Marry him anyway;

128 17 8
                                    

Três anos.

Faziam exatamente três anos desde que Jeongguk e Jimin disseram sim um para o outro naquele altar. Trinta e seis meses, cento e cinquenta e seis semanas, mil e noventa e cinco dias. Desde então, eles estavam juntos, compartilhando a casa, o carro, o número de telefone e a vida. E aquilo ainda parecia o paraíso para Jeon Jeongguk.

Ele ainda lembrava perfeitamente como conhecera Jimin. Foi aos 19 anos. Os dois foram a lavanderia da universidade na mesma tarde de sexta-feira, estava chovendo bastante do lado de fora e Jimin não estava em um bom dia. Então, ele esqueceu uma meia vermelha na máquina de lavar que usou e Jeongguk não percebeu aquilo no momento que jogou suas roupas dentro da mesma lavadoura logo em seguida. Quando a lavagem terminou, a meia estava desfiada e agarrada às roupas do Jeon por um emaranhado de linhas vermelhas. O incidente pareceu a gota d'água para o Park, mas as risadas sonoras de Jeongguk serviram para melhorar todo seu péssimo humor daquele dia. No fim, eles tomaram chá juntos e trocaram telefones, sem saber que, na verdade, aquilo estava muito longe de ser um fim.

Começou com encontros casuais, então, um namoro sério e, mais tarde, um noivado. Agora, estavam comemorando mais um aniversário de casamento. Daquela vez, de uma forma um pouco diferente, diante dos mesa de jantar de sua casa, com a família de Jeongguk de um lado e a de Jimin de outro, como se fossem uma única. E todos sentiam que eram, assim como os dois maridos também sentiam que eram um só. Naquele momento, enquanto conversavam alegremente e riam, qualquer um poderia perceber: eram todos perfeita harmonia.

Mas, nem sempre foi assim.

Jeongguk nunca esqueceria do fatídico dia em que dirigiu cinquenta quilômetros até a velha casa de Jimin, onde os pais do Park ainda moravam. Anos antes de pedir a mão de Jimin em casamento. Os dois ainda estavam na faculdade, namoravam há pouco mais de dois anos e estavam no auge do "perdidamente apaixonados". Naquele fim de semana, Jimin tinha dito para Jeongguk que gostava da ideia de casar no quintal de casa, como no filme De Repente 30, em meio a uma conversa boba sobre casamentos e preferências.

— Eu já até me imaginei algumas vezes casando no quintal da casa dos meus pais, quando eu era mais novo — Jimin contou. Jeongguk lembrava muito bem da cena dele deitado em seu colo enquanto assistiam o filme.

— Não é uma má ideia, viu. Será que seus pais liberam a casa se a gente pedir pra se casar lá?

Foi então que Jimin riu de um jeito que Jeongguk não entendeu muito bem. Logo em seguida, ele explicou:

— Primeiro que eu duvido que meu pai concordaria da gente casar.

— Por quê?

— Ele é meio da velha guarda, sabe. — Jimin virou a cabeça para encarar o rosto do Jeon. Ele estava com aquela expressão de indignação mal disfarçada, com um biquinho nos lábios e a testa franzida, extremamente fofo aos olhos do Park. — Mas, a gente ainda pode casar no seu quintal, meu amor.

Então, Jeongguk o olhou e não conseguiu manter a expressão anuviada diante daquele sorriso que deixava os olhos do Park miudinhos. Também não conseguiu manter a indignação. Para falar a verdade, depois daquilo, não conseguiu sequer terminar de assistir o filme, nem ele nem Jimin (se é que entendem). Contudo, no dia seguinte, ele estava pronto para levar a diante o incomodo que a revelação causou. Jeongguk não sabia o que tinha na cabeça na época. Ele simplesmente saiu de manhã cedo e rumou o subúrbio, sem pensar direito, convencido de que faria o pai de Jimin mudar de ideia. Porque, era inaceitável que ele não os abençoasse.

No caminho, ele parou para beber um pouco a fim de se acalmar antes de executar o plano mal-elaborado que tinha em mente e acabou bebendo muito. O que foi total imprudência, deixe-se bem claro, pois não se deve beber quando se dirige e vice-versa. Por sorte, ele chegou inteiro a casa dos Park. Inteiramente embriagado.

Marry That Boy [jikook]Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt