Depois de ter passado pelo portal, eu não fazia a mínima ideia de aonde eu estava, mas ele era estranho, quente, o céu era avermelhado, para todo lado que eu olhava, haviam rochas pontudas e escuras, também tinham muitas árvores, mas suas cascas pareciam podres de tão escuras que estavam, e suas folhas eram vermelhas, cheias de buracos, algumas daquelas árvores já estavam até caídas, mas na real, era uma floresta aterrorizante, e fica pior, deixei de prestar atenção naquela floresta e olhei para o céu, serio, misericórdia, lá voavam várias criaturas horríveis por toda parte. Eu não sabia o que eram, nunca tinha visto um animal daqueles, eles pareçiam uma mistura de Águias com um pteranodonte, eram bizarros, mas mesmo de longe dava de ver os dentes afiados, então resolvi entrar para debaixo das árvores negras para me esconder da visão daqueles animais, e não acabar sendo sua refeição.
- Que merda é essa? Aonde eu estou? - Naquele momento, a vontade que eu tinha era de chorar, não sabia aonde eu estava, nem aonde aquele demônio teria ido, nem pra onde ele poderia ter levado meu irmão, não sabia de nada. Meu coração estava acelerado, meu corpo estava tremendo. - Billfost!!! Billfost!!! Aonde vc está seu idiota?! Traz o meu irmão de volta agora!!
Será que tudo aquilo era um sonho? Será que eu estava delirando? Será que eu sou louca? Eu não sei, nem para essas perguntas eu tinha as respostas, eu estava angustiada, queria gritar ainda mais do que já estava, mas resolvi parar, me veio o pensamento que se eu ficasse gritando, poderia chamar atenção indesejada, como aquelas criaturas do céu, ou até algo pior.
Eu sentei em um tronco de uma árvore, resolvi me beliscar, naquele momento eu ainda estava com aquela ideia absurda na minha cabeça de que aquilo tudo era nada mais que um sonho. Quem dera fosse. Depois de ter me beliscado, fechei meus olhos por 10 segundos, e então eu os abri, para minha sorte nada havia mudado. Vocês agora devem ter se perguntado: "como assim para minha sorte?". Poiser, foi sorte sim, tudo na vida acontece por um motivo, se tudo isso estava acontecendo comigo naquele momento, havia um motivo, e pode ter certeza que no futuro vai valer a pena.
Ainda sentada, continuava pensando e pensando repetidas vezes no que eu faria para encontrar meu irmão, Billfost era um demônio, está deve ser o mundo dele, sei lá, o inferno talvez. Então com certeza aqui devia ter vários outros demônios tão fortes ou mais que Billfost, como eu iria passar por todos eles, salvar meu irmão, e sai dali? Eu mal consegui lutar contra Billfost, não consegui impedir ele de levar Willian, então o que eu faria contra centenas deles.
O céu havia escurecido, aparentemente a noite naquele lugar tinha chegado. O que só deixava tudo aquilo mais assustador, começei à ouvir vários barulhos estranhos que me deixava com um pouco de medo, mas não era nada que eu não pudesse lidar, na minha casa sempre aconteciam essas coisas, esses barulhos, de vez em quando eu via alguns vultos, ou até sombras com corpos totalmente formadas como uma pessoa, eu meio que já estava acostumada. Eu já estava cansada, com sono, tinha certeza que naquela hora eu não iria conseguir fazer nada para salvar o Willian, e como eu não tinha dormido nada enquanto eu estava em casa, resolvi pegar uns galhos cheios de folhas e usei para me cobrir, e ali resolvi pensar melhor no que eu faria no dia seguinte, até que adormeci.
Horas se passaram desde que eu entrei naquele profundo sono, e pode ter certeza, foi um dos piores sonos que eu já tive, era muito desconfortável dormi no tronco de uma árvore morta, pelo menos eu acho que ela estava morta, pelo cheiro terrível que ela tinha, na real eu acho que tudo ali estava morto.
Enquanto eu estava no mais profundo sono, e em uma das piores situações possíveis, mas por incrível que pareça, eu acabei tendo um sonho, eu nem estava esperando ter um sonho adoravel, já que à muito tempo eu não tinha um sonho que fosse no mínimo bom. Mas pelo menos dessa vez, eu sonhei com alguém especial, meu pai, Lucius Dayon. No sonho eu estava sentada na grama, em um lindo campo cheio de árvores repletas de folhas bem verdinhas, muito diferente daquela floresta nojenta que eu estava na realidade. Eu olhei para o lado, e lá estava ele, meu pai, ele estava sentado olhando para o céu, admirando as nuvens, com um grande sorriso no rosto.
- Pai? É você mesmo? - Enquanto eu falava, uma lágrima decia pelo meu rosto, mas não de tristeza ou de dor, mas de felicidade.
- É claro que sou eu Anna, quem mais séria tão bonito quanto seu pai aqui?
- Ninguém! Isso é certeza.
Fiquei muito feliz e emocionada quando vi ele, depois de tanto tempo, eu estava com tanta saudades. E no que ele disse, era realmente verdade, meu pai era alto, tinha pele clara, olhos escuros, cabelos brancos com uma mecha escura na frente, tinha um corpo até que legal pra um coroa, ele estava em forma, ele estava totalmente igual à última vez que eu o vi, exceto pela barba, aquilo era novo, mas lhe caiu muito bem. Ele era inteligente, esperto, e conseguia cativar qualquer um com aquele sorriso maravilhoso que ele tinha, ele era carinho e amoroso com seus filhos, sempre procurando dá o máximo de atenção à eles que ele podia, e mesmo ele tendo que passar muito tempo longe, pra mim, ele foi o melhor pai do mundo.
- O céu não está simplismente esplêndido hoje?
- Realmente está maravilhoso.
- Sim. Mas você sabe que isso aqui não vai durar para sempre não é? - Ele me olhou com uma expressão entristecida.
- Sei sim, mas quero aproveitar o máximo de tempo que eu puder.
- Você precisa salvar seu irmão Anabell. Ele precisa de você. E sua mãe e irmã também.
- Mas eu não sei como ajudar ele pai. Não sei o que fazer, eu sou apenas uma adolescente com uma espada besta, o que eu poderia fazer contra demônios?
- Você se subestima demais Anna. Não tenha medo, as coisas vão se encaixar, e você não estará sozinha. Eu queria ter explicado tudo antes, queria ter ensinado à você e à seus irmãos tudo que precisavam sobre a nossa vida, mas eu tive medo, eu queria tanto que vcs tivessem uma vida normal, e agora olha tudo que está acontecendo.
- Não é culpa sua pai.
- É minha culpa sim Anabell! - Ele começou à chorar enquanto falava. - Tudo isso é minha culpa, eu escolhi que vocês ficassem desse jeito, eu escolhi esse destino pra vocês quando escondi a verdade.
- Então eu acho que já está na hora de você contar toda a verdade pra gente, mas antes você tem que voltar pra casa, voltar pra sua família.
- Não posso Anabell. Não posso, desculpa. Mas isso é necessarío.
- É necessário ficar longe da sua família?!
- Sim, é necessário para proteger vocês.
- Do que tudo isso adiantou? Olha tudo o que aconteceu?
- Eu sei. Mas tudo que está acontecendo vai valer a pena, você vai ver. Mas agora, meu tempo está acabando.
- O que?
- Olha, você precisa seguir pela floresta, vai direto, vá até o grande castelo que tem na montanha, um castelo negro, com chamas cor de lilás por toda parte, lá é onde mora a Kalena, e ela está com seus irmão.
- Quem é Kalena?
- A Rainha dos demônios, uma das bruxas do Trio satânico.
- Trio Satânico? Como o trio das histórias do Killiam? - Eu já não estava entendendo nada.
- Sim. Agora não dá mais tempo de explicar Anabell. Você tem que ir, vá.
- Não pai, não. Ainda não!!
- Acorde Anabell. E lembre, eu te amo filha.
E o sonho encontrou seu fim. Eu acordei, olhei para o céu, esperando ver o sol, mas ele não estava lá, apenas aquele céu avermelhado todo esquisito. Bom, foi ótimo ver o meu pai depois de tanto tempo, mesmo tendo sido apenas um sonho, mas..... não parecia um sonho, parecia que ele tinha consciência própria, por que as coisas que ele disse, eu não sabia, então, como que ele sabia?
Decidi ignorar essa dúvida e me levantar, peguei minha espada e segui em frente no meu caminho, na real eu não tinha certeza para que lado ir, não fazia a mínima ideia do local aonde aquele tal castelo ficava, então ia ter que me virar.
Eu estava caminhando rapidamente pela floresta, mas é claro, sempre com cautela. Tentava fazer o mínimo de barulho possível, queria passar bem longe da atenção daqueles monstros que passeavam pelo céu, eles não pareçiam ser muito amigáveis, mas na real eu não estava nenhum um pouco afim de descobrir. Naquele momento igual ao meu corpo, minha mente tambem não parava, milhares é milhares de pensamentos e memórias passavam pela minha cabeça, eu ficava pensando no que aconteceu com meu pai? aonde ele está? será que ele está bem? por que ele disse que não podia voltar pra casa?. E enquanto aqueles pensamentos chegavam sem parar, memórias apareçiam, memórias minhas com o meu pai de quando eu era criança, dele brincando comigo e com os meus irmãos, dele abraçando e beijando a minha mãe, eram tantas memórias.
E de tantas memórias, acabou que eu não consegui resistir, e com isso acabei derramando algumas lágrimas, eu estava chorando, por causa daquele sonho, já fazia dois anos que eu não via o meu pai, e mano, foram os piores anos da minha vida, viver com a incerteza do que teria acontecido com ele. E agora, do nada ele aparece em um dos meus sonhos, dizendo coisas que à 3 horas atrás eu com certeza não acreditaria, mas que agora eu estou vendo que é real, e pra piorar, ele nem sequer disse aonde ele estava ou se pelo menos estava bem e isso tava mexendo comigo, é pra ser sincera, eu acho que tava quase enlouquecendo, com tantas informações chegando tão rápido, era muita coisa pra processar.
E ainda tinha outra dúvida que não me deixava quieta, como que ele entrou no meu sonho? Por que tipo, essa seria a explicação mais lógica. Por que o sonho é meu, então quem e o que aparece neles são criações do meu subconsciente para imitar pessoas qie existem no mundo real. E com isso, as informações que teriam no meu sonho, são informações que teriam na minha mente, coisas que eu já sabia, mas as coisas que ele me disse, eu nem sabia que existiam, a tal bruxa, o castelo e tals. Então como uma criação do meu subconsciente sabia de algo que eu, sua criadora, não sabia. Então eu acabei pensando que.....
- Magia. Só pode ser magia, se existem demônios e bruxas, é claro que existe magia, e se aquela história do Killiam for mesmo real, então existem muitos feiticeiros no mundo, como eu teria certeza se o meu pai não é um?
De volta em Bluedalle, no hospital da cidade, minha mãe, Macarena, estava junto de Luiza. Na cidade, já eram quase 11 horas da manhã, Luiza ainda não havia acordado, ela bateu a cabeça muito forte, os médicos disseram que é provável que ainda fique desacordada por mais uns 2 dias no máximo. Minha mãe passou a noite lá, o susto dela tinha sido muito grande, e ela estava cansada, por isso, acabou cochilando ao lado de Luiza.
Logo amanheceu, as cortinas das janelas estavam abertas, a luz do sol acabou invadindo o quarto e pegando bem no rosto da minha mãe.
Ela então acordo, e a primeira coisa que fez foi olhar diretamente para Luiza, para ver como ela estava, mas então ela viu que não havia tido nenhuma melhora.
- Ai minha filha, minha pequena, por que isso aconteceu? Por que você quis fazer isso com você? - Ela passava suas mãos pelos cabelos de Luiza, até que ela deixou cair algumas lágrimas.
Enquanto ela chorava, uma pessoa apareceu do nada na porta do quarto, ele opareceu tão rápido que ate minha mãe levou um susto.
- Oh meu Deus. Olá, doutor. Bom dia.
- Bom dia senhora Dayon. A senhora está bem?
- Sim. Estou sim. O senhor veio ver como a minha filha está?
- Sim. Eu vim dá uma olhada. - O médico se aproximou da cama de Luiza, chegou do seu lado e tocou na sua testa, e então anotou algo no seu caderninho, logo depois ele observou com cuidado os equipamentos médicos e continuou anotando.
- E então doutor? Alguma novidade?
- Sim, ela não está piorando, o que é muito bom. Mas em questão de melhora, está muito devagar, mas é claro faz apenas algumas horas que ela chegou, ainda está muito recente. Então vamos dá mais algumas horas.
- Tudo bem doutor. Obrigado. Vou continuar aqui com ela esperando.
- Ok. Se ela ter alguma reação, vá na recepção e peça pra chamar o doutor Pierce, que aí eu venho imediatamente.
- Tá bom, obrigado Doutor Pierce.
O doutor Pierce saiu do quarto, provavelmente foi cuidar de algum outro paciente. O doutor Pierce era um homem alto, com um corpo atlético, olhos claros, cabelos loiros e ele tinha uma barba no rosto junto do seu sorriso incrível, um médico bem charmoso na verdade. Além de aparência, o que mais posso dizer com ele? Bom, deixando o doutor de lado, seu nome é Júnior Pierce, ele é um cara defensor, sempre que alguém está com problemas, ele quer ajudar, não é atoa que ele se tornou médico, ele corajoso, honesto, gentil e bastante inteligente. Nesse dia ele vestia uma calça social branca, uma camiseta social azul marinho, um jaleco desbotado branco, sapatos sociais brancos, e um relógio na mão direita. Um típico médico normal.
O doutor Pierce então deixou a sala, e com a saída dele, Macarena decidiu pegar seu celular em sua bolsa pra ligar para Willian. Ela queria saber de Will e de mim, queria saber se estávamos bem, ela ligou, e Will não atendeu, ela tentou de novo, e novamente ele não atendeu. Ela então decidiu ligar pra mim, e obviamente eu não atendi, ela tentou de novo, e mais uma vez sem resultado.
- Meu Deus. Pra que eu compro celular pra esses meninos se na hora que eu preciso falar com eles, eles não atendem.
Mal sabia ela que tanto eu quanto Will não tivemos tempo algum para pegar algo como um celular, ou, qualquer outra coisa. Ela desistiu de ligar para nós dois, ela então tentou ligar para i telefone da nossa casa, ela na estava começando à ficar preocupada, e de novo, ela não teve resposta. Enquanto ela continuava tentando ligar para mim e meu irmão, uma surpresa apareçeu, não era meio uma surpresa, mas era algo que ela não esperava. O doutor Pierce apareceu na porta da sala com um sorriso no rosto olhando para minha mãe enquanto ela estava preocupada.
- Toc toc. Senhora Dayon, oi.
- Olá doutor Pierce. Algum problema? Aconteceu alguma coisa com a Luiza? - minha mãe já estava com uma expressão de preocupação no rosto por eu e meu irmão não atendermos, agr ela só ficou mais angustiada.
- Não senhora Dayon, se acalme, por favor. A Luiza está bem. Eu voltei aqui, por que no momento eu estou sem nenhum paciente, então eu resolvi ir tomar um café, e eu vi como a senhora estava meio mal por causa de sua filha, e como a senhora acabou de acordar, pensei que a senhora poderia ir querer tomar um café também.
- Ah. Entendi.
- Então? A senhora quer ir tomar um café? Eu acompanharei a senhora.
- Ah sim, claro. Na verdade, eu adoraria tomar um café doutor.
- Perfeito, então podemos ir. E à propósito, pode me chamar de Júnior.
- Ok, mas só se o senhor me chamar de Macarena.
- Fechado, então vamos lá?
- Vamos.
Minha mãe já estava mega preocupada com a Luiza, por tudo que havia acontecido com ela, e pra piorar, a falta de notícias minhas e do Willian só estava ajudando à acabar com ela. Mas que bom que ela saiu pra tomar um café com o doutor Júnior, com tudo o que vem acontecendo, ela precisa de um momento pra ela.
E de volta à Floresta dos pesadelos, que é o nome que eu dei pra ela, por que eu não sabia qual era o nome oficial dela. Eu ainda estava caminhando, não fazia a mínima ideia de pra que lado seguir, mas continuava procurando, carregando minha espada, pronta pra qualquer coisa. Durante a minha caminhada, começei à escutar algumas vozes estranhas, não tinha certeza se eram na minha cabeça ou se elas realmente estavam perto de mim. As coisas que aquelas vozes diziam não me assustaram, mas me deixavam angustiada, irritada, as vozes diziam coisas como "sua família toda vai morrer", "você nunca vai conseguir salvar seu irmão, ele está perdido" e "você acha mesmo que vai salvar alguém? Você é só uma garota burra, delicada e indefesa, deveria ter ficado na sua cidadezinha fedorenta".
- Quem está aí? Quem está dizendo essas besteiras? Parem agora!!! - Eu gritei.
Eu olhava para todos os lados, para todos os cantos, e não conseguia ver ninguém, eu olhava para o céu e para o chão, e nada. Começei à ficar meio tonta, mas não parei, com isso eu acabei tropeçando em um tronco caído no chão, e caí com tudo no chão, igual quando manga madura caí do pé, e minha espada se jogou ao meu lado, mas eu não estava desmaiada, eu estava acordada ainda, mas muito tonta, tudo à minha volta estava girando, eu estava procurando forças pra me levantar. E então, eu comecei à ouvir alguns passos, não sabia de quem eram, ou de o que era, mas estava se aproximando, eu podia sentir isso. Eu finalmente criei forças, me levantei rapidamente e saquei a minha espada, eu não sabia como segura-lá direito, ou da forma certa de usa-lá, mas eu não ia desistir fácil, ia ter que aprender na prática mesmo sem aula nenhuma. Um barulho surgiu do meio das matas, eu então me virei para aquela direção, com a espada apontada pra lá, e sabia que à qualquer momento aquela coisa iria atacar, mas eu também já estava preparada.
- Quem está ai? Apareça!! Agora!! Ou eu irei corta-ló ao meio com a minha espada.
Ainda segurando minha espada firmemente, já pensando nos movimentos que eu iria usar para atacar aquela coisa, quer dizer, eu não sabia nada sobre como lutar com espadas, mas eu já assisti uns filmes. E do meio das matas, apareçeu um homem alto, bonito, robusto, tinha cabelos escuros, olhos castanhos, com um sorriso de lado lindo no rosto. Ele vestia uma calça jeans rasgada, uma camiseta vermelha, uma jaqueta de couro e botas pretas. Ele parecia até um homem normal, mas eu sabia que ele era bem mais do que isso, não me enganei pela sua aparência humana, Billfost também se parecia humano, mas na verdade, era um demônio.
- Olá garotinha. Você está perdida? - Enquanto o demônio falava, ele olhava pra mim molhando seus lábios com a língua, tipo quando o predador encontra sua caça.
- Não, estou completamente bem. - Eu fui direta, sem enrolação, pra ele se tocar que não quero idéia.
- Você pareçe perdida, já que está no meio da floresta negra sozinha, pareçe até que não tem noção alguma. Mas eu estou disposto à ajudar está bela dama.
- Eu estou bem, obrigada. Não preciso de ajuda, só quero seguir o meu caminho, então adeus.
- Relaxa, acabamos de nós conhecer, e você já quer ir embora? - Ele se aproximou.
- Saía de perto! - Eu apontei a minha espada contra ele, à esse ponto ele ia deve ter sacado que eu estava com medo.
- Opa opa. Que relaçãozinha interessante essa nossa né? - Ele levantou as mãos para o alto, tipo como os criminosos fazem quando a polícia aponta a arma pra eles.
- Nós não temos relação nenhuma demônio. Eu não conheço você, e se não me deixar em paz eu vou arrancar sua cabeça. - Tudo aquilo que saiu da minha boca parecia tão incrível de se dizer, mas na real, se isso fosse preciso, eu não faria a mínima ideia de como fazer.
- Como assim nós não temos nenhuma relação? É claro que nós temos, a nossa relação é demônio e jantar querida.
Ele avançou pra cima de mim, tentou me dá um soco no meu rosto, mas por sorte, eu consegui desviar, joguei minha espada contra ele, mas ele desviou pra trás, se abaixou e me deu uma rasteira, e eu caí com tudo no chão. Eu estava no jogada no chão, qualquer movimento brusco e eu aposto que ele acabava comigo, olhei para os lados tentando encontrar a minha espada, avistei ela, mas com a queda, ela acabou caindo um pouco longe. Ele se aproximou e olhou para mim, eu criei coragem e resolvi olhar diretamente no seus olhos, e eles estavam brilhando, brilhando com um vermelho forte, ele levantou suas mãos, e delas saíram fogo, parecia efeitos especiais de filmes, mas eu não tava nem um pouco afim de descobrir se machucavam de verdade.
Lá estava eu toda jogada no chão, machucada, desarmada é assustada, eu estava prestes à morrer pelas mãos de um nojento nojento, eu não sabia o que fazer para fugir daquela situação, não tinha alternativa nenhuma em que eu conseguisse pegar a minha espada e não saísse morta, então eu fiz o que era melhor, eu corri, pela primeira vez eu corri de uma briga, corri pra direção da minha espada, peguei ela rapidamente e continuei correndo pro meio das árvores, ele gritou de raiva, aparentemente ele não era tão rápido quanto eu imaginava. Não me julguem por fugir, eu não tinha outra opção, se eu ficasse ali, eu morreria, correr era o melhor jeito, sim, agora meu orgulho está ferido, mas eu prefiro ele ferido do que meu irmão morto, e a minha fuga me dava mais chances de conseguir salvar meu irmão.
Eu continuei com correndo usando todas as minhas forças, mas acabei percebendo que apenas eu estava correndo, então eu resolvi olhar para trás e ver o por que dele ter parado, mas ele não havia parado, ele só estava andando calmamente, na maior tranquilidade, como se já tivesse total certeza que ele iria me pegar, como se ele estivesse gostando daquilo, como se pra ele, aquilo tudo fosse uma apenas uma caça, e eu era a refeição. No que eu olhei para trás, perdi a atenção no que vinha à minha frente, acabei tropeçando em uma raiz de uma árvore, e caí no chão, me levantei rapidamente e olhei para trás pra ver a distância que ele estava e se dava tempo de correr. No que eu olhei, lá estava ele, parado na minha frente, apenas me encarando, ele tinha um olhar perverso no rosto, um olhar assustador, ele lambia os lábios como se estivesse com fome, ali eu vi que aquele poderia ser meu último momento.
- Pareçe que finalmente chegou à hora do lanche. - Ele dizia enquanto ria me encarando fixamente.
- Não. Não chegou.
- Queria dizer que sinto muito menina, mas na real, eu não sinto nenhum um pouco.
- Por favor, você não pode fazer isso.
- Sim, eu posso e eu vou. E além do mais, eu aposto que a Rainha vai querer saber como uma humana conseguiu entrar no Submundo. Talvez seja melhor manter você viva pra ela, ou talvez eu possa inventar um terrível acidente.
- Não!! Chega!! Eu avisei e você não escutou, agora eu vou arrancar a sua cabeça. - Eu estava me tremendo toda, mas mesmo assim consegui levantar a espada em direção ao demônio.
- Chega à ser fofo você levantando essa espada por aí, fazendo ameaças terríveis achando que qualquer um vai acreditar, só que isso só deixa mais óbvio que você não sabe nem como segurar uma espada direito.
- Fique longe. Ou eu vou...eu vou.....vou arrancar seus braços e joga-los ao fogo.
- Aiai. - o demônio começou à se aproximar, e enquanto ele se aproximava, eu me afastava. Ele tinha razão, eu não sabia nada sobre espadas, que merda, parece que eu não sou tão boa atriz quanto pensei que fosse.
No que ele foi se aproximando, ele levantou suas mãos, e de lá saíram garras afiadas de seus dedos, ele estava pronto para me matar, e ele estava gostando disso, mas infelizmente pra ele aquela não era a minha hora. Em um segundo, tudo mudou, eu olhei rapidamente e quase não acreditei no que vi, tive que olhar duas vezes para ter certeza, um galho de árvore enorme e grosso havia atravessado o peito do demônio, agora eu não estava mais em perigo, por que agora meu quase assassino estava morto. Uns respingos do sangue dele caíram sobre mim, normalmente eu ficaria inojada, mas na real, eu estava aliviada, me senti aliviada de ver o corpo dele todo ensanguentado jogado no chão, sem vida alguma, sem perigo algum. Então eu me liguei de que aquele galho não poderia ter aparecido do nada, claro, nós estávamos no meio de uma floresta, mas um galho não ia cair naturalmente e atravessar o corpo de um demônio sozinho, alguém precisaria está lá, olhei para todos os lados, atrás de quem salvou a minha vida, e o alguém apareçeu.
Do meio dos arbustos cheia de folhas escuras, surgiu uma garota, na hora não deu de ver bem o seu rosto, pois seus cabelos ruivos o tampavam, até que ela usou sua mão para empurrar seus cabelos para o lado, e eu pude ver claramente o rosto da minha salvadora, ela então começou à se aproximar.
- Oi. - a garota misteriosa falou com um tom tranquilo, mas com um sorriso no rosto, ela olhou para o corpo do demônio no chão, pareçia orgulhosa.
- Oi. Quem é você? Outro Demônio? - Sem pensar duas vezes eu levantei minha espada na direção dela, não me julguem por mirar a espada na pessoa que me salvou, mas à menos de dois minutos eu quase fui morta por um demônio, ainda estava meio assustada.
- O que? Não, relaxa, não sou um demônio, eu sou mais bonita. - Ela riu.
- Como posso ter certeza? Você pareçe humana, mas os últimos dois demônios que conheci também pareciam humanos.
- Fácil. Demônios tem uma marca de cruz invertida no pulso direito, basta olhar o pulso desse demônio aí no chão.
Eu me abaixei, peguei o pulso direito do demônio e vi que o que a garota misteriosa dizia realmente era verdade.
- Me mostre o seu. Agora.
- Ok Ok - Ela levantou a manga da sua camisa no seu braço direito, e não havia marca alguma lá.
- Ok. Ah, obrigado por ter me salvado.
- De nada. Não poderia deixar que ele matasse você.
- E quem é você à propósito? - Eu perguntei.
- Meu nome é Emma. Emma Wilson. E você é?
- Anabell. Anabell Dayon.
- Muito prazer Anabell Dayon.
- O prazer é todo meu Emma. - Olha, naquele momento eu fiquei muito feliz, eu finalmente havia encontrado alguém que não é um demônio, estava aliviada.
- Então, você é uma humana não é?
- Sim, eu sou. Você não?
- Não. - Ela disse enquanto ria - Assim, sou diferente entendeu?
- O que você é então?
- Eu sou uma bruxa.
- Ok. Não sei porque ainda fico surpresa com essas coisas.
- É um mundo louco.
- Com certeza é.
Nós rimos juntas e saímos andando pela floresta. Emma, o que eu posso dizer sobre ela, ela é incrível, inteligente, esperta, extremamente paciente e tranquila, mas é adorável, e ela tem um estilo maravilhoso. Ela tinha a minha idade, era mais ou menos da minha altura, tinha pele clara, cabelos ruivos, tinha sardas no rosto, olhos verdes como esmeraldas. Eu adorava o estilo de roupas dela, naquele dia ela vestia uma calça jeans, um moletom fechado verde, botas de couro pretas. Na mão direita ela usava uma pulseira e 3 aneis e na maos direita, apenas outra pulseira e também usava um cordão com uma pedra azul no pescoço, ela era simplismente esplêndida.
Saindo um pouco dali, que tal conhecer um lugar novo? Bom, aqui estamos nós nas masmorras do Castelo da bruxa, Billfost estava colocando Willian dentro de uma cela. Depois de ter trancado o meu irmão, ele pegou um prato de comida e colocou no chão da cela para que ele comesse, até que não era o tipo de comida que eu esperava que tivesse no Submundo. No prato havia macarronada com bolinhas de almôndegas e ketchup por cima. Willian ficou surpreso, e pra sincera, eu também.
- Coma. Se não vai acabar morrendo de fome, e minha rainha precisa de você vivo.
- Bom, tenho que admitir que esse não era bem o estilo de comida que eu esperava ver aqui.
- Aé, e o que você esperava? Carne humana? Dedos ensanguentados? Linguas cortadas?
- Na real, sim. Era bem isso que eu esperava.
- Aiai, vocês humanos tem um estereótipo de nós demônios, não vivemos na idade da pedra, não somos os monstros terríveis que comem pessoas vivas como antigamente, tipo, ainda tem alguns demônios que comem humanos, mas são raros aqui. Mas enfim, isso não importa. Coma! Agora!
- Pra que? Pelo o que parece eu vou morrer de qualquer jeito não é mesmo? Eu só não entendi o por que de você ainda não ter me matado.
- Minha rainha precisa de você, não necessariamente de você, mas de um Dayon, e eu escolhi pegar você.
- E ela precisa de mim pra que?
- Pra quebrar a maldição. Para que ela possa libertar à todos nós. E para isso ela precisa do sangue de um Dayon, então relaxa, depois que ela pegar seu sangue, você será devolvido para sua vidinha patética.
- Eii!! Primeiro, minha vida não é patética. Segundo, se ela só precisa do meu sangue, por que ela só não pega um pouco agora e me deixa ir embora?
- Não sei. Eu acho que ela só vai querer o seu sangue no momento certo. E cala a boca, já falei mais do que devia com você, tem sorte de eu ser um demônio bacana.
- Aiai, bacana, sei. Você vai pra onde?
- Não é da sua conta. E de novo, cala a boca, se não alguem vai acabar te matando.
- Tipo, você?
- Olha, vontade não falta.
Aiai, naquele dia eles mal sabiam o quanto eles seriam amigos no futuro.