3 - Archenemy

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Capítulo 3 – Inimigo Mortal.

Nem preciso comentar que a recepcionista veio mesmo, não é? Escutei a voz dela do lado de fora e sorri quando Sam agradeceu em um tom simpático. Ele fez o que eu pedi perguntando sobre a boate e só então eu decidi parar de tentar espionar e realmente tomar meu banho. Aproveitei o tempo no banheiro para dar uma olhada no espelho, tudo bem, eu perdoaria tio Charlie e Samuel por não terem me conhecido logo de cara, eu tinha que admitir que os anos foram bons demais para a adolescente que eu era antes.

– Ela me deu o endereço da boate, amor. – Ouvi a voz de Sam totalmente debochando da minha cara do lado de fora – Você vai querer ir ainda hoje?

– Claro. – Gritei de dentro do banheiro e logo depois abrindo a porta do mesmo apenas com a calça e o sutiã – Amor.

Sam me olhou de cima a baixo, mas parou nos meus olhos, como se algo ali o estivesse incomodando.

– Você usa lentes verdes? – Demorei um pouco para me tocar que ele se referia a cor dos meus olhos estarem diferentes, então apenas assenti saindo do seu campo de visão e procurando por uma blusa e uma jaqueta já que a noite dava sinais de frio – Seus olhos já são lindos azuis.

– Mamãe tinha olhos verdes. – Eu disse remexendo minha mochila – Papai tinha olhos azuis.

– Você puxou ao tio Robert. – Sam deduziu como se fosse uma novidade, e logo depois se sentou na cama me encarnado vestir uma camisa preta qualquer – Ele disse algo antes de...

– Não.

O cortei antes que ele dissesse a palavrar "morrer" eu não queria falar sobre isso, quero dizer, eu não precisava falar dos meus sentimentos. Só queria concretizar minha vingança, e depois deitar numa cama que eu comprei, em uma casa que eu tenha alugado, pelo menos por alguns dias antes de voltar a caça, e respirar fundo comendo queijo. Então, antes que tudo isso se realizasse eu só ia focar na minha vingança.

Claro que papai disse alguma coisa. Ele tinha que dizer, e Samuel o conhecia o suficiente para saber que ele diria algo. Acontece que a maneira como tudo aconteceu não foi tão simples quanto parece.

– Tem certeza de que ir atrás de Nicolau vai ser a melhor maneira de terminar isso tudo? Você pode simplesmente esquecer, voltar para o bar comigo, e ficar lá. Charlie adoraria. – Encarei Sam ao ouvir aquilo. – Pela maneira como você está me olhando eu estou contando algum tipo de barbaridade.

– Olha. – Parei a frase para respirar fundo e simplesmente ser menos grossa – Eu vou fazer isso, vou matar Nicolau. Você pode vir comigo depois dessa caçada ou não, eu não pedi para que estivesse aqui agora e não vou pedir que esteja quando eu for atrás da minha presa maior.

Ele simplesmente mordeu o lábio inferior e sussurrou um ok, baixo o suficiente para indicar que o meu monologo tinha valido a pena. Eu não queria ter que ser grossa, mas só porque eu perdi minha mãe e meu pai, Sam e qualquer outro pensa que eu quero um ombro para chorar, e eu não preciso disso, se eu precisasse não seria eu. Sempre forte o suficiente para tratar de tudo sozinha, essa sim sou eu.

[...]

A boate era grande. Na verdade, enorme e eu comecei a querer subir no palco e dar o meu próprio show. Fala sério, eu sempre gostei de ser o centro das atenções.

– Eu acho que vou ficar por aqui. – Disse Sam encostado em uma haste da boate olhando diretamente para o palco, onde tinha algumas strippers.

Parei ao lado dele analisando as mulheres em cima do palco. Realmente, fazia muito sentido para ele ficar ali, elas até valiam a pena. Soltei uma risada irônica, e passei a língua pelos meus lábios.

Sanguinem (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now