Uma noite de autógrafos

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Lançamento de livro. Noite de autógrafos. Momento encantador! O escritor conseguiu montar um espaço refinado, o coquetel agrada os convidados... Um momento ímpar de parabenizar o amigo pela finalização de um trabalho.


De repente, o amigo bêbado do escritor adentra o salão e diante de tanta mesa que poderia escolher, qual decide montar acampamento? Na sua, claro! Porque homens bêbados são criaturas que foram ensinadas, machisticamente, que mulheres solteiras são alvos!!! E nós perfeitamente educadas compartilhamos a hastag mental "#soueducadanão estoudandomole". Empoderada dessa educação que lhe é característica você repete a imagem cravada na mente do seriado Sex and The City que foi reassistido, nesse ano, só umas duas vezes!

A cena em questão: Samanta senta em uma festa de casamento na mesa dos solteiros, alusão a suposta posição de perdedores que a condição de ser solteiro possui. Um solteiro, com mau hálito, apresenta-se as amigas Carrie, Charlote e Miranda. A Carrie ao lado do cheiro desagradável pega, imediatamente, uma flor e leva-a para próximo do nariz. FOI EXATAMENTE ISSO QUE FIZ, com um guardanapo: a cena se repetiu em minha cabeça sendo o artifício usado na realidade.


A história não para aí! São minutos sofríveis até o ser humano entender por si mesmo que já era a hora da "naninha" dele, pois o teor alcoólico finalizara a noite do cidadão! Obviamente, que tal condição impede o meliante de ter consciência disso. Uma lástima!!! Assim, a noite reservara mais surpresas... para ele! Porque para mim estava perfeitamente confortável em curtir um tempo somente para homenagear um colega de trabalho que merece! Contudo, tudo que o cidadão precisava na vida era autoafirmação e foi buscar em quem? Em mim, porque nesse quesito sou bem parecida com pais abusivos! Vai buscar autoafirmação na... ops... Bem, acredito, realmente, que todos são habilidosos em diversas áreas e da mesma forma sou aversa a forjarem habilidades que não possuem. Pera lá!!! O cara tentando passar carteirinha de intelectual porque leu Zaratrusta? O alcoolizado tratava Zaratrusta como mito. Me leva a questionar, novamente, o desejo de muitos por um MITO?


Eu como discípula de Paulo Freire, repetia o questionamento Socrático para entender seus argumentos. Obviamente, não fiz um bom trabalho, o teor alcoólico não permitia... Assim, entre várias passadas de mão em meu cabelo (que relevei por não ter sido com uma intenção ofensiva) e o afronte de me dar receita de como ser escritora... Whatt??? Finalmente, conseguiu perceber que a noite já tinha dado para ele.


E eu? Ganhei uma crônica!

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⏰ Last updated: Sep 26, 2019 ⏰

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Uma noite de autógrafosWhere stories live. Discover now