~ Gael ~
Sexta feira é dia de pagode. O dia foi corrido, a boca só lucrou e agora é hora de aproveitar o que essa vida bandida me oferece; O nome disso meus caros, é farra.
Fiquei de encontrar o JP, Maquinista e Sorriso no bar do Seu Zé, que é o bar que a Maju está fazendo um bico. Não apoio que ela trampe lá, mas é melhor do que no asfalto até porque no meu morro, eu mando e em mulher minha ninguém toca.
Quando chego no bar, os caras estão ainda não tinham entrado e pareciam estar tragando uns beck.
— O maior filho da puta acabou de chegar - diz JP enquanto me aproximo - chefe chega na hora que quer.
— Mais é um arrombado do caralho! Quem pode, pode... - digo comprimento o resto.
Assim que entramos, o clima muda. Algumas pessoas ficam tensas mas no geral, continuam o que estavam fazendo. Não costumamos vir no bar do Seu Zé, nas sextas o pagode é na casa do manos; Mas há algumas semanas passamos a vir frequentemente, por causa da mulher encrenca que eu tenho.
Maju e eu não temos nada concreto. Mas ela sabe que eu sou de todas e ela é minha. Não sou de querer a mesma mulher mas nosso lance é diferente; E por falta de explicação, a única justificativa é a nossa química.
Vejo Maju conversando com uma garota. Outro dia, Maju estava falando dela, acho que seu nome é Luara; Se eu continuar a prestar atenção no que a Maju fala, vou acabar sabendo o nome de todas as amiguinhas dela. Não sei se culpo ela por falar mais que matraca ou eu que sou um merda por dar corda.
— Estou te achando alegre demais hoje. Andou bebendo o estoque do Seu Zé? - brinco ao ver seu sorriso, depois que Luara sai.
— Isso é o que você faria - ela diz achando graça.
Bem, talvez se eu ainda fosse um moleque, roubaria mesmo , naquela época beber sem pagar era uma das maiores loucuras que eu poderia fazer escondido da patroa. Hoje em dia, sei que o buraco é mais embaixo e agora conheço as verdadeiras loucuras da vida, mas a patroa não tá mais aqui pra rezar a Deus por mim.
— Talvez você esteja certa. Mas somos iguais, hum? Me serve o mesmo de sempre. - falo enquanto sento no banco.
Minha mãe não teria orgulho de mim se estivesse viva. Eu não sou um bom homem, eu sei. Minha vida é uma droga e me afundo cada dia mais. Agora que penso nisso, quando conheci a Maju, talvez tenha sido o brilho dela que me atraiu e para o azar dela, ela ficou atraída pela minha escuridão. E hoje em dia ela está envolvida em toda essa merda; Sei que ela merece coisa melhor, mas eu sou egoísta o suficiente para mantê-la perto de mim. Se ela pode querer, que ela queira só a mim.
Estava disperso em meus pensamentos, mas quando saio do transe ouço LC falando maliciosamente com Maju.
— Quer dizer que eu sou o patrão? Vai fazer tudo o que eu mandar Juju?
Que porra é essa? Desde de quando ele tem intimidade pra falar assim com a minha mulher? Parece que Maju lembrou-se que eu estou aqui, pois a mesma está me encarando um tanto temerosa. Quem não deve, não deveria temer. Parece que ela tem culpa no cartório.
— Juju, ein? - falo chamando a atenção dos dois - posso saber do que mais você anda chamando a mulher dos outros? - digo me levantando.
Continua? . . .