Capítulo 11 - Família

62.6K 5.5K 1.4K
                                    


Mamãe contou ao Marido Número 3 tudo o que estava acontecendo e os filhos dele em breve saberiam também

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Mamãe contou ao Marido Número 3 tudo o que estava acontecendo e os filhos dele em breve saberiam também. Não que fosse da conta deles, mas Hipólita ainda se recusava a sair do quarto, e meus irmãos gêmeos e eu ainda estávamos um pouco chocados.

Mamãe também ficou encarregada de contar a Maia e a Selene e eu realmente não tinha ideia de como seria isso. Porque, bem, os quatro de nós teriam um irmão que não seria nada delas duas. Nosso sexteto da família Medina teria uma rachadura, embora um bebê não fosse uma coisa ruim.

Mas era alguma coisa. Uma muito delicada.

Eu me refugiei no meu reino e finalmente testei minha teoria sobre o telhado debaixo da minha janela. Eu estava sentada nas telhas, apoiada na parede da minha janela, só que do lado de fora. Meu iPod tocava Cough Syrup em looping porque essa era a música em que eu estava viciada no momento.

Música sempre me acalmava. Se não, ao menos me fazia refletir sobre o que estivesse acontecendo na minha vida. E isso sempre era bom.

Eu soltei um suspiro e tirei um dos fones para coçar a minha orelha, e só então percebi que alguém estava batendo na minha porta. Praguejei um pouco enquanto pulava a janela para dentro do quarto e pausei a música, jogando o iPod em cima da cama antes de abrir a porta.

Dei de cara com João.

Era sempre impactante dar de cara com ele, não importa onde estivéssemos. Eu olhava pra ele e ele olhava pra mim e pronto, lá estava. Uma conexão assustadora.

Eu não sabia o que ele estava fazendo ali na minha porta, o que ele queria comigo, mas agradeci por ser ele e não outra pessoa. Abri passagem para que ele entrasse e então reparei em como ele estava vestido. Usava meias, uma bermuda caindo na cintura e uma camisa vermelha.

O cabelo desgrenhado dava vontade de passar a mão. Era tão liso e castanho, parecia ser tão macio. Nós estávamos tentando nos conectar através das palavras, mas era estranho dentro de casa. Também era estranho no colégio ou em qualquer lugar onde pudéssemos ser vistos. Era como se estivéssemos infringindo uma lei, fazendo algo muito errado, embora fosse apenas conversa.

A culpa estava no que não era dito. No que ficava entre linhas, escondido nas entrelinhas. Ninguém sabia o segredo que a gente escondia, nem nós mesmos. Eu nunca disse pra ele e ele também nunca verbalizou, mas as palavras não eram necessárias. Nós simplesmente sabíamos.

Os ombros largos do João relaxaram, mas seu olhar era intenso. Eu fechei a porta e me aproximei. Ficamos parados no centro do quarto, nos olhando. Eu gostava do formato do rosto dele, do seu queixo quadrado e do nariz perfeito. Os lábios eram cheios, as sobrancelhas escuras e os olhos... Aqueles olhos. Ele deveria ser preso por ter olhos tão sedutores. Sua íris era um arco-íris de verdes, um caleidoscópio de tons claros e escuros que se misturavam em um só brilho.

Sob O Mesmo TetoOn viuen les histories. Descobreix ara