XXV

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Não demorou muito até que Louis levasse Harry embora da festa de seu pai.

Eles sentaram juntos no caminho de volta, encolhidos no fundo da limusine de Harry no meio do banco, com Harry levemente caído ao seu lado enquanto os solavancos da estrada os pressionavam para mais perto.

Era... estranho.

Eles não se falaram desde que Harry chorou — ele nem sequer olhou para Louis desde que deixou as lágrimas caírem de seus olhos. Em vez disso, apenas o seguiu cegamente, como um cachorrinho encharcado e perdido em uma tempestade, deixando que Louis o guiasse pela cintura pela multidão de convidados fumantes nos saguões do hotel, com suas cortinas de fumaça entupindo seus pulmões. Ele levou Harry para longe, com segurança e eficiência, e agora eles estavam seguros dentro do carro, seguindo para casa e... Era estranho. Louis não tinha certeza se deveria falar, tocá-lo, confortá-lo ou qualquer outra coisa. Ele ainda podia sentir as lágrimas de Harry umedecendo sua camisa, ainda podia ouvir seu choro atormentado e angustiado e a forma como seu nome foi lamentado de sua boca, tão dolorosamente e tão impotente que agitou até mesmo as partes mais frias que Louis era composto. Ele queria lhe estender a mão, entrelaçar-lá nos dedos frágeis de Harry e enfiar o nariz confortavelmente em seus cachos, os quais descansavam tão perto de seu rosto. Ou quem sabe poderia rodear sua cintura sem que suas mãos hesitem, mas... Além de tudo isso, ele só queria consertar tudo. Ele queria poder consertar Harry. Sem sobrecarregá-lo ou sufocá-lo.

Então, ao invés disso, ele apenas colocou a cabeça suavemente em cima da de Harry — a qual estava descansada em seu ombro — com um cuidado suave, apenas descansando um pouco sob as madeixas sedosas de cabelo que poderiam inspirar a próxima Renascença. Ele respirava pacificamente, enchendo seu corpo com alívio pelo simples fato de Harry estar ali, tão perto e tão seguro.

Era bom tê-lo de volta.

Através do brilho fugaz das lâmpadas da rua, ele viu as pálpebras de Harry tremer em resposta ao seu movimento, mas não disse nada e não se mexeu, apenas olhou para fora da janela, tranquilo e cansado, com uma espécie de serenidade em sua respiração enquanto o laranja brilhava ao longo seus cílios e sombreia seu rosto. Havia começado a chover (ou melhor, garoar) e as gotas espirravam contra as janelas, geladas e calmas, mas Louis não conseguia se importar, pois se sentia quente, seco e um monte de outras coisas que achou que poderia sentir para sempre de alguma forma pacífica, intocável e maravilhosa.

De repente, o carro parou. Eles estavam do lado de fora dos jardins, perto do apartamento de Harry. Eles estavam de volta.

Ele tentou não demonstrar a infelicidade que sentiu voar por seu corpo enquanto Harry se sentava, afastando seu corpo completamente para longe de Louis e quebrando o calor que havia começado a se formar entre seus ossos e os cantos de seus apertados e polidos sapatos. Harry respirou suavemente enquanto ajeitava seu casaco, olhando para a escuridão molhada. Ele não fez nenhum movimento que iria falar enquanto piscava seus olhos lentamente. Ele parecia obscuro e cansado. Ele parecia um poema. Um daqueles com palavras melancolicamente bonitas e desconhecidas, curtos que soavam tristes quando ditados e completamente sem sentido quando pensados. Do tipo que você encontrava na parte de trás do livro e deixava uma pulga atrás da orelha a qual iria pensar um pouco mais tarde, quando sua cabeça estivesse um pouco mais clara. Escrito por um poeta romântico com um nome que soava como um sopro suave e importante.

Porra, Louis bebeu muito champanhe. Muito, muito champanhe.

— Chegamos — ele disse baixinho, com os olhos focados em Harry que ainda olhava para fora da janela, com os punhos cerrados sobre o paletó aberto.

young & beautiful ➸ portuguese versionOnde as histórias ganham vida. Descobre agora