BODYGUARD | JEON JUNGKOOK

LETTERS | TWO

Já fazia alguns minutos que Han tinha saído, aproveitei e me sentei em uma das mesas de praia que haviam ali na beira da piscina gigante que o tal lutadorzinho tinha.

Ainda estava atômica de que realmente entraria nesse emprego, tudo aqui era diferente do que eu costumava trabalhar, e fora que eu não precisava estava aqui, mas algo me dizia que eu iria ficar, e seria por um bom tempo.

Assim que me levantei na tentativa de ir atrás de Hansung, derrubei um copo que estava sob a mesa, olhei para os lados na esperança de não ter chamado atenção de ninguém para não ter que falar com mais nenhum esquisito dessa casa, porém minha tentativa foi falha, por justamente que eu não poderia falar.

— Olá... — O garotinho de olhos puxados e bem escuros falou ao meu lado.

— Oi! — Disse tentando parecer o mais simpática possível. — JoonHo, certo?

— Como você sabe? — Ele disse sorrindo e juntou o copo entregando em minhas mãos.

Como eu diria pra ele que por mais curto que tenha sido o momento em que estive com o pai dele, era inacreditável o quão esses dois se parecem.

JoonHo tinha os olhos iguais duas jabuticabas iguais os do pai, eram intensos mas doces, seu nariz chegava a ser diferente do resto do seu rosto por não tem um traço infantil e ser muito parecido com o de Jungkook. A única coisa que chamou atenção no menino e que não reparei no pai eram seus dentinhos de coelho, que davam o toque infantil ao menininho, o deixando mais fofo.

— Intuição, conhece essa palavra? — Disse e voltei a me sentar.

— Conheço sim. Mas, quem é você? — Ele voltou a questionar e eu ri.

— Eu... sou amiga do seu pai! — Falei assim que ele se sentou ao meu lado.

— Você é amiga igual aquelas titias que vem aqui nos finais de semana? — Franzi a sobrancelha e entendi o que JoonHo disse, cafajeste.

— Não! Eu sou, bem... digamos que, agora eu trabalho com seu papai. Ele luta, certo? E eu tiro fotos dele!

— Eu gosto de tirar fotos. Só não gosto muito quando tiram muitas, sabe? Igual quando vamos algum lugar e aqueles homens estranhos ligam aquelas luzes e tiram várias.

— Oh, JoonHo... — Ele conseguiu tocar na minha ferida e nem imaginava. — Posso garantir que isso não vai mais acontecer, tudo bem? Eu vou cuidar do seu- Quer dizer, das fotos do seu pai!

Me aproximei do pequeno e sentei mais pertinho dele na cadeira, e fiquei ali mais uns minutos enquanto ajudei ele a encher uma boia, que logo saiu junto dele até a piscina.

— Desculpa a demora, Jungkook quer dar uma festa e precisei falar com ele. — Han voltou e me viu olhando para Joon. — Ele falou com você?

— Por que o tom de estranheza? — Perguntei e voltei a me sentar.

— JoonHo não conversa com ninguém da casa além do tio, eu e o Jungkook.

— Ele só é um menino solitário, graças ao trabalho do pai, imagino.

— Jungkook é um pai presente, antes que você diga alguma coisa.

— Me desculpa a pergunta, mas, onde está a mãe dele? — Perguntei assim que vi o velhote sentar ao meu lado.

— Não sei, e acho que nem mesmo o Jeon Dois sabe. Jungkook nunca disse pra ninguém. — Ele falou e ficamos alguma segundos em silêncio até alguém o quebrar.

[...]

— Essas aqui chegaram nos últimos seis meses... — Han dizia enquanto jogava milhares de cartas ameaçando Jungkook, todas elas escritas com recortes de revistas e manchas de sangue com fotos de lutas do garoto.