POV Jeong Yunho
Eram dezenove e quarenta e cinco da noite quando Jeong saiu de sua sala com as pastas que entregaria à Mingi em mãos. Enquanto andava em passos calmos, logo mais à frente, avistou Seong no corredor conversando com um garoto de cabelos pretos e mecha azul em apenas uma parte do cabelo. Jeong logo virou sua atenção pra eles, assim que ouviu Seong o chamar.
— Hey, Yunho! Vem cá! — Seong acenou e logo Jeong se aproximou dos dois. O garoto de mechas deu um sorriso gentil à Yunho, que de bom grado retribuiu o ato com um sorriso também. — Esse aqui é o San. Ele trabalha na sede em Busan, só passou aqui pra pegar uns documentos, mas já queria apresentar vocês, já que vão se ver algumas vezes. — Seong explicou e no mesmo instante Jeong apertou a mão do garoto.
— Oie! Prazer em te conhecer, San! Sou Yunho. — Jeong disse de forma simpática, trocando um aperto de mãos rápido com San.
— Prazer em te conhecer, Yunho. — San respondeu e então gentilmente soltou a mão de Jeong ao terminar o cumprimento.
— Vou entregar essas pastas pro Mingi, e ai meu expediente acaba! Tenho que ir pra casa da minha mãe, tem jantar de família por lá hoje, já estou meio atrasado. — Jeong disse, olhando a hora em seu celular.
— Quer que eu chame o uber pra você? — Seong perguntou.
— Ai meu Deus, seria ótimo! Assim já me adianto! — Jeong disse, já alcançando o celular para Park, mas então parou no meio do caminho ao ouvir San se manifestar.
— Eu posso te levar! Ela mora muito longe daqui? — San perguntou e Jeong olhou ele.
— Sério? Bem, ela mora uns há uns quarenta minutos daqui. — Jeong disse devagar, sabendo que aquilo era muito tempo.
— Ah, eu levo! Já estou indo pra casa mesmo, de certa forma. — San disse, dando de ombros, olhando Jeong, que agora se mostrava surpreso pelo garoto ter aceitado, mesmo com o tempo longo de viagem.
— Aceite a carona, Jeong! Até o carro chegar vai demorar mais um tempo. O San já está aqui, ele pode te levar. — Seonghwa falou, olhando Jeong. O que Seong havia falado era realmente verdade, já estava atrasado, e se chamasse o carro, demoraria bem mais.
— Ah, ok! Você tem razão. Eu vou aceitar a carona então! Muito obrigado, San! Eu já volto, só vou entregar isso pro Mingi! — Jeong disse, ajeitando as pastas no braço e eles assentem com a cabeça.
— Ok! Então te espero lá em baixo! — San disse e saiu andando com Seonghwa para o elevador.
Jeong assentiu com a cabeça e no mesmo instante saiu andando para a sala de Mingi, e foi batendo na porta devagar ao vê-lo do outro lado da porta de vidro, usando um par de óculos e concentrado no computador. Assim que Mingi levantou o rosto, Jeong observou em como o rapaz ficava diferente com os óculos, aquilo o deixava muito mais sério, até mesmo mais elegante. Pensou em como tudo caía bem em Song Mingi. Imediatamente afastou seus pensamentos ao ver seu chefe erguer a mão e chamá-lo para entrar na sala. Respirou fundo e então abriu a porta.
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POV Song Mingi
Song levantou o rosto ao ouvir as batidas na porta de sua sala, e logo viu Yunho com as pastas em mãos do outro lado do vidro. Imediatamente foi acenando para o garoto entrar, e assim o assistente abriu a porta, fechando-a atrás dele em seguida.
— Oii! Vim trazer as últimas pastas de hoje. — Yunho disse, rindo baixo e andou até a mesa de Mingi, este último logo percebeu em como Jeong andava até a mesa de forma confortável. E realmente Jeong estava mais confortável, felizmente não sentia mais aquela tensão que sempre ficava na ár assim que ficava perto de Mingi, estava pela primeira vez ficando à vontade perto do ruivo, mas sabia que não poderia dar bandeira, pois ali era só um mero funcionário.
— Oie! Finalmente! — disse Mingi, rindo baixo. Jeong então ajeitou as pastas e as colocou à frente dele. — Obrigado, Yunho. — disse, fazendo Yunho dar um pequeno sorriso.
— De nada! — Yunho disse. — Eu vou indo, ok? Já terminei todo meu trabalho. Bom final de semana pra você. — ele disse rapidamente, colocando as mãos nos bolsos, e foi dando meia volta devagarinho, pronto para ir embora.
— Ah, ok! Pra você também! — Song se levantou e ajeitou os cabelos, se sentindo um pouco ansioso, não acreditando que estava mesmo ansioso. — Ahm, na verdade… — disse Mingi, após um curto silêncio, algo que fez Jeong se virar e então tomar sua atenção para o ruivo, parando no meio do caminho. — Você quer ir tomar um café comigo? Tem um cafeteria ótima aqui perto, podíamos discutir o roteiro da viagem de semana que vem. — disse, enfiando suas mãos nervosamente em seus bolsos, enquanto sentia Jeong o analisar de longe.
— Mingi, me desculpe, mas não posso hoje. Minha mãe vai fazer um jantar e eu já estou atrasado. — respondeu Jeong, depois de uns segundos, checando a hora no relógio do celular, fazendo Song suspirar baixo e assentir com a cabeça em compreensão, porém ainda se sentia … chateado?
— Ah, tudo bem! Posso ao menos te levar pra esse jantar? Já estou de saída de qualquer forma. — disse Mingi, tirando as mãos dos seus bolsos e pegando as pastas que Yunho havia deixado na mesa, para guardá-las e analisá-las só na segunda-feira.
— O San, hm, ele vai me levar! Inclusive está me esperando lá embaixo, tenho que ir. De qualquer forma, muito obrigado, ok? Nos vemos na segunda? — Jeong perguntou, fazendo Mingi apenas encarar o garoto mais à frente. Mingi não saberia bem descrever o que houve em seu corpo, mas foi como se sentisse um choque bem estranho, no qual ele nunca havia sentido antes. Não deixou de pensar que era a primeira vez que alguém rejeitava seu convite, e acabou se sentindo frustrado, e até demais.
— Ah, entendi! — disse, sem expressão alguma e apertou firmemente os dedos nas pastas que tinha em mãos. — De nada, bom final de semana e um bom jantar. — disse Mingi, vendo Jeong assentir com a cabeça. — Está liberado… até segunda, ok? — disse, se segurando mesmo para manter a calma.
— Obrigado, Mingi. Bom final de semana pra você também e até segunda. — Jeong disse e então saiu da sala, fechando a porta em seguida. Assim que Song se viu sozinho, largou as pastas que segurava na mesa, fazendo um barulho mais alto do que esperava. Odiava quando as pessoas atrapalhavam seus planos. Ele estava furioso.
No mesmo instante, Mingi pegou seu interfone, discando o número da sala de Park.
~ interfone Seonghwa ~
— Seong, o que o San estava fazendo aqui? — perguntou Mingi, assim que ouviu o bipe, já também ouvindo a resposta de Seonghwa.
📲Seonghwa: Ah, ele veio pegar uns documentos do cliente dele. O cliente queria transferir o caso para a sede de Busan porque vai se mudar pra lá. — Seong explica, e então Mingi imediatamente segurou seus cabelos no topo da cabeça, sussurrando um "merda" baixinho. — Por que? Está tudo bem?
— Sim, está tudo bem. — disse Mingi, tentando disfarçar sua frustração, e então desligou o interfone.
Mingi começou a sentir um nervoso absurdo, a qual nunca tinha sentido antes. Tudo era muito novo e estranho para ele, ainda mais passar por isso com uma pessoa que ele acabou de conhecer, e que ainda mais trabalhava para si. O mesmo começou a pensar nas palavras do melhor amigo, e chegou a conclusão que precisava se distrair de alguma forma, antes que ficasse mesmo maluco, e ele sabia muito bem como fazer isso.
O ruivo tirou seu iphone X preto do bolso, e então discou um número no teclado, e então logo depois de um toques, pode ouvir a voz doce e calma do outro lado da linha.
📲Hongjoong: Olá, Mingi! O que me deve à essa ligação tão repentina? E logo cedo! Nem passa das dez da noite ainda. — Hongjoong disse, logo soltando uma risada baixa.
— Foda-se o horário Hongjoong! Esteja pronto quando eu chegar. Daqui meia hora passo aí. — disse Mingi, com certa arrogância, fazendo Hongjoong suspirar.
📲Hongjoong: Mas você vai usar os acessórios em mim? — Hong perguntou e Mingi suspirou, se sentindo frustrado diante de tantas perguntas.
— Talvez sim, vou pensar! Eu estou estressado e só preciso foder, Kim. Te vejo daqui a pouco, já fique pronto. — Mingi disse e desligou a chamada, colocando o celular no bolso e vestindo seu blazer em seguida, de forma rápida e precisa.
Mingi estressado era a própria bomba relógio, mas ele sempre tinha um campo temporário onde podia explodir, e este campo se chamava Kim Hongjoong, um garoto que trabalhava em uma boate gay que Mingi raramente frequentava em segredo. O de cabelos vermelhos era uma pessoa pública, e o fato de esconder sua sexualidade era por puro negócios, imaginava que ela podia muito bem destruir todo seu patrimônio bilionário, mas por sorte achou alguém que era leal a ele em todos os sentidos, até em suas brincadeiras sujas tais quais ele e seu parceiro de benefícios achavam prazerosas. Para Mingi, tudo sempre foi apenas sexo, ou pelo menos até um garoto de cabelos castanhos aparecer em sua vida.