| Paradise |

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Atenção: este conto é baseado na música Paradise (Never Change) do Jack & Jack. A mídia se encontra disponível no capítulo único.

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O mundo está acabando.

É isso.

Não é no sentido figurado não, é real. Ele chegou, o tal do apocalipse. Ninguém sabe exatamente como, mas chegou. Teve até data no calendário: dia 31 de outubro. Essa mesma data que dizem ser o Dia das Bruxas e tal. Coincidência ou não, tá aí: no dia 30 estava tudo normal, e no dia seguinte, bum! Já não estava.

Aí você vem me perguntar: como a gente sabe que é o fim do mundo?

Bem, além de todo o mundo estar nomeando assim, tudo nos leva a crer que é isso mesmo.

Sabe: tufões, tsunamis, vulcões explodindo em todos os lugares. Terremotos onde seria impossível de acontecer. A Terra basicamente se quebrando toda e se revoltando contra a humanidade. Um monte de desastres, um atrás do outro, sem aviso prévio.

Não vou mentir que nunca brinquei com isso e que nunca disse um "até que enfim" quando anunciavam um apocalipse novo, mas agora, vivendo ele de verdade... não sei. Eu ainda quero que o mundo acabe, sabe, mas podia acabar mais rápido, né? Tá sendo um pouco inconveniente, confesso. E cansativo pra caramba! Mesmo tendo assistido aqueles programas na TV antigamente, esse negócio de sobrevivência não é pra mim. Nem pra ninguém da minha família, acho.

Deixa eu contextualizar pra vocês que ainda não estão no fim do mundo — ou se ele já acabou e você sobreviveu e tá lendo isso num futuro pós-apocalíptico (Vai que?).

Apesar do uso do calendário ter mudado um pouco (passamos a ver o tempo antes e pós apocalipse, se é que entendem), sabemos que o ano já virou e que faz uns três meses que estamos nessa onda de catástrofes sem explicações. E todas elas obviamente levaram a mais ondas de efeitos colaterais aleatórios. Tipo a paralização dos transportes; não dá pra ficar andando de carro ou ônibus por aí porque, de repente, aparece uma cratera e te engole. Não dá pra usar avião porque as chuvas de granizo estão incessantes, os raios estão atingindo tudo no caminho, e a velocidade do vento está inexplicavelmente mortal. Navio então? Nem pensar. O mar virou território inalcançável, ondas enormes e animais enfurecidos, coisas das profundezas surgindo e tal.

Então quem estava fora, ficou fora. Quem está dentro não sai.

E daí as empresas de telecomunicações também começaram a falhar — sabe como é, esse monte de gente usando rede social pra falar que um peixe carnívoro apareceu no quintal da sua casa no meio do deserto de Dubai, ou que os leões estão invadindo as cidades na África... ou simplesmente pra postar que as escolas pararam e que finalmente a gente pode ficar em casa pra sempre sem estudar (seja lá quanto tempo esse pra sempre vai ser, né). Essas coisas fizeram os sistemas de comunicação pirarem. Parece que o apocalipse chegou no espaço também, porque os satélites quase todos pifaram.

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