MICHAEL
Eu havia passado o dia inteiro inquieto. Tentei me distrair estudando mas isso não funcionou. A forma como Todd havia se despedido me deixou desconfortável, foi tão inusitado.
Fingi que estava tudo bem, mas o aperto no peito não sumiu em momento algum. Já era de noite e eu estava de banho tomado quando Colton me ligou praticamente desesperado dizendo que eu precisava encontrar com ele na frente da universidade, isso só me assustou mais ainda. Principalmente porque ele queria que eu levasse a chave do meu carro, então talvez ele quisesse que eu fosse para algum lugar.
Fiquei alguns minutos esperando, sentindo frio e me arrependendo de não ter levado um casaco porque ventava bastante. Eu estava usando apenas uma calça de moletom preta e uma camiseta fina cinza, isso não era o suficiente para me esquentar.
Vi um carro se aproximar, mas não era o carro do meu amigo. Aquele carro era de Taylor. Tive a confirmação que era dela mesmo, quando os dois desceram apressados e começaram a andar na minha direção. Ambos estavam arrumados, como se tivessem vindo de algum lugar.
— Mike! — ela falou assim que me notou ali
— Oi gente, o que aconteceu? Você me deixaram preocupado! — eles se encararam, apreensivos. Havia um papel na mão de Tay, que me deixou curiosos porque meu nome parecia estar escrito ali. — O que é isso?
— Escuta, nós podemos te explicar melhor mas não agora! Você precisa ir para o aeroporto! — Colton falou sério
— Aeroporto? Por que? É algo com o Todd, ele está bem?
— Mike o Todd está indo viajar. Ele vai ficar um bom tempo bem longe e se você for agora talvez consiga se despedir! — continuou
— Espera, o que? Ele não está indo viajar, passamos o dia juntos, ele teria me dito!
— Acontece que o Todd é burro e não conseguiu de contar. Ele não queria te fazer sofrer! — Taylor suspirou, parecia cansada — Todd está indo para a Europa, terminar a faculdade lá. Nós ficamos com a missão de te avisar sobre isso quando ele já estivesse longe mas não queremos isso!
— Calma isso é sério? — perguntei sentindo meu coração se apertar
— Infelizmente amigo, infelizmente. — ela me olhou com pena — Ele te deixou uma carta, mas é só isso. Temos ordens de não te atualizar sobre ele, o Todd queria recomeçar ir...-
— Qual aeroporto? — a interrompi
— Tenta entender que...-
— Taylor eu perguntei qual o aeroporto. — ela me encarou por alguns segundos, antes de me dizer qual aeroporto era
— Hey, podemos ir com você se quiser! — minha amiga falou enquanto eu me afastava para ir até o estacionamento
— Não precisa.
— Mike, espera aí! — Colton falou vindo até mim e me segurando pelos ombros — Se você não conseguir falar com ele ou conseguir mas não sair como planejado, liga 'pra gente beleza? — assenti — Pega, é sua. — me entregou o papel que antes estava com Taylor. Agora vejo que é um envelope.
Saí rápido dali, indo até o estacionamento. A informação ainda não tinha sido absorvida por mim. Eu esperava que eles me dissessem qualquer coisa, menos isso.
Dirigi sem nem prestar atenção, com certeza chegaria alguma multa depois. Mas não era isso que me preocupava, não agora.
Quando cheguei no aeroporto eu entrei correndo, passando os dados que Taylor havia dito sobre o voo dele. Ainda não havia saído, mas já estavam chamando os passageiros e eu consegui ouvir quando cheguei perto.
Comecei a me desesperar por não encontrá-lo em nenhum lugar. Até que o vi. Ele estava com uma pequena mala de mão, usava um casaco preto e não parecia muito contente.
— Todd! Não faz isso! — falei me sentindo cansado e com o peito doendo
— Mike? — ele se virou, um pouco surpreso por me ver ali
— Por favor! Não vai embora, por favor! — implorei
— Mike...-
— Por favor Todd!
— Senhor, você vai entrar? — a moça que verificava as passagens perguntou. Todd a olhou rapidamente antes de voltar a me encarar.
— Eu amo você. — senti meu choro se intensificar
— Não. Você não me ama. — falei com a voz rouca, por conta do choro. Observei o ruivo passar uma das mãos no rosto, secando as lágrimas e entregar sua passagem em seguida — Por que você tá fazendo isso? — perguntei sem entender a razão disso tudo
— Eu preciso Mike. Estou fazendo por mim.
— Saiba que eu nunca vou te perdoar Todd. Nunca! — não quis ficar para ouvir mais nada, muito menos para vê-lo entrar em um avião
Me virei e saí dali, tão apressado quanto a forma que cheguei. Percebi o olhar de algumas pessoas, talvez confusas. Mas naquele momento tudo que eu mais queria, era ir embora dali.
Assim que entrei no carro apoiei as mãos no volante e abaixei a cabeça, sem nem tentar controlar as lágrimas. O enevolpe branco estava jogado no banco ao lado, e eu não sabia se estava afim de olhá-lo.
Meu celular vibrou, era Taylor preocupada. Mas não foi isso que me chamou atenção. Havia uma mensagem de Todd logo abaixo, uma mensagem de voz. Sua foto de perfil havia desaparecido, e a mensagem havia sido enviada há alguns minutos atrás.
Respirei fundo e apertei o play
“Oi Mike. Eu não sei se você já leu a carta que te escrevi ou se nem faz ideia do que está acontecendo. Acho que já deixei tudo explicado naquela carta, mas tem algumas coisas que eu preciso te dizer. — houve um momento de silêncio e ouvi um barulho fraco de choro — Eu pedi para nossos amigos não falarem nada sobre mim e a minha vida, mas não foi por maldade! Eu juro pedi isso pensando em você! Eu..-
— Pensando em mim é o caramba! Eu sei o que o é melhor 'pra mim! — falei interrompendo o áudio para falar sozinho
“Eu não quero que você fique preso a mim sabe? Não seria justo! Tenho medo de que as coisas não sejam como meu planejado e eu te faça sofr...-”
— Ah cala a boca, você já está me fazendo sofrer!
“Sofrer. Apesar de que já estou fazendo isso então só não quero fazer mais ainda. Me perdoa, algum dia. Quando você ouvir isso eu já vou ter trocado de número, e não vão te passar o novo. Mas não se sinta traído por eles, sério, a culpa...-”
— A culpa é toda sua. — resmunguei
“ É toda minha. Eles também não vão me falar nada sobre você, achei que você ia se sentir mais confortável assim. Olha Mike, eu te amo muito e por mais que você tenha revirado os olhos porque acha que estou blefando, saiba que não estou. — a voz dele falhava enquanto falava — Eu só precisava disso, precisava ir. Sei que que quando eu voltar você vai me tratar como um estranho mas...— novamente veio o silêncio — T-Te amo. — agora era nítido que ele estava chorando. Não é como se eu não estivesse também. — Te amo p-pra sempre.”
E então o áudio acabava. Senti vontade de tacar o celular pela janela do carro. Ele não tinha esse direito. Ele não podia me abandonar aqui.
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O envelope branco, escrito Michael em vermelho, ainda estava lacrado. Não quis ler o que estava ali. Nos primeiros dias sem ele eu fiquei revoltado, só de ouvir o nome dele me dava vontade de vomitar.
Mas se passaram uma, duas, três semanas. E a ficha foi caindo. Todd havia ido embora, sem pensar duas vezes.
E aos poucos a tristeza se apossou de mim. Um mês depois da partida dele eu só queria ficar no meu canto, estava focado nos estudos como nunca. Afinal, essa era a única coisa que eu ainda fazia.
Hoje é sexta feira, e meus pais haviam me avisado que iam viajar para algum lugar que não prestei atenção. Agora estou no meu antigo quarto, deitado na minha antiga cama. Todd e eu passamos por tanta coisa aqui.
— Levanta! Agora! E não quero não como resposta!
— É, você ouviu o que ele disse!
Olhei para a porta do meu quarto, vendo o casal me encarando. Justin estava sério e de braços cruzados, enquanto Nathan me encarava como se estivesse apenas seguindo o noivo.
— Como entraram aqui? Eu tranquei a porta de entrada. — falei sonolento e ao mesmo tempo com a voz rouca pelo choro
— Dei meu jeitinho. — Russel deu de ombros
— Você arrombou a porta da minha casa?
— Arrombar é uma palavra muito forte, eu só abri sem a chave!
— Você arrombou a porta da minha casa. — falei suspirando e voltando a me deitar encarando o teto — O que fazem aqui?
— Viemos te salvar dessa vida de sofredor! — ele falou com certa empolgação na voz
— Não preciso ser salvo.
— Ah, não? Porque você parece um corpo sem alma vagando por aí!
— Justin! — Nate o repreendeu — O que meu belíssimo noivo está tentando dizer, é que já vai fazer dois meses desde a partida do Todd e você ainda está muito mal. Como seus amigos, ficamos preocupados!
— Eu 'tô legal.
— Nathan eu vou bater nele! — ouvi Justin "sussurrar" e sorri de leve
— Sem violência amor! — ele sussurrou de volta — Mike, vamos, viemos saber como você está de verdade e te ajudar a seguir em frente! — me sentei na cama e os olhei
— Como se sentiram se o outro fosse embora para o outro lado do oceano e deixasse uma carta te avisando? — eles se olharam cabisbaixos — Pois é. Não quero ser salvo, quero que o Todd apareça aqui agora! Eu juro que vou esquecer tudo, ele só tem que aparecer aqui!
— Ele não vai voltar tão cedo Mike. É triste mas é a realidade! O Todd está longe e você não pode parar de viver por conta disso! — Russel se sentou na ponta da cama
— É tão patético sabe? Eu não sou mais uma criança. Sou um homem adulto sofrendo porque o ex é um idiota e resolveu estragar tudo! Vocês são tão sortudos por serem assim, tão apaixonados. Odeio vocês.
— Nate eu 'tô com dó! Vamos formar trisal! — ele olhou para o namorado que deu risada
— Amor eu só tenho dinheiro para o casamento de duas pessoas, três é muita coisa! — dei risada, assim como Russel
— Tudo bem, eu aceito isso. Mike, o que acha da gente sair agora? Vamos jantar, o Nate paga!
— Você não me disse nada sobre isso Justin!
— Não quero sair, sério.
— Tá, podemos pedir uma pizza? Só a gente? Por favor! — me olhou apelativo
— Por que insistem tanto? Hoje é sexta, por que não estão se agarrando em algum lugar?
— Ai Mike, nós fazemos isso tudo hora. Estamos cansados até. — Justin deu de ombros
— Justin, deixa que eu lido com ele! — Nate empurrou o noivo para sentar em seu lugar, ele o olhou indignado — Nós estamos aqui porque não queremos te ver sofrendo. E se quer saber, ninguém adorou ouvir que o Todd estava indo embora! O Ched xingou ele de todos os nomes possíveis quando descobriu que você foi o último a saber. Nós somos um grupo Mike, quando alguém faz merda nós reconhecemos isso. Claro que entendemos o lado dele, não fomos nós os abandonados aqui! Você não é patético por estar sofrendo, achou que depois que virasse adulto ia parar de ter sentimentos? Quando fico muito tempo ser ver o Justin, nossa, quase morro! E tipo, eu vou me casar com ele e continuo sofrendo por saudades, isso sim é patético. — sorri de canto — Sei que agora você só quer o Todd de volta, é normal! Mas ele não vai voltar Mike, não agora! Você tem uma vida aqui, o Todd não vivia ela no seu lugar. Não é como se ele estivesse se divertindo com seu sofrimento e já esqueceu tudo que viveram, mas tenho certeza que ele não vai deixar de aproveitar lá. Até porque, ele foi embora para tentar recomeçar. Você não precisa sair e arranjar um namorado novo ou namorada nova, nem fingir que está tudo bem, mas deixa a gente tentar te animar um pouquinho!
— Nossa amor, você deveria cursar psicologia. — Russel tentou sussurrar novamente, mas nós ouvimos e começamos a rir
— Pizza então? — perguntei quando parei de dar risada. Eles se olharam e deram um sorriso cúmplice
Fui tomar um banho enquanto eles pediam a pizza, quando saí apenas Nathan estava lá porque Justin havia saído para comprar alguma coisa para bebermos. Depois de muito insistir, Nate concordou em me dizer algumas coisas sobre Todd, se ele estava bem, se já tinha encontrado alguém, essas coisas.
Claro que Justin não precisava saber sobre essas "informações" que Campbell havia me dado, já que Todd pediu que todos ficassem em silêncio quando o assunto fosse ele.
Russel voltou com algumas cervejas e sucos - porque Nathan havia ganhado uma aposta e agora Justin deveria ficar sem beber por um tempo -, logo em seguida vieram a entregar duas pizzas.
Os meninos realmente me distrairam. Deixaram que eu falasse sobre o que aquilo tudo estava me causando, e me deram os melhor conselhos.
Também descobri que Justin sabe mesmo abrir portas, não faço ideia de como ele fez aquilo e aparentemente Nathan também não sabe. A justificativa dele foi "Chancellor adora pregar peças em mim". Eles foram embora de madrugada, iriam para a casa de Justin.
Eu finalmente abri resolvi abrir a carta de Todd.
Enquanto lia, a voz dele passava em minha mente. Ler aquilo não era o suficiente. Eu não queria que ele dissesse que me amava, porque era mentira. Eu queria que estivesse escrito "volto em cinco meses". Ou talvez "eu nunca te amei e nunca mais vou voltar". Seria mais fácil superar assim.
TODD
O primeiro dia foi estranho. Eu não sabia direito o que fazer e o fuso horário me deixava tonto. O apartamento que Leon havia conseguido para mim, era pequeno, mas confortável.
Sem contar o clima. Era frio, e mesmo com o sol, não se comprava com o calor que estou acostumado. Também tinha o sutaque das pessoas que não me deixavam esquecer que aqui sou o estrangeiro.
Eu não conhecia ninguém aqui, então quando abri a geladeira e vi que não havia nada, a solução foi pedir comida porque eu nem ao menos sabia onde ficava o mercado.
E principalmente, ele não estava aqui. Taylor se recusou a falar comigo, ela estava brava. Colton disse que com o tempo ela iria voltar a falar comigo, e sei que essa greve de silêncio não duraria muito tempo.
A primeira semana na nova faculdade foi até que legal. Conheci algumas pessoas do meu curso e outras de outros cursos. Harry tem aula comigo, assim como Evelyn, Oscar faz economia e Ruby medicina veterinária.
Todos os dias eu falava com Leon, mas sempre por mensagem porque o fuso horário não batia. Taylor já havia voltado a falar comigo, e aos poucos me acostumei com o duplo sentido na maioria das coisas que ela falava sobre relacionamentos.
Ainda assim, não era tão legal. Na verdade, não era nada legal. Existem duas pessoas que eu gostaria que estivessem aqui, e elas não estão.
Harry me levou para conhecer a cidade melhor, e a cada canto que ele me arrastava eu só conseguia pensar "minha mãe adoraria isso". Isso foi bom. Ela adoraria vir aqui.
Já se passaram dois meses, e continuo sem me acostumar por completo com as coisas. Tenho sorte de ter Leon, ele me ajude até demais. Como estou fazendo o mesmo curso que ele fez há alguns anos, Leon consegue me indicar para alguns amigos que ele diz serem "influentes". O dinheiro que meu pai biológico deposita na minha conta, não vai durar para sempre e eu preciso me manter financeiramente aqui, por isso estou tentando trabalhar em algum lugar.
Apesar de ter feito amigos aqui e minha vida na faculdade ser legal, me sinto muito sozinho. Não é a mesma coisa de antes, obviamente.
Meus amigos de escola não estão mais aqui e isso parece loucura, porque sempre estivemos juntos. Senti medo de me afastar de Ched porque ele realmente ficou bravo comigo por conta de Michael, e eu entendi cada palavra que ele disse. Porque era verdade.
Depois o loiro apenas suspirou e disse que a vida adulta não era tão legal quando ele esperava. Já Devon, não falou nada sobre esse assunto, mas estava sempre me mandando mensagem perguntando como estavam as coisas. Nathan e Justin me atualizavam sobre as coisas, e as vezes Nathan acabava me dizendo uma coisa ou outra sobre Mike - o que sempre terminava em Russel revirando os olhos dizendo "Você está andando muito comigo, virou até fofoqueiro! O jornalista aqui sou eu!. Isso acontecia toda vez.
A minha irmã parece que cresceu nesses dois meses o que não cresceu em dois anos, Leon diz que é porque não estou mais lá e sinto mais a diferença. Ela é quem me liga de madrugada por chamada de vídeo, Natasha não sabe o que é o fuso horário e eu também não reclamo. Fico ouvindo o monólogo dela sobre seu dia, que normalmente se resumo a muita comida, desenhos que ela mesma fez, e conversas com o colar que a faz ficar próxima da nossa mãe. Não dura nem trinta minutos essas ligações, então não me importo de atender todas as vezes.
— Oi esquisito! — Evelyn falou se sentando ao meu lado. Agora estou lendo um livro sentado embaixo de uma árvore, normalmente é assim que passo os intervalos — Não me respondeu ontem por que ein? Não importa, está afim de sair hoje?
— Sair?
— É, sei que onde você morava a diversão é ficar em casa ouvindo música e tal, mas aqui no meu país nós saímos com os amigos!
— Não gosto muito de sair Eve, só isso. — sorri fraco
— Quando você entrou no nosso grupo eu te stalkeei na internet, então sei que é mentira porque você vivia saindo com seus amigos!
— Isso é passado, não sou mais assim!
— Ah, o lance do seu ex que você não consegue superar deve ter te deixado assim. — fez uma cara de dó
— Também, mas eu realmente não sou muito de sair. Vocês podem ir sem mim!
— Ah mas a Ruby sente sua falta!
— Ela meio que não gosta de mim, já notou?
— É que você entrou do nada no nosso grupo, daqui a pouco ela te aceita. — deu de ombros — Vem cá, falou com aquela sua amiga? — me olhou sugestivamente
— A Taylor? Eve, vocês moram em países diferentes. Não tem como rolar. — dei risada
— Ah, mas e daí? Uma hora ela vem te visitar aqui e aí é só questão de ter privacidade!
— Você é impossível. — ela sorriu
— Mas, falando sobre algo mais sério, você é o cara mais inteligente que conheço! Me ajuda a estudar para a prova? — fez uma cara de cachorro sem dono
— O que você não me pede sorrindo que eu não faço chorando? — Eve deu risada
— Posso cancelar a saída com o pessoa e ir na sua casa estudar. O que acha? — assenti — Valeu esquisito! Ah, aproveita e fala com a Taylor! — me deu um beijo na bochecha antes de sair quase que correndo indo para o outro lado
Dei risada de Evelyn, vendo as pessoas a encarando sem entender sua pressa. Nem eu a entendo as vezes. Peguei meu celular, o sorriso morrendo aos poucos.
A tela de bloqueio ainda ostenta uma foto minha com minha mãe, Natasha e Michael. Não troquei e duvido muito que algum dia eu vá trocar. Olhei ao meu redor, vendo que eu estava realmente em Manchester.
— Espero que isso valha a pena. — falei baixinho segurando meu colar. Suspirei fechando meu livro e guardando o celular, colocando tudo na mochila e me levantando.
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Carta.
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Não sei se todos vocês viram, mas ontem eu deixei um recado no mural. A carta do Todd sumiu do meu computador, e tive que refazer. Por isso o capítulo saiu hoje.