Dois

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Seokjin definitivamente não queria ter que ir àquela inauguração. Definitivamente não! Mas tinha que ir, todos tinham que ir. Isso incluía pessoas que ele não queria ver, nunca, muito menos numa noite de socialização.

Enquanto escolhia o terno certo, ele se perguntava pela milésima vez qual desculpa realmente pareceria coerente para ele se safar daquilo, mas sempre acabava num beco sem saída. E quando o celular tocou, anunciando uma mensagem de Sana, ele sabia que não dava mais tempo de fugir.

"Estou pronta, não se atrase!", ela mandou.

Assim, ele se deu por vencido, escolhendo o terno de sempre, pegando suas coisas e saindo de casa naquela noite de sexta-feira em que ele preferiria mil vezes só deitar no sofá e pedir um delivery bem caro.

A casa de Sana ficava no mesmo bairro, e se recusando a comprar um carro, ela sempre pegava carona com o colega para as ocasiões mais formais do hospital. E Seokjin agradecia muito pela amizade dela, porque era sempre o alicerce que o mantinha esperançoso de que as coisas não fossem totalmente terríveis.

Os dois chegaram um pouco mais tarde do que deveriam, e aquilo era o máximo que Seokjin conseguiria fazer para diminuir seu tempo naquele evento. Sana, por outro lado, amava qualquer coisa que possibilitasse que ela deixasse sua aparência bagunçada dos plantões e pudesse usar seus saltos e vestidos caros.

O salão escolhido para abrir a recepção era o de sempre, próximo ao enorme prédio principal do hospital, que conseguia abrigar o maior número de pessoas sem que tudo se tornasse uma balada decadente. Circular pelo ambiente era necessário, e Seokjin o fez colado em Sana, como um cachorrinho abandonado seguindo a única pessoa gentil.

Não que Seokjin não tivesse seus conhecidos e se desse bem com praticamente todos, mas ali, naquela situação, ele estava acuado. Acuado pela ideia de encontrar o doutor Han. Aquele grande idiota que havia lhe mandado mensagens de novo naquela semana. Os dois tiveram um breve relacionamento, o qual Seokjin queria muito conseguir apagar da mente. Havia algo de muito cruel em Han, algo que o fez se permitir humilhar Seokjin das mais pequenas formas e ainda se sentir no direito de ficar ofendido quando o Kim colocou um fim em tudo.

Han não sabia o que era ter limite, o que era receber um não de alguém que ousou julgar inferior, e por isso, ele não parecia querer deixar que Seokjin o esquecesse.

Tomado por essa ansiedade, Seokjin não aproveitou quase nada, mas pegou mais de uma taça de champanhe para se distrair. Ouviu conversas sobre a nova ala, sobre os patrocinadores, sobre as pesquisas, mas não conseguiu se interessar por nada, por ninguém. Estava em alerta, esperando Han aparecer e constrangê-lo, esperando ter que se defender.

Quando Sana se agarrou em uma conversa sobre cirurgias oftalmológicas com uma das colegas de área, Seokjin se viu obrigado a ir tomar um ar na sacada, precisava tentar tirar aquele medo constante do peito.

Enquanto terminava mais uma taça de champanhe e observava o céu noturno, ele percebeu uma figura se aproximando de si, e por um segundo seu corpo tencionou. Ele esperou por aquilo a noite toda, ali estava ele, não é? Ali estava Han Dohwan, era o que Seokjin imaginava. Ao criar coragem e olhar para o lado, suspirou de alívio. O homem que o encarava não era Dohwan.

Era Kim Taehyung.

O lutador bonito e com cara de bravo que há poucos dias tinha dito que queria ser atendido por ele na clínica.

— Ah — Taehyung exclamou timidamente —, achei mesmo que era você, doutor.

— Senhor Kim? O que faz aqui? — Seokjin perguntou, sendo genuinamente curioso. E pouco educado, na verdade.

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⏰ Last updated: Apr 19, 2023 ⏰

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Slow Down | TAEJINWhere stories live. Discover now