Um ato de desespero.

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Em uma calma manhã á serena chuva tomava conta da linda aldeia de Konoha se pondo presente por vários dias, sendo a alegria dos fazendeiros que viviam próximo á vila.

Crianças brincavam em meio á lama sem se preocupar o quão suja ficaria suas roupas, pois para elas o que importava era sua alegria e brincadeiras que durava todo o dia.

Mas nem para todos á chuva serena trazia alegria, no cemitério da aldeia várias pessoas se reunião cabisbaixas e em silêncio, caminhando lentamente seguindo os que estavam á frente levando o pequeno caixão, denunciando a morte de uma suposta criança inocente.

- Como pode isso acontecer? – Alguns murmuravam entre choros e suspiros desesperados de familiares e amigos.

A mãe que todos acreditavam que se desesperaria e ficaria em prantos de choro, se via em silêncio, caminhando lentamente ao lado do caixão. Seu olhar sério dava-se a entender que já não havia mais lagrimas para chorar... Logo atrás dos pais da criança sepultada um casal acompanhava o caixão junto ao seu filho, um pequeno menino que aparentava ter uns dez anos... Loiro de olhos azuis e marcas incomuns de nascença em seu rosto como se fossem pequenos cortes em suas bochechas.

- Naruto... – Uma doce voz chamou o pequeno garoto que se desmanchava em lagrimas mesmo tentando esconde-las.

- Não tenha vergonha de chorar... – Sua mãe sussurra. – É uma grande perda para todos querido, esconder suas lagrimas podem fazê-los pensar que não se importava com Hinata.

- Ela era minha melhor amiga! – Ele grita deixando a raiva e tristeza tomar conta de si. - Como pode dizer que eu não me importava com ela?

A ruiva o olhou com tristeza, mas logo se ajoelhou a sua frente e abraçando com força.

-Está tudo querido... – Sua mãe sussurra. – Todos nós estamos enfrentando esta dor. – ela o abraça tentando o consolar em seu ombro o levantando para voltar a seguir a fila que já conseguiam avistar o tumulo preparado para receber o pequeno caixão.

Um túmulo de mármore branco com uma linda foto de Hinata sorrindo que trazia lembranças dolorosas para aqueles que eram mais apegados. Aqueles se aproximavam deixavam cuidadosamente as flores em volta... Eram tantas e tantas que aqueles que olhavam de longe viam semelhança a um lindo jardim, dando um ar de vida naquele cemitério que de longe parecia abandonado por sua falta de cuidado, a grama estava um pouco alta e as folhas que eram soltas das arvores não eram recolhidas.

Após algumas horas de orações a luz de velas no entardecer, todos começaram a se despedir para logo voltarem para casa carregando esta magoa.

O pequeno loiro que ainda descansava no colo de sua mãe que se punha de frente a cova observando o caixão, desceu lentamente de seus braços e jogou uma rosa vermelha há cima do caixão se destacando no meio das outras que eram apenas brancas para representar "paz".

- Porque trouxe uma rosa vermelha Naruto? – Sussurrou sua mãe após ajoelhar-se ao seu lado acariciando sua cabeça.

- Porque vermelho representa amor... – lagrimas começam a pesar no rosto do menino. – E eu quero que ela saiba... Que eu sempre vou ama-la.

A serena chuva começa a se fortalecer fazendo os poucos que observavam o enterro do caixão se apresar para sair do cemitério, Kushina a jovem ruiva que consolava seu filho caminhava lentamente ao lado de seu marido, Minato um dos advogados mais bem sucedidos da cidade abriu com calma a porta de trás do carro, onde a ruiva deixou seu filho lhe prendendo com o cinto de segurança logo em seguida fechando-se a porta.

- Naruto nunca conseguira esquece lá. – Ela murmura para seu marido. – Tenho medo que esta morte possa causar um trauma para ele.

- Sim... – Ele a olha seriamente. – Dez de que ele soube de sua morte já não se alimenta mais como se deve... Esta comendo cada vez menos e temo que isto piore, talvez seja melhor chamarmos uma psicóloga para tentar ajuda-lo a enfrentar tudo isto.

Ela afirma positivamente com a cabeça e logo ambos entram no carro para voltarem para casa, após passarem do portão de saída do cemitério puderam-se ver o desespero do pai de Hinata... Jiraya era seu nome e como um louco gritava desesperadamente tendo de ser segurado pelos poucos amigos que lhe restava ali para tentar acalma-lo, mas de nada adiantava por tanto Minato se ofereceu para leva-lo ao hospital onde seriam dados a ele alguns calmantes e soros para relaxa-lo... Apesar de ele não querer aqueles que se importava com seu bem estar insistiram e logo ele cedeu sendo levado às presas pelo advogado.

Ao ver o carro se afastar, Tsunade esposa de Jiraya e mãe de Hinata suspira pensativa em quanto caminhava ate sua camionete na qual seu marido usava-se para trabalhar, trazendo frutas e verduras pela cidade, ao se acomodar no banco dirigiu-se de volta ao sítio onde vivia com sua filha.

Após chegar cabisbaixa dirigiu-se ao seu quarto onde lhe havia um lindo e imenso espelho, na qual se podia ver inteira da cabeça aos pés. Lentamente a loira acende algumas velas a frente do espelho e murmura palavras incompreendidas... Aos poucos sua imagem no espelho desapareceu e deu lugar a uma mulher adulta de olhos fortes e vermelhos como sangue e lindos cabelos negros compridos, na qual se via muito bem vestida e maquiada como se estivesse pronta para uma festa de classe.

- Tsunade... – Ela sussurra sorrindo. – O que lhe trás aqui?

- Não me venha com piadinhas mamãe... – Ela diz friamente. – Ainda não consigo crer que você teve coragem de assassinar sua própria neta!

- Ora que ousadia é esta? – Ela á repreende. – Você sabia muito bem que isto aconteceria, eu lhe avisei que se deixasse esta vida e desse as costas para nossos "guias" seria brutalmente castigada... É por isto que você perdeu a capacidade de poder ter filhos querida, mas você insistiu em querer ter uma família com aquele "imundo" a ponto de adotar uma doce menininha e a colocar em uma família amaldiçoada como a sua!

- Exatamente! – Ela grita. – Hinata não veio de meu ventre, ela não deveria pagar pelos meus erros, por favor, mamãe devolva a vida a ela.

- Sabe que não posso fazer nada querida... Quem decide seus castigos são os "guias", você os enfureceu quando negou a missão de matar aquele imundo do seu marido e ainda ter á coragem de virar as costas para "nós" que somos sua verdadeira família!

- Por favor... Ela não teve culpa do que me aconteceu quando era jovem, imploro aos guias que me devolvam minha filha!

- Hum... – A mulher do espelho suspira pensativa, mas não se demora a dar sua resposta. – Verei o que poderei fazer por você minha filha... Apesar de tudo que nós fez.

- Obrigada mamãe. – Ela curva-se agradecendo e logo a imagem da mulher se desfaz no espelho deixando a loira agora ver apenas seu reflexo triste e preocupada com qual seria a resposta.

A Boneca de Sangue.Where stories live. Discover now