Ana Cardoso de Almeida pensa que vive uma vida normal e que é uma garota comum, apesar de gostar de se aventurar a escrever histórias de fantasia com dragões e princesas em perigo.
Porém, ao ser aceita como bolsista na melhor universidade particular...
Estava dormindo, quando pego meu celular e atendo.
— ACORDA ANINHA! Tá na hora do trote!
Lívia grita e eu afasto um pouco o celular da orelha para ver as horas.
— Mas Lí, agora que são 8 horas da manhã.
— Sim, e vamos ficar lá de tarde e de noite, para conhecer pessoas e beber ainda mais. Vamos! Você precisa se arrumar!
Gemo alto, mas falo.
— Vem aqui em casa, que eu não sei escolher roupa.
Lívia ri alto.
— Minha filha, você não precisa escolher roupa. Pega qualquer coisa que possam jogar tinta e cortar que está tudo certo. Te encontro na estação, ok?
E desliga. Lívia é dessas que ama desligar na cara das pessoas.
Quando levanto, vou até o armário e pego uma legging bem velha e uma regata gasta. Como ainda são oito da manhã, deixo as roupas separadas e vou tomar café. Minha mãe, meu pai e minha irmã foram trabalhar e aproveito que estou sozinha em casa para fazer o que bem entender. Frito um ovo para comer com pão e maionese e depois arrumo as camas enquanto toca no som AC/DC. Meu gosto musical é bem eclético, e hoje eu sou uma morcega das trevas.
Dou uma geral na casa e em seguida decido escrever um pouco. Sim, posso dizer que sou escritora, mas minhas histórias ficam enterradas em meio aos poemas e textos aleatórios sobre meus próprios sentimentos. Porém, durante o tempo que fiquei em casa entre o ensino médio e a entrada na faculdade, tive uma ideia que me tirou o fôlego e quero logo começar a passá-la para o papel, pois é diferente de tudo o que já escrevi na vida.
No meio da escrita, mando uma mensagem para Lívia.
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Espero só alguns segundo para receber a resposta.
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Aceito o horário e faço meu almoço e depois vou procurar umas peças de roupas velhas pra usar. Escolho uma legging preta que não uso há tempos e na verdade nem lembro porque tenho aquela peça, e uma regata velha bordô. Saio de casa só com o celular, pra registrar esse momento, e uma nota de dez reais no sutiã, pra beber uma água ou um suco. Não quero beber álcool no trote da faculdade e depois chegar bêbada em casa para dar motivos para minha mãe brigar comigo.
