Caia uma forte chuva no momento em que Jules Cortland chegara em casa. Jogou sua mochila na mesa de jantar e chamou pelo nome dos pais, mas sabia que não havia ninguém, exceto a empregada que deveria estar ocupada com seus afazeres domésticos. Seu pai trabalhava no centro com ações e a mãe supostamente fora visitar sua irmã doente. Era o momento certo para procurar Nina e tirar a dúvida que lhe seguia desde a noite passada. Subiu as escadas apressado e abriu a porta do quarto da irmã sem bater.
- Por que você fez aquilo ontem?
Nina olhou para a porta e viu Jules apoiado no portal com um olhar de reprovação no rosto. Seu cabelo estava molhado pela chuva assim como sua roupa.
- Você realmente pode pegar um resfriado... – falou meramente ainda deitada na cama sem tirar o fone de ouvido.
- Nina... Por favor, não mude de assunto.
- Do que está falando? – a jovem perguntou se sentando e jogando o cabelo castanho-claro bagunçado para trás.
Jules olhou para trás como se para ter certeza de que estavam sozinhos e disse num tom baixo:
- Por que tirou sua roupa sabendo que eu estava olhando?
Nina riu e tirou os fones de ouvido, finalmente.
- Oh... Isso! – apontou para o irmão com um olhar malicioso.
- Isso não é engraçado.
- Tive vontade, seu bobo. Algum problema? Eu sei que você gostou.
- Isso é errado!
- Não sei o motivo. Nós crescemos juntos... Somos irmãos, afinal de contas.
Jules entrou no quarto e fechou a porta ao passar. Depois se apoiou na mesma e disse suspirando:
- Não seria errado se eu já não tivesse feito isso antes.
- Como? – Nina ergueu as sobrancelhas.
- Eu já havia te observado antes – respondeu olhando para o teto como se tivesse vergonha de seus atos. – Nua... Sabe... – completou num suspiro.
- Sério? Oh... Isso explica muita coisa – falou calmamente sem realmente se chocar com a revelação do irmão.
- Você não está assustada?
Jules não podia acreditar que sua irmã não faria nada a respeito. O certo seria Nina gritar com ele e falar que aquilo não estava certo, mas ela parecia achar aquilo interessante; ou seria apenas sua imaginação?
- Jules, eu não sou idiota. Eu sabia que você me olhava diferente, mas eu não imaginava que fosse algo tão sério assim. Achei que fosse só curiosidade e decidi entrar na sua, mas acho que não era só curiosidade, não é mesmo?
A primeira coisa que pensou com aquela frase foi que fora enganado pela irmã. Ela sempre fora mais madura, mas não imaginava que também estivesse pensando a mesma coisa que ele.
- Não sei o que se passa na minha cabeça. Você é minha irmã e isso é tão errado... Mas eu não consigo parar de pensar em você e não são pensamentos de um irmão, entende?
- Uhn... Então você pensa em mim quando está com outras garotas? – ela perguntou curiosa levantando-se da cama.
Jules tentou não olhar diretamente para a irmã. Não estava somente envergonhado de sua revelação, mas o simples fato de olhar para Nina, mesmo que a jovem usasse calças de moletom e uma blusa de alça, lhe dava idéias que preferia ignorar.
- Vamos lá, Jules... Você é o irmão mais velho e supostamente deveria ser responsável por o que fala. Não precisa mentir pra sua irmãzinha...
- Eu não sei o que pensar. Eu pensei que você fosse me expulsar do quarto e não ter essa reação. Me sinto um idiota... – suspirou profundamente enquanto via a irmã parar a poucos centímetros de si. – Sim, eu penso em você e isso está me matando. Eu me vejo pensando em você quando estou no meio da aula ou quando beijo alguma garota... Até quando eu faço sexo com ela! – completou inconformado.
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Incesto
Roman d'amour"Isso é errado!" "Não sei o motivo. Nós crescemos juntos... Somos irmãos, afinal de contas." O maior conflito de Jules não era amar aquela garota mais nova, era amá-la como mulher e esquecer-se que, acima de tudo, ela era sua irmã.