Capítulo 02 - A Chegada do Cavaleiro das Rosas

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Ozoria, dia 17 do mês da espada

Era um dia normal na taverna de Monrowe, onde todos os ladrões e caçadores de tesouro contavam suas histórias de como havia conquistado ouros e joias preciosas, bebiam sem moderação e cantavam músicas podres da época, falavam sobre as meretrizes da época. Quando a presença de um cavaleiro na taverna cala a boca de todos, deixando-os espantados com a presença. Gahls estava comendo seu prato favorito com o restante de dinheiro que havia sobrado de sua última missão, quando ao seu lado, senta o cavaleiro que acabará de entrar na taverna. Ele pergunta o que há de especial para aquele dia, e com a voz tremula, Monrowe oferece cerveja e vinhos. Aquele cavaleiro era o Alto Paladino Lord Clovis Hamilton, também conhecido como o cavaleiro das rosas. Ele era um dos veteranos do reino. Estava a mais tempo no reino do que a própria taverna de Monrowe. Ele era muito conhecido entre os nobres do mundo desde a guerra da Satisfação, onde lutou bravamente ao lado de seu rei. Era um senhor de idade alto, com cabelos brancos como a neve, com um olho cego e com trajes diário de um nobre.

Todos ficaram reverente com a presença dele. Gahls não o conhecia, por isto não deu a mínima importância a sua presença. Manteve sentado ao lado dele por um bom tempo sem saber quem ele realmente era. Sir Clovis diz não gostar muito de vinho ou cerveja, ao invés daquilo pediu por um chá de erva de bryonia, um tipo de fruto que dá em galhos altos, mas a taverna não tinha a tal erva, pois ela não era comum naquela região. Então com muita tranquilidade, Sir Clovis se levantou e com a voz alta fez uma proposta a todos que estavam ali. Ele disse que aquele que trouxesse para ele um barril de vinho de bryonia, este receberia a recompensa de cinco mil moedas de prata. Todos ficaram eufóricos e agitados com a proposta do cavaleiro, inclusive Gahls que se engasgou ao ouvir o valor que seria pago pelo chá. Todos então começam a busca pela erva de bryonia, entre eles estavam caçadores que sempre frequentavam a caverna como Jeuz, o anão e ladrões populares como Fungus, o ladrão de nomes, todos saíram com muita pressa atrás do chá. Em questões de segundos a taverna ficou fazia habitada apenas por Sir Clovis, Hector o ajudante da taverna e a própria dona, a senhorita Monrowe.

Gahls achava que estava sozinho em busca da erva, mas alguém que não estava na taverna no momento da proposta, havia ouvido a missão que Clovis havia dado, e tendo assuntou para resolver com Gahls passou a lhe seguir, planejando matar dois coelhos em um só ataque. Esta pessoa era Amanda, a caçadora que dois dias atrás Gahls tinha enfrentado na ocasião da busca pela adaga. Ele caminhou quilômetros de bosque a dentro, saltando em cada uma das grandes árvores, mas nada havia encontrado, até sair e encontrar a saída externa do bosque e dar de frente com a adormecer do sol com suas luzes iluminado uma grande árvore solitária que produzia frutos de seu caule. Ao se aproximar, Gahls descobre que a árvore era Curcubeate, a árvore reprodutora de bryonia. Enquanto extraia o fruto de bryonia, Gahls foi preso de surpresa por uma espécie de cordas com pesos, arremessados por Amanda de longe. Ao ficar preso, Amanda rouba as bryonia de Gahls dizendo que ela que ficaria com as cinco mil moedas de prata, e que ela iria concluir sua vingança por ele ter roubado a adaga de seu bando. Gahls com sorriso no rosto, ver que a caçadora não é qualquer uma. Ela dá as costas e Gahls tenta ganhar tempo enquanto serra a corda, perguntando coisas tolas, mas Amanda sendo também uma caçadora, já havia planejado algo caso Gahls tentasse se soltar, pois ele ficaria preso novamente, por qualquer corte que fizesse. Ele diz que se ela não soltá-lo, não terá como ela saber fazer o chá, pois a proposta do sir Clovis era um barril ou garrafas de chá, e não só o fruto, mas para a surpresa de Gahls, Amanda já tinha alguém em mente para fazer o chá, então ela caminhando vai em direção ao local conhecido como Lar das orquídeas, onde rumores dizem que por lá vive uma bruxa que sabe curar usando ervas e usá-las melhor de que qualquer pessoa do reino. Amanda caminhou quilômetros até chegar ao lar das orquídeas, sendo um lugar escuro e assustador. Era noite e a lua não brilhava como de costume nos primeiros meses, além disso, uma névoa noturna emanava o ambiente, impedindo o acesso até a casa da bruxa que era conhecida como Helena, a bruxa das orquídeas. Ora Amanda já havia feito negócios com a bruxa quando andava com o seu antigo grupo de caçadores, por isto ela já conhecia o local e todo o procedimento. Ao bater na porta, Helena já sabia quem era e de que se tratava, ao entrar, Amanda ver Helena rodeada de orquídeas saindo de vasos que ficavam por trás da janela. Helena sabia do que se tratava e fez uma proposta para Amanda. Ela deveria trazer para ela metade do valor recebido, caso contrário, pagaria com a própria vida. Do lado de fora, Gahls que havia escapado das armadilhas de Amanda, ouvia toda conversa utilizando uma ferramenta que ele mesmo criou, usando sucatas luxuosas do castelo. Ele a chamava de craftfone, onde utilizando dois copos de madeira, era possível ouvir toda conversa quando alguém colocava um dos copos no ouvido e o outro no local onde desejava ouvir. Então ele ouviu toda a conversa de Amanda e da bruxa Helena secretamente sem que elas soubessem de sua presença externa no local. Amanda aceitou a proposta de Helena que em uma hora preparou o chá que ela precisava, então Amanda dividi-o em seis garrafas e prendeu em suas costas utilizando um fixador de objetos que carregava em seu cinto.

Ao sair na noite tenebrosa do local, Amanda é surpreendida por Gahls que a agarra por trás, tapando sua boca e dizendo no seu ouvido que sabia que o chá estava pronto e posto em suas costas. Amanda pisa no pé de Gahls e se afasta do ladino dizendo que ela já havia preparado o chá e que conduziria até o sir Clovis. Então ela saca duas facas e em pose de batalha parte para cima de Gahls que desvia de seus ataques com muita precisão, mas um de seus ataques fere a mão esquerda de Gahls, fazendo ele cair de joelhos de dor. Então ela se aproxima dele e com facas em suas mãos diz que poderia acabar com a vida dele, mas estava devolvendo o favor de ter deixado ela livre, para poder se vingar do último evento. Ela sai pelo bosque e ao caminhar cinco minutos, percebe que todos os caçadores e ladrões que estavam na taverna, aguardando por ela ocultamente no bosque. Eles já conheciam sobre o chá, pois um deles ouviu o que Gahls havia dito a ela. Os caçadores estavam juntos e sendo liderados por Jeuz e Fungus. Ela lutou com eles, mas não conseguia combater todos, até que no momento que ela mais precisou, Gahls surge e derrota muitos deles, incluindo Jeuz e Fungus, aliviando o fardo de Amanda, que por fim decidir repartir as garrafas de chá com ele. O acordo é que eles passariam a noite no bosque, e no outro dia, entregariam as garrafas para Sir Clovis e assim receberiam metade do valor posto pelo mesmo.

Era de manhã, Gahls acordou com o nascer do sol, queimando com leveza o seu rosto, ao olhar para o lado, percebeu que Amanda não estava mais no local e que ela tinha deixado uma garrafa ao invés de três. Ele corre na direção da taverna, onde provavelmente Sir Clovis estava esperando. Ao chegar na Taverna, ver Amanda entregando ao lorde as cinco garrafas de vinho. Gahls enfurecido diz que havia feito um acordo com Amanda e dividir meio a meio as garrafas, mas ela desmente tudo dizendo que ele acredita que o acordo seria verdadeiro. Sir Clovis dá um sorriso de lado e pede as garrafas de ambos, dizendo que ambos irão receber a recompensa. Eles ficam felizes, acreditando que ambos receberiam o valor integral. Ao entregar o chá, Ele pede licença para a senhorita Monrowe que permite sem hesitar e quebra as garrafas no chão. Gahls e Amanda ficam chateados com a atitude do cavaleiro das rosas que além de negligenciar o esforço dos dois, sujou toda a taverna de Monrowe. Sir Clovis diz que irá arcar com todas as despesas da sujeira causada pelo mesmo na taverna e diz que pagará o dobro, se algum dano de patrimônio for recorrido pela senhorita Monrowe. Ele diz a Gahls e Amanda que aquilo foi apenas um teste para saber se eles estariam aptos para a verdadeira missão. Gahls diz que não quer saber de missão, que deseja apenas as cinco mil moedas de prata. Sir Clovis diz que não irá pagar agora, mas quando eles voltarem da missão que ele dará para ambos, ele pagará o dobro do que ofereceu no chá, ou seja dez mil pratas. Ele pergunta e eles aceitam o acordo, Então Gahls e Amanda dizem que aceitam a missão. Amanda pergunta que tipo de missão seria. Ele diz que irá explicar melhor no próximo dia, pois estava com sono por ter passado a noite inteira esperando pelo primeiro que trouxesse o chá. Ele diz também que já que estão na mesma missão, terão que trabalhar juntos.

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⏰ Last updated: Oct 25, 2019 ⏰

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Gahls Molvin, Uma saga de um ladinoWhere stories live. Discover now