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›› ACHE ZANGADO.

NO AUGE dos seus vinte e nove anos, prestes a fazer trinta em dois dias, a mesma população que o aplaudia em todos os festivais promovidos por Draska também mexericava sobre o fato de que o rei não possuía uma rainha.

Isso era assunto em reuniões, igrejas e até na rua das feiras.

Jungkook estava começando a sentir que poderia se tornar um problema. Um reinado com esse tipo de vulnerabilidade neste momento significaria a sua coroa, e isso ele não estava disposto a perder. Nem que custasse a sua liberdade.

— Namjoon, quem se senta à minha mesa abandona qualquer tipo de formalidade.

O guarda suspirou, assentindo brevemente. O seu prato estava vazio, como o de todos os outros, esperando que o rei fosse o primeiro a iniciar o banquete após a experimentação da cozinha.

A cozinha do rei era composta por dois cozinheiros, Hana e Eon, e mais três ajudantes. Dentre eles, havia Hieri, que fazia a experimentação dos pratos e também fazia massas. Ela agora estava ao lado do rei, usando os talheres dele para degustar todas as iguarias.

Os talheres do rei precisavam ser testados todos os dias, em todas as refeições, afinal, a ameaça poderia ser em veneno. Depois, vinhos e sucos foram provados, e quando Hieri voltou a sua postura inicial, ao lado do rei, Nabi começou a servir os outros no sentido horário.

Discretamente, Jungkook dispensou Hieri com um leve toque em seu quadril.

— Como vão os preparativos do festival? - Jungkook perguntou, cortando um pedaço da sua carne de peixe assada.

— As crianças estão fazendo as lamparinas de papel para a decoração das estações. - Yoongi respondeu. Como sempre, ele não fazia rodeios para se manifestar. Mantinha-se longe do prato para que Nabi conseguisse servi-lo. - Os alimentos estão conservados e as bebidas estão quase todas estocadas. Falta chegar a balsa com as garrafas de Umeshu, mas já era esperado que chegassem em cima da hora. - Disse por fim, olhos cerrados para o Jeon.

Yoongi possuía uma liberdade e intimidade com o rei que poucos (ou ninguém) possuíam. Por isso, o tom de deboche não passou despercebido, mas nenhum deles se manifestou ao ver o Min sendo petulante com o Jeon.

— Muito bem. E eu adoro Umeshu, estou disposto a esperar que o carregamento chegue no horário da festa se isso vai me render pelo menos uma taça gelada. Obrigado, Yoongi. - Após uma mordida e outra, Jungkook fazia questão de entregar toda a sua atenção a quem estava falando. - Com relação a segurança? - perguntou.

Namjoon levantou os olhos do prato, limpando a boca antes de dirigir-se ao rei.

— Todos em treinamento. Me utilizei de trinta por cento da escolta para esse festival.

— Só trinta? - Hoseok perguntou, e Namjoon passou os olhos do rei para o ex-conselheiro.

— Trinta por cento da escolta. - Repetiu, o tom de voz levemente irritadiço. - Mais dez por cento dos internos. - Voltou a olhar para o rei. - Setenta homens.

— Acho o suficiente. Enfermeiros?

— Dois e um médico.

— Perfeito. - Murmurou, depois voltou os olhos para Hoseok. - Escola de dança?

— Contratada.

— Maravilha. Aproveitem o jantar.


›››


Os sinais da idade a um rei não eram tão sutis quanto eram aos príncipes. Jungkook tinha que ser um líder para todos, e não havia ninguém acima dele que pudesse fazer o trabalho sujo. Alguns serviços, por mais mundanos que fossem, precisavam ser feitos pelo líder para impor respeito.

O Ômega de Draskka - tkWhere stories live. Discover now