Grávida

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Sabina Hidalgo

Marcamos a consulta para o dia seguinte. Any ainda tinha os seus enjoos e dores pelo corpo. Eu não tinha dúvida nenhuma do que aquilo era. Me sentia um pouco esquisita por ficar feliz quando ela vomitava ou reclamava de dores que poderiam ser possíveis sintomas de gravidez. Ela parecia estar com medo de estar mesmo grávida, e eu não entendia o porque.

No dia seguinte saímos de casa bem cedo e fomos para a consulta. Tentamos ser discretas, pois não queriamos que ninguém nos visse indo pra lá. O caminho foi bem silêncioso. Any estava nervosa e mal falou comigo. Eu entendia aquilo, devia ser bem apavorante a ideia de ter um ser dentro de
você, mas nem tínhamos certeza ainda.

Chegamos na clínica e logo nos chamaram. O lugar estava quase vazio, o que me aliviou um pouco. Entramos na sala e fomos recebida por uma moça morena, um pouco mais alta que eu e com cabelos longos. Tentei ler seu nome no jaleco, mas seus peitos praticamente pulavam para fora da roupa de tão grandes. Era assustador.

- Bom dia, meninas. - Ela nos cumprimentou. - Sou a doutora Naya. - Disse se sentando em uma mesa e Any e eu fizemos o mesmo. Por Deus, que peito enorme! - Então...Any. O que está acontecendo? - A doutora perguntou e Any lhe informou sobre tudo. Tanto dos sintomas que Any estava sentindo quanto dos sangramento e de seu estado atual. Naya anotava tudo com um sorriso no rosto, ela era bem simpática e assim como
eu já parecia saber o que era. - Como vocês me disseram que quase nunca usam camisinha, acredito e quase com certeza que possa sim ser uma grávidez. - A doutora disse e quase pulei de alegria.

- Mas eu tomo remédio, doutora. - Any parecia que ia ter um ataque a qualquer momento.

- Você sabe que a pílula pode falhar, não é? Mas nesse caso, vou fazer alguns exames com você apenas para ter certeza. - A doutora disse e Any assentiu.

Any fez uns exames de sangue e a doutora a levou para uma outra sala para fazer uma ultrassom, só pra ter certeza de que tinha um bebê lá dentro mesmo. Eu estava quase tendo uma parada cardíaca.

- Eu não aguento mais esperar. - Any falou impaciente. - Estou enjoada de novo.

- Tenta ficar calma. Essa ansiedade toda só vai te deixar mais enjoada. - Falei, tentando acalma-la.

Estávamos dentro de uma salinha esperando que a doutora Naya voltasse.
Eu estava tensa e não podia disfarçar isso. Any estava praticamente deitada no meu colo. Estava pálida e podia ver que não estava nada bem.

Tentei conversar com ela para distraí-la um pouco, mas ela estava sonolenta. Estava quase dormindo no meu colo enquanto eu acariciava seus fios. A doutora entrou na sala toda sorridente e nos chamou.

- Venham aqui meninas. - Entramos em outra sala e nos sentamos. Agora eu
que estava pálida, estava tremendo de nervoso.

- E então? - Any se apressou a perguntar.

- Eu realmente não sei como vocês não desconfiaram sobre uma gravidez. Any, você está gravida e pelo o que parece já está entrando no seu quarto mês. Parabéns. - A doutora falou sorridente e arregalei os olhos.

- Quarto mês? - Perguntei e a doutora assentiu.

- Pude ver pelo tamanho na ultrassom e pelo exame. Any estava com todos os sintomas. Até a barriguinha já está aparecendo. - Eu já esperava, mas aquilo havia me acertado em cheio. Ela estava mesmo grávida. Tinha um bebê em sua barriga e ele era nosso. Ela já estava com 4
meses. Eu não podia estar mais feliz. Eu só conseguia sorrir e sentir meu coração bater a mil por hora. Eu teria realmente um filho com a mulher da minha vida. Olhei para o lado e Any ainda estava imóvel, olhava para a doutora como uma débil mental.

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