Um desencontro e algumas melancolias...

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Eu estava exausta.
Era mais uma semana acabando, mais um dia exaustão no trabalho, de correria e pressa. Tudo que eu mais desejava naquela noite era reencontra-la. Tirar um pouco do peso nos ombros e me jogar nos braços daquela moça que eu havia conhecido semanas atrás.
Ela também tinha com o seu cansaço físico e psicológico pós um dia intenso de trabalho, e mesmo pós minha ligação mostrou-se disposta.

Levantei- me da cama com rapidez. Peguei o casaco, as chaves e a carteira. Pedi o primeiro uber. Cancelou. Pedi o segundo... Quase dez minutos de espera e nada. Droga! Comecei então á correr, com medo do relógio virar contra mim. 
Minha ansiedade então  não parou de crescer, e comecei a ficar desnorteada. Parecia que cada passo que eu dava, mais distante eu estava da Av. Paulista.

Dez para a nove da noite, e eu ainda estava longe do nosso ponto do encontro... cancelei o terceiro uber, ele tinha se perdido no meio do caminho. Minha boca ficou seca, meu coração apertado, de repente, um aperto no peito. Ela ja estava cansada, mas parecia ainda querer, no meio do cansaço,  criar um pouco mais de paciência.
Saquei o celular do bolso e mandei uma mensagem dizendo que se quisesse, poderia ir embora ( o que eu estava fazendo?) ... pois eu ainda estava distante e iria demorar. Quis  ser educada. No fundo, eu não queria. Queria que me esperasse, ambas queriam fazer aquele encontro acontecer apesar do caos. Coloquei o celular de volta no bolso.
Nove e vinte e oito. Consegui chegar á Av. Paulista, com meus pés ja cansados, e uma sensação amarga de que falhei, misturada com esperança. Entro desesperada no Shopping,  meus  olhos caçando aquela moça. Pego o celular para avisar que tinha chegado ...  Bateria zero.
(Nãaao!)  Tudo bem, não faz mal. Lembrei que na sua última mensagem ela havia dito que estava me esperando num ponto café no segundo andar. Perguntei ao segurança, ele apontou para a escada rolante me mostrando o caminho.
Ainda com o peito cheio de esperança me dirigi ao local. Um ponto café simples, com mesinhas em volta e atendentes já prontas para encerrar o expediente. Meus olhos começaram a procurar por ela em uma das mesinhas. Não havia mais ninguém, além de um casal... Uma das atendentes, percebendo minha presença no local veio me cumprimentar. Não consegui disfarçar a decepção ao ouvir sua resposta: "Ela já foi embora. Estava aqui até uns dez minutos atrás."
Saí desconsolada. Não tinha mais o que fazer... Na saída do shopping meus olhos se desmancharam em lágrimas, meus passos que estavam tão apressados na ida, agora já não tinham mais pressa.

Tudo o que eu queria naquela hora era estar logo em casa, tomar um banho quente e dormir... Dormir para esquecer aquelas horas atrás que foram em vão. Um sentimento de culpa, arrependimento por não ter escolhido o metrô mais próximo ao invés do uber, por não ter insistido para que ela me esperasse veio pós o pranto ainda naquela noite...
"Está tudo bem..." ela disse. "Eu também chorei", "podemos nos ver semana que vem?"

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⏰ Last updated: Jan 01, 2020 ⏰

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