- 𝙇𝙊𝙑𝙀'𝙎 𝘼𝘿𝘿𝙄𝘾𝙏; (...

By godhannie

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Lee Minho tinha certeza sobre três coisas: 1: era um fracassado; 2: teria uma overdose antes dos vinte e seis... More

1. OVERFLOW
2. DISASTER
3. LIPS
4. TIME'S OVER
5. DON'T LOOK BACK
6. LET ME BLEED
7. SOMEBODY ELSE
8. THE LOVE YOU HAVE IN YOU
9. SCARY LOVE
10. HALF A SOUL DIVIDED
11. BREATH OF LIFE
12. YOUNG FOREVER
13. EVERYBODY DIES IN THEIR NIGHTMARES
14. BROKEN PEOPLE
15. AS FAR AS I COULD GET
16. HARDEST OF HEARTS
17. AUTUMN SEASON
19. THE BRIGHTSIDE
20. TEAR US APART
21. NO SUN
22. SILENT NOISE
23. NOT EVERY SKY HAS STARS
24. WHERE I BELONG
25. ROAD TO NOWHERE
26. STAR OF HOPE
27. AKAI ITO
28. MOK'S CHRISTMAS
29. BORN AGAIN
30. AS TIME GOES BY
31. WINTER OF OUR YOUTH
32. WHAT AWAIT US
33. THE SUN WILL SET FOR YOU
34. WHERE OUR SOULS BECOME ONE
35. STARS WILL SHINE FOR YOU
36. HOME IS WHERE YOU ARE
37. ANGELS FEAR LOSSES
SPIN-OFF
38. FIRE THAT NEVER BURNS
39. ONCE IN A LIFETIME
40. LOVE SET US FREE
41. LOVED BY YOU
42. LIGHT WILL GUIDE US HOME
AGRADECIMENTOS
Q&A

18. LOVE'S ADDICT

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By godhannie

As malas estavam empilhadas no canto do quarto de hospital. Eram quatro delas, lotadas de camisetas pretas e roupas que eu nem sabia que tinha, cuidadosamente dobradas por Jisung que mandou Chan trazer pra mim na semana passada.

Era mesmo a hora de partir.

O dia amanheceu mais bonito que todos os outros, com o céu azul cheio de nuvens branquinhas, as folhas das árvores do jardim brilhando de tão verdes, e os raios de sol tão fortes que iluminavam todo o quarto vazio.

Eu finalmente tirei o pijama do hospital, vesti uma calça jeans, e me sentei na cama observando pela última vez a vista da janela, tentando captar todos os detalhes do céu de Daegu, pois não sabia quando o veria de novo.

— Está animado? – ela perguntou.

Eu nem sabia o nome da enfermeira, mas ela esteve por perto durante tanto tempo, que sua presença era tão confortável quanto a de alguém próximo.

— Eu deveria estar? – respirei fundo, sem ter a mínima ideia de como me sentir.

É claro que eu não voltaria atrás, afinal, essa era a decisão certa que eu já devia ter tomado a muito tempo, mas, eu não imaginava que seria tão difícil me afastar do lugar que vivi durante toda a minha vida, e das pessoas que eu queria desesperadamente por perto.

Quando eu disse a Bang Chan que tinha certeza sobre a minha decisão, ele não me contestou, porque sabia que era o melhor pra todos nós, e ficou orgulhoso quando viu que eu percebi isso sozinho.

Durante meus últimos dias no hospital, com meus machucados já cicatrizando e minha anemia desaparecendo, ele se certificou de cuidar de tudo pra mim.

Toda a herança de dinheiro sujo da empresa falida da minha família, que por anos foi gastada em álcool e drogas, agora tinha finalmente acabado. Todo o dinheiro saiu da minha conta, e pagou minha estadia na clínica de reabilitação mais cara de Seoul.

Era irônico pensar que, no final, esse foi o único gasto útil que fiz com aquele dinheiro, tirando as coisas que comprei pra Dongyul e as pizzas infinitas de Jisung.

Meu coração ainda apertava de saudade dos dois, e pensar que daqui pra frente seria cada dia pior e mais insuportável de aguentar, me causava um frio na barriga.

Eu estava disposto a tentar me recuperar o mais rápido possível, mas ainda tinha receio de quanto tempo isso ia demorar, se realmente ia acontecer, e se ia valer a pena me afastar da minha família por uma cura que nem sei se vou conseguir.

Esse medo cortante continua destruindo toda a esperança que tenho, mas, mesmo assim, eu continuo me mantendo de pé, e acreditando fielmente que todos vão esperar pelo meu retorno.

— Lá é um lugar bom, você vai gostar, senhor Lee.

Eu não sabia como imaginar uma clínica de reabilitação, e quando tentava imaginar, só conseguia enxergar solitárias e camisas de força.

— Nenhum lugar é melhor do que a minha casa – disse ao pensar em Jisung brincando com Dongyul na sala de estar.

Meus olhos sempre ardiam em lágrimas quando eu me lembrava do choro escandaloso de Dongyul, da forma como ele tentava alcançar o bico da mamadeira antes que eu colocasse em sua boca, e de quando ressonava baixinho no meu colo, me deixando desfrutar da sensação maravilhosa de poder protege-lo de todo o mal do mundo, quando, na verdade, não conseguia proteger nem a mim mesmo.

De todas as visitas de Jisung, nenhuma delas foi o suficiente pra acabar com o aperto enorme no meu coração.

Sentia falta de abraça-lo enquanto dormia, de escuta-lo reclamando sobre a minha bagunça como se fosse a coisa mais absurda do mundo, de ver seu rostinho vermelho quando ele estava com raiva, e assistir ele tropeçar em seus próprios pés quando vinha correndo pra me abraçar.

Nenhuma ligação, carta, ou visita na clínica de reabilitação ia se comparar a tê-lo do meu lado todos os dias, e de sentir meu coração bater mais forte todas às vezes que ele destrancava a porta de casa depois de um dia de trabalho, e me abraçava como se eu pudesse curar qualquer coisa.

É por isso que, quando sinto o medo tomar conta de mim, a lembrança dele é minha âncora. Me segura firme no porto, me impede de me afogar, e me da a certeza de que sou capaz de aguentar qualquer coisa enquanto seu coração bater por mim.

— Vamos descer, seus amigos estão esperando na portaria – ela tocou meu ombro me fazendo voltar a realidade.

Um enfermeiro da clínica me ajudou a levar minhas malas, enquanto a enfermeira do hospital dizia a ele que meu único problema de saúde era a arritmia, a anemia que ainda não estava totalmente curada, e meu braço que ainda não funcionava perfeitamente.

Enquanto andávamos pelo corredor até o elevador, meu coração batia tão forte que eu pensei em falar pra ela que não me sentia bem, mas percebi que estava assim por saber que Jisung me esperava a alguns metros, e que essa era nossa despedida.

Quando as portas do elevador se abriram, meus olhos logo encontraram as três pessoas paradas na entrada do hospital.

Jeongin e Bang Chan me oferecendo um sorriso de conforto que escondia tristeza, Jisung com os olhos brilhando em lágrimas que ele nunca conseguia segurar, e os olhinhos de Dongyul abertos sem entender absolutamente nada, e sem saber o quanto eu sentiria a falta dele.

Era estranho pensar em como as coisas mudaram em tão pouco tempo. Jisung era apenas um jovem estudante quando eu o conheci, e agora, quase um ano depois, ele parecia um homem.

O loiro dos seus cabelos é mais escuro que antes, seus braços são mais gordinhos, mas seu rosto ainda é exatamente igual, com a diferença que ele parece mais bonito a cada vez que o vejo.

Dongyul parece ter engordado, suas bochechas dobraram de tamanho e seus braços tem inúmeras dobrinhas de gordura, isso porque faz apenas um mês que eu não o vejo.

Bang Chan também está diferente apesar de ter visto ele na semana passada. Seu rosto está mais cheio, seus olhos mais brilhantes, e apesar de seu sorriso meio triste, ele parece feliz, assim como Jeongin quando me olha.

Fico paralisado, e sinto que nenhum músculo corresponde aos meus comandos. Sinto meus olhos queimarem, e meu coração se encher com algum sentimento estranho, e ao mesmo tempo bom.

Quando Dongyul se mexeu, não percebi a rapidez com que me movi até chegar ao garoto, e o peguei nos braços com o maior cuidado do mundo, sentindo meus batimentos se acalmarem.

O bebê me olhou, mexendo as mãos enquanto tentava colocar seu polegar na boca, e nem percebeu quando eu beijei sua bochecha e senti seu cheirinho.

— Ele sentiu sua falta – Jisung disse com um sorriso enorme no rosto, mas os olhos ainda lacrimejando sem parar.

Eu me aproximei dele, ainda com Dongyul nos braços, deixei um beijo no topo da sua cabeça, e ele abraçou minha cintura colocando o rosto em meu ombro.

— Eu senti mais – respondi – É péssimo ficar longe de vocês dois.

Quase não percebi que ainda tinha mais pessoas ali, e me senti culpado quando notei Chan se aproximando devagar, tentando esconder o pouco de tristeza que carregava.

— Ei – chamou baixinho – Eu resolvi toda a papelada pra você, acho que não tem mais nenhum problema agora.

Eu coloquei Dongyul de volta no carrinho, e me virei pra dar atenção suficiente pra ele, que parecia mais abatido do que eu pensei que estaria, e parecia não saber o que dizer.

— Obrigado, hyung – senti minha voz tremer – Não só por isso, mas por tudo. Se não fosse por você, talvez eu não estaria aqui.

Ele riu fraco, como se eu tivesse mentido, e percebi que seus olhos ficaram vermelhos, e foi esse o motivo dele ter desviado o olhar.

— Estaria – afirmou – Eu tenho certeza disso.

O silêncio parou entre nós dois, e só o que me restou a fazer foi aquilo que eu já adiava a algum tempo, talvez por vergonha de demonstrar, já que nunca fui muito bom com sentimentos.

Abracei Bang Chan pela segunda vez desde que o conheci, mas em uma situação muito diferente da primeira.

O abracei forte, desistindo de segurar minhas lágrimas, e me permitindo apertar meu melhor amigo como se isso pudesse demonstrar o significado de todas as palavras não ditas, de toda a minha gratidão e amor mal expressados, mas que jamais deixaram de ser verdadeiros.

Assim como no dia em que morri em seus braços, seu abraço ainda era caloroso e confortante, como se pudesse me proteger de tudo, como o irmão que eu sempre sonhei em ter, e agora tinha.

— Não demora pra voltar – se afastou pra me olhar nos olhos – Ou eu vou lá e sequestro você, ouviu?

— Tabom – ri e revirei os olhos – Cuida do meu garoto pra mim, tá? E do meu bebê também.

— Pode deixar – me deu tapinhas no ombro.

Jeongin abriu os braços pra mim, e eu corri pra abraça-lo de volta.

Já fazia muito tempo que ele deixou de ser o namorado do meu melhor amigo, e passou a ser uma das pessoas que eu mais confiava. Era o amigo mais próximo de Jisung, a única pessoa que conseguia cuidar de Dongyul depois de Jisung e eu, e a pessoa que cuidou de mim sem ter obrigação nenhuma, me obrigando a tomar sol todas as manhãs, e sendo minha melhor companhia.

— Você é a melhor pessoa que eu já conheci, Innie – deixei um beijo na sua testa depois de abraça-lo forte – Eu vou sentir sua falta.

— Vamos visitar você nas férias da faculdade, não se preocupe – ele apertou minha mão tentando passar toda a confiança que tinha dentro de si – Dê seu melhor, hyung. Vai dar tudo certo.

— Lee Minho? – alguém me chamou, e uma funcionária do hospital se aproximou de nós.

— Sim?

— O carro da clínica chegou, estão esperando por você.

Eu fechei meus olhos por um segundo, porque sabia que a parte mais difícil vinha agora, e eu precisava juntar todas as minhas forças pra fazer isso.

As mãos de Jisung envolveram minha cintura, e antes que eu abrisse os olhos, seu corpo estava preso no meu abraço, sentindo seu cheiro e o apertando forte, como se pudesse fazer aquele momento durar pra sempre.

Meus lábios beijavam seu pescoço e bochecha repetidas vezes, meu aperto se intensificava, e seus dedos gelados me afastavam pra poder me olhar nos olhos, com medo de esquecer meu rosto.

Seus olhos negros brilhavam mais do que todas as estrelas no céu, mesmo molhados com lágrimas ainda carregavam o mesmo brilho único, como se brilhassem só pra mim.

Meus lábios tocaram os seus, com um pouco de desespero e euforia, tentando recuperar o tempo perdido em apenas alguns segundos, e encontrando nossas línguas com o gosto salgado das nossas lágrimas.

Era sempre assim, a mesma sensação viciosa, como se eu fosse viciado nos lábios dele e não conseguisse parar de beija-lo, mas, ao mesmo tempo, eu sempre era obrigado a parar.

De todos os vícios que eu tinha, aquele era o único que me fazia bem, revivia cada célula do meu corpo, e curava cada parte machucada de mim, sem deixar nenhuma cicatriz.

O amor de Jisung era o único vício que eu não podia me desintoxicar, porque era meu combustível, a única coisa que me trouxe sede de vida, e que me mostrou que até nos céus mais escuros existe uma estrela.

— Eu amo você – disse sem ar, sentindo uma mistura de sensações e sentimentos me sufocar aos poucos.

Estava desesperado, triste, morrendo de medo, e, ao mesmo tempo, sendo movido por uma gota de esperança que fazia parte de mim se sentir feliz.

— Eu te amo – ele soluçou, com a voz fraca entregando como ele se sentia perdido, mas seu sorriso me mostrando o quanto estava orgulhoso de mim, e de nós dois.

Eu deixei um último beijo na testa de Dongyul e me afastei, como se isso fosse a coisa mais difícil do mundo, mas orgulhoso por saber que sou forte o suficiente pra ir embora quando preciso ir.

Acenando uma última vez e sem olhar pra trás, eu não precisei que mais nenhuma palavra fosse dita, porque sabia que qualquer um deles estariam ali quando eu voltasse, e isso era mais que o suficiente.

Quando entrei no carro que me levaria ao aeroporto, as lágrimas continuaram a cair, e eu nem consegui responder ao cumprimento simpático do motorista e do enfermeiro da clínica.

Era isso, estava feito. As árvores passavam rápido na beira da estrada, e pensar que talvez eu demore pra voltar, faz meu choro ficar mais sofrido.

É difícil, e eu sabia que seria assim desde o começo, mas não me arrependo, e nem quero desistir.

O meu vício no amor de Jisung não era apenas tomar minha dose dele, e esperar que isso me trouxesse de volta a vida, afinal, amor não é assim, e foi ele quem me ensinou isso.

Amor é deixar ir, se preciso. Amor é saber que apesar de querermos ficar juntos, sempre seremos pessoas diferentes, e às vezes, vamos precisar seguir caminhos que não são os mesmos, e tudo bem, porque nossos corações ainda são um só, e sempre vamos nos reencontrar.

É por isso que, quando abro a mala e encontro uma astromélia seca, todo o meu medo esvaece e se transforma em esperança.

Mesmo vendo o carro se afastar cada vez mais, não me sinto assustado como antes, porque sei que não importa o que aconteça, eu ainda tenho família e amigos, e ninguém pode tirar isso de mim.

***

Oi amores, hoje damos início a segunda fase da fic.

Daqui pra frente o foco vai ser o Minho, e a forma como ele vai lidar com o que está por vir e os problemas que ele tem consigo mesmo.

As interações minsung  >não< vão desaparecer, mas gostaria que vocês entendessem que agora o Minho vai precisar desse tempinho exclusivo dele, e que vai ser essencial pro desenvolvimento da fic.

Além do mais, estamos na reta final, então aproveitem bastante.

Espero que estejam gostando. O apoio de vocês é muito importante pra mim, então sempre que tiverem um tempinho pra votar ou dar um feedback eu vou ficar muuuuuito feliz!

Se cuidem e espero que estejam bem, até o próximo domingo ♡

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