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Sebastian

Acabou que a Emily foi diagnosticada sim com o problema que deixa ela amarela, e ficamos um tempo a mais no hospital. Eu lia um livro para a Marianne, sentados ao lado da nossa menina, que tomava um banho de luz — com direito a óculos. Dividimos a mesma cama, e revezávamos pra pegar as refeições. Hoje tive que passar em casa para pegar algumas roupas, arrumar a bolsa da Emy e tomar um banho decente. Minha mulher cabia no chuveiro do hospital confortavelmente; eu não. Subi para o apartamento com um milhão de caixas, presentes de fãs e de patrocinadores. A maioria era para as duas, e separei um pouco do necessário, colocando em duas bolsas que achei na bagunça de plástico bolha e papelão.

Montei o quarto da Emily — berço, guarda-roupas, eu havia comprado tudo, empurrei a cômoda e instalei as cortinas. Pendurei três quadros dos presentes na parede também. Estava muito bom, e me agradeci mentalmente por ter decidido trocar o bege deste quarto por um amarelo claro, no ano passado. Ajeitei o quarto principal, que estava como um cenário de guerra, me livrei das caixas na sala e me parabenizei por ter feito tanto em menos de três horas. Tomei o bendito banho, e voltei para o hospital, tendo que lidar com alguns paparazzi.

—Sebastian, o que a Indiana está achando dessa traição?

Traição, rá! Eles ainda não entenderam que a minha mulher é a Marianne? Ignorei todos, e sabia que amanhã teriam fotos minhas carregando uma bolsa de bebê nos tablóides. Não poderia me importar menos. Quando vi minha filha em uma coloração saudável, soube que, como quer que chamem as minhas garotas nesse momento ruim da minha imagem, eu nunca concordarei.

—Ela recebeu alta. — a Marianne disse com um sorriso — Estamos só esperando os papéis.

—Que notícia boa, Mary-Ann!— sorri de felicidade por poder voltar pra casa com elas.

A arrumação teve um propósito, afinal. Mandei uma breve mensagem para a mamãe, avisando que estaríamos em casa hoje. Ela disse que visitaria a neta em casa, não gosta de hospitais.

—Você vai jogar no domingo?

—Sim. Terei um treino intensivo hoje de tarde pra recuperar os dias perdidos, e no domingo estarei lá. Lá não, aqui, o jogo é aqui.

—Quando ela for maior vamos te ver jogar. No Superbowl ela terá sete meses, se você chegar lá vamos te assistir.

—Devo considerar isso um incentivo?

—É, sim.

O médico trouxe a alta, e disse o que a Marianne não podia fazer até certo tempo. Anotei tudo mentalmente, antes de sairmos para casa. Eu tinha conseguido um bebê conforto com um vizinho, e dirigi como a Brittainy fez quando tentei ensinar ela, pra não correr o risco de causar um acidente. Beijei minha mulher no elevador, subindo até nossa casa.

—Você está tão bonita. — falei.

—Obrigada. Vinte dessas correspondências são suas, — me entregou os envelopes e caixas que o porteiro deu — e uma é minha.

Olhei todas, a maioria era convite de lojas e de marcas para eventos, só um que não era essas coisas me interessou. Fazia tempo que eu não falava com o Thorsten, o cara arrasou na Olimpíada, trouxe um ouro pra casa, e sempre que podia me mandava uma entrada para os jogos dos Lakers. É o time em que ele joga. Dessa vez não era um ingresso.

"Sebastian, parabéns pelo casamento e pelo bebê! Como não sei o que dar de presente de casamento, mandei um cartão presente de uma dessas lojas que vendem de tudo, e a Arizona escolheu um presente para o bebê. Espero conhecer sua família quando vocês vierem para Los Angeles! Ass., Thorsten."

Amor Interceptado - Série Endzone - Livro 2Where stories live. Discover now