A PROPOSTA - TRISTAN - Série...

By Laniqueiroz

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Série Turbulência 2/3 Tristan Maxwell não é apenas um excepcional piloto, mas um dos herdeiros do conglomerad... More

Prólogo
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e um
Capítulo Vinte e dois
Capítulo Vinte e três
Capítulo Vinte e quatro
Capítulo Vinte e cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e sete
Capítulo Vinte e oito
Capítulo Vinte e nove
Capítulo Trinta
Capítulo Trinta e um
Capítulo Trinta e Dois
Capítulo Trinta e três
Capítulo Trinta e quatro
Epílogo

Capítulo Cinco

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By Laniqueiroz

Olá, amores! Cap. 5 saindooo! Espero que estejam gostando desse putão lindo e sua tigresa...rs.

Boa leitura!

Lani

Você esteve buscando no escuro, como se não tivesse ninguém lá. Você acha que não tem ninguém lá... Deite a sua cabeça em meu colo, você pode confiar em mim. Feche os seus olhos e liberte-se...

(Beating Heart – Ellie Golding)

Pietra

T me abandona e passa a lidar com os muitos controles e comandos do painel sofisticado. Suspiro, parecendo uma criança deslumbrada. Ele vai me deixar operar alguns comandos? Me pergunto, enquanto meus olhos ansiosos correm por todo o lugar. Estou familiarizada com as cabines de aeronaves, mas geralmente entro para servir o Comandante e o Primeiro Oficial, nada mais. Sua cabeça vira em minha direção. Ele tem um sorriso diferente, o rosto quase suave, livre da sedução e safadeza já tão familiares.

— Você escolheu essa profissão por causa de seu pai? — pergunto e vejo seu rosto se fechar imediatamente. O que foi que falei?

— Escolhi por mim mesmo. — Seu tom é um tanto ríspido, o que é novo para mim. Começo a pensar que talvez não tenha tido uma boa relação com seu pai e fundador da companhia. — Sempre nutri uma paixão pelo céu.

Assinto.

— Eu posso entender. Claro que crescer com um pai piloto me influenciou, mas quero seguir a carreira por mim mesma, porque é o que faz o meu sangue pulsar e meu coração saltar — digo baixinho e a tensão vai se dissipando do rosto bonito. — Como é para você? — murmuro. Nunca lhe perguntei isso antes. Nunca conversamos coisas muito particulares, por opção minha. Minha guarda sempre esteve muito bem levantada perto dele.

— É a mais louca e melhor sensação do mundo. — Seu rosto ganha vida, preenchido com paixão. — É viciante, como uma droga poderosa que não pode ser encontrada em nenhum outro lugar, a não ser o céu.

Sorrio levemente, gostando de conhecer esse outro lado dele.

— Eu imagino exatamente assim — digo, excitada.

— A postos, Primeira Oficial — sussurra, seus olhos escuros fitando-me com uma intensidade inquietante. Meu coração começa a saltar contra a caixa torácica enquanto o encaro. Pego o headset sobre o painel, colocando-o. T dá um aceno leve de cabeça. — Preparada? — Balanço a cabeça corajosamente, mesmo que esteja intimidada com ele desde o começo. — Acha que consegue decolar, tigresa?

Engasgo com sua pergunta Ele não deixaria... Deixaria?

— É seguro? — gemo com a pergunta idiota assim que ela sai da minha boca. Claro que é seguro. Por essa razão existem dois pilotos na cabine. Se um errar o outro corrige.

— Porra, agora fiquei preocupado com essa pergunta. — Sua risada é provocadora. Eu não tenho alternativa a não ser rir também. Credo, Pietra! Que mancada.

— Estou nervosa, riquinho — resmungo e ele torna a rir. O cretino está adorando me ver fora da minha zona de conforto. — Mas sim, quero decolar. — T levanta uma sobrancelha zombadora e reformulo minha frase: — Sim, consigo decolar, comandante. — Levanto o queixo em resposta. Embora não voado na coisa real ainda, eu vejo meu pai pilotar desde muito pequena. Ele me ensinou muita coisa.

Aquele sorriso lento se abre em sua boca linda, os olhos escuros fixos nos meus.

— Essa é a minha garota — diz, fazendo borboletas voarem em minha barriga. Ah, merda, estou ferrada, meu Brasil! — Isso, liberte a verdadeira Pietra. Eu a vi naquela primeira noite no bar. É aquela Pietra que me fascina. — Sua voz fica mais profunda e áspera, os olhos segurando os meus. Estou definitivamente em apuros aqui. — É aquela garota sexy e ousada que eu quero. — Meu Pai eterno... Ele pega seu headset e o coloca. — Vamos, tigresa, nos leve para a pista. Já temos a liberação da torre de controle para a decolagem — instrui.

Minhas mãos suam, minhas pernas tremem. Mas me forço a respirar fundo. Ele está bem do meu lado e é um piloto excepcional, se eu fizer alguma barbeiragem, vai corrigir imediatamente. Inspiro, expiro e então, procuro os controles e comandos certos. Verifico o nível de combustível, constatando que a aeronave está devidamente abastecida.

— Preparando para deixar o hangar — anuncio, tentando conter o leve tremor em minha voz. T confirma o procedimento em voz alta. Aciono o motor e seguro os manches. Ele vai confirmando cada comando. Controlo os ailerons e profundores (superfícies móveis nas asas e cauda), respectivamente. Piso no freio, aumento o tamanho das asas com os flapes e slats. Em seguida, manuseio os manetes de potência e o monoplano começa a andar. Sorrio, suor frio escorrendo pelas minhas costas. Caralho! Eu vou voar!

— Saindo para a pista de decolagem... — T diz em sua voz profunda. Está vendo o quanto estou além deslumbrada aqui. Eu repito em voz alta, deixando o hangar, manobrando o manche da direita, fazendo uma curva para entrar na pista de decolagem privativa. — Senhoras e senhores, aqui é o seu Primeiro Oficial, Tristan Maxwell. Sua comandante, Pietra Ferraço, está muito emocionada em seu primeiro voo intercontinental e esqueceu de saudá-los. — Rio com sua brincadeira boba para me relaxar. — Sejam bem-vindos ao voo 20200 com destino a Paris! Obrigado por voar com a HTL!

Torno a rir, meus olhos enchendo de lágrimas, não posso evitar. Ah, Deus, ele está apenas brincando, mas é o meu maior sonho: as rotas intercontinentais. Então, limpo a minha mente, focando na tarefa de nos colocar no ar. Nos levo para a pista e respiro fundo.

— Senhoras e senhores, aqui é a sua comandante Pietra Ferraço, queiram desculpar meu Primeiro Oficial, ele é um tanto intrometido — digo, tentando a todo custo soar como eu mesma. A risada gostosa de T ressoa na pequena cabine. — Preparar para a decolagem. Obrigada por escolherem a HTL! — Olho de lado e meu coração dá uma guinada com a expressão em seu rosto perfeito. É quase como orgulho. Ele ri de novo, lento, sensual. Putão lindo da porra! — Liberando freios... — Volto a me concentrar nos procedimentos e libero os freios, o avião passa a ganhar velocidade na pista. — Trem em cima. — Recolho o trem de pouso e pressiono os manetes, colocando potência máxima, e em instantes, a sensação mais louca e perfeita percorre meu corpo quando de repente, parecemos suspensos. Caralho, não parecemos, estamos suspensos. — Oh, meu Deus! Puta merda! Estamos voando! — exclamo alto sem a menor vergonha de parecer uma tola perto dele.

Ele ri baixinho. Estou rígida, parecendo uma estátua e puxo o manche em minha direção, empinando o nariz do pequeno avião e subimos mais e mais. Mais suor desce pelas minhas costas. Pareço um maldito cuscuz aqui, mesmo com o ar-condicionado em temperatura bem agradável. Lamentável... Urgh.

— Bem, foi um bom treino, mas agora, volte ao seu posto e deixe o comando com os meninos grandes — T diz e em seguida anuncia a rota que faremos: — Vamos sobrevoar o lago e a hidrelétrica de Lajeado.

— Ok — é tudo que eu digo, minha adrenalina ainda em alta.

— Segure-se bem, tigresa. — Ele olha de lado, um sorriso inconsequente curvando sua boca e acrescenta: — Agora você realmente vai voar comigo.

— O que quer dizer? Já voamos juntos — aponto. Lança-me um olhar malvado que faz todos os pelos do meu corpo arrepiarem. — O que vai fazer, T?

— Aprecie o passeio, linda! — exclama e me assusto quando o avião dá uma guinada, começando a subir ficando completamente na vertical.

— Tristan! Seu filho da puta! — grito alto, me segurando dos lados do banco, apenas as nuvens esparsas à nossa frente. Ele gargalha. Oh, meu Jesus Cristo, ele é doido! T me confirma isso quando com outra guinada o monoplano faz uma curva para a esquerda e desce novamente na vertical, o nariz para baixo. Estamos bem acima do lago. Grito de novo, vendo a água se aproximando cada vez mais e ele não reduz a porra da velocidade. — Foda-se, seu cretino! — eu berro a plenos pulmões. O idiota ri com gosto e a poucos metros da água ele reduz, colocando-nos na horizontal. A água está tão perto que parece que estamos em um hidroavião. — Ah, meu Deus, é... Muito foda! Lindo! — murmuro, mesmo me mijando nas calças.

— Lindo? Então, você não vai se incomodar se eu fizer isso... — Sorri e torno a gritar quando o louco gira o avião, nos colocando de cabeça para baixo, num voo de dorso.

— Ah, porra, porra! Seu putão! — o insulto, e o idiota apenas ri mais. É o chamado voo de dorso. É estranha essa posição, mas me permito relaxar e apreciar as loucuras desse cara que mesmo depois de quase três meses de convivência, claramente ainda não conheço. — Ok, vamos lá! Me mostre o que sabe, riquinho! — desafio e sua risada linda soa de novo. Meu Deus, a loucura é contagiosa.

Ele dá um meio giro, voando de lado, me deixando do lado da água. É assustador olhar de lado, mas ao mesmo tempo a adrenalina está inflamando minhas veias agora que o susto está passando. E o exibido torna a girar, mas dessa vez não para. Giramos uma, duas, três vezes e só então, volta à posição normal. Se põe a mostrar todos os seus truques em seguida. Quando se dá por satisfeito, coloca o monoplano num voo rasante, percorrendo a extensão do lago, sentido Lajeado e Miracema, a primeira capital do Tocantins. Voamos baixo, vendo as serras dessa região, as fazendas e chácaras à beira do lago. A Hidrelétrica Luiz Eduardo Magalhães surge à nossa frente, mais serras, muito verde. Suspiro. Meu Estado é bonito pra caralho! Não devemos nada para as regiões metropolitanas. Em alguns minutos estamos sobrevoando Miracema, o Ponto de Apoio, porto das antigas balsas que operavam por aqui antes da construção da ponte sobre o Rio Tocantins. Vou dando uma de guia turística, contando a história da região para ele, que ouve com interesse agora que está voando calmamente.

— Você costuma vir por aqui? — pergunta dando a volta para retornar à Palmas.

— Não muito, embora tenha parentes morando na cidade. — Dou de ombros.

— Você está bem? — pergunta, com um meio sorriso infame brincando na boca.

— E por que não estaria? — o encaro, desafiante.

— Adoro uma garota durona — murmura com uma de suas piscadas sacanas.

Quando aterrissamos de volta no aeroporto, uma sensação gostosa se infiltrou dentro de mim. Adorei o passeio. Adorei conhecer esse seu lado selvagem, mostrando que voar é mesmo a sua paixão. Ninguém faz acrobacias como essas se não for um piloto muito foda. Quando o monoplano para no hangar, T sai e dá a volta, me ajudando a descer. Minhas pernas ainda estão bambas, mas jamais direi isso ao exibido. Uma garota precisa manter certa dignidade, concordam? Ele segura a minha mão, nos levando para fora, onde está a moto. O passeio acabou? Me pergunto dividida entre querer continuar em sua companhia e correr para as montanhas. E a tal proposta?

— Tem um jantar nos esperando em minha casa — diz e fico ainda mais tensa com a menção do seu abatedouro. Ele adiciona: — Vamos conversar sobre a minha proposta, apenas isso, Pietra.

— Não estou dizendo nada — zombo. Ele para do lado da moto, me lançando aquele sorriso zombeteiro, de quem sabe que sim, me amedronta. — Pare de me olhar com essa condescendência do caralho. — O fulmino.

— Então, pare de agir como uma adolescente assustada, tigresa. — Seu rosto fica sério e me entrega o capacete. — Essa não é você. Eu sei, você sabe, então, pare de se esconder.

— Não estou me escondendo. Não pense que me conhece, Tristan, você não conhece nada sobre mim — retruco.

— Conheço sim, querida. Você deseja coisas que só eu posso te dar... — Torna a me lançar um olhar indolente. O idiota é tão arrogante. — Agora, suba na moto. Você vai pilotar na volta. — Seu tom é de absoluto comando, mas um pouco da minha raiva vai pelo ralo com a perspectiva de pilotar a máquina imponente. Ouço sua risada baixa e rolo os olhos. Putão. Ele sabe exatamente os meus pontos fracos. Sim, droga, não sei como, mas ele sabe coisas sobre mim.

— Não pense que pode me comprar, me deixando decolar e agora pilotar essa moto, riquinho — aviso-o.

T pega o seu capacete e pisca para mim. Eu coloco o meu, ajusto a alça da minha bolsa atravessada em meus ombro e torso e monto na moto. Uau. Confortável nem chega perto de descrever esse assento. É largo, acomoda minha bunda inteira. Pego o guidão e olho de lado. Ele está com o olhar cravado em meu traseiro empinado pela imponência da moto e inclinação do assento. Coloca seu capacete e gemo baixinho quando monta atrás de mim. As coxas firmes aderindo às minhas perfeitamente. Sua virilha encosta em minha bunda, tenho certeza de que o idiota está se aproveitando da posição. Suas mãos mornas pousam em minha cintura nua e estremeço inteira. Deus, isso vai ser difícil... Respiro fundo e giro a chave na ignição. Meu corpo termina de inflamar com a máquina potente vibrando entre minhas pernas, direto em meu clitóris. Acelero e manobro, nos levando pela pista lateral, para fora do aeroporto.

Em instantes pegamos a Teotônio Segurado. A noite está caindo e o vento batendo em meu peito, me faz sorrir. T parece sentir minha apreciação porque suas mãos apertam a minha cintura. O trânsito continua vazio e agradeço, uma vez que não tenho costume de pilotar uma máquina com essa potência. Não exagero na velocidade, aproveitando o clima, milagrosamente ameno em Palmas. Em dado momento, sua mão espalma meu estômago, os dedos abrindo, deslizando suavemente em minha pele nua. Eu ofego. Que abusado. No entanto, meu corpo gosta dessa safadeza dele. Os dedos sobem até a borda do meu sutiã, insinuando-se no v entre os seios. Depois voltam, insinuando-se no cós do short. Me assusto com a outra mão, apoiada sobre a minha coxa direita. Eu poderia parar a porra da moto e xingar o cachorro, mas não o faço. Não faço por uma razão simples e humilhante: eu quero esse putão. Contra toda a porra do bom senso, meu corpo incendeia de uma forma assustadora quando estou perto dele. Então, eu não faço nada, exceto deixá-lo me tocar. A mão da coxa vem por dentro, subindo perigosamente perto da minha virilha. Estou tão perdida e excitada, que gemo de frustração ao entramos na 404 Sul, onde fica a sua cobertura. Ele me instrui a entrar na garagem privativa e logo estamos estacionando e desmontando.

Sem uma palavra, T apoia a mão em minhas costas e me guia para o elevador. O clima está carregado entre nós. Estou excitada, meu corpo todo quente, minha vagina alagada, latejando, pronta para a ação. Ele também, pelo volume que percebo na virilha do seu jeans. Já sei que é grande e grosso. Senti toda a sua potência quando me perdi em seus braços naquela primeira noite e depois no casamento de Lenita e Ian quando dançamos juntos. Ainda estou com medo de entrar no covil do lobo, verdade seja dita. Porém, uma coisa já percebi nesse safado, ele não força a barra quando a garota diz não. Pontos para ele. Não demora muito estamos descendo direto no hall da sua cobertura e minha boca cai aberta. Na única vez que vim aqui, foi pelo elevador social e Yuri me atendeu à porta, não vi nada aqui dentro. Me contenho para não assobiar baixo com o ambiente luxuoso da enorme sala. A decoração é toda em marrom escuro e bege. No canto há uma escada em espiral, que deve conduzir aos quartos. Uma parede de vidro lateral, oferece a visão de um jardim de inverno, e acima de cinco degraus, uma piscina ostentosa, tendo a balaustrada da sacada como limite. As luzes de Palmas estão brilhando lá embaixo.

— Você gosta? — A voz profunda soa próximo ao meu ouvido, me fazendo arrepiar. Ando alguns passos, fingindo inspecionar a sala. Ouço sua risada baixa e zombeteira às minhas costas. — Quer beber algo enquanto nosso jantar chega? — Viro de frente para ele. Confiro o relógio, são apenas 18 h.

— Sim, uma Bud — digo e ele sorri com aprovação. Além da paixão pelo céu, temos mais uma coisa em comum, só tomamos essa marca de cerveja. T vai em direção ao bar no canto oposto da sala. Pega duas long necks e vem para perto, entregando a minha. — Não é muito cedo para jantar? — indago torcendo a tampa da minha, tomando um bom gole.

Ele faz o mesmo com a sua. Seus olhos seguram os meus enquanto o líquido desce em sua garganta e me pego cobiçando-o. Sua pele morena-clara bem cuidada, sua boca sensual, os cabelos escuros levemente revoltos do nosso passeio. Meu Deus, como pode alguém ser tão perfeito e ao mesmo tempo imperfeito?

— Vou pegar o jato daqui a pouco. Estou na escala para Dubai, amanhã à tarde — informa e meu estômago cai com a notícia. Ele está indo embora hoje. Isso não devia me incomodar, mas incomoda. Droga, Pietra, você está brincando com fogo.

— Ah. — É tudo que sai da minha boca. Então, limpo a garganta para me recuperar. — Pensei que os pilotos intercontinentais tivessem uma folga maior. Parece que não é tão glamoroso quanto pensei, afinal.

Ele ri. Por alguns instantes ficamos apenas nos encarando fixamente.

— A profissão é 70% glamour e 30% cansativa — brinca, dando de ombros.

— Ainda é uma boa porcentagem. Vale a pena o risco. — Entro na brincadeira e um brilho intenso tinge suas irises. Ele vai falar algo, mas o som da campainha o interrompe.

— É o nosso jantar — avisa e se vira, indo em direção à porta. Ouço vozes e em seguida ele volta com os braços carregados de embalagens do meu restaurante favorito. Aidan fez o serviço de agente duplo completo, o cretino.

— Eu ajudo — me prontifico, pegando algumas sacolas.

— Vamos colocar sobre a mesa perto da piscina — avisa e o deixo ir à frente.

Passamos os próximos minutos arrumando a mesa, perto da balaustrada. Quando terminamos, suspiro com a vista daqui de cima.

— Então é assim que o lado de cá vive. — O olho por cima do ombro, alfinetando-o.

— Recolha seu sarcasmo, tigresa. Vamos jantar. Faça minha viagem para cá valer a pena. — Me dá uma de suas piscadas sacanas. O encaro com insolência, mas me sento, desdobrando um guardanapo. Ele trouxe mais duas cervejas e me sirvo de porções de camarão, mexilhão e arroz branco. Levo uma garfada à boca, gemendo acintosamente. Ele ri e começa a comer também. Ficamos em silêncio por um tempo, apenas apreciando a comida. E no meu caso, suspirando pela vista daqui de cima e, também do homem à minha frente. Quando terminamos, ele limpa aquela boca linda com um guardanapo e toma um gole da sua cerveja.

— Obrigada. Adorei o passeio — lembro-me das boas maneiras. Mesmo que saiba que isso tudo não é desinteressado da sua parte. Ele quer algo. No caso eu, nua em sua cama.

— Não por isso, tigresa. — Dá de ombros, seu olhar crava no meu e percebo que a hora chegou. Enfim, vai me fazer a tal proposta. — Eu quero você. — Sua voz sai áspera e ofego levemente pela intensidade queimando em suas irises ao dizer isso. Sei que não quer dizer no sentindo profundo da coisa, mas sua aparência derrete o meu cérebro e é por isso que nunca me permiti dar sopa para o azar. Isto é, até hoje.

— Eu não faço casual, Tristan — me obrigo a repetir meu mantra.

Seu olhar nunca desvia do meu.

— E eu não faço romance, Pietra — murmura e então, adiciona com a maior naturalidade: — Gosto de foder. Muito. De todas as maneiras que imaginar, mas romance não é comigo. — Puta merda! Engulo em seco, minha vagina latejando com sua admissão e palavras cruas. Minha nossa, eu não devia ficar excitada ouvindo um cara dizendo que gosta de foder, de todas as maneiras, mas não faz romance. Sou uma vergonha total. Qual é a porra do meu problema? Em minha defesa, tenho os onze meses de seca. Argh. Limpo minha garganta e tomo um gole da Bud para ajudar contra a secura da boca. T me observa em silêncio por alguns instantes. Sua forma de olhar é inquietante, mexe com cada parte da caipira dentro de mim. É desafiadora. Ele quer fazer coisas sujas comigo. — A proposta que lhe falei consiste no seguinte: — Se debruça, apoiando os cotovelos sobre a mesa, me intimidando de certa forma. — Você vem comigo para São Paulo, vou treiná-la pessoalmente, te transformar na melhor pilota que esse país já viu... — Minha respiração trava e meu coração começa a correr rapidamente.

— O-o que...

— Vou retomar a minha atividade na escola de pilotos da HTL e, deixe-me dizer, a nossa é a mais moderna do Brasil. Meu irmão está investindo pesado para nos levar ao topo no Brasil e América Latina — retoma, parecendo um homem de negócios, mas seu olhar para mim é faminto, predador, nada tem a ver com negócios. Não os lícitos, pelo menos.

— E em troca? — pergunto, minha voz esganiçada. Ele está mesmo me fazendo uma proposta imoral dessas?

— Você me dá o que eu quero... — diz sem um pingo de vergonha. — Se torna minha até a nossa atração se extinguir. Vai poder se libertar e ser quem é de verdade, sem mais máscaras moralistas.

Eu fico muda. Estou ultrajada. Mas me envergonho em reconhecer que uma parte de mim está lisonjeada com sua porra de proposta. Ele é Tristan Maxwell, pode ter qualquer mulher que quiser, no entanto, está aqui... Meu Pai Eterno, pare com isso, Pietra! Não vá por aí. Não ouse aceitar algo tão indecente, sua idiota. Fico no meio das duas partes guerreando entre si.

— Por que eu? Você pode ter qualquer mulher que quiser? Por que cismou comigo? — pergunto, tentando controlar meu gênio. Eu devo sair agora, antes que me foda, literal e figurativamente.

— Você está certa, eu posso ter qualquer mulher que quiser. Mas agora quero você — admite e luto para não jogar os pratos nesse presunçoso. Seus olhos ficam mais intensos quando sussurra: — Você será uma pilota e ainda poderá experimentar as coisas que tanto deseja, mas se envergonha por achar que é imoral. Me diga que não sente nada, que não quer foder comigo e te deixo em paz — me desafia e me levanto, pronta para ir embora. Cada segundo que fico aqui olhando em seus olhos, ouvindo suas palavras chulas, mas que me deixam molhada e pulsando vergonhosamente, corro o risco de aceitar. Passo por ele, descendo os degraus apressada. Respiração ofegante. Preciso sair daqui. Agora.

— Isso, Pietra, fuja como está acostumada a fazer — zomba às minhas costas. Eu corto a sala, correndo para o elevador. Aperto o botão, mas uma mão grande pega meu pulso e me arrasta, me prensando contra a parede do lado. Ranjo os dentes, tentando acertar o joelho em sua virilha, mas ele é mais rápido, se esquivando.

— Me deixe ir, seu filho da puta! — peço, mas minha voz está ofegante pela sua proximidade, seu maldito perfume invadindo minhas narinas. Sua cara de putão lindo bem próxima da minha.

— Não, eu não vou deixar você se esconder aqui nesse interior. Você nasceu para ser mais do que isso — ele range, espalmando as mãos dos lados da minha cabeça, me prendendo. — Pegue o seu sonho, Pietra. Estou te dando a chance....

— Chance? Não seja hipócrita, Tristan. Você está querendo que eu seja sua prostituta, seu cretino! — rosno. Ele desiste de não me tocar e pega minha nuca, levando meu rosto mais perto do seu, enquanto a outra mão pega minha bunda em cheio. Ofego, minha vagina pulsando miseravelmente. Ele sorri lento e perverso.

— Essa irritação toda não é pela minha proposta. Está irritada porque embora ache imoral, você quer muito aceitar, Pietra. — Seu tom é baixo e áspero, sua boca aproximando e mordendo a minha. A picada malvada me faz gemer, mesmo contra a vontade. Sua boca desce pelo meu queixo e pescoço, os lábios quentes sugando a pele. Convulsiono, ficando tão molhada e latejante que tenho vergonha. Sim, eu quero aceitar. O desejo demais. — Sua raiva é porque contrariando esse senso ridículo de moral que defende, você quer ser a minha puta — continua com seu ataque verbal perverso. Eu solto um ganido, querendo ao mesmo tempo dar um tapa nele e beijá-lo, me render ao tesão insano que despertou em meu corpo. — Eu a quero em São Paulo, em meu território. Lá poderá se libertar e ser quem eu sei que você é. — Sua voz enrouquecida vai para o meu ouvido, me seduzindo sem pudor. A mão deixa a minha bunda e gira pela frente, brincando no cós do meu short. Arfo, me segurando para não o tocar. — Quão molhada está agora, Pietra? O quanto sua boceta está pulsando e pingando para mim? — murmura, então, sua mão desce, afundando entre minhas coxas por cima do short. Eu engasgo... Respiro entrecortado e ele ri, esfregando meu monte com pressão lasciva. — Olhe para mim — exige e me obriga a encará-lo, puxando meus cabelos da nuca. Gemo, ranjo os dentes. Tesão, ultraje, raiva, tudo misturado numa confusão em meu corpo. — Essa boceta vai ser minha. Eu sei e você também sabe.

— Não, eu não vou aceitar sua porra de proposta indecente! — Tento colocar minha bravata em dia. Mas minha voz sai apenas um choramingo pela massagem que o cretino está fazendo em meu clitóris. Ele sorri malvado, os olhos escuros perfurando os meus.

— Você vai dizer sim, tigresa. Como me disse sim naquela primeira noite — murmura, a boca chegando mais perto da minha. Dá um puxão firme em meus cabelos e me seguro para não gemer. Seus olhos me cravam com fome. — Você pode lutar o quanto quiser, mas no fim, irá para mim porque eu posso dar o que você quer.

— Não...

— Sim — afirma e então, sua boca se apossa da minha. Ah, Deus... Meu corpo inteiro convulsiona pelo prazer de sentir seu beijo de novo. Eu queria ter forças para empurrá-lo, mas em vez disso, desisto de lutar e o puxo pelos ombros, abrindo a minha boca para a sua língua exigente. Tristan geme rouco e eu também. Nossas bocas se tornam vorazes, o beijo duro, cheio de tesão reprimido. Nos devoramos com tanto ímpeto que meus lábios ficam doendo. Suas mãos passeiam pela minha cintura nua, subindo para os seios, puxando o bojo do sutiã para baixo.

— Seu filho da puta... — protesto, sentindo-o amassar meus montes, com firmeza, cravando as unhas na carne, puxando os bicos. A boca nunca deixando a minha, chupando a minha língua lascivamente. Corro as mãos pelos seus ombros e costas, apreciando os músculos firmes e quentes sob a camiseta. Raspo as unhas em suas costas e ele grunhe, enfiando uma mão pelo cós traseiro do meu short, pegando minha bunda, apalpando, deslizando os dedos em minha racha. Torno a gemer, perdida de tanto tesão por esse homem. E foi por isso que nunca aceitei nenhum convite para ficarmos a sós. Eu sabia que ia dar merda. Ele me levanta pela bunda e esfrega o cume duro e grosso em meu clitóris. Eu choramingo em sua boca, precisando gozar pra caralho.

— Você me quer, porra. Sempre quis desde o primeiro momento em que nos vimos. Admita — rosna, a boca descendo pelo meu pescoço, indo para a lateral, onde morde com força suficiente para me marcar. Convulsiono, rebolando, me esfregando em seu pau grande e grosso através das roupas.

— Sim, sim, seu putão. Sim — resmungo, completamente fodida. Sua resposta é um rugido e sua boca volta para a minha, o beijo agora é mais lento. Nossas línguas se lambem luxuriosamente, enquanto nossos sexos continuam na fricção perfeita.

— Gostosa... Vontade de meter em você aqui mesmo. Vou acabar com essa boceta, porra — diz com aspereza e suga meu lábio com força. Sua ameaça faz um lampejo de bom senso passa em meu cérebro enevoado pela luxúria e reúno forças, parando o beijo.

— Me coloque no chão, Tristan — peço, ofegando, querendo-o com uma força absurda, mas precisando me conter. Ele não é para mim. É errado. Tudo que está me propondo é imoral.

T ruge baixo e me coloca no chão, olhamo-nos, respirando com dificuldade.

— Se sente segura agora, tigresa? Não ficará assim por muito tempo — zomba e se afasta alguns passos, puxando o celular do bolso. — Há um motorista lá embaixo aguardando você. — Seus dedos voam sobre o aparelho e em seguida seu olhar se levanta para o meu. — Vá para casa, Pietra. Tenho que voar agora, de qualquer maneira — informa e meu peito sofre um aperto ridículo com a iminente despedida. Eu devia estar dando graças a Deus que ele parou, não lamentando, droga! O que há errado comigo? — vou esperar sua resposta até amanhã. Depois disso a oferta está fora da mesa — me intima, o rosto sério agora.

— É ultrajante o que está me propondo — retruco.

— Não, não é. É uma troca justa. As escolas de pilotos ainda são preconceituosas com mulheres, infelizmente — argumenta. — Mas eu a colocarei dentro e treinarei para que passe nos testes da companhia. Quantas mulheres acha que se formam pilotas e conseguem emprego em grandes companhias? — Permaneço calada porque a porcentagem é bem pequena. O preconceito de gênero não é só nas companhias, mas entre os passageiros também. Soube de uma pilota que processou um cliente recentemente porque o idiota saiu do avião quando viu que era uma mulher a comandar a aeronave. Para piorar, o infeliz ainda proferiu palavras ofensivas. — Você estará dentro, basta se render a mim. — Abro a boca para contrapor, mas ele levanta um dedo. — O motorista está esperando. — Seu olhar escuro passa por mim, voltando a ficar intenso. — Vejo-a em São Paulo.

— Adeus, Tristan. — Cerro os dentes com sua arrogância. Viro as costas, chamando o elevador, meus dedos trêmulos. Sinto seu olhar sobre mim e meu corpo estúpido continua quente, desejoso. A caixa finalmente chega e passo para dentro quando as portas de abrem. Me viro e ele está lá no mesmo lugar, o sorriso vitorioso curvando sua boca.

— Te vejo em São Paulo, Pietra — repete antes de as portas se fecharem.

Tropeço dentro do meu apartamento e tranco a porta, me recostando contra ela. Ainda não acredito que o cachorro de fato, me fez aquela porra de proposta. Filho da puta! Só porque tem dinheiro acha que pode comprar pessoas? Gemo, começando retirar minhas sandálias e andando pela sala em direção ao meu quarto. Eu quase cedi. Por pouco não o deixei me foder contra a maldita parede. Faço uma careta ao entrar no quarto. Retiro minhas roupas e tomo um banho relaxante. Deus sabe que preciso depois do furacão Tristan passar por Palmas. Visto meu baby doll de malha fria e me deito, ligando a tv no suporte na parede à frente da cama. Me recosto nos travesseiros e minha mente vaga para a nossa tarde juntos. A tv fica em segundo plano enquanto as imagens preenchem meu cérebro tendencioso. Eu quero aceitar, essa é a verdade. Ele está certo, quero ser sua puta. Deus, ouvi-lo rosnando essas palavras degradantes me inflama de tal forma que me assusta. O sexo com ele seria de outro mundo, tenho certeza. Além disso, mataria dois coelhos com uma cajadada só. Iria realizar o meu sonho e ainda saciaria a fome que estou por aquele safado gostoso. Talvez eu deva conversar com Aidan e Luíza. Rolo os olhos ao lembrar que os vira-casacas são do time de Tristan.

— Já sei! — exclamo em voz alta, pegando o celular no criado-mudo. Mila, minha prima mais nova e descolada, pode me ajudar nesse momento. Ela não conviveu tanto com Tristan como meus amigos traidores, então, vai dar uma opinião imparcial. Eu faço a chamada e depois do segundo toque, sua voz alegre soa em meu ouvido:

— Ei, Pi! — saúda e ouço o barulho em volta. Eles devem estar na fogueira que papai mencionou.

— Mila, preciso que vá para um lugar mais reservado e me ouça, está bem? Preciso da sua opinião sincera sobre algo, prima — digo séria.

— Espere um pouco — pede e aguardo alguns minutos na linha. Alguns instantes depois, ela volta a falar, já sem ruídos em volta: — O que houve, prima? Está com algum problema? — gemo. Sim, um problema de 1,90 de altura e pura galinhagem naquele corpo. Conto-lhe tudo. Eu e minhas primas temos uma relação muito boa de confiança. Sempre podemos contar umas com as outras. Mila ouve atenta, ora fazendo sons surpresos, ora rindo. — O que você quer fazer, Pietra? — pergunta com seriedade.

— Ora, eu liguei para perguntar exatamente isso, Mila — reclamo e ela ri um pouco.

— Você quer aquele cara, prima. — Sua voz volta a ser séria. — Pare de pensar tanto. Pegue o que o gostosão está oferecendo, goze bastante e siga em frente no final, sendo a pilota fodástica que sei, você será. — Meu coração salta com suas palavras. E paro, percebendo que liguei para Mila, não para Luana, minha irmãzinha romântica. A decisão já estava tomada. Dentro de mim eu sabia que iria ceder. Pelas razões óbvias que levou o cretino a me fazer essa proposta: eu quero ser pilota e, também quero ir para a cama com ele. Eu quero experimentar o sexo sujo com o qual vem me tentando desde que nos conhecemos.

— Você já sabia — murmuro. Ela ri do outro lado.

— Qualquer um que tenha visto vocês juntos nesses últimos meses, sabe que o tesão aí é nível hard, prima — brinca. — Falando sério, você é a garota mais corajosa e decidida que conheço, agora pare com essa merda e vá sentar naquele gostoso.

Resmungo. Droga, vou aceitar essa proposta indecente? Quando desligo fico olhando meu celular como se fosse uma bomba-relógio pronta para explodir na minha cara. Ele acha que vou remoer essa merda até amanhã. Acha que sou covarde por não ceder antes. Vou me antecipar e surpreendê-lo em seu próprio jogo. O cretino não vai me intimidar. Nunca fui tola, mas esse cara me afeta demais, esse é o problema. Então, me munindo da coragem e ousadia que vou precisar para lidar com um cara como Tristan Maxwell, eu digito a mensagem que mudará minha vida:

Pietra: Eu aceito.


Fones usados por pilotos para diminuir a pressão e ruídos durante o voo.

Gostaram, amores? Não deixem de votar e comentar. Mil bjokas e até a próxima!

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