Prologue

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A garota andava devagar, sabia que mesmo com a tempestade de areia baixa ainda era muito perigosa. Já fazia horas que andava por ali, a sede era constante, mas ela estava tão perto que não conseguia parar nem para tomar água ou forrar seu estômago mesmo estando completamente faminta. Sunagakure estava bem na sua frente e não podia perder um minuto sequer. Quando viu a entrada acelerou seus passos quase correndo, viu que logo foi reparada e os ninjas que guardavam o portão ficaram de guarda.
— Se identifique. — Pediu um deles entrando na frente da garota.
— Meu nome é Ayako Fukui. — Respondeu rapidamente. — Eu sou... — Pegou a bandana que há muito tempo estava guardada. — Uma antiga ninja de Sunagakure. — Mostrou a bandana, não convencendo em nada o homem.
— O que você quer? Eu nunca vi você por aqui. — Falou ele grosseiramente.
— Eu...
— O que está acontecendo aqui? — De repente os olhos da garota se voltaram ao dono da voz e logo ela sorriu.
— Kankuro-san, essa garota apareceu de repente aqui. — Respondeu, abaixando o tom de voz. — Estávamos pedindo as devidas explicações.
— Kankuro? — Chamou a garota fazendo o rapaz olhá-la, logo a reconhecendo.
— Ayako? — O mais velho sorriu. — Quanto tempo, você cresceu muito. — Se virou para os guardas. — Ela tem minha permissão.
— Tem certeza, senhor? — Perguntou o homem, ainda hesitante.
— Não se preocupe, eu tomo a responsabilidade. — Tocou no ombro da garota. — Vamos, acho que temos muito a falar.
Logo os ninjas da guarda deram espaço e a garota finalmente entrou. Suna não estava muito diferente do tempo que ela ainda vivia ali, sentia uma nostalgia e uma saudade tão grande que aquecia seu coração. A garota já sabia que não seria recebida com abraços e beijos, principalmente depois de uma guerra da proporção que foi.
— A Temari está por aqui? — Perguntou para Kankuro que andava em sua frente.
— Estamos indo até ela. — Respondeu prontamente.
— E o Kazekage? — Questionou, fazendo o homem parar e lhe olhar.
— Ele não está aqui. — Sua resposta rápida a deixou um pouco confusa.
— Eu poderei falar com ele quando ele voltar? — A pergunta da garota saiu em um sussurro, não sabia o que aconteceria e sabia que precisava de permissão para permanecer ali.
— Não se preocupe com isso por enquanto, vai ficar tudo bem. — Disse a tranquilizando.
Andaram mais algum tempo até chegarem a um prédio que ela se lembrava sendo o escritório do Kazekage, não se impressionou ao ver que Kankuro era respeitado por todos ali, afinal ele era filho do Rasa, o Yondaime Kazekage. Aquele nome ainda causava arrepios na menina, o homem que fazia parte dos seus piores pesadelos, o ódio que ela sentia era tão grande que agradecia por ele já estar morto. Seguiram mais à frente e entraram em uma sala onde encontraram uma mulher loira sentada em uma cadeira, ainda sem perceber a chegada deles.
— Temari. — Chamou Kankuro, logo tendo a atenção da garota para si.
— O que foi, Kankuro, não vê que estou ocupada? — Perguntou, pouco se importando com a presença do irmão.
— Acho que isso merece sua atenção. — Logo ele deu espaço para que a garota fosse vista pela mulher. Ela definitivamente não se lembrava. — É a Ayako, Temari. — O nome a despertou e logo seus olhos demonstraram a surpresa.
— É mesmo você? — Perguntou, se aproximando. — Está tão crescida. — Seu sorriso era tão grande que fez Ayako sorrir junto.
— É bom te ver, Temari. — A garota cumprimentou, vendo a mais velha segurar suas mãos e arrastá-la para sentar.
— É muito bom te ver. — Ainda sorrindo, a mulher sentou em sua frente. — Temos muitas perguntas para fazer.
— Eu responderei todas elas, mas antes eu preciso, finalmente, contar tudo a vocês.
— Tudo o quê? — Perguntou Kankuro, curioso, se juntando a irmã.
— A história de como o seu pai conseguiu acabar com toda minha vida. — Disse por fim, assustando aos dois.

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