Rei e Rainha.

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— Podemos assistir a lua? Quero um dia normal, antes do que virá. — Sussurrou. A voz quebrada, naquele momento renjun queria poder simplesmente não sentir nada. Queria ser um satélite de uma estória de amor, um satélite natural qualquer como a lua. Apenas um astro lindo, misterioso, só e brilhante, mas Huang sabe o lado escuro que todos eles escondem, lados escuros que satélites escondem são os mais dolorosos. Renjun só queria ser um satélite, pois então não sentiria a dor que é viver a própria vida. — Por favor, quero vê-la. Quero encarar e desejar ser como ela.

— Sei que desejas ser ela, como sei que desejas ser apenas tu. Eu sei que vai ser difícil, sendo sincero não consigo imaginar o quanto. Só... lembra que eu estarei aqui, como um satélite para ti. Você será minha terra, tudo bem? Amanhã estarei ao teu lado, segurando a sua mão enquanto andas por aí sendo quem você é. Quero estar contigo quando você mostra ao mundo a pessoa que eu conheci no primeiro dia. — Jaemin respondeu, já se levantando. Segurou a mão de sua garota e sorriu, ele torcia por dentro para que o amor que não sabia expressar por palavras chegasse por sorrisos e ações, ele queria tornar Renjun a garota mais feliz do mundo, só não sabia como. Viviam assim, sendo planeta e satélite um para o outro. Era na orbita do amor que tudo que tinham se construía. Ao saírem da casa, o vento frio da noite os afogou junto de todas as suas preocupações.

A lua estava linda.

Era fascinante o poder que uma mão quente e um céu brilhante tinham, era apoio e conforto no silêncio que agora não era mais assustador. Renjun se sentia feliz com Jaemin, o amava desde sempre e ser aceita por ele foi uma das maiores alegrias de sua vida. Na foi o primeiro a aceitá-la, da forma dele que foi até engraçada. Sem questionamentos, apenas um sorriso foi o que ele deu de resposta. No dia seguinte, quando se esconderam em seu lugar novamente a garota pode ouvir ele sussurrar "minha princesa, minha bela garota, minha alegria". Quando namoravam, tê-lo ali e ser quem era enchiam o peito da menina de alegria, essa que só presenciava quando colocava suas saias favoritas e dançava pelo quarto, quando pintava autorretratos que retratava quem era por dentro, quando se via como quem era.

Renjun era só uma garota bobinha, apaixonada por estórias de amor clichês, chás e pinturas. Apenas uma garota bobinha em um mundo burro demais para entendê-la e Jaemin era apenas seu príncipe encantado, perfeitamente cheio de defeitos que ela fazia questão de amar. Ela sabia que eles eram para ser, mesmo que acreditasse que nada merecia.

Deitaram-se no chão, ela com o rosto apoiado no tronco do mais novo, ouvindo seu coração e sorrindo, pois, ele estava acelerado.

— Jaemin, te amar é como viver todos os indies existentes em uma vida só. — Disse em tom de brincadeira, sabendo o que viria pela frente.

— Você me compara a indies, enquanto cá estava eu pensando que você era a minha princesa. A dona do planeta que vivo, este que é do tamanho exato para caber só você e eu.

— Apenas nós dois a sós em um planeta? Me soa como mais uma de suas ideias pervertidas!

— Boa ideia, mas não é por isso. É porque você é a única pessoa que importa para mim, em um planeta só nosso seriamos apenas eu e você sendo rei e rainha do nosso próprio destino.

Ao fechar os olhos ali, Renjun desejou ser rainha do próprio destino, mas sabia que não era. Se encheu de coragem mesmo assim, caiu no sono sabendo que lutaria pois se a vida fosse um filme, a melhor opção é ser protagonista.

No dia seguinte, em seu vestido favorito e sua maquiagem em tom pêssego, Renjun caminhou como se tivesse o mundo inteiro em suas mãos e pôs na própria cabeça que tendo coragem, ela conquistaria tudo.

E naquele dia, o destino se fez do bem, pois Renjun com segurança foi feliz. De satélite ela foi para sol, Jaemin seu planeta. O mundo? Apenas o vácuo, assustador, mas não era impossível.

𝐑𝐄𝐍𝐉𝐔𝐍, 𝐄𝐋𝐀. Where stories live. Discover now