Castle Walls - Camren

By camrensecret

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A dinastia Estrabão está governando a Inglaterra em meados do Século XVI. Com problemas no tesouro real, a Pr... More

Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Comunicado
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII

Capítulo XX

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By camrensecret

Boa tarde gente! Como vocês estão?

Obrigada por todos os comentários que vocês estão deixando na fic, eu adoro ficar lendo eles!

Espero que vocês estejam gostando. Estamos no capítulo vinte, logo logo estaremos caminhando pro final, vocês já tem algum palpite?

Beijo!

───

Não sei em que momento chegamos aqui, só sei que estamos deitadas na cama há mais de uma hora. Não falamos muito. Nosso contato se dá apenas pelo entrelaçar de nossas mãos. As vezes me pego acariciando seus dedos com meu polegar, apenas para me certificar de que ela realmente está aqui.

Mesmo deitada, consigo sentir o peso que se depositou em meu peito desde que ela me contou tudo o que aconteceu em sua vida. O ar parece ter uma dificuldade para sair de meus pulmões, como uma sensação que insiste em puxa-lo de volta para dentro.

Depois de tantos anos sendo ensinada a como me portar em diversas situações, pela primeira vez não sei o que devo dizer, ou como devo agir. Não sei se ela pretende conversar sobre sua filha, se ela pretende procurá-la. Não sei o quanto isso é doloroso pra ela e o quanto está disposta a compartilhar comigo, mas mesmo assim, me vejo na obrigação de perguntar.

- O que você pretende fazer agora em relação a sua filha? - Pergunto receosa, deixando que a dúvida escape da minha boca.

- Não sei se há alguma coisa que eu possa fazer.

Sua mão aperta a minha um pouco mais forte, como se buscasse alguma sustentação.

- Agora que você sabe que ela está em algum lugar, talvez fique mais fácil para extrair informações dos Richmond sobre seu paradeiro, não acha?

- Tentei procura-la por tanto tempo, e não obtive nenhuma resposta, que agora parece uma utopia pensar que posso reencontrá-la algum dia.

- Você vai reencontrá-la, Lauren. - Digo virando para ela.

Seus olhos estão fechados, provavelmente está tentando impedir com que as lágrimas saiam.

- Nós vamos encontra-la, confie em mim.

Ela abre os olhos e me encara por alguns segundos. Eles estão marejados, está evidente que ela está destruída por dentro.

- Você não está mais sozinha, meu amor. Você ficou sozinha por muito tempo, guardou isso muito tempo com você, mas agora isso mudou. Você pode dividir esse fardo comigo, está tudo bem.

Ela solta um longo suspiro ao mesmo tempo em que se vira na cama e solta nossas mãos que estavam juntas. Ela se levanta levemente e se apoia sobre seu braço, ficando na altura ideal para que nossos rostos possam se ver com clareza.

Fixo seu rosto nos mais diversos lugares. Analiso sua pele, sua sobrancelha, seus olhos... Tais olhos que sempre foram o que mais me atraía para perto dela. Agora tão pertos, que posso ver os tons verde azulados que o compõem.

Desvio meu olhar para sua boca, que agora forma um tímido sorriso demonstrando gratidão, e ao mesmo tempo, deixando claro que não quer mais falar sobre isso, caso contrário, tenho certeza que todas as lágrimas que ela estava tentando guardar vão desmoronar pelo seu rosto, e a última coisa que quero é vê-la chorando novamente.

Tento controlar minha vontade imensa de beijá-la enquanto levo minha mão para o seu rosto e acaricio suas bochechas tão macias.

- Sinto como se pudesse tocar o mundo inteiro embaixo dos meus dedos. - Digo enquanto passo os dedos lentamente pelo seu rosto.

Ela sorri ainda mais, mas não diz uma palavra.

Não é preciso dizer. Palavras não são necessárias quando atos conseguem suprir sua função. Eu sinto o amor nos seus olhos, no seu sorriso. Espero que ela consiga sentir o meu também, pois é uma das coisas que mais tento deixar transparente nesse momento.

A proximidade de seu corpo me faz ter uma vontade imensa de tocá-la, de senti-la. Levo minha mão até sua nuca, sentindo sua pele arrepiando por baixo da minha. Puxo levemente sua boca para mais perto. Seus lábios se afastam e encontram os meus. Sinto um alívio assim que nossas línguas se encontram, é incrível o entorpecimento que toma conta de mim sempre que nos beijamos.

Sinto sua respiração acelerando conforme nos beijamos, e ela parece perceber isso também, pois se afasta de uma maneira insuportavelmente lenta até seus lábios se afastarem dos meus, e a expectativa de senti-los novamente já basta para me deixar paralisada. Nos mantemos nessa posição por um instante, deixando nossas respirações se misturarem.

- Vou lhe dizer uma coisa - digo baixinho. - Não sei qual segredo você guarda em seus lábios, mas gostaria de saber como você faz isso.

- Isso o quê? - Ela sorri, se sentando na cama.

- A forma que você faz com que meu peito anseie por você a cada segundo.

- Eu te perguntaria a mesma coisa se houvesse uma resposta.

Me sento em sua frente e sorrio. É difícil não fazer isso quando se está perto dela.

Finalmente sinto que estamos em paz, depois de tanto tempo esperando por isso. Sinto que agora nosso amor está na forma mais genuína que poderia estar, está límpido de qualquer coisa que pudesse envenená-lo. Estamos abertas, sem nenhuma defesa, sem nenhum segredo. Somos apenas nós.

- Você me perguntou sobre suas damas, e prometi que iria tentar descobrir onde elas estavam. - Diz ela. - Não queria falar sobre isso, mas logo Isabel estará de volta.

Balanço a cabeça, concordando totalmente, por mais que minha vontade de estar com ela sem ter que me preocupar com nada fosse gigante.

- Antony está mantendo suas damas na corte, elas não puderam voltar para suas famílias. Ele está com medo que elas tentem algum contato com você e conspirem contra ele. Até Lady Lola, que estava prestes a se casar, teve que retornar ao castelo.

- Mas elas estão seguras? Digo, estão sendo ao menos bem tratadas?

- Fique tranquila, Camila. Antony pode ser um desgraçado, mas não é burro. Ele precisa do apoio dos nobres nesse momento, jamais ousaria irritar a família de suas damas. Estão trancadas em quartos pela corte, mas não parece ser o pior lugar do mundo para estar.

- O que você quer dizer com isso?

- Os poucos nobres que ainda apoiavam sua família estão presos na masmorra sofrendo todo tipo de tortura possível. Antony fez um juramento para que todos declarassem lealdade total a ele, e quem não o fizer, vai ser morto por traição.

- Você jurou? - Pergunto.

Seu rosto se contrai em um semblante de dúvida.

- Eu deveria ter negado?

- De jeito nenhum. - Respondo. - Só queria perguntar se você soou convincente, afinal, sua cabeça é linda demais para ser arrancada.

Ela solta uma gargalhada daquelas que ecoam pelo recinto inteiro. Nesse momento sinto uma sensação gostosa na barriga, e por Deus, como meu coração pode amar tanto alguém como a amo?

- Acho que o importante agora é pensarmos em como recuperar seu trono. - Ela diz ainda sorrindo.

- Eu já andei pensando sobre isso. - Digo rapidamente.

Ela levanta as sobrancelhas.

- E você pretende dividir essa informação comigo? - Pergunta.

- Esse seria o menor dos problemas, mas acredito que você não vai gostar do que vou lhe dizer.

Percebo que ela está pensando em todas as possibilidades que poderiam se encaixar nessas circunstâncias. Depois de voltar seus olhos nos meus, balança sua cabeça em um gesto para que eu fale.

- Preciso recuperar minha aliança com a França. - Digo direta.

Seu semblante se fecha no mesmo momento, e seus olhos agora possuem um resquício de indignação.

- Você está falando sério, Camila?

- Por qual motivo eu não estaria?

Ela solta uma risada nasal enquanto se levanta e vai até a janela, deixando bem claro que está descontente. Acho que ela não vai falar nada, mas se vira e me encara novamente.

- Você espera que eu apague da minha mente como Francisco estava forçando as coisas com você naquela noite?

- Isso é o que menos me importa agora, Lauren.

- Esse homem asqueroso, colocando seus desejos acima da sua vontade, é o que menos te importa?

- Lauren, eu não quero entrar em uma nova briga. Sei que não concorda comigo, mas o que mais preciso nesse momento é que você apoie minhas decisões.

Olho para ela, mas sua expressão impassível não me revela nada sobre seus sentimentos agora. Ela se recosta na parede atrás de si e põe as mãos no rosto.

- O que você está pretendendo, Camila? Você acha que vamos chegar na França e eles irão nos receber de braços abertos?

O fato dela falar no plural me dá um indício que está considerando a ideia, portanto, abaixo minhas defesas.

- É claro que no primeiro momento em que colocar meus pés em solo francês e me reconhecerem, serei presa. Eu posso não conhecer muito o Francis, mas pelas conversas que tivemos, nada para ele é mais importante do que a soberania da França. Por mais que o dinheiro que Antony esteja oferecendo pela minha cabeça seja chamativo, tenho certeza que eles vão ouvir o que tenho para dizer antes de tomarem uma decisão.

Ela me olha em silêncio, provavelmente tentando imaginar por que eu me submeteria a estar com Francisco quando finalmente me livrei dele. Ela não consegue me entender. Normalmente, eu ficaria orgulhosa disso. É cansativo estar o tempo todo tentando fazer com que as pessoas me entendam facilmente, mas neste caso parece errado.

- Eu preciso recuperar meu trono, Lauren. Tudo que vem depois disso não me interessa. Preciso recuperar a Inglaterra.

- Se nossos laços com a França já eram frágeis antes, o que te leva a crer que vão se unir a você?

- Não tenho muito a oferecer, eu sei, mas não posso ficar aqui de mãos atadas esperando os mercenários de Antony me capturarem e mandarem nós duas para a fogueira.

Ela não diz nada, então aproveito o silêncio para me aproximar dela. Quando estou em sua frente, coloco meus braços ao redor de seu corpo. Por mais que ela estivesse tentando se manter firme, sinto que ela relaxa sobre meu toque, e isso já é o suficiente.

- Vamos parar de falar sobre a Inglaterra e falar sobre o que mais importa.

- O que mais importa nesse momento além disso? - Ela pergunta, enquanto me afasta delicadamente.

- Condessa Jauregui, jura que não sabe? - Puxo ela novamente para a cama. - Quando você vai vir me ver de novo?

Ela sorri, e é um sorriso verdadeiro. Fico aliviada.

- Fico feliz que queira me ver de novo, minha princesa.

- Eu não aguentaria muito tempo sem você.

Sei que em breve ela vai voltar para a corte. Mas não quero que vá. Estar com ela é exatamente como a felicidade se parece.

- Voltarei o mais rápido que conseguir, eu prometo.

- Vou estar aqui te esperando.

Ela alcança minha mão e a aperta com força. Eu não sei o que ela está pensando neste momento, mas seus olhos já estão distantes, e sinto que o silêncio vai se instalar novamente entre nós.

Escuto uma porta se abrindo no andar de baixo, e Lauren da um sobressalto em minha frente. Ela se levanta e vai até a penteadeira, abrindo uma das gavetas com uma velocidade que nunca havia visto.

Ela vem em minha direção com uma faca em mãos, e passa o objeto pontiagudo para mim.

- Fique em silêncio. Não houve batida. Talvez não seja Isabel.

Ouço passos rápidos pela casa, e parece ser mais de uma pessoa.

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