A história dos heróis de Adramora

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O doce vento azul estava cintilando as folhas em uma linha ondulada e levemente concentrada. Diversas folhas estavam voando em sintonia para o oeste. A brisa estava bem fluída. Uma fina camada de ar percorria vários lugares. Uma não, mas sim várias delas. Por outro lado, o vento também pegava leve com as folhas secas que se mantinham no chão. Elas lentamente se moviam. Passam-se os olhos e a floresta aparecia entre o imenso verde e a intensa escuridão. Era uma mata bonita, onde existiam lagos que fluíam com águas calmas e cristalinas das cachoeiras. As pedras também tinham um brilho cristalino. Muitos diziam que a floresta era mágica. E de fato ela era. Assim como existiam inúmeros mistérios de arrepiar os pelos do corpo. Pois bem, a floresta possuía uma paisagem bastante diversificada. Ela era enorme. Possuía picos cobertos de musgo e samambaias. Existiam pântanos bem lamacentos e difíceis de caminhar. E claro, possuía variadas espécies de seres vivos. Desde peludos até feras enormes, perigosas, peçonhentas, viscosas, plantas carnívoras, venenosas, tudo o que se pode imaginar. A floresta não só era mágica, como também era cobiçada e bem vista pela população do planeta. Bem vista até demais.  E cobiçada a ponto de...pois bem, focaremos primeiramente no ecossistema. Em toda essa beleza e encanto natural, existia uma população de seres pensantes, uma sociedade que possuía uma rica cultura e espírito. Especificamente uma tribo. E o que dizer dela? Bem, a tribo era formada por cerca de 15 mil habitantes entre homens e mulheres. A maioria deles possuía pele morena e cabelos negros e castanhos. Eles andavam cobertos por poucas vestimentas, sendo estas de couro e folhas especiais, resistentes. As casas eram de palha, folhas e de madeira. Os habitantes eram excelentes artesãos e construtores. O povoado da tribo praticamente formava uma cidade. E como toda cidade, ela possui um prefeito certo? De certa maneira, sim. Mas que não é um prefeito, mas sim um Kássik. E você deve pensar: ah, mas ele é um cidadão eleito, não é? Não, de lei, ele deve ser necessariamente um herdeiro. Um herdeiro do grande herói Fugulmor. E quem é ele? Há seis séculos atrás, nesta floresta, que vamos chamar de Adramora, diversas tribos guerreavam entre si pela disputa do poder e influência na floresta. Eram vários os motivos dos conflitos. No entanto, os habitantes de Adramora estavam diminuindo devido aos confrontos e as doenças da época. Então, um dia, as tribos estavam ameaçadas a extinção. Assim então, apareceu na floresta um povoado bem diferente do que os Adramoranos estavam acostumados. Estes visitantes misteriosos tinham aparência animalesca. Tinham um corpo humano, mas uma cabeça de hiena. E eram peludas até o pescoço. Eles possuíam garras potentes. E o pior de tudo, controlavam as sombras. Decidiram atacar o povo de Adramora. Eles eram brutais, insanos, impiedosos, não poupavam nem mulheres e crianças. Inclusive devoraram os inimigos no mesmo instante. Os Adramoranos estavam terrivelmente apavorados. Compreenderam de fato que precisavam um do outro para enfrentar o inimigo. Porém, eles eram totalmente desorganizados e não existia um líder para guiar todas as tribos. Ainda. Logo digo felizmente que todas as tribos tinham profetas. E o que são eles? São tribais poderosos que detém uma intuição poderosa e que manifestam seu poder desde muito cedo e possuem cabelos prateados. Eles detém também uma imensa sabedoria e costumam treinar os tribais na arte do conhecimento. Em todas as tribos, existia pelo menos um profeta. E todos eles disseram que surgiria um herói para unificar os Adramoranos e salvar a floresta dos invasores. A guerra continuava, e então surgiu da montanha um homem. De ombros largos, mascarado e que possuía todos os aspectos de um Adramorano, mas com tatuagens prateadas. Ele disse:
"Meu querido povo, não temais! Eu estou aqui para restaurar a glória e o brilho que existe na querida floresta de Adramora. Vim aqui para unificar nosso povo contra os males que afligem a nós e aos inimigos que temos de enfrentar. Povos estrangeiros, eu estou aberto ao diálogo. Em nome de todos os povos de Adramora, peço que parem com a invasão e iremos conversar."
Os inimigos não paravam. Estavam sedentos de sangue. Eram bestas terrivelmente selvagens. Então o homem gritou: "Homens e mulheres de Adramora. Meu nome é Fugulmor e estou aqui para lhes servir e unificar nossos povos para uma vida justa e próspera. Nossa floresta precisa ser protegida e devemos recuperar nossa glória. Enfrentamos um inimigo impiedoso e desejo o apoio de vocês e de todos os líderes para enfrentá-los! Deixem-me guiá-los!" Os Adramoranos levantaram suas armas assentindo. Fugulmor saltou até o campo de batalha e ordenou para todos que batessem em retirada. Conseguiu felizmente reunir o máximo dos combatentes a sua direção. Fugulmor elaborou uma estratégia que possibilitasse o revezamento das tropas e aproximasse ao máximo os combatentes para junto do outro e os que estivessem feridos, ficassem atrás da muralha de homens. Eles utilizaram escudos e fizeram uma imensa muralha de escudos. Fugulmor ordenou que avançassem com lanças simultaneamente. Os inimigos cederam. A estratégia estava dando certo. Os inimigos controlavam as sombras, mas não mais intimidavam os Adramoranos. Então apareceu o líder inimigo. Ele era enorme. Possuía 6 metros e disparava raios sombrios poderosos. O chefe inimigo estava coberto de uma espessa penumbra sobre o corpo, como se todas as sombras ao redor se concentrassem nele. Ele possuía metade do corpo coberta de pelos e a outra metade repleta de uma musculatura desenvolvida. Seus dentes brilhavam na penumbra e intimidavam a todos. Muitos dos Adramoranos estavam impressionados com a presença feroz do inimigo e ficavam paralisados. Então Fugulmor deu a palavra:
"Saudações, meu companheiro!" O herói decidiu levantar as mãos em tom de paz. O chefe inimigo rosnava parado. As sombras se mexiam levemente em seu entorno. As garras estavam estendidas. Fugulmor falou mais uma vez:
"Olá, meu digníssimo guerreiro. Vejo que de fato você é o líder de nossos oponentes e que deseja se pronunciar." Fugulmor parou fitando o adversário e continuou. "Olha, eu não tenho o menor desejo de lhe prejudicar e muito menos causar danos ao seu povo. Podemos conversar." O nosso herói sentou no chão de areia e começou a desenhar nele. O chefe inimigo começou a rosnar mais e decidiu disparar feixes sombrios sobre o desenho. Fugulmor se assustou junto de todo mundo. Um adramorano franzino e jovem decidiu avançar. Fugulmor articulou palavras na língua da tribo do seu conterrâneo, que parou boquiaberto. O herói decidiu se levantar. Ele estava sem sua máscara colorida. Ele era um homem de rosto retangular. Possuía uma boca comprida. Seus traços de boca, nariz, olhos eram muito próximos ao outro. Era um homem de aparência diferente do que estavam acostumados os adramoranos. O chefe inimigo levantou o braço e apontou o dedo com sua garra sobre Fugulmor. O adversário articulou palavras rosnando. Ele também fazia gestos com as mãos. O herói também respondeu com gestos das mãos. Parecia que Fugulmor entendia a língua dos visitantes. Todos estavam impressionados com o conhecimento de línguas de Fugulmor. Assim disse o chefe inimigo.
"Você! Eu lhe conheço de algum lugar. Apenas sei que o conheço, apesar de estarmos nos vendo pela primeira vez. Ruarghaahahaha, finalmente o encontrei! Eu estava desde muito tempo com sede de batalhas e procurava um oponente poderoso o suficiente para me enfrentar. Grrrr, agora estou muito satisfeito. Vamos ao que interessa. Eu vim aqui justamente para saborear seu sangue e não pretendo ter nenhuma interferência de seus aliados, assim como garanto que não terá nenhum incômodo vindo dos meus. Você aceita um duelo? Se não aceitar, eu simplesmente irei exterminar todos sem dó e nem piedade. Suas mulheres e crianças serão meus brinquedos particulares. Grahahahahaha!"
"Ora, não precisa se preocupar. Vejo que você é um homem direto. Não sei como posso chamá-lo, mas eu gostaria de saber seu nome. Posso dizer que fico feliz por você querer me conhecer, porém fico muito triste de você querer destruir o meu povo, a minha gente justamente para satisfazer seu desejo de batalhas. Se assim deseja, assim o farei. Darei tudo de mim nesta luta." Fugulmor prepara as suas duas armas. Sua pequena lança com penas e sua espada de aço brilhante.
"Huuum, interessante...vou triturar todos os seus ossos e vou mastigar toda sua carne! Respondendo a sua pergunta, meu nome é Vultus. Na nossa tribo, nós batizamos os nossos membros com características do mundo. Agora vamos lutar!" Vultus reúne suas sombras em torno de si mesmo. Ele não possui nenhuma arma conhecida. Usa apenas as garras e os próprios poderes. Vultus fica encoberto de vultos, como uma lama preta, então ele começa a disparar-se na direção de Fugulmor. O nosso herói se defende com as duas armas. Há um choque entre garras sombrias e as duas armas, que são brancas. Vultus ataca com o outro braço e Fugulmor desvia. Vultus se transforma em um aspecto parecido com lama chamuscante. Vultus se pronuncia:
"Hahahaha, você é melhor do que eu esperava. Digo que é um guerreiro experiente. De um passado misterioso. Hum, sinto que perdeu alguém". Os dois começam a andar em círculos. Fugulmor diz:
"Por que você não luta mais e fala de menos? Para uma fera, você é muito falador. Venha me atacar!"
"Se assim deseja..." Vultus se contorce e começa a disparar feixes espinhosos de sombra de maneira extremamente veloz. Em uma velocidade perturbadoramente barulhenta. Fugulmor se defende utilizando os poderes de sua tatuagem cinzenta, que conjura um escudo invisível. De repente, um dos espinhos acerta o ombro de Fugulmor, que se distrai de dor. Então, os outros espinhos acertam nosso herói, que cai de joelhos com uma dor excruciante. Ele começa a gemer baixo. Fugulmor levanta os dois braços cravando as duas armas sobre o chão. O herói começa a rir.
Vultus decerto está bastante impressionado. O brutamontes diz:
"És um guerreiro formidável mesmo. Alguns de meus ataques são simplesmente mortais para muitos de meus antigos oponentes. O último grande guerreiro no qual eu enfrentei foi meu mestre Lempos. Eu o superei. Grrrr!"
"Lempos...acredito que conheço este nome. Podemos fazer um outro acordo. Quem estiver moribundo primeiro, irá contar sobre seu passado." Afirmou Fugulmor, que estava cansado e então se levantou, ereto.
"Grrrr...eu aceito!" Vultus move lentamente suas sombras, que se transformam em lâminas negras. Ele rosna e ataca com rapidez. Fugulmor  apara o ataque. Vultus continua atacando. Fugulmor usa o poder de suas tatuagens para aumentar a sua velocidade. Vultus estica seus braços de lâmina como um tentáculo elástico e ataca. Fugulmor desvia facilmente. Vultus estica os dois braços e ataca em velocidade simultânea. Fugulmor esquiva, mas acaba se ferindo, espirrando algumas gotas de sangue. O herói utiliza mais uma vez seus poderes da tatuagem e agarra os braços do inimigo, com dificuldade. Fugulmor sangra de forma constante. Vultus para, mas não consegue tirar seus braços das mãos poderosas de Fugulmor. O herói começa a fazer força puxando Vultus sobre o ar e então arremessa-o contra o chão. Vultus sente uma dor excruciante, cuspindo muito sangue. O adversário fica meio tonto e de repente vê que Fugulmor está acima dele. Fugulmor se joga e aplica uma poderosa cotovelada. Vultus jaz no chão repleto de sangramentos. Fugulmor finalmente diz:
"Foi uma boa luta. Mas, se você conhecesse meus segredos, eu estaria em apuros. Uma pena que você não está acordado para contar sua história." Fugulmor se aproxima de Vultus para ver se ele estava vivo. Quando se aproxima (CRUNCH), Fugulmor se queixa de uma dor muito extrema! Ele berra muito alto. Os adramoranos se entre olhavam perguntando o que aconteceu. Então todos viram. Fugulmor perdeu a mão esquerda e Vultus era o responsável. O inimigo se levantou e o capturou contra o chão. Vultus pressionou suas garras sobre Fugulmor. O herói usou mais uma vez seus poderes e morde o braço do adversário. Vultus protesta de dor e relaxa os braços. Fugulmor rasteja de forma impressionante para longe. Os olhos atentos dos adramoranos e homens-hienas estavam impressionados. Se perguntavam:
"Ele é um homem ou é uma fera?"
Fugulmor rasgou parte de suas vestes e fez um torniquete sobre o ferimento. O herói berrou admitindo.
"Você luta muito bem, Vultus. E vou ser justo com você antes de morrer. Eu tenho um segredo e ele inclui o uso de habilidades da natureza. Se eu contar mais, você irá me vencer."
Vultus responde se levantando, cansado:
"Você de fato é uma criaturinha impressionante. Fala como uma plena certeza de suas habilidades. Não nego que és cauteloso o suficiente ao me enfrentar. Hahaha, eu farei você me dizer tudo o que eu desejo, pois vou te deixar sem mãos e pés. Comerei sua carne lentamente, como comi a da sua querida mão." Vultus avança lentamente, rosnando. Ele se abaixa em posição de ataque como um cachorro selvagem. Ele dispara com as quatro patas furioso. Fugulmor usa seus poderes animalescos e ganha velocidade de uma gazela. Ele esquiva do ataque furioso. Vultus continua atacando incessantemente, enquanto herói está esquivando. Então o brutamontes para. Fugulmor pega a sua lança que estava no chão e crava ela sobre Vultus, que cai de joelhos. O brutamontes começa a cuspir muito sangue e se segura com seus dois braços. Vultus está completamente exausto e moribundo.
Fugulmor para, larga a lança e o observa atentamente:
"Vultus, você não vai sobreviver. Porém, eu posso te ajudar. Se você admitir sua derrota e contar sobre seu passado, eu pretendo garantir que estará curado. Admito que um de meus poderes me concedeu habilidades de uma cobra peçonhenta e que eu lhe envenenei. Se você não agir rápido, irá morrer em poucos minutos."
"Naaaaaaao! Grrrraaurgh...eu não pretendo ser ajudado por uma mera escória como você! Nós lutamos e eu devo aceitar o meu destino como todos, que é a morte no combate..."
"Mas eu posso lhe ajudar, Vultus. Podemos ser grandes amigos, não seja tolo. Essa disputa indivídual em tribos é uma coisa tão retrógrada que..."
"Cale-se! Quem foi que lhe disse isso? Quem disse o que é retrógrado?... Muito interessante. Parece que temos muito em comum! Antes de eu morrer, vou lhe contar logo minha história." Disse Vultus, se agachando.
"Vultus..."
"Pois bem, antigamente, minha tribo foi invadida por homens usando armas que atiravam pequenas esferas de metal. Eles possuíam um poderio militar descomunal, porém nosso povo deu muito trabalho para eles. Estes homens estranhos se afastaram, mas capturamos alguns destes e os fizemos de escravos. Mas um deles acabou mudando a minha vida. Seu nome era Lempos. Era um homem que se considerava um arqueólogo. Ele sabia muitas coisas de que eu não sabia. Eu estava na barriga de minha mãe e ela teve um parto muito prematuro. Lempos se esforçou para salvá-la, mas não deu tempo. Meu nascimento foi prematuro, no qual ele conseguiu me salvar. Todos na tribo se perguntavam se eu conseguiria sobreviver, mas este homem sabia todos os truques avançados do povo dele para nos ajudar e eu cresci saudável felizmente. Como agradecimento, meu pai o libertou, assim como todos os amigos de Lempos."
"Mas isso não explica porque você atacou nossa tribo" disse Fugulmor ainda indignado com este fato.
"Nossa tribo sofreu um ataque misterioso. Então nós pensávamos que vocês haviam declarado guerra a nós. Então decidimos atacar todas as tribos próximas a nós para nos defendermos. Eu admito que extrapolei os limites. Lempos ficaria desapontado." Vultus observou triste. Ele já estava bastante debilitado. Ele começou a gritar alto. Fugulmor estava bastante preocupado e decidiu dizer:
"Lempos foi o meu mestre. Ele fazia parte da tribo dos colonos bem equipados e me ensinou sobre praticamente tudo. Eu era um moleque que estava na rua, não sabia minha origem, porém ele decidiu me adotar. Ele descobriu que eu fazia parte de uma tribo misteriosa e que eu possuía poderes extraordinários. Lempos tinha o desejo de unir todas as tribos do nosso planeta. Ele morreu de velhice." Fugulmor começou a derramar muitas lágrimas. De saudade, de tristeza e de respeito ao Vultus. Vultus também chorou e então desabou no chão, morto.
"E esta é a história do nosso herói Fugulmor e como ele conquistou o carinho de todas as tribos de Adramora." Disse um senhor de idade de longos cabelos prateados e pele morena. Possuía nas orelhas dois brincos anelares. Ele dá sorrisos largos e contagiantes.
"Nossa mestre, não imaginava que essa fosse a verdadeira história de meu ancestral." Disse o jovem de cabelos castanhos e de extensão mediana. Ele tem uma pele mais clara. Tem uma mancha vermelha nas duas bochechas. É uma espécie de tatuagem. Ele é alto e de braços longos. 
"Aaaah sim, meu caro Fillemor. Na verdade, existem várias versões da mesma história, mas esta é a mais conhecida e a mais prestigiada entre todas. Eu creio que esta é a versão verdadeira. Independente do que seja, você é descendente de um herói e deve agir como tal, meu caro discípulo. Aliás, você já treinou muito seus poderes hoje e que precisa descansar. Hum, faço questão."
"Sim mestre Gilmuf! Ah, eu estou bastante exausto mesmo!".
Vocês devem estar se perguntando, quem são estas duas personalidades? Ora, eles são basicamente mestre Gilmuf e seu discípulo Fillemor. Ambos são pertencentes da grande tribo de Adramora. Gilmuf é um dos profetas mais brilhantes e respeitados de toda tribo, líder de todo o conselho da floresta. Fillemor é ninguém menos que o descendente e herdeiro de Fugulmor. Fillemor está sendo treinado desde bebê pelo profeta Gilmuf para assumir o cargo de Kássik de Adramora. No início de nossa história, os ventos agindo de forma incomum eram na verdade a manifestação dos poderes de Fillemor. Era seu último dia definitivo de treinamento com seu mestre. Pouco antes de começarem, Gilmuf disse que a lição final aconteceria em um momento que ninguém esperaria e que não seria ele o mestre, mas sim o destino. Fillemor era muito obediente aos ensinamentos de seu mestre e seguia-os rigorosamente. Raramente esquecia seus conselhos. O herdeiro é deveras perfeccionista na arte do combate e de seus poderes. Fillemor estava chegando a idade adulta. Ele era filho de Gillomur, o poderoso Kássik de ombros largos e cabelo curto. Ele possuía 4 tatuagens pretas no rosto, que se assemelhavam a cortes negros. 3 linhas diagonais e uma horizontal. Gillomur também possuía um colar de conchas de várias cores, formatos e tamanhos. Era um símbolo de poder e liderança. Ele também canalizava os poderes da tatuagem. O Kássik estava deveras farto de lidar com tantas responsabilidades e que estava ansioso para repassar seu colar ao filho. Vocês devem estar se perguntando. Como funciona os poderes de um Kássik, especialmente do herdeiro Fillemor? Pois bem, Fillemor, assim como seu antepassado, possui poderes provenientes das tatuagens e estas concedem a proeza de copiar os poderes da natureza, tanto vento, quanto fogo, plantas, árvores, folhas e inclusive habilidades de animais. O detentor do poder deve estender sua mão próxima a força natural, realizando a cópia do poder. O usuário possui um limite de copiar no máximo 3 poderes diferentes. O uso deles acaba no dia seguinte, podendo copiar novos poderes. O detentor também precisa de uma boa quantidade de fôlego pra usar seus poderes. E é por isso que eles são treinados desde cedo na arte do combate e exercício dos músculos, da natação e controle dos poderes e um conhecimento amplo das forças da natureza. Logo no dia seguinte ao último treinamento. Fillemor decidiu experimentar mais os seus poderes dentro da mata. Então, ele fez fogo e decidiu absorver o poder do mesmo. Ele se sentiu plenamente poderoso. "Mestre Gilmuf, eu estou preparado para lidar com a responsabilidade de liderar a minha tribo. Eu estou muito alegre hehe!" disse ele consigo mesmo com bastante empolgação. De repente, as folhas secas começam a fazer barulho, similar a uma pisoteada. Fillemor vê uma sombra. Ele grita:"Ooh, quem está aí? Eu vou atacar, juro!" Ele pega sua faca. "Identifique-se e não se sairá ferido ou ferida!" Continuou ele.
"Ora ora, ele me pegou! Aliás, um vocabulário digno de nota!" A sombra revelou-se uma mulher de roupas estranhas. Ela usava uma blusa sem manga, calças e uma bota longa, junto de vários bolsos. Possuía uma pele escura, cabelo preso e era bonita, de olhos azuis. Ela estava de braços levantados. Fillemor estava surpreso e admirado. Ele se afastou, nervoso.
"Mulher estranha! De roupas estranhas. Tu és filha dos homens estranhos."
"Ora ora, meu caro amigo, assim você me ofende! Em primeiro lugar, não sou nenhuma mulher estranha, de roupas estranhas e filha de homens estranhos. Eu sou eu e estou apenas fazendo minhas análises e avaliações periódicas. Eu vim em paz e peço para que abaixe suas armas e assim poderemos conversar." Ela se aproxima lentamente dele e se senta no chão. Fillemor observa-a com muitas dúvidas.
"De fato, mulher estranha você és." Ele decidiu se sentar também.
"Ora, mas você é muito atrevido, viu! Aliás, você também estava falando sozinho, o que o torna também tão estranho quanto eu. Fico curiosa no que estava fazendo."
"Eu? Estava apenas observando floresta. És muito bonita." Fillemor olhava as árvores tilintando ao vento.
"Você é ousado mesmo hein! Agora você vem aqui, me para e inventa de elogiar uma pessoa que você nem conhecia antes. Aliás, quem é você hein?" Ela se levanta furiosa e dá um soco no ombro de Fillemor. Ele reclama de dor.
"Ai, doeu mulher! Tudo bem! Meu nome é Fillemor e estou prestes a me tornar um Kássik da minha tribo."
"Meu nome é Lyra e eu sou uma cientista especializada nas forças da natureza, especialmente na dos animais. Eu vim aqui justamente para catalogar e analisar as espécies e ecossistema desta floresta. Também imaginei que aqui houvesse tribos por ela, mas não imaginava que encontrasse justamente o líder deles. Fico admirada!" Ela disse com um sorriso de empolgação.
"Na verdade, eu sou o herdeiro, mas como raios você adivinhou que eu seria o líder?Mulher estranha mesmo..."
"Ai,ai, acho que devo me acostumar com isso. Enfim, eu gostaria de perguntar se você teria como me ajudar a conhecer sua tribo? Sabe, para bater um papo, conhecer melhor sua floresta, conhecer sua família, seus amigos. De fato, tenho muita curiosidade a respeito de..." Houve uma chuva de berros pela mata. Fillemor percebeu que eram vozes de pessoas da tribo. O herdeiro olha nos olhos de Lyra:
"Eeeer...Lyra! Meu pai não pode ver você. Muito menos algumas pessoas de minha tribo. Eles são pessoas curiosas e sentem muito medo do que não conhecem. Sugiro que você vá embora agora. Tenho medo de meu pai estranhá-la."
"Aaaah, tá bom..." Disse Lyra desapontada "Não imaginava que as tribos daqui fossem tão conflituosas. Ora, eu vou me embora...mas, eu volto..." Lyra piscou e deu um beijo na bochecha de Fillemor. O nosso herói estava vermelho e pôs a mão no rosto. Sentiu uma mancha molhada sobre ele, mas se sentiu muito alegre. Uma alegria que não sentia há muito tempo. O que era esta sensação? Uma sensação de pertencimento, de saudade, de um carinho. Ele sentira falta de Lyra. Ela tinha ido embora. Desapareceu num piscar de olhos. "Ela é boa!" pensou Fillemor impressionado. Seu pai Gillomur e seus subordinados estavam atrás de Fillemor e olhavam-no preocupados. "Pelos espíritos da floresta, filho, aonde você esteve? Eu estive bastante preocupado este dia todo. Por favor, não desapareça mais assim sem avisar. Você quase se esqueceu de sua cerimônia de posse. O que estava fazendo? Perguntei a seu mestre Gilmuf onde esteve e ele disse que não sabia onde você se meteu. Meu filho...você é o novo Kássik." Disse seu pai o abraçando. Fillemor também o abraçou.
"Tá tudo bem, pai! Eu só estava treinando meus poderes sozinho e daí perdi a noção do tempo. Peço desculpas..."
"Ora filho, não precisa se desculpar...você é o Kássik agora!" Disse Gillomur sorridente.
"Pai, eu ainda gostaria de saber por que o senhor quer abdicar da liderança, não sei se estou pronto..."
"Aaaaah, deixa disso, moleque! Você está mais que pronto e eu sei disso! Você é muito esforçado e inclusive terminou seu treinamento. Vamos deixar de falatório e ir para cerimônia. Todos estão ansiosos!" O seu pai seguiu andando. Fillemor tocou seus ombros.
"Mas pai, eu preciso saber."
"Filho, vamos fazer o seguinte. Você assume e depois lhe conto tudo. Tudo bem para você?" Respondeu o pai calmamente.
"Claro. Com certeza, pai." Estava anoitecendo. Uma multidão de Adramoranos estava reunida no canto desértico da floresta. Todas as tribos estavam animadas. Mulheres, homens, crianças. Todos estavam ansiosos pela posse do novo Kássik. Entre todos da floresta, existiam cerca de 12 líderes de tribo. O Kássik era o líder supremo de todos eles. Pela linguagem dos homens estranhos, os doze soavam como generais de um exército. Os líderes eram de diversas idades, gêneros e tamanhos. Os profetas também eram da mesma quantidade, sendo de idade avançada e de diversos gêneros e tamanhos. Gilmuf foi líder do conselho há muitos anos e pretende passar o cargo para Tyllika, cuja era uma senhora bonita de olhos verdes e longos cabelos brancos. Uma mulher de muita sabedoria e alegria constante. Haviam rumores de que Gilmuf renunciaria no dia da posse de Fillemor. A cerimônia acontecia no meio de uma grande fogueira, no qual representava uma face. A face condizia com o espírito do grande herói Fugulmor. Quem acendeu a fogueira foi o próprio profeta Gilmuf. Ele a convocou e vários espíritos da floresta se dirigiam ao fogo. Em breve, explicaremos o que são os espíritos da floresta. Enfim, a cerimônia começou.
O profeta Gilmuf se pronunciou.
"Minhas queridas e queridos Adramoranos. Absolutamente, somos todos filhos e filhas da grande e lendária floresta de Adramora. É com imensa alegria e prazer que estou aqui, que estamos aqui, para anunciar o nosso novo líder supremo, nosso novo herói, nosso novíssimo Kássik. Eis o meu querido aluno e filho de consideração, Fillemor!" Houve uma chuva de gritos, de batucadas, de barulhos diversos e salvas de palmas. Todos aprovaram imediatamente o sucessor.
"Sim, meus amigos! Eu digo para vocês o quanto meu querido discípulo foi bem ensinado, bem preparado, bem incentivado para estar aqui na frente de nossa tribo. Eu como líder do conselho de profetas, já digo logo que é uma imensa responsabilidade exercer o ofício de herdeiro do nosso herói Fugulmor, pois eu admito que novos desafios não tardarão para aparecer, assim como surpresas e decepções. É uma época de imensos trabalhos, mas também de muita evolução para a pessoa de Fillemor." O público ouviu atento e aplaudiu moderadamente. "Também admito com grande tristeza que este vai ser o último dia em que nosso antigo Kássik Gillomur, pai de Fillemor, meu grande amigo esteve na liderança. Vocês devem estar se perguntando. Mas por quê? Como um líder tão querido por sua população e seus generais iria querer tanto a renúncia e imenso desejo para que seu filho assumisse? Ora, a resposta é mais simples do que parece. Gillomur está disposto a finalmente encontrar sua esposa, nossa Dássik, Vitorya. Mas enfim, é tudo o que eu, Gilmuf, posso dizer a este respeito. Finalmente lhes digo, saúdem nosso novo Kássik, Fillemor!" O povo estava dividido entre muitos aplausos, gritos, barulhos com um misto de espanto e tristeza. Fillemor saudou os adramoranos com um gesto. Ele estava ao lado de seu pai Gillomur. Fillemor disse:"Obrigado, meu querido povo! Antes de falar, gostaria de passar a palavra para meu querido pai, por favor." Fillemor caminhou para trás. Gillomur se pronunciou:
"Saudações, meu povo de Adramora. Como vocês já devem saber, meu filho irá assumir e que estou partindo em busca de minha amada. Mas por quê? Justamente porque me sinto culpado por não saber dar uma resposta adequada para Fillemor a respeito do paradeiro dela. Inclusive, eu devo admitir que ela não é completamente adramorana. Ela é metade adramorana e metade "estranha"". A tribo estava completamente surpresa. Houve um imenso burburinho em torno deste fato. Gillomur continuou:
"Pessoal, sei que todos vocês têm medo das "pessoas estranhas". Ora, eu também tinha medo. Mas desde que conheci Vitorya, minha visão mudou completamente, inclusive que minhas políticas em Adramora deram muito mais certo graças aos conselhos dela." Gillomur parou um pouco e observou o povo. Todos estavam muito atentos.
"Vitorya simplesmente apareceu na minha vida. Eu não queria casar. Não encontrava uma moça no qual me identificasse. Daí eu a conheci. Ela andava vestida como nós. Quando ela me contou seu segredo, apenas disse para meu amigo Gilmuf. Não tive coragem de contar a meu filho a verdade, justamente por conselho de Gilmuf. Vitorya também decidiu não contar nada a meu filho. Então, teve um dia em que ela me disse que precisava resolver um problema na terra dos "homens estranhos". Eu fiquei desesperado. Tentei convencê-la a não ir, que ela poderia não voltar viva. Ela assentiu. Então ela foi dormir na minha tenda ao meu lado. No dia seguinte, ela não estava mais lá. Eu a procurei de todas as maneiras. Ela deixou uma carta. Pediu para que eu cuidasse de Fillemor e que disse que resolveria o problema logo, para que não a procurasse. Após isso, decidi contar para todos que ela foi levada pelos espíritos da floresta em uma missão e que ela voltaria. Fiz isso para que meu filho não a procurasse na terra dos homens estranhos. (sniff) eu peço desculpas, meu querido Fillemor" Pai e filho se abraçaram. Gillomur continuou aos prantos.
"Então eu renunciei, para que eu pudesse descobrir a razão de seu desaparecimento, encontrá-la e também dialogar com os homens estranhos, o líder deles. Assim como existem histórias de nossos antepassados interagindo com eles. Obrigado!" Gillomur apertou a mão de seu filho e depois se recolheu. Fillemor assumiu a palavra:
"Saudações mais uma vez, meu querido povo. Eu gostaria de agradecer humildemente pelas palavras de meu pai, pelo carinho, pelo respeito, pelo amor que todos vocês têm pela minha pessoa e por meu pai. Agradeço por todos os ensinamentos de meu mestre Gilmuf. Desejo a todos para que eu receba a imensa lealdade do meu povo e que eu irei me dedicar plenamente a minha função. Farei tudo o que for possível para que nossa tribo e nossa floresta seja a mais próspera, a mais alegre, a mais numerosa, a mais incrível população neste planeta. Atenderei todos os seus chamados e suprirei todas as suas necessidades. Assim como os defenderei de todos os perigos. Tudo o que peço é para que confiem em mim. Mais uma vez, obrigado meus queridos adramoranos." Mestre Gilmuf segurou o imenso cordão que pertencia a seu pai Gillomur e então canalizou todas as energias da fogueira no artefato. As energias dos espíritos da floresta. Os espíritos da floresta são basicamente seres vivos que trazem vida ao ecossistema da floresta, assim como dão uma consciência maior aos animais e as plantas. Habitam dentro deles. Eles servem como ponto de contato com os profetas e os kassiks de Adramora. Eles também são responsáveis por conceder poderes ao Kássik, o herdeiro do herói Fugulmor. Seus poderes são provenientes da tatuagem. Mestre Gilmuf vestiu o cordão sob o pescoço de Fillemor. O novo Kássik se sentiu imensamente absorvido pelo poder. Totalmente renovado. Fillemor inclusive ganhou diversos presentes. Armas, armaduras, vestimentas, comidas diversas e entre outras coisas. Mas uma delas chamou bastante atenção. Era um animal peludo de quatro patas. Uma espécie de cachorro selvagem. Uma figura se pronunciou diante de Fillemor.
"Olá meu senhor. Eu lhe ofereço este filhote de uma espécie exótica. Nossa tribo decidiu domesticar uma espécie que é proveniente da época em que nosso herói Fugulmor derrotou os homens hiena. Ele é um misto de raposa, coiote e lobo. Acredito que irá gostar muito, senhor." O homem que o presenteou era magro e parecia bastante feliz ao dar o presente.
"Muito obrigado, meu caríssimo homem. Irei cuidar dele com carinho. Será meu fiel companheiro." Disse Fillemor. Ele estava feliz, mas deveras preocupado com o pai.
  Alguns meses se passaram desde a cerimônia e a população de Adramora estava com uma prosperidade mista. Fillemor conseguia conduzir bem sua tribo, no entanto, estava cercado de obrigações e problemas para resolver. As situações eram diversas. Desde doenças perniciosas, falta de comida, de recursos, ansiedade e depressão, clima instável, violência e brigas constantes entre as tribos subordinadas a ele, baixa natalidade e entre outras questões. Fillemor estava sobrecarregado. Não imaginava o quanto a política era difícil. No seu interior, sentia falta do espírito aventureiro, de caçar na mata, de explorar seus poderes, de escutar conselhos e broncas do antigo profeta Gilmuf. Sentia muita saudade dele. Não estava aguentando mais. Sentia que precisava parar e tomar um ar. Deveria delegar a tarefa para seu melhor amigo e chefe da tribo Rullak, Desmok. Desmok era um jovem alto e magro como Fillemor, mas possuía cabelos negros e adorava rotinas agitadas. Ele nunca ficava parado. Gostava de desafios. Foi então que Fillemor decidiu introduzir Desmok como seu vice-líder. Na verdade, Fillemor decidiu criar o cargo de prefeito para ele. Desmok adorou a ideia. Fillemor tinha uma sede por conhecimento e uma grande curiosidade. Desde que conheceu Lyra, não parava de pensar nela e tinha imenso desejo de conhecer a terra dos homens estranhos. Sim, ele precisava conhecer. Pelo bem de sua saúde mental. Fillemor chamou Desmok para sua tenda.
"Olá, meu caro amigo! Vou logo dizer que preciso muito de um descanso. Estou esgotado e não consigo parar de pensar em certas coisas. Preciso pensar em mim. Olha, eu vou explorar a terra dos homens estranhos. (Uma face de espanto apareceu em Desmok) Sim. Eu preciso disso. Vou encontrar as respostas para os problemas da população, sair pra caçar, testar meus poderes. Mas necessito de sua ajuda. Peço que governe toda Adramora para mim por pelo menos 2 meses até eu voltar. Qualquer problema, irei avisar pelas minhas araras. Conto com você, Desmok."
"Ooh, meu querido amigo Fillemor. Não diga uma coisa dessas. Você sabe que sou um cara que te apoio em todos os quesitos, mas também sou obrigado a te alertar sempre. Não vai ser fácil. Gostaria de estar com você pra te ajudar, mas como te conheço, é uma questão pessoal e já descobri logo que você quer encontrar um certo alguém. Não sei quem é, hum. É uma mulher?" Desmok deu um sorriso de gracejo. Fillemor ficou vermelho.
"Não, não seu idiota! Não é nada disso! Eu...eu apenas preciso descobrir as respostas. Também descobrir sobre meu pai...ele ficaria muito bravo se eu o procurasse. Ele não queria que eu me preocupasse com isso. Ah, amigão, estou extremamente confuso! Aaaah, só sei que preciso sair pra tomar um ar..." Fillemor rosnou de raiva. Desmok pôs as mãos em seus ombros.
"Calma amigão. Se é o que precisa, pode deixar comigo. Vá. Vá logo antes que eu mude de ideia..."
Fillemor saiu em disparada. Esperou anoitecer para partir. Ele preparou suas armas e equipamento. Era uma lança e uma espada branca. Chamou seu animal de estimação, o cachorro-selvagem, Nevoeiro, para ir junto com ele. Todas as tendas estavam em um silêncio profundo. Fillemor foi direto para a mata a dentro. Decidiu acender uma fogueira. Canalizou seus poderes e absorveu a energia do fogo. Após isso, foi procurar uma gazela. Para sua sorte, encontrou uma dormindo. Preparou a rede e atirou, capturando-a. Ele absorveu a habilidade de correr da gazela. Deixou-a ir embora. Por último, faltava um urso. Ele se aproximou de uma caverna. Para sua sorte também, encontrou um urso adormecido sobre uma árvore próxima. Embaixo dela, estava uma colméia. O animal tinha se empanturrado de mel. Não tardou e absorveu os poderes do urso. Deu um carinho nele. O animal gostou e depois se virou de lado.
"Pronto, pelo menos para um dia, tenho todos os meus poderes para sobreviver a qualquer perigo." Pensou Fillemor.
O nosso herói explorou, explorou e explorou a floresta e não encontrou nada do que queria. Foi então que ele lembrou da parte desértica da floresta. "Tenho que ir para lá, vamos Nevoeiro".
Nosso protagonista e seu fiel companheiro corriam em uma velocidade alucinante. Os animais que cruzaram com os dois ficaram completamente atônitos. Fillemor acreditava com certeza que ele precisava estar na parte desértica. Ele encontraria o que estava procurando. Na verdade, ele não sabia exatamente o que era. Só descobriria se visse. A parte árida se revelou para ele. Ele ficou admirado. Neste canto de Adramora, apenas existia poeiras e areia, alguns poucos cactos. Era muito vazio. O total contraste da floresta arborizada que ele tanto amava. Não se lembra se já tinha visto esta paisagem.
"Soa como uma memória distante, mas ao mesmo tempo muito familiar. Sinto que me daria muito bem com esta paisagem. Treinar meus poderes. Apenas praticava nas planícies. Agora poderei ser mais livre" pensou empolgado o nosso herói. Foi aí que ele sentiu uma presença. Uma presença forte e ameaçadora. Na verdade, eram duas formas de vida que Fillemor detectou. Nunca tinha sentido algo parecido. Alguma coisa atiçava seus sentidos. Fillemor se escondeu em uma pequena colina da duna. Ele aproximou o olhar. Viu que eram exatamente duas figuras. Uma era uma figura imensa e intimidadora. A outra era uma forma menor, mas não menos ameaçadora. Na verdade, parecia ser uma espécie de subordinado da figura maior. Seriam talvez inimigos tribais? Fillemor não sabia. A primeira forma imensa era formada por um metal bastante espesso. A segunda forma também. E eram de cores diferentes. De fato, Fillemor nunca viu espécies assim. Os considerou perigosos. Decidiu não se revelar. Tentou utilizar a audição da gazela para descobrir se falavam ou se comunicavam.
"Huuuum...senhor! Olha, sinceramente eu estou com um imenso medo desta floresta. Ela parece ser bem protegida por alguma coisa desconhecida. Digo logo que não recomendo que siga logo."
"Você não sabe de nada, minha cara bonequinha. Escute a voz da experiência. Vivi por anos e lutei por anos na minha trajetória. Chegou a hora de lhe ensinar como pescar um peixe. Sim! Em vez de lhe dar o peixe, lhe darei a vara. Seguirá o mestre aqui sem questionar. Nada, nadinha!" A armadura maior seguiu para a direção de Fillemor. O herói suou frio. Nevoeiro estava um pouco agitado. Foi então que a armadura menor tocou sobre o braço da maior.
"Mestre..."
"Sim! É isso aí! Assim que se fala. Sou seu mestre e você não é absolutamente nada. Agora pode falar."
"Eu...eu irei. Irei explorar, irei destroçar, irei destruir, irei desmatar, irei devastar, irei matar, irei incendiar...farei tudo o que deseja."
"Aaaah, isso mesmo! Aprendeu direitinho como se faz, minha criança. Sabe que seu pai precisa de meus serviços e que sua empresa não será nada sem os meus recursos. Sabe que está em minhas mãos. AGORA VÁ! Quero esta floresta destruída em um dia e desejo adquirir todos os recursos que ela contém. Farás isso, minha criança. Sei que quer proteger seu pai. Hahahahahaha! Mandarei tropas para junto de você. Até breve hahahaha" disse a armadura maior, que deu meia volta. A armadura menor ficou parada. Ela era púrpura azulada. Tinha uma tatuagem estranha de cor laranja. Fillemor estava repleto de desgosto. Não compreendia porquê pessoas tão estranhas iriam querer destruir a sua querida floresta. Era um lugar tão bonito. As histórias de pessoas querendo a destruir não são poucas. Fillemor ficou a espreita vigiando. Sinalizou para que Nevoeiro se acalmasse.
"Tenho medo de esgotar o acesso de meus poderes."
A armadura púrpura, que estava parada, recebeu a companhia de cerca de 11 figuras. Eram também cobertas de metal. Fillemor começou a estranhar estas figuras de metal. Nunca tinha visto nada assim. Escutou histórias das "pessoas estranhas", mas...
De repente, uma das figuras começou a disparar alguma coisa. Fillemor ficou assustado com o barulho. Saía uma espécie de brilho chamuscante da armadura. Nunca tinha visto algo parecido antes. Tudo na verdade naquele momento o surpreendia. Fillemor sentiu que eles eram uma ameaça. "Por Fugulmor, sinto que estas figuras são uma terrível ameaça. Acredito que eles estão treinando suas armas para atacar. Não sei se sabem que a floresta é protegida por nós." Mas ficou vigiando até que se aproximassem. Decidiu escutar a conversa. Nevoeiro então se alarmou e decidiu ir embora. Fillemor imaginou que ele voltasse logo.
"Oh chefia! Vamo embora com isso! Nós estamos loucos para fazer uma festa nestas árvores, nessa mata toda!" Disse uma armadura cinza. Todos os outros que chegaram na verdade eram cinza.
"Sim! Tô louco pra brincar de pique esconde com os animais. Seria divertido..." Disse outro.
"Não, seu idiota! Nós estamos aqui para trabalhar e não para brincar de pique num sei o que! O que o grande chefe falou foi isso. Matar e destruir! Se divertir é apenas um acréscimo a nossa atividade."
"Puxa...queria tanto conhecer os animaizinhos..."
"Ah, você já tem um monte de animal em casa...na minha visão, são tudo um bando de inúteis. Eu apenas pego e saboreio de sua carne. Nada mais serve além disso..."
"Vocês!...O nosso chefe mandou a gente fazer isso logo...não quero perder tempo..." Disse a armadura púrpura.
"Isso! Assim que se fala, chefia! Já estava ansioso! Em respeito a você, deixo que vá primeiro..." Disse a figura primeira.
"Como quiser..." Respondeu a armadura púrpura. Todos os inimigos estavam se aproximando. A mata não ficava muito longe dali. Fillemor decidiu que precisava combatê-los logo.
"Atacarei o seu líder e todos os outros que o seguem não nos enfrentarão. Pois irei matá-lo." Pensou Fillemor com o espírito sanguinário. Ele preparou suas armas. Investiu com a velocidade da gazela. Atacou o primeiro que estava mais longe. Cravou as armas na direção onde seria a cabeça da armadura. A armadura desvaneceu. Os outros inimigos atiraram uma espécie de feixe de luz, que fazia um barulho ensurdecedor. Fillemor correu rapidamente em círculos. Aumentou a velocidade, fazendo uma tempestade de areia. Os inimigos berraram de desespero e surpresa. Fillemor decepou um braço da armadura, que gritou e caiu no chão. A armadura ainda estava viva. Fillemor reforçou a pata de urso e deu um golpe fatal sobre o inimigo caído. Os outros gritaram estarrecidos. A armadura púrpura parecia bastante horrorizada. "Inimigos da floresta não terão minha clemência!" pensou sombriamente Fillemor.
"Seu...seu monstro!!! Morra!!! Morra de uma vez!" Disse um deles. Fillemor esquivou da saraivada de tiros facilmente e se aproximou da armadura com um fortíssimo soco. O herói tinha intenção de arrancar os órgãos da armadura, mas na verdade arrancou um corpo. Um homem. Ele estava vivo, assustado e profundamente machucado. Fillemor sorriu de uma maneira assustadora. Estava com um soco mortal preparado.
"Já chega! Seu monstro maldito! Seu animal nojento! Você por acaso é humano? Olha o que você fez com os meus amigos!" Disse a figura primeira.
"Não deveriam ter mexido com a floresta!" Disse Fillemor com um olhar de ódio.
"Que se dane a tua floresta, mermão! Tu já reparou o quão maluco você está sendo? De que diferença faz você proteger a floresta se você tira vidas humanas? Porra, agora fiquei puto! Vamos Gael! Vamos juntos acabar com esse marginal. Só seguirmos o plano."
"Claro, Don!" Os dois falantes se aproximaram e ficaram em uma posição de ataque peculiar.
"Fique para trás, chefia. Nós sabemos lidar com isso. Não se arrisque por nós." As outras armaduras começaram a andar em círculos e atiraram. Fillemor percebeu que era um ataque bastante coordenado. "Droga, droga! Agora eles tem um plano! Preciso fazer alguma coisa." As armaduras começaram a atirar de todos os lados possíveis. Fillemor mal conseguia se esquivar. Ele tentou correr em círculos, mas quase que as balas o acertam. Esquivou-se bastante ao longe. Buscou se esconder em uma duna. Ele conseguiu se esconder. Pensou em um plano ao ver uma pedra. Não, várias pedras. Fillemor notou que a formação das tropas ainda estava bem coordenada.  Fillemor aumentou a velocidade e a força. Pegou todas as pedras possíveis e arremessou do alto contra os inimigos. As pedras iam em uma velocidade descomunal. "O plano está funcionando. Agora só preciso distrai-los." As pedras estavam caíndo, então Fillemor levantou uma imensa rocha e arremessou contra as armaduras. Os inimigos se assustaram e correram. Foi o suficiente para disparar-se atacar o líder púrpura e intimidar os demais. Ele atacou o líder com tamanha ferocidade. A armadura começou a fazer um barulho de choque, então Fillemor cuspiu fogo sobre ela. A armadura se contorceu e andou para todos os lados. Os outros inimigos ficaram intimidados e decidiram correr. Mas um deles decidiu correr...em direção ao líder púrpura. A armadura estava pegando fogo.
"Senhora, senhora...Meu Deus, não!" A armadura secundária correu na direção do líder púrpura.
"Corram seus idiotas, corram e relatem logo para nosso chefe o que aconteceu. Isso aqui é uma barbaridade!" Disse o homem que se chamava Don.
"Mas senhor, e quanto a Gael e ela..." Disse o homem sem armadura. Ele estava escondido outrora.
"Deixe-a com Gael. Eu cuidarei disso sozinho. Agora vá!" O "homem estranho" se foi. A armadura então se abriu e revelou um homem de roupa preta. Ele tinha cabelos negros, topete e possuía uma cicatriz de garra. Fillemor ficou surpreso com este pequeno fato.
"Olá tribal! Já vi que temos contas a acertar por você ter nos feito mal. Como eu suspeitava, um tribal é como qualquer outro. Selvagem e rude. Irei exterminá-lo, como fiz com muitos outros antes de você." Don se preparava pra lutar. Estava em posição de ataque.
"Eu peço desculpas por ter destruído seus amigos, mas não deveriam ter atacado minha floresta. Irei lutar com você, como é tradição de meu povo de Adramora." Fillemor estava preparado com suas duas armas.
"Blergh! (Cuspiu) Você é patético! Achas mesmo que me intimida? Vou fazer picadinho de você e de toda sua tribo hahaha! Meu chefe não irá gostar nada do que irá saber."
"Eu pouco me importo com o que seu líder pensa. Mais luta e menos falatório!"
"Como quiser" Don pegou uma espécie de lâmina. De repente, ela cresce e começa a ser envolvida com eletricidade. "Isso vai ser divertido" Don continuou. Fillemor atacou com afinco. Alta velocidade em um salto. Bateu suas duas armas sobre a grande lâmina. Foi um choque de impacto. Fillemor se afastou. Don atacou, mas Fillemor esquivou. Fillemor investiu e cortou as pernas da armadura. Ela crepitava em choque.
"Bom! Você luta bem. Porém, eu também tenho meus truques." Don desapareceu sobre uma nuvem de fumaça. Fillemor estava surpreso. Não enxergava absolutamente nada. Então sentiu uma dor excruciante. Fillemor vomitou sangue. A grande lâmina de Don havia cravado profundamente sobre a costela de Fillemor. O herói estava quase completamente atordoado.
"Hahaha, eu tenho experiência de batalha, moleque! Achou que poderia me vencer assim?" Disse Don. Ele começou a rir, mas então ele sentiu um medo, um susto. Don olhou nos olhos de Fillemor, que estava completamente concentrado em seu inimigo. Fillemor ampliou sua força física e começou a estrangular a grande lâmina. Fillemor sentiu um choque, mas não se importou. Don estava completamente assustado com a obstinação de seu oponente. Fillemor usou o peso de urso e levantou a armadura, que estava crepitando de choque. Então, fez ela explodir. Houve um imenso apagão.
Piscava e piscava, mas não conseguia enxergar muita coisa. Apenas pessoas correndo, crianças correndo. Via conhecidos seus pegando em armas...estava ocorrendo uma batalha? Precisava agir! Mas tudo doía em Fillemor. Se esforçava para se manter acordado, mas não conseguia pensar direito. Estava tonto. Então desabou novamente. Fillemor abriu os olhos lentamente. Sentiu algo cutucando os seus braços. Estava incomodando. Viu uma sombra. Essa sombra estava bastante borrada. Será que era a sombra que o cutucava? Sentiu um toque poderoso sobre o seu rosto. Doía. Sim! Era um tapa. Estava começando a perceber. Fillemor parecia que havia ficado inconsciente. Ele piscou e esfregou seus olhos. Focou melhor e viu. Era seu amigo, Desmok. Ele estava na sua frente articulando palavras. Sua audição ainda estava meio deficiente. Fillemor decidiu se levantar. Estava moribundo e tropeçou contra uma parede. Sua audição estava melhorando.
"Fil...Fillemor! Camarada! Porra, me escuta logo..." Era Desmok que gritava com Fillemor.
"Sim! Ah, desculpa, eu tô meio zonzo Desmok...fale devagar." Fillemor se sentou sobre a cama.
"Não Fil não! Não há tempo pra isso! Po, tô precisando muito da sua ajuda! Olha, olha!" Desmok gesticulou e deu um estalar de dedos.
"Nós estamos sendo atacados! Atacados, Fillemor! Você não tem noção de como está sendo difícil para todos nós. Eu preciso muito de sua ajuda. Pelo menos para acalmar o povo e aumentar a moral dos nossos guerreiros!" Então chegou um tribal na tenda.
"Senhor, os inimigos pararam de atacar. Pelo menos por enquanto. Se recolheram para longe." O soldado olhou para Fillemor e ficou espantado.
"Mestre Fillemor. Senhor! Eu pensei que estivesse morto. Pelos deuses, isso é uma benção. Agora o espírito de Fugulmor irá nos guiar para vitória."
"Obrigado Kumol. Dê a ordem para os soldados descansarem." Disse Desmok. Kumol fez uma reverência. Fillemor se virou para o amigo.
"Me diga o que está acontecendo e o que aconteceu. Preciso saber Desmok! Nossa tribo depende disso."
"Ah amigo. Olha, primeiro você precisa se preocupar em se recuperar, depois eu te conto tudo. Você deve primeiro aparecer para nossa tribo e..."
"Pode deixar que eu conto tudo o que aconteceu...conto tudo para este desgraçado de uma figa. Este que vocês chamam de Fillemor!" Disse uma voz feminina. Era uma voz que estava rouca. Fillemor olhou para direção da voz, que estava ao fundo da tenda.
"Pelos deuses, não pode ser! É você, Lyra!" Fillemor a olhou assustado. Ela estava deitada sobre um colchão. Ela estava repleta de queimaduras. Mas parecia que havia cicatrizado rápido.
"Não ouse chamar pelo meu nome, seu verme maldito! Olhe o que você me fez! Felizmente, as curandeiras de uma moça chamada Tyllika deram um jeito nas minhas cicatrizes e não está doendo tanto. E olhe pra você também, está todo moribundo, como eu." Lyra virou o rosto. Ficou mais melancólica.
"Fico feliz que gostou de Tyllika. Eu sinto muito por você, mas não sei de nada. O que aconteceu? E por que você está aqui?" Perguntou Fillemor. Sinalizou para que Desmok os deixasse conversar.
"O que aconteceu? Você ainda pergunta, seu animal? Então vou te dizer! Você! Você me atacou! (Lyra apontou o dedo para Fillemor. Estava se mexendo.) Você com sua selvageria atacou e destruiu quase todos os meus subordinados. Você é um monstro indomável! Não percebeu que era eu???" Lyra começou a chorar. Estava vermelha de prantos. Fillemor a olhou desconsertado.
"Eu...eu sinto muito...não queria ter matado seus homens...na verdade, eles estavam ameaçando nosso ecossistema. Estava apenas o defendendo."
"Mas isso justifica você com sua mão selvagem e vil desmantelar e matar pessoas...seres humanos? Eles tinham uma vida pra zelar! Eles tinham família! Você não tem noção do quanto você os destruiu!" Berrou Lyra com muita raiva.
"Mas a guerra é assim, Lyra! Você acha que uma pessoa no campo de batalha vai te deixar em paz? Ela fará de tudo para te neutralizar e cumprir seu objetivo. Numa guerra, não existe clemência." Fillemor gesticulou com autoridade.
"Mas tudo pode ser diferente, Fillemor. Nós podemos fazer a diferença. O mundo não funciona bem se não colaborarmos um com o outro. (Lyra disse com mais calma. Se sentou.) Eu percebi que sua tribo existe um lema de batalha, mas no nosso mundo, o mundo que vivemos hoje, não deveria ser assim. Tudo deveria ser resolvido através do diálogo. E foi assim que eu aprendi, com minha educação religiosa."
"O que isso significa?" Fillemor franziu o cenho.
"Significa que o mundo das "pessoas estranhas" pensa de uma forma filosófica, social, cultural e religiosa. Ou seja, pensa de uma forma no qual não cause danos a terceiros. Nossa sociedade vive de leis. E as leis dizem que devemos respeitar a liberdade do próximo." Lyra disse sorrindo. Ela continuava bonita, mesmo com cicatrizes.
"Mas a tribo de Adramora tem leis. E todos a respeitam."
"Eu não concordo com tudo. Inclusive, encontrei com seu pai, Gillomur. Ele me explicou como funciona sua tribo."
"Encontrou meu pai? Mas como? Conte-me"
"Simplesmente porque seu pai estava atrás de uma mulher chamada Vitorya. Específicamente sua mãe, não é?" Fillemor olhou atônito.
"Seu pai me contou que estava cansado da vida e da responsabilidade de ser um chefe de uma tribo e que decidiu ir atrás de Vitorya procurar respostas e entender o que significava o "mundo estranho" que ela tanto falava.  Gillomur sentia que gostaria de conhecer este mundo. Sair da floresta. Foi então que ele descobriu que Vitorya estava perto. E descobriu coisas que o desagradariam. Vitorya decidiu ter um caso com meu pai Gilberto. Isso foi desde que ela foi embora da tribo. Vitorya era uma mulher nascida da cidade, mas que ela possuía uma herança tribal misteriosa. Gillomur ficou bastante furioso quando descobriu seu relacionamento. Chegou a agredi-la. Meu pai ficou furioso e ameaçou atacar sua tribo. Na verdade, Vitorya amava Gillomur, mas ela conhecia meu pai desde muitos anos atrás. Meu pai queria explorar a floresta de Adramora para enriquecer, mas Vitorya não deixou. Ela tinha um enorme medo de isso acontecer. Foi então que ela se sujeitou as ordens dele, se tornou sua pesquisadora. Na verdade, ela me ensinou muito do que sei hoje. Meu pai não é uma má pessoa. Ele só é um pouco...ciumento." Lyra disse desconcertada.
"Ah, então foi seu pai que estava por trás disso o tempo todo?" Fil perguntou curioso.
"Não exatamente. Vou explicar. Sua mãe Vitorya era uma mulher com paixão dividida. Amava o meu pai, mas ela sempre considerou seu pai Gillomur o seu marido. Ela ficava furiosa a respeito da intenção de meu pai Gilberto de explorar a floresta. Não demorou muito para que seus pais decidissem fugir juntos e dar a volta ao mundo. Meu pai Gilberto ficou triste, mas ele era um homem justo. Respeitou a escolha dela. No entanto, existe uma história sombria por trás de tudo isso. A razão de sua floresta de Adramora ter sido atacada."
"Qual?" Fillemor estava ansioso pela resposta.
"Meu pai possui um acionista, um investidor chamado Moacyr. Infelizmente, ele é um manipulador nato. Aproveitou a falência de meu pai para poder comprar as ações e usufruir dos poderes da empresa. Ou seja, ele detém boa parte da propriedade da empresa. E foi ele, Moacyr, quem atacou e planeja atacar de novo sua tribo. Ele agora está apenas descansando, mas sua sede e ganância por poder, recursos e dinheiro é infinita. Ele não tardará enquanto não destruir sua tribo e tomar a floresta para si próprio. Tome cuidado, Fil." Lyra estava preocupada.
"Obrigado! E quem eu posso identificar como o meu alvo principal? Lembro que havia uma armadura imensa ao seu lado..."
"Sim! Era exatamente ele o seu maior inimigo. Ele está liderando todas as tropas de ataque. Mas eu peço que você não o mate. Olhe, podemos resolver isso juntos. Apesar de eu ainda estar brava com você..." Lyra virou o rosto. Buscou se levantar, com dificuldade. Ela foi em direção a Fillemor, que ficou vermelho.
"Apesar de tudo, te acho bonitinho. Venha, pois meu subordinado Gael está mantido prisioneiro." Disse Lyra. Os dois saíram para fora da tenda. Desmok os abordou.
"Olha Fil, se não fosse o seu animal, nós estaríamos fritos. Chegou na hora certa. Daí pudemos nos preparar para a batalha. Foi horrível amigo. Agora que você apareceu, estamos mais aliviados." Desmok o abraçou. Fillemor viu o campo aberto. Muita coisa havia sido destruída na sua tribo, árvores, tendas, muitas pessoas mortas, tanto de um lado, como de outro. Ele contemplou o horror de uma guerra, que apenas sabia através das histórias que seus pais contavam. Apesar de tudo, o povo estava feliz por vê-lo. Todos fizeram reverências, levantando as armas em berro. Fillemor respondeu com um aceno e sorriso. Ele se aproximou de Desmok.
"Por acaso, existe mais um prisioneiro por aqui?"
"Sim! É um homem corpulento com o nome de Gael. Ele não ofereceu resistência. Disse que poderia nos ajudar e que toda hora perguntava se a senhora dele estava bem. Deve estar falando dessa sua namorada, ao seu lado." Desmok apontou com a cabeça Lyra.
"Não, seu idiota! Ela não é minha namorada...e obrigado por me ajudar sempre. Pode deixar que eu converso com o prisioneiro." Desmok fez uma reverência e saiu. Fillemor foi até o local onde Gael estava e o abordou.
"Olá, homem estranho. Tudo bem? Não vou machucá-lo."
"Mas do que vocês me machucaram? Bem, ao menos nisso eu estou aliviado." Gael estava suando frio e gaguejava.
"Diga-me, meu caro, o que você pode fazer para nos ser útil nessa batalha? Sua ajuda seria muito bem vinda. (Fil olhou Gael nos olhos). Ah, não se preocupe que sua senhora está bem. Ela está comigo."
"Por favor, deixe eu falar com ela. Eu imploro." Gael parecia bastante aflito.
"Olha, eu irei deixar se você colaborar comigo. Nós estamos em uma guerra mortífera e você se preocupa com uma coisa tão banal como ver alguém? Pois bem, nos ajude que eu te ajudo. Preciso saber de sua utilidade." Fillemor olhou de forma intimidadora.
"Está bem! Está bem! Olha, eu posso construir um dispositivo no qual amplia a eficácia das suas armas, de seus subordinados, assim como posso fortalecer as defesas de suas armaduras de couro. O que acha? Por favor, não me mate..." Gael se encolhia.
"Ótimo!" Disse Fil se levantando.
"Melhor assim. Lhe darei o tempo que precisar. Pelo menos entregue o seu trabalho antes de a batalha recomeçar." Gael fez uma reverência, assentindo. Fillemor buscou aumentar a moral de seus soldados, conversando com cada um deles. Falando palavras reconfortantes. Acenou para seus soldados, fez gritos de guerra. Desmok buscou coordenar os treinos. Reuniu tropas para cuidar das crianças. Gael construiu em uma hora um dispositivo eletromagnético que fortalece as armas e armaduras dos adramoranos. Este fortalece os equipamentos ao encostar no campo de energia. Gael o batizou de Amolador. Aproveitou também para construir através da sucata uma armadura mais compacta para Lyra. Todos estavam se sentindo bastante fortalecidos e poderosos para a batalha que estava por vir. Fillemor foi até um altar e se pronunciou:
"Meus queridos amigos e amigas. Por muito tempo, lidamos com muitas lutas e conflitos entre nós. Todos percebemos que isso não nos favoreceria. Portanto, foi o nosso lendário ancestral Fugulmor quem nos uniu. Nós somos um só povo. Somos o povo de Adramora. Um povo livre e poderoso!" Houve uma chuva de aplausos e berros de aprovação. Lyra o estava observando na plateia. Desmok estava ao lado de Fil.
"Como somos um povo livre, nós devemos sempre lutar e preservar esta liberdade. Assim como também somos aptos a aprender e reaprender com os nossos erros. E o meu principal erro não foi eu governar de forma muito restrita. Foi por eu não governar em prol dos forasteiros também. O povo de Adramora a partir de hoje abrirá as portas para os estrangeiros e os receberá como se fossem parte da nossa floresta. Eu fui muito ignorante quanto aos outros povos. Se nós como tribos podemos nos unir, podemos também nos unir a qualquer pessoa. Eu pretendo criar um governo no qual possa transmitir a liberdade necessária para todos os adramoranos e reformar nossas leis e tradições. De uma forma que não percamos nossas raízes, mas sim para evoluirmos. Vocês estão comigo?" O povo gritou "sim" em coro. Todos estavam muito empolgados.
"Enfim, primeiramente eu gostaria de pedir minhas sinceras desculpas ao povo no qual nós chamamos de pessoas estranhas. Não iremos mais chama-los assim, mas sim de visitantes. Forasteiros se preferirem. Peço desculpas por ter causado mal a qualquer um dos visitantes. Lamento muito por ter tirado a vidas deles. Eu fui criado por meu pai para respeitar e amar o próximo. Foi a minha mãe Vitorya, que é estrangeira, quem ensinou a meu pai Gillomur. Sinto muito mesmo. Não sei se as minhas desculpas serão o suficiente para poder reconquistar a mulher que eu amo. É você mesmo, Lyra." Os tribais olhavam paralisados para os lados. Notaram Lyra. Ela estava completamente vermelha. Estava imóvel.
"Venha Lyra. Eu te amo, minha querida princesa. Eu gostaria de lutar ao seu lado. Vamos fazer nossa querida floresta de Adramora prosperar! Eu...quero unir o meu povo com o povo de Lyra. (Lyra se aproximou perplexa). Sim! É isso mesmo que vocês ouviram. Quero casar com ela. Lyra. Quero que você seja minha Dássik. Governe junto comigo este povo. É minha maneira de me redimir." Fillemor disse sorrindo e estendeu a mão para ela. Lyra segurou sua mão e ficou ao lado dele. Fillemor a abraçou de repente e a beijou. Ela retribuiu. Fillemor sentiu o calor do corpo de Lyra, mas decidiu se afastar. Lyra olhou para o lado vermelha. Fillemor continuou:
"Desculpem-me pessoal. Foi o calor do momento." Todos riram. Fillemor levantou sua lança. Todos levantaram sua armas.
"Pessoal, nós vamos proteger nossa floresta. Eu junto de minha Lyra iremos conversar com o inimigo para que essa guerra sem sentido tenha um final. Desmok, prepare suas tropas para defesa. Eu, Lyra e Gael iremos negociar com o inimigo sozinhos. Fiquem de prontidão."
"Certo, meu amigo. Te darei cobertura. Só atacaremos se houver um sinal. E todos já sabemos qual é o sinal. Nevoeiro está de prontidão?"
"Com certeza Desmok! Fica frio que vai dar tudo certo."
Fillemor, Lyra, Gael e Nevoeiro saíram caminhando em direção ao acampamento do inimigo. Eles encontraram a localização na parte desértica do ecossistema de Adramora e que estava perto do horizonte esverdeado. Para satisfação de Fillemor. Ele tinha um plano. Eles usavam uma bandeira branca. O grupo se deparou com um imenso acampamento de invasores, todos eles usando armaduras. Estas eram menores que as que já viram. Lyra se pronunciou:
"Os custos para armaduras maiores são muito altos. Meu pai aproveitou essa pequena desculpa para limitar os investimentos a estas armas. Muito esperto da parte dele. Moacyr felizmente não tem acesso a conta bancária de meu pai. Sei que ele está por trás deste ataque."
"Lyra, eu tenho um plano. Na verdade, um que faça com que mitigue os danos a respeito dessa batalha. Eh, tenho dois planos haha." Fil passou a mão na parte de trás da cabeça confuso.
"Hum... espero que estes planos dêem certo. Não quero ver você aprontando de novo. Humpf!" Lyra fez um biquinho para ele. Gael estava concentrado e com medo.
"Eeeeh, pessoal. Como nós iremos lidar com um exército desses? Eu tenho medo de esta batalha se tornar um banho de sangue. Aaaah! O chefe Moacyr é muito cruel! Ele detesta tribais!" Gael cubriu os olhos com os dedos.
"Olha amigão. Vai dar tudo certo. Confie no meu plano." Fil disse sorrindo.
"Certo, certo" Gael respondeu sorrindo também. O grupo se aproximou da primeira tenda. De repente uma grande armadura se aproximou deles. Lyra se pronunciou.
"Mestre Moacyr..."
"Criança...melhor dizendo...Lyra. O que você está fazendo ao lado deste selvagem? E é bom que me dê uma boa explicação..." Moacyr falava ofegante na armadura.
"Mestre. Este é Fillemor. Ele é o chefe da tribo da floresta de Adramora. Eu fui prisioneira dele após a batalha que tive, mas ele teve clemência a meu respeito. Assim como o de Gael. Ele agora quer pedir para que o senhor recolha suas tropas e não ataque a floresta. Inclusive, ele deseja poder dialogar com o povo que visita a floresta. Ou seja, nosso povo." Lyra estava montada em Nevoeiro. Gael estava atrás.
"Aaaaah, interessante. Então pelo visto, o selvagem sabe como dialogar. Fico feliz que este pequeno verme não tenha te feito mal. Inclusive a violentado, como é do feitio de sua estirpe..."
"Uou, uou, assim você me ofende, forasteiro! Nunca que eu faria isso com Lyra! Ela é minha esposa e eu quero seu bem." Fil abraçou Lyra. Eles haviam desmontado de Nevoeiro. O cachorro rosnava.
"Aaaaaaah, eu não acredito! Este animal casando com minha aprendiz? Mas nem por cima do meu cadáver! Homens, acabem com eles!"
Esbravejou Moacyr. Fillemor partiu para tocar a parte esverdeada de Adramora. Ele sentiu o poder, o contato supremo com a floresta. Meditou e de repente surgiram folhas imensas e cipó, que capturaram diversos homens e armaduras. Todos ficaram surpresos, inclusive o próprio Moacyr. Alguns homens decidiram se render e abaixar as armas. Outros tentaram atacar, mas rapidamente Nevoeiro os interceptou, imobilizando os braços e usando a força da cauda e das patas para derrubá-los. Gael se pronunciou.
"Chefe! Por favor, pare esta batalha sem sentido. Olha, eu estou vivo e como seu funcionário, peço que repense sobre isso."
"Hahaha! Um verme como você me dando ordens? Mas eu não aceito aqui e nem lá no espaço. Eu quero mais é que você morra e vire comida de cachorro! Não serve mais para esta empresa. Está demitido!" Disse Moacyr desdenhoso.
"Não pode me demitir. Meu chefe é Lyra!!!!" Respondeu Gael com orgulho. Estava chorando de alegria. Lyra se portou a frente de Gael.
"Sim, ele é MEU subordinado. Você não tem mais poder aqui, Moacyr. Caia fora desta empresa!" Disse Lyra.
"Hahaha! E o que você vai fazer, sua insolente? Me matar? Pois não pode fazer nada, porque seu pai está em minhas mãos!" Moacyr cerrava o punho de aço.
"Vamos fazer o seguinte. Um acordo. Eu pretendo lutar com você sozinha pela minha empresa. Faremos um combate cara-a-cara." Disse Lyra determinada. Ela preparava sua pistola de lazer e sua faca.
"O que? Mas você está louca? O que seu pai...hum, não importa. Direi que você foi morta por um destes vermes tribais. Se eu matá-la, não sobrará mais nada desta empresa e ela será toda minha. Hahahahaha!" Moacyr colocou as mãos na cintura.
"Lyra, não faça isso! Um combate era para eu participar!" Disse Fillemor.
"Ora, não posso só porque sou mulher? Já ouviu falar em empoderamento feminino? Pois então, deixe que eu resolvo, meu querido. Confie em sua futura esposa." Lyra sorriu olhando para trás. Fillemor suspirou e pôs a mão no ombro dela.
"Tome cuidado." Ela assentiu. Moacyr se preparou. Lyra se dirigiu para frente.
"Podemos lutar a hora que você estiver pronto, Moacyr." Lyra olhava concentrada.
"Eu estou sempre pronto. Pronto para alcançar meus objetivos e pronto para esmagar seres insolentes."
"Então ok, vamos lutar."
Lyra começou a mover sua armadura em círculos. Era um trabalho de pés bem equilibrado. Fazia bem devagar.
"Hahaha, você acha que eu não sei todos os seus movimentos? Fui eu quem lhe treinei." Moacyr estava parado. "Ele não sabe tudo" pensou Lyra. Ela começou a fazer um trabalho de pés mais rápido para a esquerda. Moacyr não tardou em atacá-la com a sua mão gigante. Ele errou.
"Droga!"
Lyra estava a direita dele e começou a atirar. Ela atingiu um dos circuitos da armadura. Moacyr gemeu de dor. Ele correu. Então atirou esferas de energia. Voou areia para todos os lados. Lyra esquivou de tudo e desferiu um soco sobre a perna da armadura de Moacyr. Não sentiu nada, mas ela começou a arrancar as peças da armadura. Ele ameaçou atirar, ela esquivou, mas de repente Moacyr disparou uma rede contra Lyra. A rede dava choques. Lyra gritou e foi para o chão. Ela se libertou. Foi o tempo em que Moacyr desferiu um soco, que a mandou para longe. Moacyr começou a atirar esferas de energia na direção de Lyra. Ela estava consideravelmente ferida. Buscou se movimentar o mais rápido possível. Esquivou-se dos tiros. Se manteve de pé. Ela buscou fazer o trabalho de pés para lados aleatórios. Lyra atirou contra Moacyr, que esquivou para vários lados. Ele começou a tentar bloquear todos os avanços de Lyra. Ela atirou, ele esquivou. Lyra investiu com rapidez e atirando contra o inimigo. Ele saltou. Se atirou contra ela, que esquivou. Moacyr disparou esferas de energia. Lyra foi atingida e caiu sobre a areia. Ela sentiu uma forte dor. Sentia-se tonta. Buscava pensar em um plano. O inimigo se aproximava.
"Hahaha, vou acabar com sua raça. Vocês sempre estiveram em minhas mãos." Lyra pensou em alguma coisa. Ela acreditou que poderia funcionar. Usou o sistema de sua armadura para aumentar a velocidade dos pés. Ela correu rapidamente em círculos.
"Vai ficar com essa brincadeira para sempre? Acabarei logo com isto, Lyra"
Lyra começou a correr em volta da armadura. Ela pegava a areia e arremessava em direção a armadura de Moacyr. Jorrava areia com imensa rapidez. Depois decidiu correr em círculos para fazer uma onda de areia sobre o inimigo. Moacyr não estava entendendo nada.
"Não importa o que faça, criança. Não adiantará." Moacyr tentou avançar, mas de repente não conseguiu muito. A areia havia penetrado toda a superfície da armadura. Afetava os movimentos. Lyra parou de correr.
"Agora vai!" Disse ela. Preparou sua arma lazer. Era a última bala. Estava mirando em um ponto vital da armadura. Disparou (BLEW) (SPLACK). A armadura do inimigo se espalhou para todos os lados. Lyra se aproximou de Moacyr. Ele estava vivo.
Moacyr era um homem baixo, gordo, de braços peludos e de cabelos negros. Tinha uma barba mal feita. E claro, havia fumado um charuto pela metade. Fillemor, Gael e Nevoeiro se aproximaram de Lyra. Fil perguntou se Lyra estava bem. Ela assentiu. Moacyr estava caído e então gesticulou algumas palavras cerrando os dentes.
"Sua maldita! Você me paga...vocês todos irão me pagar..." Fillemor o pegou pela gola da roupa e o segurou no ar.
"Cale a sua boca, estrangeiro! Aceite que você perdeu a luta. E como é de tradição do nosso povo, você morre."
"Hahaha, já ouvi falar dessa tradição, tolo. Na verdade, eu não posso morrer, tendo em vista que a luta foi interrompida por você. Aliás, eu conheço Lyra e ela não seria capaz de me matar."
"Sim, você tem razão. Nunca teria coragem. Mas eu tenho coragem de fazer isso." (POW) Lyra desferiu um poderoso soco no nariz de Moacyr. Depois deu diversos chutes sobre a face dele.
Moacyr foi capturado pela tribo de Adramora, junto de seus subordinados. Lyra fez um acordo para que seu antigo chefe fosse levado a justiça dos "homens da cidade". Gael foi peça fundamental para desmascarar os podres de Moacyr e entregar tudo a justiça, sendo uma das principais testemunhas. Ele acessou o sistema da empresa e o computador pessoal de Moacyr para desvendar tudo o que fosse comprometedor ao seu antigo chefe. O pai de Lyra, Gilberto, ficou surpreso a respeito do fato de Moacyr ter sido responsável por diversos crimes ambientais por todo o planeta e por ter financiado várias organizações criminosas. Gilberto ficou feliz que Gael foi capaz de desvendar todos os mistérios relacionados a estes casos. Gilberto promoveu Gael como presidente da empresa. Gilberto ficou feliz por conhecer o seu genro Fillemor. O pai de Lyra respeitou a vontade dela de se casar com o Kássik de Adramora e ela própria decidiu viver como Dássik. Gilberto ficou com medo, pois não teria um herdeiro. Então ele decidiu passar todos os poderes para Gael, assim herdando todo o controle da empresa. Gael ficou imensamente feliz e atrapalhado também. Os pais de Fillemor decidiram viver viajando o mundo e sendo felizes como guias turísticos. As vezes visitavam seu filho e sua nora. Desmok foi nomeado sub-Kassik de Adramora. Mestre Gilmuf faleceu depois de um descanso merecido. Tyllika decidiu expandir seus poderes curativos para o mundo inteiro, dando acesso aos mais necessitados. Fillemor decidiu expandir sua política para todo o planeta. As pessoas puderam ter um vislumbre maior sobre como é a floresta de Adramora. Fillemor e Lyra tiveram 4 filhos. E viveram por muitos e muitos anos juntos.









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⏰ Last updated: Jan 17 ⏰

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