faster than the light ✧ | au¡seongjoong

don't cry, i'll come back for you

✧ faster than the light ✧

Quando o encontrei caído inconsciente não pensei que ajudá-lo faria eu me arrepender tanto.

Seus cabelos loiros escondiam parte de seus olhos e sua pele era mais dourada, não branca e pálida como eu estava acostumado. Vestia-se como um humano comum, eu sabia um pouco sobre a existência deles por ser curioso demais, mas nunca pensei que poderia conhecer um.

Toquei levemente sua bochecha, mas ele não reagiu. Será que a viagem fez com que ele perdesse toda a energia ou a queda fez com que ele se machucasse? Eu não saberia dizer, mas ele não parecia machucado. Tentei erguer seu braço e o soltei, mas ele apenas caiu na grama sem vida. Então decidi esconder o corpo, puxando-o pelos braços até atrás de uma árvore grande, antes do início da floresta escura.

Escorei-o sentado, mas sua cabeça caiu sobre seu ombro, completamente sem vida. Olhei em volta mais uma vez temendo que me vissem por ali, mas não tinha ninguém, eu já estava longe do vilarejo e ninguém se importaria em me seguir.

Sentei-me alguns metros longe do humano por segurança, apenas o encarando enquanto me perdia em meus pensamentos e desfiava pedaços de grama entre meus dedos.

Não se vê humanos com frequência em Pixieland, na verdade a última vez que um humano surgiu por aqui foi cerca de duas ou três gerações antes da minha. Meus avós e bisavós contavam histórias sobre como humanos eram perigosos e egoístas, contavam sobre meu tio avô Kim Jihoon que foi enfeitiçado e levado para o mundo humano e ninguém mais soube sobre ele.

Por um instante temi ser enfeitiçado pelo humano, mas ao mesmo tempo ele parecia inofensivo, com seus braços jogados de qualquer jeito sobre as coxas e o pescoço caído como um boneco.

Cansado de esperar, levantei-me decidido a abandoná-lo ali mesmo, comecei a marchar lentamente a caminho do vilarejo observando as árvores do bosque, iluminado pelo brilho da vila. Eu já estava na metade do caminho para o bosque quando o humano me chamou, fazendo-me virar bruscamente assustado ao vê-lo de pé, alguns bons centímetros maior que eu – não que eu fosse muito alto, mas ele era mais alto que a média das pessoas com quem eu convivia.

— Olá! — o humano gritou olhando em volta completamente perdido, enquanto eu marchava de volta ao seu encontro.

— Como você chegou aqui? — perguntei bruscamente em um tom mais baixo olhando em volta — você precisa voltar imediatamente!

— E-eu... — o humano não tinha palavras, estava um tanto deslumbrado com tudo a sua volta, será que no mundo dele não há natureza? — é tudo tão brilhante aqui...— suspirou ao soltar o ar e aspirou com força enchendo seus pulmões — e o ar é tão puro!

— Você não entende o que eu falo? — questionei já sem paciência — você precisa ir embora!

O rapaz apenas colocou a mão em seu bolso puxando a pequena ampulheta quebrada, a areia caindo por entre seus dedos e virando fumaça no chão.

— Acho que...

— Você tá muito encrencado — guinchei desesperado ao colocar minha mão em frente a boca em choque — muito, muito encrencado....

— Qual é o seu nome? — o humano perguntou me analisando por completo — o que você é?

— Agradeço a simpatia, humano — reviro meus olhos em deboche — sou Kim Hongjoong e seu nome é...?

— Park Seonghwa — meus olhos arregalaram no mesmo instante.

Park, era o nome do humano que minha família tanto comentava? Meu tio avô havia desaparecido com um Park...