Bia e Lis - A Descoberta De U...

By RaphaelaOneFerreira

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Beatriz é uma jornalista fracassada que largou toda uma vida planejada para correr atrás do seu grande sonho... More

Eiii!
01. BIA
02. BIA
03. LIS
04. BIA
05. BIA
06. LIS
07.LIS
08. BIA
09. LIS
10. BIA
11. BIA
12. BIA
13. LIS
14. BIA
15. BIA
17. LIS
18. BIA
19. LIS
20. VITOR
21. BIA
Epílogo - BIA

16. LIS

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By RaphaelaOneFerreira

Heyyy! Vamo de maratona pra terminar o livro? Vamos!!! 

Boa leitura!


Pensar em Bia o tempo todo não era algo o que eu poderia fazer. Eu não podia, mas qualquer segundo no qual não estava ocupada, não conseguia não pensar nela. Tentei de tudo, horas e mais horas fazendo live, gravando vídeos para as empresas que estavam me patrocinando, assistindo todas as séries do mundo e comendo.

Nada funcionou, eu lembrava dela até escovando os dentes. Embora eu não quisesse admitir, não estava sendo nem um pouco fácil esquecer Beatriz. Mesmo que as minhas esperanças estivessem baixas, elas ainda existiam. Todos os dias eu passava horas olhando todas as fotos do instagram dela, assistindo os stories do ex dela com um perfil fake. Por mais que estivesse tentando, eu ainda respirava a Bia.

Depois de dias sem nenhum sinal de vida, ela mandou um áudio e eu entendi tudo, mesmo que ela parecesse bem confusa. Para minha surpresa a mensagem não estava me xingando, me pedindo para sumir ou me culpando por ter estragado tudo, apesar de eu ter feito muita merda. O beijo que dei na Bia não tinha estragado nossa amizade, tinha feito com que Bia despertasse e repensasse a sexualidade dela.

Isso tudo era ótimo, era perfeito que ela finalmente tenha descoberto isso sobre si mesma e eu ficava feliz por ela, afinal, ninguém merecia passar a vida sem saber quem é. Mas assim que ela admitiu que queria tentar algo comigo, uma bandeira vermelha apareceu magicamente na minha cabeça. Meu coração não suportaria se apaixonar por ela e, se ela decidisse que só estava confusa ou que eu era só a primeira experiência e não algo real, depois se decepcionar com as próprias expectativas. Eu tinha muitas expectativas, o plano de aposentadoria no Caribe e as férias na Disney.

—Você não pode usar isso como desculpa, Lis! Se você gosta dela e ela quer te dar uma chance, não tem motivo pra você não correr pro abraço. —argumentou Rafa depois que eu expliquei pra ele a minha indecisão. Eu queria que fosse simples e claro daquele jeito na minha cabeça, mas não era.

—Não é assim que funciona quando uma pessoa ainda está descobrindo a sexualidade, Rafa. —tentei explicar mais uma vez. —Num momento a Bia pode gostar de estar comigo, e no outro decidir que não me quer mais. As coisas são muito fluidas.

Medo, eu estava com medo de quebrar meu coração que, involuntariamente, já estava cheio planos e com pequenos momentos de arritmia toda vez que eu pensava no futuro.

—Não é assim em todo relacionamento? —falou meu melhor amigo. Mesmo com pouca experiência em relacionamentos, ele sabia dar conselhos. —Não tem como saber se a pessoa vai te amar amanhã, só tem o hoje. Você não pode deixar de viver o hoje, porque o amanhã pode não existir.

A combinação da minha vontade com o discurso motivacional baseado na Legião Urbana feito por Rafael resultou em uma mensagem minha dizendo sim para Bia. Eu queria estar com ela, eu podia tentar com ela. Eu estava pronta para amá-la, porque mesmo o mundo dizendo que era difícil e que era errado, eu gostava de Bia. Mesmo tentando esconder, fugir e negar, eu gostei dela desde o dia um, quando ela segurou a minha mão e me disse que ia dar certo.

~*~

Um encontro com Bia. Eu estava indo para um encontro casual com interesse romântico e Bia era meu par. Embora eu tivesse imaginado essa cena mais vezes do que pode ser considerado saudável, ainda estava muito insegura toda a situação. Com toda a pressão de causar uma boa impressão, nenhuma das minhas roupas me agradava, meu cabelo parecia estar no pior dia da vida dele e eu não consegui fazer um delineado aceitável em nenhuma das quinze vezes que tentei.

Só consegui sair de casa porque já estava atrasada e Rafa tinha perdido a paciência com os meus chiliques. Não posso tirar a razão dele, é difícil manter a amizade depois de sete trocas de roupas e uma crise de querer raspar o cabelo.

Eu planejei o encontro nos mínimos detalhes para que tudo ocorresse da melhor forma possível. Tinha comprado os ingressos pro filme com antecedência, reservado uma mesa no restaurante e pedido o carro de Lucas emprestado. Queria que Bia se sentisse uma princesa comigo, acima de tudo, que ela estivesse confortável com tudo.

Eu estava ansiosa, mas não só pelo encontro, queria ouvir tudo que Bia tinha achado do primeiro dia no trabalho novo. Quando o resultado do concurso saiu, fiquei muito feliz por ela. Era o sonho dela se tornando realidade e, desde que a conheci, tive certeza da sua capacidade, apesar dela não acreditar, Bia tinha talento com as palavras e merecia estar naquele lugar.

O prédio no qual funcionava o escritório do Buzzie era lindo, moderno e colorido, mas ficava um pouco afastado da parte central da cidade, no meio do caminho eu cheguei a pensar que o GPS estava me levando para outro estado. Bia tinha deixado meu nome com o segurança da entrada, então enquanto a esperava, fiquei acompanhando uma gravação de longe. Embora eu goste da liberdade de trabalhar de forma independente, trabalhar com eles com certeza seria algo legal.

Ela não demorou muito para sair de dentro do prédio, estava com um sorriso enorme no rosto. Muito tempo que não a via, então, aquele sorriso me valeu o mundo. Se antes eu ainda tivesse alguma dúvida sobre dar uma chance ao nosso relacionamento, ela foi embora de vez. Eu estava prontinha pra colocar meu coração nas suas mãos e deixar ela fazer o que quisesse de mim.

Assim que ela entrou no carro percebi que estava bem mais travada do que da ultima vez que nós tínhamos saído. Era claro que ela estava, eu também estaria, primeiro encontro com uma mulher na vida.

—Então? Com a carteira assinada e feliz? —perguntei para tentar fazer com que ela se soltasse, precisava fazer aquele encontro acontecer.

—Sim, foi bem legal hoje. —Bia parecia ter gastado todas as palavras no primeiro dia do trabalho. Ela estava com as mãos suadas e tentava limpá-las na calça. A cena seria engraçada, se não fosse triste o desespero e ansiedade dela.

—Não precisa ficar assim. —disse. —Finge que a gente tá saindo como amigas, se for pra ser, vai ser. Tudo bem?

Ela concordou com a cabeça.

—Agora me fala, não é possível que o primeiro dia de trabalha no site dos sonhos se resuma em legal.

Ela riu e me contou todos os mínimos detalhes, desde como era sua mesa e como era bom poder experimentar todas as receitas do departamento de culinária até sobre quais eram os planos da sua chefe  pra ela dentro da empresa. Foi quase como se nós tivéssemos voltado para antes da última noite na balada.

O emprego era tudo que Bia tinha sonhado. A chefe dela era uma fada, nas palavras dela, os colegas de trabalho eram gentis, ela teria muito mais espaço para escrever e conseguiria falar de qualquer assunto. Tudo isso sem contar o salário, né? Porque esse dava de 10 a 0 no antigo. O ser humano pode até ser movido pelos sonhos, mas o dinheiro também é bem importante.

Eu estava muito feliz por ela, ver Bia daquele jeito era quase como observar uma obra de arte. Nenhuma pintura era capaz de representar ela naquele momento.  O sol do fim de dia a fazia brilhar como uma personagem de comédia romântica, a sua voz parecia o canto dos anjos e o sorriso dela me faria fazer qualquer besteira. Todos os clichês do mundo se encaixavam naquele momento, eu estava feliz só por estar com ela do meu lado no carro.

Se tudo desse certo, eu seria feliz pra sempre. Igualzinho o maior clichê de todos os tempos, o final de todo filme de princesas.

~*~

Eu nem precisava ter comprado as entradas com antecedência, a sala de cinema estava completamente vazia, exceto por mim e Bia. Podíamos até fingir que éramos VIPs com uma sala reservada só para nós. Isso foi mais uma forcinha do destino para que Bia ficasse mais relaxada, embora eu não gostasse de admitir, demonstrar afeto, ainda mais entre casais homoafetivos, era muito mais fácil quando não estava em público. Não é vergonha, não estar fazendo algo errado, é que o olhar alheio incomoda muito. Ninguém quer um estranho julgado seu amor.

Ao longo do filme, Bia foi ficando mais leve, eu também. No inicio, ela estava quase se sentando na outra cadeira para fugir de mim, mas com o tempo foi se permitindo chegar mais perto de mim. Não perdi a oportunidade e me aproximei também.

Ela deu um pulinho quando nossas mãos se tocaram, a pele dela estava fria pelo ar condicionado exagerado ou pelo nervosismo.

—Tudo bem? —perguntei. Tudo que eu não queria era a deixar desconfortável com a situação. Eu me sentia pisando em ovos, um erro de cálculo poderia fazê-la sair correndo.

Mas ela apenas segurou a minha mão, tomou a iniciativa e me fez dar um sorriso, realmente estávamos caminhando para algum lugar e toda aquela situação me deixava animada e ansiosa para o próximo passo.

A gente era natural, estar com ela, apesar de ser algo novo, era confortável, era seguro pra mim. Mesmo com todas as minhas inseguranças e as dela, que eu sabia que existiam, nós duas nós encaixávamos. Nós duas estávamos juntinhas como um casal de namorados de longa data, mãos dadas, cabeças encostadas e carinhos. Foi no meio daquele filme, que nem lembro o nome, que eu soube que a Bia podia ser minha e ter ela era bom, era a melhor coisa do mundo.

Eu tinha prometido não me apegar às expectativas, mas isso era difícil, porque Bia atingia todas elas. Ela parecia perfeita pra mim. As expectativas já estavam criadas e eu pronta para me jogar nelas.

~*~

Nenhuma de nós duas tínhamos prestado atenção no filme, o momento entre nós duas foi muito mais intenso do que qualquer filme poderia ser. Então, quando saímos da sala, não tínhamos o que comentar do filme, mas Bia estava muito mais falante do que no inicio do nosso encontro. Enquanto nós esperávamos a nossa mesa no restaurante, ela me contava sobre os planos para o futuro.

—Minha mãe ainda não está muito feliz por eu ter escolhido ficar aqui, o sonho dela era que eu voltasse para Belo Horizonte. Eu até entendo ela, mas eu acredito que logo isso passa.

—Toda mãe que o bebê dela perto de casa. Mas tenho certeza que agora você vai conseguir ir pra lá mais vezes.

Bia apenas concordou com a cabeça e jogou a bola pra mim. Eu já sabia muito sobre ela, mas ela não sabia quase nada sobre mim. Sempre fui mais receosa em falar de mim, era ótima eu enrolar e trocar o assunto.

—Não adianta tentar fugir, me fala mais de você?

—O que você quer saber sobre mim?

—Ahhh... fala da sua família. Você nunca fala nada! —reclamou.

—Mãe e pai normais, que trabalhavam muito, muito mesmo, dia e noite, pra me dar uma boa educação. Eu passava o dia todo na casa da minha tia, com os meus primos, por isso que mesmo eu não tendo irmãos, eu considero que tenho.

—Algum relacionamento sério? —Então era ali que ela queria chegar, era óbvio que Bia estava tentando juntar todas as informações sobre mim para tomar uma decisão. Dessa forma, eu fui sincera, porque não tinha motivos para não ser.

—Só um, durou um ano e meio, a gente terminou quando eu resolvi vir para São Paulo. Ela queria que eu continuasse lá no sul, fizesse uma faculdade e trabalhasse com alguma coisa mais segura. —O meu primeiro término foi traumático, eu tive que sair dele para dar um tiro no escuro, nós primeiros meses eu me arrependi todos os dias, exatamente por isso que eu entendia o que Bia tinha passado. —Depois dela, eu tive alguns rolos, mas nada sério.

—O Rodrigo nunca me prendeu, mas eu me prendia a ele, sabe? —concordei com a cabeça e esperei ela continuar. —Semana passada ele veio me ver e eu quase voltei pra ele, simplesmente porque estava mais segura assim.

—Ele saiu de BH só pra ver você? Eu tenho que admitir, o menino é empenhado mesmo. —disse e ela riu quase sarcástica.

—Ele estava mesmo, mas acredito que agora ele entendeu que acabou.

Bia tinha passado por um porre, uma semana muito difícil com o ex, com a incerteza do trabalho e, para ajudar, eu tinha colocado mais uma questão dentro da cabeça dela.

—Sei que já disse isso, mas queria te pedir desculpas de novo. Eu não devia ter te beijado daquele jeito.

—Tudo bem, foi necessário para mim. Eu acredito que você só despertou o que eu já sentia. Esses dias eu pensei muito, acho que sempre soube disso, mas nunca consegui admitir. Mas acho que agora tô pronta pra tirar isso de debaixo do tapete.

—Acho que você deveria procurar uma terapia, para te ajudar a entender melhor sobre o que você está passando.

Bia concordou e um funcionário nós chamou dizendo que nossa mesa já estava pronta. A peça final do encontro de princesa que eu tinha planejado foi uma reserva em um restaurante muito bom e chique. Quando nós duas entramos, Bia fez uma cara de surpresa. Nós duas nos sentamos na nossa mesa e continuamos a conversa durante todo o jantar.

Durante a sobremesa, o clima que tinha surgido no cinema começou a aumentar, nós duas estávamos bem próximas no banco e aquela proximidade estava me dando coragem para dar mais um passo com ela. Eu me aproximei ainda mais dela e ela pegou o meu sinal, mas não se afastou.

—Eu posso? —perguntei. Não podia errar de novo.

Ela nem me respondeu, mais uma vez apenas tomou iniciativa e me beijou.

Aquele beijo foi muito melhor do que o primeiro, esse não foi de surpresa, não foi indesejado, foi com carinho e com cuidado. Ao mesmo tempo, foi recheado de curiosidade e de felicidade. Bia estava ali pra mim, da mesma forma que estava lá para ela, nós duas estávamos diretamente proporcionais. Ela queria o mesmo que eu, e eu estava certa em dar uma chance e em criar expectativas.

Bia e Lis finalmente era real.




Eitaaaaaaaaaaaaaaa meu casal tá on Brasil!!!!!! 

Eu sei que vcs tavam esperando por esse momento!

Até  o próximo capítulo!

Com carinho, Rapha <3


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