Vic havia tido outro pesadelo.... Acordou respirando pesado, seus olhos arroxeados dava uma sombra revigorada porém cansada.
— Droga dormi demais... — Sussurrou ao olhar para o chão lá estava a fada, completamente ao chão sem entender o motivo Vic viu que ela estava bem, o rosto sem nenhum arranhão sequer, ela não sabia de nada, não sabia da luta anterior, mas de literalmente poucas horas ela já estava completamente bem, mas isso não deixou Vic convencida, a roupas de Anáhla estavam sujas.
Aparentemente a explosão não alertou literalmente ninguém! Nem mesmo a vampira, o que era bastante estranho já que a explosão teve um barulho ensurdecedor. Talvez a magia dela fosse muito mais do que uma simples fada calcularia...
Mas uma coisa Vic reparou quando viu a fada dormindo, reparou que ela havia saído durante a noite.
Mas para onde?
— Ei... Fada acorde, já está tarde, temos que descer. — Disse ela.
— Cinco minutinhos. — Ela parecia tão exausta que a vampira até pensou em interroga-la se necessário, mas preferiu não fazer, pegou ela do chão e a pôs na cama para que dormisse no local apropriado.
— Onde você foi? — Perguntou a ela, mas ela estava dormindo e não pôde responder.
Vic não estava sentindo que aquilo poderia ser bom.
***
Enquanto isso, no meio da divisa de Kaymor com Walahar e Drakandor. Estavam no meio da noite três súcubos, protegendo uma carroça no meio da estrada. De lá saiu ninguém menos que a belíssima imperatriz da noite. Alice Zargov.
— Ora, ora. O que temos aqui. — Disse ela encarando o poço de sangue enquanto um corpo estava jogado no chão estava com as roupas rasgadas e queimadas, suas costas cobertas por garras e hematomas profundos, Alice virou o corpo do homem com o pé.
Alejandro. Vivo, porém deformado. Seu rosto com cortes e marcas de garras, e o peitoral coberto por hematomas e queimaduras, o braço ainda cicatrizando pois os ossos estavam quebrados. Ele precisava de sangue para se regenerar rapidamente.
— Um inseto foi esmagado, Huh? — Disse ela sorrindo.
— o que houve com ele? — Disse um dos três súcubos.
— Ali na frente é Kaymor, ele deve ter vindo de lá, essa semana eles caçam coisas vivas, deve ter dopado com um lobisomem... — Disse um dos guardas.
— Discordo. — Respondeu Alice. — quem fez isso tentou fazer parecer um lobisomem, mas não foi, as garras são mais finas, e... O poder dessa coisa ainda está na pele dele. Como veneno. Um lobisomem não venceria um Lodark facilmente. Ainda mais Alejandro... Quem fez isso está acima de um lobisomem.
— A senhora deseja matá-lo? — perguntou o terceiro súcubos.
— Não. Quero saber quem fez isso com ele. Leve-o para dentro.
— mas senhora, não devemos nos expor a ele, e outra o que quer que fez isso não é problema nosso!
— o que quer que fez isso não está em seu reino de origem. Esta vagando entre reinos e outra, não conheço nenhuma raça que possua o poder de fazer isso com um Lodark. Quero saber o que foi, e depois a gente resolve o que fazer com esse traste. — Respondeu voltando à carruagem. — Vamos, quero chegar logo em Walahar! tenho negócios a fazer.
Disse por fim fazendo com que os homens levassem Alejandro dali.
***
Walahar é o único reino onde os seres vivem muito menos que o restante, isso sem contar na indefesa do povo cujo o corpo não suporta os poderes sobrenaturais dos demais.
Porém eram os únicos que não sofriam com o pôr-do-sol ou noite. Já que não havia consequências por terem poderes.
Alejandro estava escutando algo, mas ele não entendia o que era. Estava acordando vagamente de longas horas inconsciente na rua. Vagamente ia recuperando a consciência sentindo que alguém havia dado sangue a ele, para que ele pudesse sobreviver. Seria algum humano bondoso? não... Humanos odiavam vampiros, afinal humanos possuem o sangue tão apetitoso que vampiros amam caçá-los. Se bobearem se tornam janta.
Quem o salvou?
Não... Ele não estava salvo, logo percebeu que seus pés e mãos estavam amarrados com cordas de aço banhadas em prata à uma cadeira de madeira. Aos poucos sua audição ia entendendo o que falavam a ele. Uma pessoa ele olhou e ela estava usando um vestido preto que mostrava uma das belíssimas pernas definidas.
Era uma mulher, uma poderosa mulher que estava de pernas cruzadas em uma poltrona aveludada.
— ...ato do corpo vampírico resistir mesmo que 1 tonelada esteja sob seu peito, o engraçado é que esse peso lentamente vai esmagando todas as partes de seu corpo quebrando-lhe todos os ossos e esmagando-lhes os órgãos... E o sangue? logo vai vazar pelos olhos orelhas e boca, estará engasgando com ele em segundos. O vampiro vai sofrer uma morte lenta e dolorosa por horas até morrer. Incrível... — Era Alice.
— De todas as psicopatas do mundo que pudessem me sequestrar eu só pediria que não fosse você.
— Deve ser o destino querido, nos uniu mais uma vez. Da última vez você ficou com medo e nem apareceu na minha festinha. Mandou seus cachorros para latir e achei meio maldoso e uma tremenda falta de educação de sua parte.
— peço inúmeras desculpas, prometo te mandar um bonitão de presente pra você da próxima vez. — Ele sorriu ainda dolorido. — Agradeço por ter me salvo, mas se você puder me soltar eu simplesmente vou...
— Quem fez isso com você Alejandro? — Perguntou séria o encarando.
— Desculpe, isso o que? — Perguntou se fazendo de sonso. — Ah! Claro isso... Hã... Digamos que eu esqueci minha carteira em casa e acabei não conseguindo pagar uma prostituta aí já sabe. — Ele riu.
— Suas feridas estão cicatrizando. — Disse Alice enchendo seu copo com uma bebida de cor âmbar. — O interessante é que seu rosto vai ficar com essa marcas para sempre. Você gostava tanto dele, uma pena que ficou tão feio.
De repente Alejandro ficou sério.
— Vamos querido, eu não tenho o dia inteiro, e você está desperdiçando meu tempo e sujando o tapete. Quem fez isso? — Perguntou pela segunda vez encarando nos olhos de Alejandro. O vampiro estremeceu e se arrepiou, Alice não era uma mulher a qual homens deveriam brincar.
Ele ficou quieto, o que não era um bom sinal. Então Alice fechou seus olhos e respirou fundo. se levantou e lentamente caminhou em sua direção pegando uma faca de cima de um armarinho ao lado dela.
A faca estava de longe amolada, entretanto a paciência dela estava bem amolada, inclusive a ponto de cortar o vampiro.
— 1 tonelada... ou o seu pênis decepado por uma faca cega. Escolha. — Disse ela se referindo a história dos vampiros suportarem uma tonelada no peito embora esmagando ele.
Alejandro sabia que quanto mais ela se aproximava menos tempo ele tinha. Se ele contasse a verdade era possível que fosse torturado por Dimitri. Mas entre Dimitri e Alice? Ele escolheria Dimitri.
— Uma fada... — Disse Alejandro e Alice parou de caminhar. — Eu conto, mas... Que garantias eu tenho que não vai me matar assim que eu acabar?
— Não tem. Simples assim. — Disse Alice.
Alejandro sabia que ela era colecionadora de informações, as vendia para qualquer um, ter informações sobre o ocorrido seria entregar de bandeja ouro pro inimigo.
Mas... Ele não teria chances de sair vivo dali nas mãos dela. Aquela mulher odiava qualquer ser humano que não fosse Victórika... "A Vic..." Pensou Alejandro, sim, Alice estava do lado da Vic, se soubesse da fada Anáhla, não iria mudar seu pacto, ela poderia ser tudo, mas em relação a caçadora de vampiros toda a máscara dela cairia.
— Muito bem... Você já sabe que Victórika se alinhou às fadas certo? em busca da coroa.
— A coroa que você está desesperado. Sim. Estou sabendo, prossiga.
— Então... Acontece que meu olfato é um pouco mais aguçado que os outros... E eu senti o cheiro de uma das fadas. Estava seguindo até onde eles iriam, e bem... Essa fada específica, tinha o cheiro... O cheiro da coroa de cinzas. — Alice franziu o cenho da testa.
— Qual o nome dessa fada? — Ela perguntou.
— Não sei... — Alice apontou a faca para a região íntima do vampiro.
— Alejandro... Qual a porra do nome dessa fada!
— Clawsdorne! Anáhla Clawsdorne. — Alice engoliu em seco e arregalou os olhos.
— Clawsdorne? Como Alura Clawsdorne? — Disse Alice e Alejandro fez que sim com a cabeça.
— mas ela é adotada, não tem ligação alguma com Alura além da criação... Esse foi o problema Alice... Achei que a coroa estava com ela por causa do cheiro, mas assim que eu contei que ela não era filha de Alura, ela surtou!!! Literalmente!
— Fadas possuem um ótimo controle emocional, não perde o controle facilmente, mesmo que por uma noticia como essa... E mesmo assim, Anahla Clawsdorne, eu já ouvi esse nome!
— É uma das oito herdeiras de Arghalon, mas a única que não tem controle sobre a magia. Só que nesse dia ela parecia ter conhecimento sim... até demais. Ela explodiu a floresta, de forma silenciosa! Nenhum dos lobisomens escutaram!!! Era... Algo de outro nível se ela quisesse ter me matado ela teria! Não tinha como eu tocá-la.
— magia negra talvez? Não... Ela não é uma bruxa.... Espera você disse que ela tinha o cheiro da coroa de Dante? — Alejandro fez que sim com a cabeça. Logo Alice juntou as peças do quebra cabeça imediatamente. — Seu tolo, Anáhla não está com a coroa de cinzas. — Disse ela convicta. — Toda coroa é criada através de alguém, a coroa de Dante é mágica por tanto não foi criada em Walahar pelos homens.
— Foi criada por uma fada...
— Ah muitos anos atrás... A única fada capaz de guardar grande parte de sua magia devastadora dentro de uma só coroa...
— A fada das trevas e rainha das bruxas... — Disse Alejandro.
— Anáhla é a reencarnação de Medusa. E medusa foi quem criou a coroa de cinzas meu amigo vampiro... — Alice sorriu.
— E agora eu tenho uma informação que poderia acabar com minha vida, suponho que vou morrer agora certo?
— não... Ainda irei usá-lo bastante antes de te matar. Você vai matar aquela fada, e vai me ajudar a trazer Victórika inteira pra mim. o contrário do que você pensa, eu quero tanto essa fada, quanto a filha de Alura vulgo Victórika morta.
Alejandro engoliu em seco... Pelo visto ela não estava tanto a favor da caçadora assim. Alice também era uma vilã.