POA

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Avistou Helena sem precisar encontrar seu rosto.

Sua postura corporal era tão identificável, tinha aquela atitude aberta para o mundo.

Se não soubesse melhor acharia que era ela a dona do Olimpo.

A mulher estava inclinada encarando uma estátua no centro do primeiro andar do Museu de Arte do Rio Grande do Sul, cara a cara com o objeto colocado a um metro de altura.

Os seguranças claramente só não impediram aquela aproximação severa porque ela colocara os braços para trás, voluntariamente enlaçados.

Parecia não dar a mínima para o fato de que sua bunda estava apontando para os quadros.

E algumas pessoas.

Suspirou tombando a cabeça ao também se deixar admirar naturalmente o que queria.

Um serzinho bastante estranho aquele.

Não evitou reparar que as pernas da mulher eram bem desenhadas...

Cumprimentou as pessoas que lhe olhavam enquanto fazia seu caminho.

O ambiente do museu estava muito mais agradável do que a média humana.

Helena se ergueu num movimento rápido, percebendo sua presença pela visão periférica.

Observou seu rosto abrir um sorriso enorme enquanto seus olhos esticados pela disputa de espaço diminuíam ao quase ponto de desaparecer:

"Ei"

Conseguia sentir o contentamento irradiando da mulher, misturado com uma tonalidade de alívio de um mal.

O que era aquilo?

Ah.

Helena havia sentido sua falta.

Devolveu o sorriso grandioso e o cumprimento:

"Ei"

Não parecia ter pressa em iniciar um assunto, mas disse eventualmente:

"Não acredito que perdi sua entrada"

"Minha entrada?"

"Acho que poucas cenas são melhores do que quando você acha alguém atraente e vê essa pessoa entrando num lugar pra encontrar com você"

Riu da confissão.

Frieza realmente não era a estratégia daquela mulher.

Nem deveria ser.

Aquele aconchego era muito mais viciante.

Deu três passos calmos para trás, rebaixando os joelhos de leve numa reverência de balé.

Helena não escondeu que estava interiorizando a imagem com atenção antes de retribuir a cena colocando a mão na clavícula como uma plateia encantada.

Duas bobas.

Começou a se aproximar de novo antes de ser interrompida:

"Espera. Quero tirar uma foto com esse fundo do painel da Christina Balbão. Posso?"

Até que não era má ideia guardar aquele momento, então confirmou com a cabeça.

Depois que as pessoas se conheciam melhor o encanto tendia a se perder nos detalhes dos defeitos alheios.

Naquele instante estava colossalmente encantada.

Fez um charme para o celular que havia lhe mandado aquelas mensagens espirituosas.

Sua paparazzi analisou o resultado satisfeita:

"Chega ser irritante o quanto você é fotogênica"

A brasileira guardou na bolsa o aparelho e se aproximou para lhe abraçar.

Ai ajuns la finalul capitolelor publicate.

⏰ Ultima actualizare: Jan 26 ⏰

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