Era segunda feira. Estava frio e as meninas foram para a faculdade como em qualquer dia normal. Marinette tinha as melhores notas da turma e era uma excelente desenhista. O diretor Fu deu-lhe um desconto de cinquenta por cento nas mensalidades. A mestiça estava radiante! De repente ouve-se um estronto e o alarme de incêndio dispara. Todos os alunos evacuam o prédio em segurança. Parece que explodiu um botijão de gás na cozinha da cantina e o fogo se alastrou. Ainda bem que ninguém se feriu, mas devido aos danos, a faculdade ficaria sem aulas por uma semana pelo menos.
Mari localizou Alya, as duas se abraçaram aliviadas por estarem bem e foram pra casa. Passaram a tarde vendo filmes e à noite Mari foi para a cafeteria. Fez o mesmo de sempre, atendeu a todos com sorriso e bom humor.
A cafeteria fechava à meia noite e, lá pelas 23:50 Marinette começou a limpar os balcões e a organizar tudo para fechar. Rose ja tinha ido embora, seu turno terminava às 22h e Marinette normalmente fechava a loja sozinha. Mas sempre esperava o horário certo, não queria desapontar ninguém que por ventura chegasse no último minuto. E foi exatamente isso que aconteceu. Faltando menos de cinco minutos para fechar, entra na loja um homem alto, loiro, bem vestido com um terno escuro e um sobretudo muito alinhado. Tinha lindos olhos verdes que pareciam bastante cansados e uma gravata vermelha que não combinava muito com seu estilo. Ele entrou, sentou em uma mesa e logo a mestiça veio atendê-lo.
Mari: —Boa noite senhor, seja bem vindo a nossa cafeteria. Em que posso servi-lo?
Ele a olhou e, por uns instantes, se distraiu com o profundo azul de seus olhos...
Mari:—Senhor? O que deseja?
Adrien: —Perdão senhorita, estou muito cansado. Quero só um café expresso. Duplo!
Mari:— Claro senhor...mas, desculpe minha indiscrição...um expresso duplo a essa hora vai lhe tirar o sono pelo resto da noite...
Adrien:— Pois é disso que preciso. Cheguei de Nova York hoje cedo, tive três reuniões cansativas e preciso chegar a um hotel que nem sei onde fica. Meu celular descarregou e não estou com meu carregador. Quase dormi dirigindo, por isso preciso do café.
Mari:— Entendo! Bem, se me disser o nome do Hotel, talvez eu possa lhe ajudar.
Adrien:— É muita gentileza sua. Hotel Grand Paris. Só sei o nome, não sei o endereço.
Mari: —É o melhor hotel de Paris! Fica do outro lado da cidade, uns trinta minutos de carro.
Adrien:—Nossa! Agora mesmo que preciso daquele café...senhorita...
Mari:— Marinette. Muito prazer senhor...
Adrien fica espantado ao ver que a moça não o reconheceu, afinal ele é o modelo mais famoso da marca Agreste, mundialmente conhecida! Decidiu então aproveitar o anonimato...
Adrien: —Adrien. O prazer é todo meu.
Ela sai e lhe prepara o café. E traz também uma fatia de torta.
Mari: — Aqui está.
Adrien: — Eu não pedi torta...
Mari: —Sim, eu sei. É por conta da casa.
Adrien: —Seu patrão não vai gostar de saber que está distribuindo tortas aos fregueses...
Mari:— Não estou distribuindo! Eu tenho direito a comer uma torta, um sanduiche e uma bebida durante o meu turno. E eu não comi. Então, estou dando-a a você!
Adrien: —É muita gentileza sua, obrigado.
Mari: — De nada. Se me der licença, tenho que preparar o lanche do Buddy.
E ela volta para a cozinha, deixando Adrien com sua torta que estava deliciosa. Ele acaba de comer e a procura para pagar pelo café. Vai até o balcão e ela não está. Olha pra cozinha e nada. Então decide entrar e procurar por ela. Ele a vê lá na porta dos fundos com um morador de rua.
Logo apressa o passo achando que ela poderia estar com problemas.
Adrien: — Marinette, está tudo bem por aqui? —fala olhando de cara feia para o pobre homem.
Mari: —Está sim. Esse é o Buddy, um amigo!—tchau Buddy, até amanhã!
Adrien não entendeu nada e Mari percebeu, então decidiu explicar.
Mari:— Ele vem toda noite buscar o sanduiche e o chocolate quente que eu não como do meu lanche. Ele é uma boa pessoa, fica de vigia lá fora enquanto eu fecho a loja.
Adrien:—Você dá o seu lanche pra ele? E não fica com fome?
Mari: — Às vezes eu fico um pouquinho, mas sempre trago uma maçã de casa...
Adrien: — E por que dá seu lanche para ele? Uma pessoa que vc mal conhece?
Mari: — Porque ele precisa bem mais do que eu. Eu tenho casa, tenho teto. Ele não tem nada nem ninguém. Se meu lanche puder trazer um pouquinho de calor e alegria pra ele, eu já fico muito feliz!
Adrien: —Marinette, isso é muito nobre de sua parte. Quem dera as pessoas pensassem um pouco mais nas outras como vc está fazendo!
Então ele tira o dinheiro do bolso e paga pelo café.
Adrien: — Será que você pode me explicar como chego no meu hotel?
Mari: —Não sei se conseguirei te explicar, é complicado...mas posso te levar lá se vc quiser...
Adrien: —Me levar?
Mari: —Sim, posso dirigir seu carro e te levar lá. Vc está cansado e com sono. É arriscado dirigir assim.
Adrien: — Não sei se vc conseguiria dirigir meu carro...*dá um sorrisinho de leve
Mari:— Se tem 4 rodas e um volante, eu dirijo!
Adrien:—Ok, senhorita, vamos lá.
Eles saem da loja e Marinette apaga as luzes e tranca tudo.
Mari: — Esse é seu carro?- fala admirada
Adrien: —Sim. Acha que consegue dirigi-lo?
Mari: — Tá brincando? Esse é um Bugatti Chiron, motor W16 tetra turbo de 8 litros, carroceria de fibra de carbono e suspensão independente. Vai de 0 a 100 em menos de 1,8 segundos e sua velocidade está limitada eletronicamente a 420 km/h por questões de segurança!
Adrien: — O meu está desbloqueado e pode chegar a 463km/h! Mas como sabe tanto assim de carros?
Mari: —Meu tio tem uma oficina que atende alguns carros de luxo lá na China e eu sempre gostei de brincar por lá. Como ele não tem filhos, acabou me ensinando muita coisa...
Adrien:— Vc morou na China?
Mari:—Sim, cheguei há um mês e pretendo ficar aqui por um ano. Depois volto para lá.
Adrien: —Você é uma caixinha se surpresas Marinette, tenho que admitir. Então vamos?
Adrien lhe dá a chave e eles vão até o hotel. Mari dirige tão suave e perfeitamente que Adrien quase dorme. Chegando lá, Marinette sai do carro, entrega as chaves e se despede quando Adrien lhe interrompe.