Capítulo 2/2: lírios

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My name is whatever you decide

And I'm just gonna call you mine

– don't blame me

2.

— Ei, Narciso.

O sorriso sedutor de Pamela Isley faz valer a pena quaisquer três semanas sem notícias. Harley quer se repreender por ser tão fácil de cativar, mas o seu interesse já estava nela. Esteve durante quase todo o mês, certo?

Não havia razão para negar.

— Nossa, nojento. Vocês podem começar a atividade lésbica cheia de feromônios perto do bar, por favor, eu quero ver se algum desses garotos vale a pena.

Ok, definitivamente, Selina parece tudo, menos alheia ao que acontecia entre as duas, algo para se pensar com muito cuidado depois. No agora, Harley precisa entender o que está acontecendo. Pamela estava ali. Isso era bom, certo? Elas poderiam conversar sem precisar de um telefone.

— Você não ligou — começa sem rodeios. O quão direta Pamela era não parecia combinar muito com o tipo de quem sai da cidade sem falar nada. Mas de novo, Harley precisava lembrar como as duas não passam de desconhecidas uma para a outra. Não importava se elas dormiram juntas.

Por outro lado, também é primeira vez que a musicista aparece de jeans. A questão no momento parece muito, muito importante. Tanto que Harley praticamente os segue de olhos fixos, até a parte mais distante do camarote. O famigerado bar.

Se as costas dela estão quase nuas pela blusa reveladora na parte de trás, é mera coincidência, pensa.

— Não foi por falta de interesse — explica. Ela aponta para a garrafa de champanhe, mas Pamela nega. — Eu só não sabia até antes de pôr essa jaqueta que eu tinha o seu número.

— Achei que era sua jaqueta da sorte. Você não deveria usar muito?

— Eu não usei desde aquela noite. Não estava me sentindo muito sortuda.

— É mesmo? — provoca. — É uma pena, eu ia dizer que a minha por acaso acabou de melhorar.

A forma como Pamela pede um copo simples de água, sem gás, com muito gelo, não deveria parecer tão atraente. Ainda assim, simples como um reencontro aleatório naquela noite fria de Gotham, Harley se envolve no momento, praticamente, sem notar o tempo passar.

Em algum ponto, Selina quase a cutuca para fazê-la voltar a prestar atenção no show. Poucas bandas dominavam um palco como Aves de Rapina, ver as três ao vivo era um espetáculo musical e, se Harley passou a apresentação inteira olhando Pamela Isley, isso claramente não era culpa delas.

Não existiam culpados.

Nem mesmo Harley, no auge da sua fascinação cega por mulheres bonitas, podia dizer que era só por ela ser atraente. Ok, a atração era um fator considerável. Mas a personalidade da musicista trazia a melhor virada de eventos possíveis para a noite. Mesmo que ela parecesse demais com Selina para o seu próprio bem.

A ruiva tinha quase nenhum conhecimento pela cultura pop no geral, muitas das músicas eram completamente desconhecidas para ela, embora seus comentários hilários fizessem todo o sentido na opinião de Harley. As suas gargalhadas eram uma prova, mesmo nem todas sendo por piadas muito boas. Seu senso de humor não era o mais apurado do mundo, mas combinava muito com o de Pamela.

As duas ficariam rindo sozinhas por muito mais tempo, caso Selina não tivesse acabado com os negócios e resolvido se divertir as custas delas. Era, de fato, engraçado ver Pamela tentar aprender os refrões no meio das músicas, mas Harley que não iria concordar rindo. Não quando a ruiva olhava de olhos cerrados e ameaçadores para Selina, todas as vezes que era chamada de hera venenosa.

uma noite 🎻 fanfic harlivy (concluída)Where stories live. Discover now