Parte única

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Eu encarava o teste em minha mão. Era o quarto teste em uma semana, queria ter certeza. Lágrimas corriam pelo meu rosto. Eu mal podia esperar para contar a Harry. Nós estávamos casados há quase dois anos e sempre quisemos ter filhos. Eu estava radiante. Coloquei o teste dentro de uma pequena caixa e amarrei com um laço. Esperei que ele chegasse do estúdio e lhe entreguei.

- O que é isso? – perguntou desconfiado.

- Abra. – falei sorrindo. Então ele desfez o nó e abriu. Seus olhos ficaram presos dentro da caixa e quando por fim me olhou, pude notar que ele estava se segurando para não chorar. Fui até ele e o abracei.

– Nós vamos ser papais. – então ele me encarou profundamente.

- Você está realmente grávida? – sua voz estava embargada. Assenti com a cabeça e ele me puxou novamente para um abraço. Esse era apertado, forte. – Eu te amo tanto. Essa é uma notícia maravilhosa. – então foi minha vez de cair em lágrimas novamente. Ficamos ali apreciando o momento, chorando, nos abraçando e fazendo milhares de planos. Mal vi a hora passar e não me importava se passasse, desde que eu estivesse com a minha família.


Um mês depois.

Tínhamos contado sobre a gravidez apenas para nossa família e alguns amigos íntimos. Não queríamos revelar para o mundo todo ainda. Estava em casa sentada diante a mesa do nosso estúdio particular. Eu trabalhava em algumas músicas novas. Mark, meu produtor estava comigo me mostrando algumas mixagens de som, então senti uma dor aguda em minha barriga, mais precisamente no pé da barriga. Me queixei da dor e logo minha mão já estava acariciando o local que doía.

- Está tudo bem? – Mark me olhou preocupado. Quando abri a boca para dizer algo, tudo parou. Então era como se nada tivesse acontecido.

- Está, eu só preciso descansar um pouco. – me despedi dele e fui para o quarto. A dor realmente havia passado, mas tratei de subir os degraus lentamente, não queria forçar nada. Mais tarde, Harry chegou e foi me ver. Ele me beijou e se abaixou para falar com o bebê. Era tão lindo vê-lo daquela maneira, sendo um papai cuidadoso. Resolvi não contar sobre a dor repentina, afinal, muitas mulheres grávidas sentiam dores, não? E aquilo não tinha sido nada. Passara na hora.

Na semana seguinte, Harry e eu saímos para jantar. Estava tudo perfeito. Depois daquele dia, a dor veio mais uma vez, mas não foi intensa. Eu deveria estar fazendo esforço demais, iria maneirar. Fomos no meu restaurante preferido e a volta para casa foi tranquila. Abri a porta e tirei meu casaco, Harry estava atrás de mim e fazia o mesmo. Fui em direção a escada. Quando estava na metade parei repentinamente. A dor estava ali e parecia mais forte que nunca. Escorei no corrimão e me sentei no degrau. Harry apareceu na ponta da escada e quando me viu daquela maneira correu até mim.

- O que houve? – arfei. Não conseguia falar direito.

- Minha barriga. – tentei respirar fundo. – Eu estou com muita dor. – Harry me ajudou a levantar e me pegou no colo me levando para o quarto.

- Vou ligar para o médico. – me colocou na cama e saiu voando do quarto com o celular já em mãos. A dor continuava. Meia hora depois ele entrou no quarto acompanhado do meu médico. Eu tentava respirar fundo, mas estava difícil. O médico me examinou e trouxe uma enfermeira consigo que o ajudou a colocar soro em minhas veias, Harry não saia do meu lado nem por um segundo. Era tarde da noite quando a dor finalmente cessou. Quando eu estava mais calma, Jullian, meu médico voltou para nos comunicar o que havia acontecido. Harry estava com o rosto contorcido de preocupação.

- É a primeira vez que sente essa dor? – perguntou. Ele e Harry me encaravam. Neguei com a cabeça.

- Senti essa dor duas vezes na semana passada. – falei diretamente para o médico. Eu me sentia péssima, não conseguia olhar para Harry e sabia que ele estava furioso com essa notícia.

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