Capítulo 1/2: narcisos

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I once was poison ivy, but now I'm your daisy

– don't blame me

1.

— Eu ainda não sei o que estou fazendo aqui.

Harley tem seus coturnos verdes erguidos no mezanino, quase em altura suficiente para os assentos abaixo verem as manchas pretas de cada sola. Selina quase ri com a ironia, sentada com a graça oposta ao seu lado:

— Que bom que a sua memória é bastante seletiva e consegue esquecer dos seus escândalos de imagem tão facilmente. Gostaria muito de ter a mesma facilidade. — A morena então se volta as suas costas quase caindo no assento — Por favor, tente não se portar como um garoto de doze.

Fingindo não ouvir a repreensão, Harley tenta encontrar o garçom do camarote para pedir alguma bebida descente. Só mascar chiclete a noite toda não combinava muito com a proposta de uma noite no teatro. Ainda mais uma que você nunca quis vir para começar.

— Mas você é minha empresária. Eu te pago muito bem para se preocupar por mim, Kitty.

— Infelizmente paga.

— Então você precisa admitir que o que aconteceu com a minha imagem foi uma grande injustiça.

O sorriso nada sútil de Selina a faz ter a exata atitude madura de um garoto de doze anos ao apontar sua língua emburrada por ser contrariado. Por vezes, Harley ignorava como se portar devidamente sendo uma mulher no auge do cancelamento virtual aos trinta.

— Eu não vou admitir nada. — Rebate sem alterar seus olhos do programa de apresentação. Maldita noite de músicos clássicos. — Quando te apontam como a razão do termino do casal número um da América minha opinião não vai mudar as suas ameaças de morte no twitter.

Ok. Aquilo era um pouco demais.

Como se ela tivesse mesmo tendo um caso com Clark Kent de todos os homens da terra. Ok, ele era muito gostoso. O tipo sarado de ombros largos, peitoral de aço no melhor estilo do Kansas e, uma personalidade que a fazia lembrar como nem todos os homens eram puro lixo.

Mas ele era um enorme bebê homossexual embaixo daquela geladeira de músculos definidos.

A única razão de porque toda e qualquer publicação de fofoca daquele país a acusava de fazer Diana Prince sofrer por uma cruel traição era pela maldita festa de aniversário dele em Metrópoles. Merda. Uma festa logo na casa de Lex Luthor nunca podia dar em algo muito bom.

— As pessoas são tão dramáticas. Era muito mais fácil eu ter sido pega beijando a Diana. Aqueles braços dela, porra.

Selina responde com um olhar ameaçador quando a vê de fato tentando se embebedar com o champanhe caro que o garçom trazia. Nada de álcool depois de beijar homens publicamente comprometidos, os engravatados da gravadora disseram.

Não importava se ela já era uma estrela reconhecida do rock and roll, com anos de carreira consolida e, 12 prêmios grammy nas costas. Era sempre sobre com quem você dormia.

— Você não vai beijar os braços de ninguém agora que está exilada em casa. Você tem a porra de um álbum para terminar e não vai sair daqui bêbada como um palhaço de circo.

Sua risada por fazer a morena perder alguma paciência com ela é um tanto contagiante. Quase a faz rir também. Mas Selina parecia no seu modo de negócios a noite toda por nenhuma razão aparente. Era um tanto frustrante.

Principalmente, pela parte de terminar um álbum.

Para isso, ela precisava começar primeiro. Mas ela não fala essa parte ou tem certeza que Selina a jogaria de cima daquele camarote.

uma noite 🎻 fanfic harlivy (concluída)Where stories live. Discover now