Minhas doces lembranças...

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14, de novembro de 1977, às 19;35 da noite..

—  Querida, estaremos em casa brevemente. — Ela aproximou-se de mim, e depositou um beijo na minha testa. Abaixou-se para ficar na minha altura. — Seu pai e eu voltaremos para terminarmos aquele nosso piquenique no jardim. Nunca esqueça que amamos você. — Passou a mão em meu rosto.

— Minha linda Annyca, tome.
— Entregou um embrulho, cujo papel de presente era dourado. — Iríamos te entregar quando voltássemos, mas sentimos que era melhor entregar antes, né querido? — Virou o rosto para meu pai e o questionou.

Papai se aproximou de nos duas, sorrindo. Agachou ao lado da mamãe, apoiando o joelho direito no chão.
— Sim. — Sorriu. — Seu avô sempre dizia; "Um presente nunca deve ser adiado, pois não sabemos o minuto sguinte." — Elevou sua mão até meu rosto e acariciou minha bochecha.

— Papai? Mamãe? — Olho para os dois. Eles se entreolham.

— Diga floquinho de neve. — Responde abraçado a mamãe.

— Eu amo tanto vocês. — Sorrir para os dois e pulo em direção a eles.

Eles retriburiam o abraço. Um abraço que acalmava minha ansiedade em tê-los em breve comigo. Parece coisa boba de criança, mas saber do carinho que eles tm por mim é um alívio.

Ás vezes sinto que atrapalho os dois, pois eles sempre estão ocupados com os seus trabalhos e em seus tempos livres, suas atenções são direcionada inclusive para mim.

Ela sorriu — Nós amamos você Anny.
— Depositou um beijo no topo da minha cabeça.

Olho para o embrulho e questiono.

— O que será que têm aqui?
— Encntro-me em total euforia.

— Só abrindo para descobrir floquinho de neve.
— Ele no toca meu nariz com a ponta do dedo indicador.

Mamãe só sorria, admirando minha empolgação para saber o que tinha naquele embrulho.

— Seu pai e eu, escolhemos com muito carinho para você. — Seu olhar terno pairava sobre mim e sua maneira de falar, era cativante.

Sorrio e começo a abrir de forma desastrosa.

— Por céus! Calma Anny. — Exclamou minha tia em eprensão e cobriu com a sua mão direita o rosto.

Meus pais só sabiam gargalhar da minha tia. Ao abrir o embrulho, vi que era um livro clássico chamado 'Mil Oitocentos e Oitenta e Quatro', acompanhado de um caderno, uma caneta e um marcador de texto.

— Como vocês sabiam que era isso que eu queria?
— Sinto-me muito entusiasmada.

— Vimos o que aconteceu com a coletânea que demos a você. —  Estava cabisbaixo.

— Foi udo culpa do Ruffus, aquele bobão! — Cruzo os bracinhos e olho o mesmo deitado no tapete da sala, mordendo o urso de pelúcia que era o brinquedo preferido dele.

Ruffus é meu cachorro, ele é um labrador de pelo preto e seus olhos era azuis, um filhote de 3 meses. Ele comeu minha coletânea toda. Meus pais viram que fiquei chateada, pois não queria contato com ninguém, nem com eles.

— Oh... Meu bem. — Minha mãe me aconchega em seus braços.
— Não fique com raiva dele, ele só quis chamar sua atnção. — Acaricia minha costas.

— Exatamente filha. — Ressaltou.
— Ruffus é um bom doguinho. Ele vai te fazer companhia, enquanto não estivermos aqui. — Ele Sorriu ao olhar com ternura o Ruffus no tapete.

— É. Tem razão. — Me conformo.

— Brinque bem muito com ele, ele ama você assim como nós te amamos.
— Disse minha mãe saindo do nosso abraço.
—  Agora temos que ir.

Mamãe e papai me abraçou.
— Guerra de beijinhos?!
— Sugeriu ela.

— Atacar! — Gritou meu pai.

Ambos deram beijos frenéticos em minhas duas bochechas, enquanto estávamos abraçados. Assim que terminaram a "guerra de beijinhos". Ambos levantaram-se.

Mamãe pegou seu casaco felpudo cinza, que combinava perfeitamente com sua saia de alfaiataria rosa, juntamente com sua blusa de cola alta e manga compridas também rosa, e seu escarpam preto. Ela estava simplesmente linda, seus cabelos loiros em um coque perfeito. Minha mãe estava deslumbrante, com uma roupa simples de estilo casual.

Papai por sua vez, vestindo seu conjunto de alfaiataria azul e seu par de sapatos pretos, seus cabelos sempre penteados para o lado e sua barba por fazer, e seu lindo par de olhos azuis, que eu herdei. — Meus pais, formam um belo casal.

E assim que se despediram de minha tia Helbelly, os dois pegaram suas malas e saíram. Lá fora, eles estavam colocando suas duas malas dentro do carro. Corri para o parapeito da janela e abri a mesma.

— Eu amo vocês! — Gritei do alto da janela.

— Nós também amamos você!
— Gritaram os dois em uníssono acenando para mim.

Assim que terminamos de por suas malas dentro do veículo, os dois olharam para a janela que minha tia e eu estávamos, e acenaram. Após se despedirem à longa distância, meu pai abriu a porta de passageiro para minha mãe entrar, ela acomodou-se e ele fechou a porta e deu a volta no veículo, parando na porta do piloto. Ele olhou uma última vez para onde estávamos, e sorrio. Entrou dentro do veículo e escutamos o motor do carro dá partida.

Vejo o carro deles saírem da nossa residência e suspiro sentindo saudades.

— Anny, hora do jantar. — Minha tia me avisa.
— Venha! — Chamou-me.

— Estou indo. — Respondo tristemente e com os olhos vidrados na janela. A noite era de lua cheia e a frente da nossa casa estava iluminada por sua luz. Os vaga-lumes voavam entre as árvores. Era uma noite realmente deslumbrante de admirar. Fecho a janela juntamente com as curtinas, e começo a descer lentamente do parapeito da janela, para não cair e ponho meus pés no chão. Viro em direção a sala de jantar e saio andando.

Três horas depois...

A garota de vidro.Where stories live. Discover now