ー Bora eu te quero! Eu sempre te quis. Não houve um só dia em que eu não pensasse em você. E o quão idiota fui! Por ter ido embora, não há um só dia, em que não me arrependa. Mesmo você sendo a verdadeira melhora que eu havia encontrado.
A Kim viu um brilho de tristeza cintilarem nos olhos âmbar, junto às lágrimas que caiam.
ー Me perdoa, se fui egoísta o suficiente por ter partido, e ter sumido tão cretinamente de sua vida. Eu estava tão desesperada para melhorar. ー Fungou inconsolavelmente. ー Eu ansiava tanto ficar melhor. Para voltar para você.
Houve tantas vezes que peguei o maldito telefone, e fiquei olhando o seu nome, perdi a conta de quantas vezes disquei seu número, mais eu não conseguia, eu não podia voltar ainda para você. Meu primeiro pensamento era: não posso voltar ainda, tenho que me recuperar. Tenho que ser dessa vez, a pessoa certa, que você estava esperando.
Com Siyeon tão perto assim.
Faltando somente a Kim dar o último passo, para em fim seus corpos se encontrarem.
Era um déjà vu, a música no fundo, a falta de ar, o corpo fervendo, os batimentos agitados, o ar gélido da noite que passava fugaz pelo corpo de Siyeon, e trazia consigo aquele cheiro impregnante.
Minutos antes.
À medida que a Lee falava sobre o casal, Bora notou o quão próxima ela estava de Minji e Yoohyeon.
Do jeito que ela interagia com o casal e Dami, não havia sombras de dúvidas de que aquele quarteto tinha boas histórias para contar.
Como demonstrou Siyeon ao longo de seu discurso.
ー É como Dami disse. ー Continuava a bela mulher de traços delicados e atraente, enquanto ficava de costas para o palco.
O que vale ressaltar, de que a mesma não ousou ultrapassar o primeiro degrau.
Ficando assim, a frente de Dami, que a ouvia sorridente e até interagia com a mesma, sobre alguns acontecimentos.
ー Que vocês duas são tão adoráveis juntas, que chega a ser irritante.
ー Ei!
Reclamaram o novo casal, fitando divertidas suas tontas madrinhas.
ー Sabe Namu? ー O largo sorriso da Lee se desfez, ao focar em Yoohyeon. ー Quando você me confessou que ainda aguardava sua pessoa destinada, eu pensei que era só o seu jeito de dizer, que não estava pronta ainda, que era só uma desculpa.
As duas amigas se fitaram confidentes, despertando em Bora e Minji uma certa curiosidade, ao ver Yoohyeon sorrir sem jeito pela primeira vez naquela noite.
ー A sete bilhões de pessoas nesse mundo, por isso acredito, que em algum lugar, num tipo de casualidade das leis do destino, haverá uma pessoa que irá nos completar. Foram essas as palavras que você me disse, se lembra? ー Os olhares sobre a Yoohyeon, a fez esconder sua face no colo de Minji, que acariciava gentilmente seus fios negros, enquanto beijava amavelmente sua noiva. ー Yoohー ao chamar pela amiga carinhosamente, a Kim voltava sua atenção para Siyeon. ー ia te perguntar como é que você sabe, quando é a pessoa certa?
Bora sentiu os olhos da Lee pairarem sobre ela.
E por uns segundos sentiu seu corpo tremular diante aquele inquestionável olhar, que descompassava as batidas do seu ferido coração.
ー Mas agora entendo, como é encontrar sua outra metade, e ter a mais pura certeza, de que sempre, foi, e será ela. ー Sorriu inconsolável. ーMesmo que nossos caminhos tenham se desencontrado ao longo do tempo, haverá uma coincidência, o momento certo, uma simples ligação de uma velha amiga, te convidando para uma viagem, que bem, foi a qual mudou completamente nossas vidas.
ー Porque você está fazendo isso? ー Sussurrou, sendo a única a si ouvir.
O que ela pensava que está fazendo?
Como ousava causar em Bora esse sentimento, inconsolável de a querer?
Mesmo depois de anos, seu corpo e seu coração traíam qualquer convicção da Kim, de rejeitá-la.
Kim Bora não podia.
Não podia deixar esses sentimentos a invadirem.
Siyeon tinha sido a única coisa boa em meio ao caos, que se encontrava.
A Lee tinha sido a certeza, quando Bora se via presa em seu teatro de máscaras, que a levava para o abismo.
Mas depois de ter a arrancado daquela escuridão vazia.
Siyeon se voltou para seu abismo, e se agarrou a ele, à medida que Bora a esperava.
Ela havia esperado por sua gentil acompanhante.
Havia esperado todos os dias.
Esperando por uma ligação sua, ou uma mensagem
E sabe o que mais a feriu?
Mesmo esperando por Siyeon, tendo expectativas e esperanças de que receberia qualquer notícia, daquela complicada mulher, que a fez ver, que ela era bem mais que seus olhos, podia enxergar.
Mas Siyeon não apareceu, quando a Kim mais precisou.
Não se tratava de suprir seu ego, ou seus caprichos.
Não era dependência emocional, ou um band-aid que usou para curar seus ferimentos.
Bora queria compartilhar tudo o que nunca se atreveu mostrar a ninguém, nem à mulher que amou um dia.
Kim Bora a quis mais do que qualquer coisa neste mundo.
Ela conseguiu enfrentar seus demônios com a ajuda de Siyeon.
E era grata por isso.
Uma desconhecida, que a entendeu mais do que ela mesma.
Que a viu, como realmente era.
Mas se era para se sentir tão ferida assim, quando a viu partir.
Preferia continuar ignorando seus sentimentos, algo que não deveria ter acontecido.
Mesmo que a sufocasse ainda mais.
Bora se levantou da mesa, e sem que os restantes dos convidados desse conta, acompanhou um dos garçons que retornava para cozinha.
Assim, saindo daquele lugar, que não deveria ser arruinado pelos conflitos de seu coração e a razão, que voltava a trair.
A linda mulher de olhos tristes, e cheios de lágrimas, seguiu o mais rápido possível para o estacionamento.
ー Bora!
O grito da mulher pelo estacionamento, foi o que a fez parar.
A Kim olhou em volta, e viu uma apressada Lee vim ao seu encontro, quase sem fôlego.
Bora a encarar severa, tentando esconder a dor pulsante em seu peito.
E quando se deu conta.
Percebeu que o momento ironizado voltava a se repetir.
ー Não vá, por favor.
Implorou aflita, e caminhou cuidadosa na direção da mulher diante dela.
ー Estou cansada desses seus joguinhos Lee.
Disse amargamente, e notou o semblante alheio entristecer.
O que não era tão diferente assim do seu.
ー Não é um jogo. ー Seu tom firme, fez com que Bora recuasse alguns passos para trás. ー Eu nunca joguei com você Bora. Nunca.
Sua respiração se desregulava ainda mais, e Bora se odiou por isso.
A Kim não se deixava sucumbir ao ouvir tais palavras.
Mas eram exatamente isso, palavras nada mais que isso.
Assim como foi, cinco anos atrás.
ー O que você quer Siyeon? O que quer de me? Será que não foi o suficiente, você ter me desapontado?
O amargor só aumentava, em recordações daquela noite, que voltava a atingir de novo, e de novo
ー Eu quero você, Bora. Eu sempre te quis. E não, nunca quis te decepcionar, mesmo que eu tenha feito isso, nunca foi minha intenção. ー Viu súplica e sinceridade em suas palavras, e isso a desconcertou. ー Não houve um só dia, em que eu não pensasse em você. E o quão idiota fui! Por ter ido embora, não há um só dia, de que eu não me arrependa. Mesmo você sendo a verdadeira melhora que eu havia encontrado.
Observou um brilho de tristeza cintilarem nos olhos de Siyeon, junto às lágrimas que já caiam.
ー Me perdoa, se fui egoísta o suficiente por ter partido, e ter sumido tão cretinamente de sua vida. Eu estava tão desesperada para melhorar. ー Fungou inconsolavelmente. ー Eu ansiava tanto ficar melhor. Para voltar para você.
Houve tantas vezes que peguei o maldito telefone, e fiquei olhando o seu nome, perdi a conta de quantas vezes disquei seu número, mais eu não conseguia, eu não podia voltar ainda para você. Meu primeiro pensamento era: não posso voltar ainda, tenho que me recuperar. Tenho que ser dessa vez, a pessoa certa, que você estava esperando.
Disse diminuindo a distância entre elas, enquanto Bora sentia q respiração falha em sua face.
Com Siyeon tão perto assim.
Faltando somente Bora dar o último passo, para em fim seus corpos se encontrarem.
Era um déjà vu, a música no fundo, a falta de ar, o corpo fervendo, os batimentos agitados, o ar gélido da noite que passava fugaz pelo corpo de Siyeon, e trazia consigo aquele cheiro impregnante.
Só destroçou ainda mais o coração Bora.
ー Porque está fazendo isso comigo? ー Sussurrou, mais parecendo uma súplica. ー Eu não sou um brinquedo.
Se você me quebra, continuarei quebrada, mesmo que me concerte, será só temporariamente.
Assim como foi a cinco anos.
A cinco anos Siyeon.
Suas palavras eram como lâminas afiadas, perdurando o seu inalcançável alvo.
ー Você não tem noção do quanto estou com raiva. ー Revelou, e a empurro para quebrar de vez sua aproximação. ー Eu queria te odiar pela sua escolha.
Disse sentindo às lágrimas em seus olhos, queimarem, enquanto olhava decepcionada para sua gentil e estúpida salvadora.
ー Mas não posso, ao invés disso, me odeio por te querer de volta, sou uma completa idiota por te querer, tenho consciência disso, mas não consigo fazer meu coração entender, e muito menos, meus pensamentos pararem de pensar em você.
ー Boraー a interrompeu, com um tapa em sua face.
ー Cala a boca Lee! ー Exclamou, tentando fazer com que seus sentidos racionasse.
Pois se continuasse ouvindo-a, não saberia por quanto tempo seu estado de consciência se manteria.
ー Você foi tão egoísta. Eu queria te ajudar! Queria ter permanecido ao seu lado, mas ao invés disso, você me afastou! Me ignorou! E preferiu que outras pessoas entrassem em sua vida, para quê? Por acaso elas não te queriam? Você aqui, se confessando para me, o que achar que isso deveria significar agora?
Siyeon a olhou em desespero enquanto a dor em seus olhos gritavam, à medida que as lágrimas corriam pelas suas bochechas.
ー PORQUE NÃO ME RESPONDE?!
Vociferou enraivecida, a puxando pela gola da blusa.
ー Eu sei que fui egoísta, mas antes, eu não conseguia me ver como alguém suficiente para você.
Bora a viu ficar cabisbaixo, confessando a mesma sentença de cinco anos.
ー Você sempre foi incrível Bora. Você sempre foi forte, mesmo se considerando alguém fraca. Vi uma mulher que se considerava o pior ser desse mundo, esperando esperançosa, por alguém que a pudesse dar o melhor de si. ー Seu coração doía, sua voz falhava, e a dor em seu peito aumentava. ー Eu juro, eu queria ter sido esse alguém, mas minha situação estava, eu já estavaー
Paff
Suou pela segunda vez o tapa.
Fazendo Siyeon olhar entre lágrimas para a mulher que chorava junto a ela.
ー Você não estava quebrada Siyeonー murmurou arrependida, e repousou sua testa no ombro da morena, que não a ousava tocar-lhe. ー e muito menos sozinha, você tinha a me, Gahyeon, Yoohyeon, mas não fomos o suficiente. E eu, confiei em você.
Disse uma verdade inegável, sem malícia e precisa, para que tivesse a atenção da mulher diante dela.
ー Te deixei me trazer de voltar, porque acreditei que era a pessoa mais centrada que havia conhecido, você foi minha luz naquela escuridão, meu sol nascente que se emergia nas minhas manhãs, não passamos por muitas coisas sozinhas. Mas o tempo que estivemos juntas. ー Suas batidas pulsavam dolorosamente, e Bora a olhou com tanto carinho, que Siyeon temeu, pelo o que viria. ー Nunca vou esquecer.
ー Bora? ー Havia temor em seu tom, quando a Kim evitou que a tocasse.
ー Te agradeço por me trazer daquele abismo.
Confessou, interrompendo qualquer pensamento de diálogo da morena, que a olhava em desespero.
ー Mas essa será a última vez que nos encontraremos. Adeus Siyeon.