Mermaid - uma história da Pequena Sereia

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Meu amor não me abandona, pegue o que a água me deu.

Porque agora, posso dizer: Lar doce mar!

Anne Mirabella, 2017.

- Não se preocupe, mãe, ficarei bem e assim que chegar ligo para a senhora. - Ela sorriu com lágrimas nos olhos - Sei que o papai não vai querer saber de mim agora, mas cuida dele por mim, está bem?

Minha mãe assentiu, respirando fundo. Ela sabia que eu não voltaria tão cedo para casa, pois seguir o meu sonho por agora, era o que eu tinha de mais importante para fazer. A abracei e entrei no carro, dando partida e seguindo para a cidade que me daria a chance de ser quem eu era, uma sereia de verdade.

Ou quase isso, já que o que tinha de verdade era apenas o meu sonho de ser uma.

Meu pai sempre foi fechado quanto à isso, o sonho que alguém poderia ter segundo ele, era de ser uma médica, advogada e que a única chance de eu poder ir para a cidade conquistar algo do gênero era sendo isso, quando na verdade a única coisa que eu queria para a minha vida, era a de me exibir em um grande aquário como uma bela sereia que eu conseguia ser.

O caminho até a cidade era longo e a cada quilômetro passada, meu coração palpitava ainda mais. Eu estava chegando perto de mudar a minha vida completamente e eu mal podia acreditar.

[...]

Parei em um posto de gasolina para abastecer e aproveitei para ir à loja de conveniência que tinha ali. Peguei alguns salgados e refrigerantes, segui até o caixa para pagar e dei de cara com um príncipe.

Eu não podia descrevê-lo de outra forma, senão desta. Ele tinha uma pele de seda, com um olhar encantador e um sorriso atraente, seus dentes eram perfeitamente brancos. Um completo intocável, era isso que ele parecia para mim.

- Olá, pode passar! - Disse ele dando-me a vez. Sorri e balancei a cabeça negativamente.

Eu queria ficar ali e ouvir ainda mais a sua voz mesmo que não fosse comigo, queria observar os seus gestos e saber como ele reagiria. Eu não sei. Só queria mesmo era olhá-lo e nunca mais esquecer de sua afeição.

Eu estava apaixonada.

- Não, pode passar sem problemas. - Insistiu ele. Assenti então, vendo meu sonho de vê-lo por mais alguns minutos se esvair entre meus dedos como a areia do mar.

Coloquei o que havia comprado no balcão e logo paguei a atendente. Me virei para o homem em minha frente e sorri sem graça. Ele havia dado passagem para mim e assim segui para a porta da loja, mas diante da possibilidade de não o ver mais em minha vida, olhei para trás e pude vê-lo me olhar com um sorriso que iluminava todo aquele lugar.

Sorri. Levantei a mão em súbito dando-lhe um aceno de adeus.

Ele voltou a atenção dele para a atendente e eu segui para o meu rumo. Entrei no carro e coloquei as coisas no banco de trás, pegando algumas guloseimas e salgados para o banco da frente do mesmo, me virei novamente e peguei um refrigerante.

Quando virei para a frente para seguir o meu caminho, ele saía da loja de conveniência com um óculos de sol.

- Ai meu Deus, isso não é real. Ele não é real. - Sussurrei, dando um longo e profundo respiro.

Ele virou seu olhar e encontrou o meu, logo veio em minha direção e eu não sabia o que fazer.

- Olá novamente. - Sorriu largo. - Poderia saber o seu nome?

Projeto Releitura: PrincesasΌπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα