I would rather

I would rather

Go blind, boy

Than to see you walk away



"Nós" foi um sonho que sonhei acordada, e sozinha.

Chego em casa e meu celular não para de tocar, era Isaac, depois Zac. Isso se repetiu por vários dias seguidos, mas nunca era Taylor.

Ele silenciou por dias. E eu também.



POV

Taylor

Fiquei sem falar com ela por dias. Era difícil para mim toda a situação. Querer ela me deixava louco, saber que eu jamais poderia tê-la como eu sonhava me matava aos poucos.

Na sexta tocamos no Cain's, eu achei que ela não iria, mas na última música ela chegou.

Meu coração descompassou e eu até errei a letra, mas eu já tinha planos para aquela noite, e ela não ia me fazer mudar de ideia.

Eu não podia mudar de ideia.

Alguns amigos meus e de Ike dariam uma festa no centro, uma festa fechada, combinei de ir e era isso que ia fazer.

Assim que o show acabou fui cumprimentá-la, mas a deixei com Zac.

Precisei ser muito forte para não arrasta-la  para minha casa assim que senti seu perfume. Mas eu sabia que se fizesse isso seria como sempre: sexo e depois ela me mandaria embora.

E também, se me deixasse ficar, como seria? Não podíamos...

Saio do Cain's e no caminho penso no quanto eu queria que tudo fosse diferente, mas não tinha como mudar nada. Tudo estava errado. E nós dois estávamos no meio desse aglomerado de erros.

Chego na festa e tento não pensar em Faye, e para isso só existe uma maneira: uísque...

Tomo logo três doses e começo a relaxar, em seguida Isaac chega com algumas "amigas", duas delas ficam dançando comigo e não demora muito estou me agarrando com as duas.

Mais uma dose de uísque, seguida por mais uma e mais outra.

Eu nem sei mais o que estou fazendo.

Estou num sofá meio afastado com as duas garotas. Elas me provocam e eu aceito. Beijos as duas, as duas me beijam, as duas se beijam... Mas a boca que eu queria não estava ali...

De repente um nome surge e me arranca da cena.

"Faye".

Ouço Isaac falar, e num primeiro instante não entendo, mas foi só olhar pra frente para entender.

Ela estava ali!

Me vendo daquele jeito...

Faye estava realmente ali.

Automaticamente fui até ela, eu não sabia nem o que dizer e nem tinha o que dizer, mas minha reação foi ir até ela.

Ela estava transtornada de raiva, dava pra ver o fogo nos seus olhos.

Decepcionada...

Tentei explicar... Dizer que ela não deveria estar ali.

Mas nada do que eu falasse justificaria.

Ela saiu indignada e quando vejo, a maluca  está em cima do balcão do bar dançando...

Tenho certeza que ela quis me provocar, se vingar e de fato conseguiu.

Juntou um bando de depravados babando por ela em cima daquele balcão.

Cansei de tanto pedir a ela que descesse, mas ela provocava e fingia não ouvir. Quando finalmente a música acaba pego ela pelo braço e a tiro de lá.

Ela não ouve nada do que sai da minha boca.

Ike entra na discussão e tenho certeza que na hora ele entendeu tudo, mas eu não consegui explicar, não consegui dizer o que realmente a gente "tinha", e isso a deixou furiosa.

Ela ouve minhas palavras para Ike e sai porta fora, eu fico ainda tentando achar as palavras para me desculpar.

Quando finalmente tomo coragem e saio pela porta logo após ela, vejo que ela está ao lado do carro procurando a chave.

Me aproximo e tento conversar mas ela não quer, não aceita me ouvir. Ela diz que está magoada. Ela acha que eu não me importo. Que o fato de eu ficar com outras mulheres me faz não amá-la.

Eu queria muito poder falar, queria muito explicar, mas não dava. Ela era a pessoa mais importante para mim.

Acabo por deixa-la ir.

Nada do que eu falei iria mudar o que ela viu e sentiu. Eu sou um imbecil e eu  estava me sentindo muito mal.

Ela estava certa, eu só fazia merda, eu sequer poderia argumentar.

Eu me odeio por ser quem eu sou, por fazer o que eu faço, por saber o que eu sei e, principalmente por nunca poder falar...

Esse era o jeito que eu tentava esquece-la, não funcionava, mas eu precisava tentar, por nós dois.

Vê-la entrando naquele carro e partindo magoada me fez sentir a pior pessoa do mundo.

Fiquei ali por alguns minutos, inerte, como quem fora atropelado pelo destino.

Eu estava cansado.

Era muito pesado sangrar e precisar fingir que a ferida não existia.

Ike sai e me vê sentado no meio fio, vem até mim e tenta entender tudo o que aconteceu.

Mais uma vez não posso falar, não posso desabafar essa dor que me consome...

Me resumo a dizer que estou apaixonado por ela mas que não dá... Que não conseguimos fazer dar certo...Que é tudo complicado.

Ele não acredita nas minhas palavras, mas sabe que tenho algum motivo para não falar. Ele respeita.

Pego o carro e vou para casa.

"Eu não deveria ter deixado ela ir, deveria ter dito que a amo, mas não disse..."

E ela se foi...

E agora estou sozinho aqui... Sem nenhum vestígio seu...

Os sentimentos implícitos são inesquecíveis, é impossível esquecer o que não foi vivido , as possibilidades, tudo o que não se concretizou, o amor que poderia ter sido e não foi.

Como é difícil lidar com a vontade de ter algo impossível de ter...

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