Armário da alma

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Lembro do tempo que faltavam, não sabia o que falavam
Me sumia a voz
Dor, silencio atroz
Então as guardei, acumulei
Umas falei, outras escutei

Empilhei no porão mudo...
Surdo, de silêncio sisudo.
Colecionei aos milhares
Poucas, falei aos pares
Mas foram tantas que nem disse...

Umas eram crendice coisa que alguém disse
Outras saíram pelo ralo
Umas poucas até hoje calo
Mesmo depois que descobri que falo
Bem ou mal, eu não mudo

Mudo eu falo...
Minhas ou alheias
Sílabas bonitas e feias
Ignoram minhas veias
Corto ao meio, gaguejo,escrevo, leio, e não vejo falo e o silêncio invejo

Assim de mim elas saem gotas de voz, do olho caem sós
Não espero que leias
Podem ser coisas feias
Que eu falar nem deveria...ou um grito vão e intenso e só você escutaria um amor tão imenso que o mundo, o mudo mudaria!

Como TorradasWhere stories live. Discover now