Audrey e eu paramos no caminho para comprarmos um maço de cigarros e, sim, nós fumamos. Eu desde os 14 e, bom, Audrey desde sempre. Os pais dela fumavam ao seu lado, o que aumentou a curiosidade dela. Quanto a mim, sempre tive curiosidade de conhecer algo com tanto estilo e sofisticação, porém após conhecer não consegui largar o delicioso vício. As ruas de Millenville geralmente eram vazias, porém hoje estava um deserto profundo e assustador, como se a noite clamasse por um pouco de gente. Não havia carros, pessoas, animais ou qualquer coisa que em sua maioria ficam nas ruas. Eram quase 20:00 horas e felizmente chegamos rápido a casa. Eu subi direto ao segundo andar e Audrey se acomodou na sala, que ficava no primeiro. A casa era um tanto elegante. Meus pais construíram antes mesmo de se casarem. Era dividida por um pequeno hall na entrada, seguida pela sala, consideravelmente grande, a cozinha que para minha mãe era um palácio, o banheiro e o quartinho de hóspedes no fundo da sala, quase imperceptível. No segundo andar ficavam as duas suítes, um banheiro no corredor e uma entrada para o sótão. Sim era uma casa enorme.
Tomei um banho para tentar esquecer Lauren. Audrey poderia estar certa, eu ia me machucar e Lauren não ia facilitar nada. Tudo o que eu precisava fazer era esquecer e seguir a vida, mas algo me chamava à atenção em Lauren. Sai do box, me enrolei em uma toalha e fique plantado em frente ao espelho. Meus cabelos curtos e castanhos tentavam cair em frente aos meus olhos, também castanhos. Eu sorria para mim mesmo. Eu me agradava do meu corpo, embora tive problemas com anorexia aos 15, pois me achava extremamente gordo. Mas isso fora antes de eu entrar para a academia. Não tinha um corpo grande, mas agora estava em forma. Eu parecia um louco sorrindo para mim mesmo na frente do espelho, até que Audrey me gritou, dizendo que a janta estava pronta. “Janta? Que janta?”.
Após me vestir, desci para ver o que Audrey estava aprontando me deparei com uma mesa cheia de besteiras: Pipoca, doces, chocolate, etc.
- Ah, oi. Eu fui a minha casa enquanto você tomava banho. Você demorou rapazinho, estava fazendo alguma coisa além de tomar banho? – Disse ela, com o típico tom de brincalhona dela e o seu maravilhoso sorriso torto.
- Não. Estava tomando banho mesmo. Onde você conseguiu tanta porcaria?
- Isso não é porcaria, é nosso estoque para a madrugada. Trouxe um filme para passar a noite. O que você quer ver? As coelhinhas safadas ou Anaconda?
- Você tá brincando que trouxe filme pornô?
- Bom. Anaconda não é pornô.
- Vamos ver Anaconda.
Ficamos no sofá-cama a noite toda. Não vimos o filme, claro, mas também não fizemos nada que dois jovens fariam se estivessem sozinhos dentro de uma casa enorme pela madrugada. Conversamos por horas até que um silêncio se instalou entre nós. Audrey estava deitada em minhas pernas e eu sentado, fingindo prestar atenção na televisão, que não passava nada de interessante. E então Audrey cortou o silêncio me fazendo uma pergunta que fez meu coração disparar:
- Carl... Você já sentiu alguma coisa por mim além de amizade por mim? – Eu me engasguei com minha própria saliva.
- O... O que? Não! P... Por que você me perguntou isso? – Respondi assustado, não porque um dia eu senti alguma coisa por ela, mas porque eu não esperava que ela pensasse algo parecido.
- Nada... Por nada. Somos amigos, certo? – Juro que pude notar um desapontamento em sua voz.
- Claro Audrey. Somos melhores amigos. Saiba que pode contar sempre comigo. – Respondi acariciando sua cabeça e seus cabelos vermelhos. Dei um beijo em sua testa e continuamos em silêncio. Minutos depois ela disse que iria dormir, foi direto para o segundo andar. – Você pode dormir no meu quarto que eu durmo no de hóspedes.
- Ah Carl, não tem problema. Eu queria até te pedir algo... Você pode dormir comigo hoje? Tenho me sentido muito sozinha ultimamente e, não me leve a mal, mas sua casa me dá medo.
- Tá ok, eu durmo com você.
Audrey subiu rapidamente as escadas em direção ao banheiro de cima. Após uns minutos eu ouvi os chiados do chuveiro, ela devia estar tomando seu banho. Porém comecei a ouvir leves chiados carregados de tristeza, algo parecido como um choro. Fui correndo para o andar superior até chegar à porta do banheiro. Bati cincos vezes, perguntando por Audrey, se ela estava bem.
- Está tudo bem Carl. Não se preocupe. – Disse ela com a voz meio rasgada.
- Tem certeza? Qualquer coisa eu estarei no meu quarto. Pode usar uma das toalhas em cima da pia. As roupas estão na maçaneta... E, fique bem.
Eu fui lentamente para meu quarto. Troquei minha roupa para dormir e me deitei. Passou-se um tempo até eu ver uma sombra e virei-me para a porta. Audrey estava lá em pé com uma das minhas camisas que a emprestei. Ela se deitou ao meu lado e ficamos olhando para o teto. O quarto estava mergulhado na penumbra causada pela luz da lua misturada com a do poste perto de minha casa. Ficamos em silêncio na maior parte do tempo, quando eu decidi pergunta-la o que havia de errado. Ela permaneceu em silêncio, procurando coragem, uma resposta ou simplesmente uma mentira, para me dizer.
- Podemos não falar sobre isso Carl?
- Tudo bem. Quando você quiser me contar eu vou te ouvir, ok? Eu te amo Audrey, você é minha melhor amiga. E não chore, por favor
- Também te amo Carl, você é o melhor cara que eu já conheci nessa vida.
- Ainda virão outros. Você vai ver.
- Ah, seu bobão. E mesmo assim acho que não.
- Você que sabe. – Disse rindo e virei ao lado contra Audrey. Ficamos novamente em silêncio, esperando o sono chegar. Eu estava perto de dormir, quando Audrey pega pela minha mão e a leva até sua barriga, fazendo-me a envolver. Abracei-a bem forte, para protegê-la, cuidar e mostrar minha presença a ela.
- Às vezes as pessoas se torturam para se sentirem completas ou na esperança de que serão correspondidas.
- O que você quer dizer com isso?
- Nada Carl, boa noite. E... Obrigada por estar aqui comigo. – Eu voltei a envolvê-la, dei um beijo em sua testa e fiquei com ela naquela noite. Audrey estava andando um pouco estranha, mais depressiva e cada vez mais desacreditada e, ela não precisava me dizer o que estava acontecendo, conseguia desvenda-la por seus olhos cinza. Eu só não sabia a razão.
Não demorei muito para cair no mundo dos sonhos que foi invadido por Lauren, Seus olhos me davam arrepios e sua boca percorria por meu corpo de uma maneira alucinante. Eu estava extasiado, quando ela abriu a boca e mordeu meu pescoço. Seus olhos negros se transformaram em duas órbitas cheias de ódio revelando um monstro sedento por carne e sangue e então... Eu acordei.
Audrey não estava mais lá e isso me fez sentir um pouco solitário, mas logo passou. Eu já estava acostumado com a situação de acordar sozinho. Levantei-me e fui tomar meu banho matinal. Sentia um cheiro diferente vir da cozinha. Desci lentamente e vi Audrey chorando no balcão da cozinha.
- Audrey você tá bem? – Perguntei estarrecido.
- Sim, está tudo bem. – Disse ela rindo. – Eu tô descascando cebola.
- Ah, sim. – Não pude evitar um sorriso também. – Então... O que temos para o café?
- Hã. Bacon, ovos e pão.
- Isso parece bom.
- E ah. Belo volume que você tem entre as pernas. – Ela estava com aquele olhar safado.
- O que? Ah! Desculpa! Sério!
- Tudo bem, Carl. Você não é o primeiro que faz isso comigo. Achou mesmo que eu ia me importar?
- Não sei, é vergonhoso, ainda mais pelo fato de você ser minha amiga e mulher.
- Isso quer dizer que não seria vergonhoso se você fizesse com o Jim?
- Não! Eca! Que nojo. – Começamos a rir. Sentamo-nos nas cadeiras para tomar o café.
O dia estava ótimo, mas preferimos passar ele em casa. Vimos TV, jogamos vídeo game (Ela me venceu em duas partidas de lutas. Ela era boa), fizemos nada, etc. Quando eram 14 horas, ela decidiu ir embora. Levei-a até o Hall para me despedir dela:
- Mais tarde nos vemos então? – Eu disse
- Quem sabe. Hoje eu vou ficar em casa, tenho que arrumar ela, amanhã tenho trabalho e ela está um zona.
- Sim, entendo... – Mais uma vez aquele silêncio instalava-se entre nós. – Audrey... Você está gostando de mim? – Perguntei espontaneamente com medo da resposta, com medo de sua reação, com medo de tudo.
- Carl... Não. Não posso te dizer. É outra coisa. Você não vai entender, é complicado demais.
- Eu posso entender. Por favor, Audrey. Me conta o que há de errado. Eu quero te ajudar.
- Não... Eu... Eu não posso. – Após dizer isso, ela puxou a maçaneta da porta e deu de cara com Lauren que estava apoiada no batente.
- Ah. Acho que não vim em uma boa hora. – Disse Lauren se desculpando.
- Não, eu já estava de saída. E somos só amigos, tá ok Lauren. – Disse Audrey com o perceptível ciúme em sua voz.
- Calma Audrey! Não vai! – Eu disse.
- Eu preciso ir Carl. Tchau Lauren. – Ela foi andando a caminho de sua casa.
- Olha Carl, eu posso vir outra hora também.
- Tá ok, tudo bem, pode ser... – Eu estava aparentemente estressado. Queria muito ajudar Audrey, mas ela não queria ajuda, embora precisasse.
- Ou... Eu posso te ajudar a relaxar já que você está estressado. – Ela esfregava suas pernas em mim, já chegava perto de minha cabeça e eu sem pestanejar segurei em seu corpo para beija-la.
Ela segurou em minha bunda e juntou sua língua com a minha. Eu agarrava suas pernas enquanto acariciava sua nuca.
- Quer me mostrar a casa?
- Te mostro meu quarto agora!
- Quero conhecer a sala, primeiro.
Eu bati a porta simultaneamente ao nosso beijo que fervia a cada segundo aproveitado. Sua língua me tomava e eu a possuía, ou pelo menos era o que eu pensava. Ela me empurrou e eu caí no sofá. Aquele rostinho de safada excitava meus instintos. Ela passava sua mão em minhas partes íntimas enquanto eu tirava sua camisa. Ela estava com um lingerie preto provocante que clamava por ser arrancado. Minha boca estava presa junto a ela, até ela se ajoelhar no chão e me fazer sentar no sofá. Puxou minha bermuda junto com a cueca, revelando meu membro já duro. Ela pegava e fazia um movimento para cima e para baixo, como uma massagem.
- Me deixa brincar com ele? – Ela e aquele tom de voz sussurrante.
- Ele é todo seu, gostosa.
Ela abriu a boca e lambeu a ponta de meu pau, depois pôs ele na boca começando a me sugar. Eu explodia de prazer e tesão. Eu gemia de prazer, ela não parava. Massageava minhas bolas e eu apertava as almofadas. Estava tudo muito bom, gostoso e excitante. Porém o que não sabíamos era que meus pais tinham chegado mais cedo de sua viajem. Não ouvimos as portas abrirem e nem seus passos. Eu estava de olhos fechados e Lauren ainda ajoelhada no chão quando meu pai segurou em meu ombro e minha mãe deu um grito de espanto. Eu arregalei meus olhos e Lauren assustada se levantou rapidamente. Meu corpo quente gelou em instantes. Eu olhei para meu pai e disse: “Oi”...