Capítulo 13

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Eu: Tenho que ir mesmo?

Rute: Claro que sim. Você é filho de pastor.

Eu: Mãe, não precisa ficar falando que eu sou filho de pastor. Eu sei. Estou indo. (dei-lhe um beijo no rosto)

Rute: Vai com Deus.

  Então, lá vou eu para a reunião dos filhos de pastores. Cheguei na igreja sede e me sentei na última cadeira.

Pastor Alan: Boa tarde, jovens. Eu sou o pastor Alan, o novo responsável pelo projeto que cuida de vocês que são filhos de pastores e bispos. E quem é o jovem que está aí atrás? (todos olham para mim). Sente-se aqui na frente.

Eu: Está de boa.

Pastor Alan: Qual é o seu nome?

Eu: Fernando.

Pastor Alan: Ah sim... (me conhece?)  Sente-se aqui na frente. Tem lugar. (obedeci. Não vejo a hora de tudo isso acabar). Muito bem. Agora podemos começar. Fiquem de pé e vamos orar. (Após a oração, começou a falar e blá blá blá). Entendam, somos uma família que se ajudam. Se você estiver passando por algum problema, não hesite em me procurar, você rapaz. E as moças, podem conversar com a minha esposa (apontou), Soraia. 

  Ele falou tanta coisa, mas não prestei atenção.
  Após o encontro teve um lanche muito gostoso.

Pastor Alan: Antes de você ir embora, quero atender você.

  Após o lanche, me levou em seu escritório.

Pastor Alan: Você não estava participando do projeto, por que sumiu?

  "Como você sabe?  Não é novo aqui?"

Eu: Cansado. Eu realmente tenho que participar?

Pastor Alan: Sim. É muito importante você participar. Ouvi falar muito de você. E então? Como você está?

Eu: Bem.

  Balançou a cabeça afirmativamente, mas sei que não acreditou.

Pastor Alan:  Fernando, você está passando por algum problema? Quer ajuda?

Eu: Estou bem. Meu pai falou de mim?

"Eu sei que se eu estivesse com algum problema, você iria falar com meu pai depois. Eu não estou afim de ouvir sermão!" - Pensei.

Pastor Alan: Ainda não conheço seu pai, cheguei a pouco tempo aqui. Mas tenho sua ficha e algumas informações sobre você.

Eu: Informações? Quais?

Pastor Alan: Nada demais. O que você deseja para o futuro?

Eu: Todo mundo diz que eu tenho que ser pastor porque...

Pastor Alan: Porque você é filho de pastor. Eu sei. Sou filho de pastor e eu também não queria ser. Entrei na obra com dezoito anos. Hoje tenho vinte e oito anos. (Parece ter menos) E eu não tinha nenhuma expectativa do futuro. Mas, tive meu encontro com Deus e descobri meu chamado para o Altar. Não sou pastor por causa do meu pai...

Eu: Entendo. O senhor tem o chamado. Eu penso em ser empresário ou cantor.

Pastor Alan: Gosta de música?

Eu: Gosto. Eu formei uma banda na igreja que estamos agora. Eu toco violão e sou um dos vocalistas. Eu amo música. Me acalma. Todos os jovens dizem que sou talentoso. Todos reconhecem, menos o meu pai. Se eu ajudo em algo na igreja, não fiz mais que minha obrigação.

Pastor Alan: Você poderia usar seus talentos para gloria de Deus. Enquanto esperar reconhecimento dos outros vai ser sempre frustrado. Mas Deus reconhece, e principalmente quando você faz para Ele. Fernando, que tal você vestir a camisa do projeto? Não deixe de participar do nosso projeto para filhos de pastores. Participamos de eventos, você vai poder mostrar seu talento... Vai ser muito legal. Você vai ver.

Eu: Ok, pastor.

Pastor Alan: Quer dizer mais alguma coisa?

Eu: De boa.

Pastor Alan: Me passa seu contato?  Qualquer dúvida e se precisar de algo é só me falar. OK?

Eu: Sim senhor. Obrigado.

  Ao sair de lá esbarrei em uma moça.

Eu: Desculpa, moça. Também é filha de pastor? Qual seu nome?

Sofia: Sou sim. Sofia. E você é o Fernando.

Eu: Pode me chamar de Nando. Todo mundo já foi embora. O que faz aqui?

Sofia: A esposa do pastor estava conversando comigo.

Eu: Entendi. Vamos?

  Saímos da igreja e trocamos nossos telefones.

Eu: Você é tão linda. Parece um anjo.

Sofia: Assim você me deixa sem graça.

Eu: Estou dizendo a verdade. Você é linda, Sofia. (ela sorriu) Eu preciso pegar meu ônibus para voltar pra igreja. Vou esperar nesse ponto de ônibus.

Sofia: Eu também vou. Você deveria ter ido pra rodoviária, sua igreja é em outra cidade. A minha é num bairro aqui perto.

Eu: Eu acho que o ônibus passa por aqui, e se não passar eu vou para a rodoviária. Não vou perder a oportunidade de passar mais um tempinho com meu anjo. Você é linda. Não vejo a hora de te ver de novo.

Sofia: Meu ônibus.

Eu: Depois eu ligo pra você. Um abraço?

Sofia: Tá bom.

  Me abraçou e roubei um beijo rápido.

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O Filho do PastorWhere stories live. Discover now